Socialismo Fabiano–Saiba o que é isso

Antes da Revolução Russa, o Partido Comunista tinha duas alas: Bolchevique e Menchevique.

Os Bolcheviques acreditavam na imediata imposição do socialismo por meios violentos, com confisco armado das propriedades, das fábricas, e das fazendas, e o assassinato dos burgueses e reacionários que porventura oferecessem resistência.

Já os Mencheviques (que também se auto-rotulavam social-democratas) defendiam uma abordagem mais gradual, não-violenta e não-revolucionária para o mesmo objetivo.  Para estes, a liberdade e a propriedade deveriam ser abolidas pelo voto da maioria.

Os Bolcheviques venceram a Revolução Russa e implantaram o terror.  No entanto, após cometerem crimes inimagináveis, eles praticamente desapareceram do cenário.  Já os Mencheviques, no entanto, não apenas seguem vivos como também se fortaleceram e se expandiram, e estão no poder de boa parte dos países democráticos.

Os mencheviques modernos seguem, em sua essência, as mesmas táticas dos Mencheviques russos: em vez de abolirem a propriedade privada e a economia de mercado, como queriam os Bolcheviques, os atuais mencheviques entenderam ser muito melhor um arranjo em que a propriedade privada e o sistema de preços são mantidos, mas o estado mantém os capitalistas e uma truncada economia de mercado sob total controle, regulando, tributando, restringindo e submetendo todos os empreendedores às ordens do estado.

Para os mencheviques atuais, tradições burguesas como propriedade privada e economia de mercado devem ser toleradas, mas a economia tem de ser rigidamente regulada e tributada. Políticas redistributivistas são inegociáveis.  Uma fatia da renda dos indivíduos produtivos da sociedade deve ser confiscada e redistribuída para os não-produtivos.  Grandes empresários devem ser submissos aos interesses do regime e, em troca, devem ser beneficiados por subsídios e políticas industriais, e também protegidos por tarifas protecionistas.

Acima de tudo, cabe aos burocratas do governo — os próprios mencheviques — intervir no mercado para redistribuir toda a riqueza e manter a economia funcionando de acordo com seus desígnios.

No entanto, a estratégia menchevique não se resume à economia.  A questão cultural é tão ou mais importante.  Para os mencheviques atuais, a cultura burguesa deve ser substituída por uma nova mentalidade condicionada ao modo de pensar social-democrata, e a estratégia para isso consiste na imposição lenta e gradual de uma revolução cultural.

Os mencheviques, fiéis ao seu ideal "democrático", sempre se sentiram desconfortáveis com a ideia de revolução, preferindo muito mais a "evolução" gradual produzida pelas eleições democráticas.  O estado deve ser totalmente aparelhado por intelectuais partidários e simpatizantes, de modo a garantir uma tomada hegemônica das instituições culturais e sociais do país.  Daí a desconsideração pelos gulags e pela revolução armada.

Como tudo começou

As raízes do menchevismo atual não estão na Rússia de Lênin, mas sim na Londres de 1883, quando um grupo de socialistas adeptos do gradualismo fundou a Sociedade Fabiana.  Liderada por um cidadão chamado Hubert Bland, os mais famosos membros da sociedade eram o dramaturgo George Bernard Shaw, os autores Sidney e Beatrice Webb, e o artista William Morris.

A Sociedade Fabiana tem este nome em homenagem a Quintus Fabius Maximus, político, ditador e general da República Romana (275-203 a.C.) que conseguiu derrotar Aníbal na Segunda Guerra Púnica adotando a estratégia de não fazer confrontos diretos e em larga escala (nos quais os romanos haviam sido derrotados contra Aníbal), mas sim de incorrer apenas em pequenas e graduais ações, as quais ele sabia que podia vencer, não importa o tanto que ele tivesse de esperar.

Em suma, Quintus Fabius Maximus era um estrategista militar que evitava qualquer confrontação aberta e decisiva; em vez disso, ele preferia fatigar seus oponentes com táticas procrastinadoras e cansativas, manobras enganadoras e assédios contínuos.

