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Nada exemplar, por Baiard Brocker

No sábado, dia 11, voltando do cinema para casa, tive o carro recolhido por blitz da Balada Segura devido ao não pagamento do seguro obrigatório (DPVAT). O resto estava em dia.
Não há dúvida de que a fiscalização de trânsito é necessária e é dever do Estado promovê-la para a segurança de todos. Mas será que é isso que acontece?
As blitze da Balada Segura costumam reunir recursos de vários órgãos públicos (Brigada Militar, EPTC, Detran, Polícia Civil) com a finalidade de fazer cumprir o Código Nacional de Trânsito e, assim, procurar manter a segurança, pois sabemos que motoristas cometem infrações e põem vidas em risco. Para tanto, há nessa ação o caráter fiscalizador, mas há também o caráter punitivo, no qual está embutida outra intenção que não deveria fazer parte deste contexto, que é a arrecadatória, pois ela deixa transparecer não o papel de um Estado moralizador, exemplar, mas o de um Estado que, além de punir, extorque o cidadão.
Para a fiscalização – e punição -, a Balada Segura dispõe de recursos humanos, materiais e técnicos de modo a desempenhar com eficiência essa função. Para que não fique restrito somente a ela, acredito não faltarem recursos, principalmente tecnológicos, para que o cidadão cumpra com suas obrigações sem se sentir lesado.
Evidentemente que há situações muito distintas e não é admissível que um motorista alcoolizado ou sem habilitação continue trafegando. No caso, porém, de falta de pagamento de alguma taxa seria mais razoável haver a possibilidade de pagá-la no momento da constatação pelos agentes de segurança. Para tanto, poderia integrar o pool de órgãos públicos da Balada Segura o Banrisul, representado por um de seus funcionários ou apenas por uma leitora de cartão de crédito. Se isso acontecesse, o cidadão não desembolsaria o valor cobrado pelo guincho e pelas diárias no depósito de veículos, que no meu caso chegou a R$ 286,00, mais a multa de R$ 192,00, que não questiono, pelo atraso de 12 dias no pagamento do DPVAT.
Assim como todos os cidadãos devem cumprir as leis para que haja harmonia e bem-estar social, espera-se que o Estado faça sua parte agindo como fiscal e, acima de tudo, não dê exemplos que em vez de contribuírem para os objetivos que todos almejamos deturpe-os e, dessa forma, estimule a descrença no modelo a ser seguido.

Professor


Fonte: Correio do Povo, edição de 20 de julho de 2015, página 2.