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Venezuela imita Cuba, por Jurandir Soares

Thomas A. Shannon que foi embaixador dos Estados Unidos no Brasil e hoje é conselheiro do Departamento de Estado, revelou que seu país e a Venezuela vêm desenvolvendo negociações secretas com vistas a uma reaproximação – algo que se contrapõe às posições abertas de antagonismo que são mantidas pelos dois governo. Basta lembrar que, em março, Obama emitiu um decreto considerando a Venezuela uma ameaça à segurança dos EUA. De sua parte, o governo de Nicolás Maduro, assim como já fazia Hugo Chávez, atribui tudo de ruim que acontece no país ao “imperialismo ianque”. Apesar das discordâncias políticas, a Venezuela continuou vendendo seu petróleo para os americanos, que consomem cerca de 15% da produção venezuelana.
O fato de a Venezuela bolivariana estar buscando uma reaproximação com Washington se deve fundamentalmente, ao que está acontecendo com Cuba. À medida que o regime dos Castro se abre para um novo e promissor relacionamento com os Estados Unidos, o chavismo vai perdendo o seu principal aliado na região. Ao mesmo tempo, contudo, está vislumbrando o quanto significará de impulso para a economia cubana esse novo relacionamento que se estabelece, o que requer uma reflexão em Caracas sobre a política estatizante que vem sendo praticada.
Para reencaminhar um relacionamento com os Estados Unidos, o governo bolivariano terá que aliviar a opressão que faz sobre os opositores do regime. Ainda nesta quinta-feira, a ONU divulgou um relatório manifestando preocupação sobre o abuso da força policial em manifestações e detenções de opositores. A propósito, ainda seguem na cadeia o líder do oposicionista Vontade Popular, Leopoldo López, e o ex-prefeito de San Cristóbal, Daniel Ceballos. A ONU também se manifestou preocupada com a falta de “autonomia de independência e de imparcialidade” do poder Judiciário. Questões para serem levadas em conta por Washington.


Fonte: Correio do Povo, página 7 de 26 de julho de 2015.