Fundada exatamente no ano da morte de Marx com o intuito de promover as idéias do filósofo alemão por meio do gradualismo, a Sociedade Fabiana almejava "condicionar" a sociedade, como disse a fabiana Margaret Cole, por meio de medidas socialistas disfarçadas.   Ao atenuar e minimizar seus objetivos, a Sociedade Fabiana tinha o intuito de não incitar os inimigos do socialismo, tornando-os menos combativos.

Ao contrário dos revolucionários marxistas, os socialistas fabianos conheciam muito bem o funcionamento das políticas públicas britânicas.  Sendo os especialistas originais, eles fizeram várias pesquisas, elaboraram planos, publicaram panfletos e livros, e criaram várias propostas legislativas, sempre contando com a ajuda de aliados nas universidades, igrejas e jornais.  Eles também treinaram oradores, escritores e políticos.  Sidney Webb foi além e fundou a London School of Economics em 1895 para ser o quartel-general desse trabalho.

Embora a Sociedade Fabiana jamais houvesse tido mais do que 4.000 membros, foram eles que criaram, promoveram e conduziram pelo Parlamento a maior parte das políticas sociais britânicas até o início da década de 1980.  O resultado foi uma economia em frangalhos e uma sociedade esclerosada, situação esta que só começou a ser revertida quando Margaret Thatcher começou a "desfabianizar" a Inglaterra.

Os fabianos foram bem-sucedidos em seu objetivo de criar um "estado provedor", um estado assistencialista que cuidaria não apenas dos pobres, mas também da classe média, do berço ao túmulo.

Seja na forma de compensações trabalhistas, ou de pensões e aposentadorias, seguro-desemprego e medicina socializada, os fabianos sempre enfatizaram a "reforma social".  Segundo o escritor John T. Flynn, os fabianos

Perceberam prematuramente o imenso valor das reformas sociais em acostumar os cidadãos a ver o estado como a ferramenta para curar todas as suas doenças e inquietudes.  Eles viram que uma agitação em prol de um estado assistencialista poderia se tornar o veículo ideal para incutir idéias socialistas nas mentes do cidadão comum.

Outra inovação fabiana: reformas sociais invariavelmente envolviam algum tipo de "seguridade".  As pessoas seriam induzidas a aceitar o socialismo caso este fosse apresentado por meio de modelos oriundos das ciências atuariais, tendo empresas de seguro como base.

Empresas de seguro genuínas, baseando-se em estatísticas de distribuição aleatória de acidentes, coletam dinheiro de seus segurados na forma de um consórcio e concentram-no em um fundo, desta forma tornando o mundo menos incerto para seus membros.  Os fabianos, muito espertamente, pegaram esse modelo e disseram: concentremos a riqueza de todos nas mãos do estado e seremos felizes, saudáveis e teremos uma vida melhor.

Aneurin Bevan, o ministro da saúde fabiano do governo trabalhista dos pós-guerra, que criou o National Health Service — o sistema estatal de saúde britânico (veja algumas notícias recentes da saúde britânica estatal aqui, aqui, aqui e aqui) —, chegou realmente a argumentar que tal modelo iriadrasticamente aumentar a expectativa de vida de todos, chegando ao ponto de postergar a morte indefinidamente.

Mas a verdadeira visão fabiana do estado foi mais bem explicitada no livro de Sidney e Beatrice Webb intitulado Soviet Communism: A New Civilization?, publicado em 1935 (o ponto de interrogação foi removido do título após a primeira edição).  O livro glorificava a URSS de Stalin como se fosse virtualmente um paraíso na terra.

Como marxistas, embora de uma outra estirpe, os Webbs aprovavam o stalinismo — se não os meios, os fins.  "Os fabianos eram, de uma certa forma, marxistas mais bem treinados do que o próprio Marx", disse Joseph Schumpeter.  Que continuou:

Concentrar-se nos problemas que podem ser alterados por métodos políticos práticos, adaptar-se à evolução das questões sociais, e deixar o objetivo supremo ser alcançado automaticamente [por meio da alteração cultural das massas] é algo que está muito mais de acordo com a doutrina fundamental de Marx do que a ideologia revolucionária que ele próprio propôs.

Conclusão

No linguajar fabiano, impostos são "contribuições", gastos do governo são "investimentos", criticar o governo é "entreguismo" ou "falta de patriotismo", donos de propriedades são "elites", "reacionários" e "privilegiados", e "mudança" significa " socialismo".

Quando os atuais social-democratas pedem "sacrifícios" da população em prol dos "ajustes" do governo, tenha em mente que os fabianos diziam exatamente o mesmo, defendendo, segundo as próprias palavras de Beatrice Webb, a "transferência" da "emoção do serviço sacrificante" de Deus para o estado.

Para os fabianos, o estado (seus burocratas e toda a sua mentalidade) é o único deus por quem a população deve se sacrificar.

Por fim, vale ressaltar que o desaparecimento dos bolcheviques nunca foi lamentado pelos social-democratas fabianos.  Muito pelo contrário: os social-democratas fabianos agora detêm o monopólio da marcha "progressista" da história rumo à Utopia.

A janela de vidro pintada que adorna a casa de Beatrice Webb em Surrey, Inglaterra, mostra George Bernard Shaw e Sidney Webb remodelando o mundo com uma bigorna, tendo ao fundo o brasão da Sociedade Fabiana: um lobo em pele de cordeiro.  Aquele lobo está hoje entre nós. 


Mises Brasil


Saiba mais:

Sociedade Fabiana – Wikipédia, a enciclopédia livre
O que é Socialismo Fabiano? | Gazeta do Povo
Socialismo fabiano - Fabianismo - Sociologia – InfoEscola
O QUE É O SOCIALISMO FABIANO? - YouTube

Euroville Smart Housing - Delpro Empreendimentos Inteligentes

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TIPOLOGIAS DO EMPREENDIMENTO | EUROVILLE SMART HOUSING

Área
Tipo
Vagas
Dormitórios
Entrega
Valor
Planta

209,47m²
Casa
2
3
31/10/2018
R$ 1.209.159

205,3m²
Casa
2
3
31/10/2018
R$ 1.063.049

196,49m²
Casa
2
4
31/10/2018
R$ 1.118.209

191,04m²
Casa
2
3
31/10/2018
R$ 1.051.567

159,43m²
Casa
2
3
31/10/2018
R$ 861.740

CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO | EUROVILLE SMART HOUSING

  • Agua Quente
  • Automação
  • Bosque
  • Brinquedoteca
  • Cerca Elétrica
  • Churrasqueira
  • Circuito TV Interno
  • Deck Pergolado
  • Espaço Gourmet
  • Espaço de Leitura
  • Espera Fibra Ótica
  • Espera Para Split
  • Fitness
  • Gerador
  • Gás Central
  • Interfone
  • Living Lareira
  • Medição Agua Individual
  • Medição Gás Individual
  • Piscina Adulta
  • Playground
  • Portaria 24hs
  • Portaria Guarita
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  • Salão de Festas


Mais informações:
Luis Borges
e-mail:
luisaugustoborges@gmail.com
Fone: (51)  9 8039-0049

VIREI PETISTA

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(excelente texto)!
O pai chega em casa vestido numa novíssima camisa do PT, entra no quarto do filho e beija o retrato de Che Guevara na parede.
O rapaz espantado pergunta:
- Que é isso pai? Ficou maluco? Logo você que é o maior "coxinha", "reaça" de primeira vestindo a camisa do PT?
- Que nada filho! Agora sou petista! Conversamos tanto sobre o Partido que você me convenceu! PT! PT! VIVA O PT! - grita o velho.
O rapaz, membro do DCE da universidade onde já faz um curso de quatro anos há oito anos e fiel colaborador da JPT não se aguenta de tanta alegria!
- Senta aí companheiro! Vamos conversar! O que foi que te levou a essa decisão?
O pai senta-se ao lado do filho e explica:
- Pois é... cansei de discutir contigo e passei a achar que você tem razão. Por falar nisso, lembra do Luís, aquele que te pediu dois mil reais da tua poupança emprestado para dar entrada numa moto?
- O que tem ele? Pergunta o filho...
- Pois é... Liguei pra casa dele e perdoei a dívida. E fiz mais! Falei que ele não precisa se preocupar com as prestações, pois vou usar oitenta por cento da sua mesada para pagar o financiamento!
- Pai!!!!! Você ficou louco? Pirou?
- Filho, lembre-se que agora nós somos petistas" Perdoar dívidas e financiar o que não é nosso com o que não é nosso é a nossa especialidade! Temos que dar o exemplo! E tem mais! Agora 49% do seu carro eu passei para sua irmã. Vendi pra ela quase a metade do seu carro! Dessa forma você continua majoritário mas só podendo usá-lo em 51% do tempo!
- Mas o carro é meu, papai! Não podia fazer isso! Não pode vender o que não é seu!
- Podia sim! Nossa Presidenta fez isso com a Petrobrás e você foi o primeiro a apoiar! Só estamos seguindo o caminho dela! O garoto, incrédulo e desolado entra em desespero, mas o pai continua:
- Outra coisa! Doei seu computador, seu notebook e seu tablet para os carentes lá do morro. Agora eles vão poder se conectar!
- Pai! Que sacanagem é essa?
- Não é sacanagem não, filho! Nós petistas defendemos a doação do que não é nosso, lembra? Doamos aviões, helicópteros, tanques... O que é um computador, um tablet e um note diante disso? Prestes a entrar em colapso, o garoto recebe a última notícia:
- Filho, lembra daquele assaltante que te ameaçou de morte, te espancou e roubou teu celular? Vou agora mesmo retirar a queixa e depois para a porta da penitenciária exigir a soltura dele, dizendo que ele é inocente!
- Pai... pelo amor de Deus... Você não pode fazer isso... O cara é perigoso!
- Perigoso nada! É direitos Humanos que nós pregamos, filho! Somos petistas com muito orgulho!
- Mas o cara me espancou! Me roubou, pai!
- Alto lá! Não há provas disso! Isso é estado de exceção! O rapaz é inocente! Nós fizemos a mesma coisa com os companheiros acusados no mensalão!
- Mas ele estava armado quando a polícia chegou!
- E daí????? Ele estava armado mas quem prova que a arma era dele? A revista Veja? Isso é coisa de reaça, filho!
- Papai, você ficou doido! E o pai finaliza:
- Fiquei doido, ô seu filho da puta? Na hora de defender bandido que roubou uma nação você é petista, mas se roubarem você, deixa de ser. Na hora de doar, perdoar dívidas e fazer financiamentos com o que é dos outros, você é petista. Mas se fizer o mesmo com você, deixa de ser. Na hora de dilapidar o patrimônio nacional, vendendo o que é mais precioso e não pertence ao PT e sim ao povo, você é petista, mas se vender metade do que é seu, você deixa de ser! Dito isso, tirou o cinto de couro grosso e mandou a cinturada no moleque!
- TO-MA IS-SO SEU FI-LHO DA PU-TA CRE-TI-NO PRA APRENDER A SER HOMEM E ASSUMIR SUAS IDEIAS! VAGABUNDO ORDINÁRIO! SALAFRÁRIO! PEGA AS SUAS COISAS E SUMA DAQUI!
- Vou pra onde, papai? Perguntou chorando...
- FODA-SE! Agora você é um dos sem-teto que você defende, seu moleque cagão! E vai se consultar com médico cubano, porque eu cancelei teu plano de saúde!
Dois dias depois o moleque bateu na porta curado. Não era mais petista e não havia mais DCE ou JPT. E nem chamava o pai de "reaça".
E o milagre da educação aconteceu. 
texto (Diogo Mainardi)

Mao Tsé-tung, o grande teórico do marxismo-leninismo

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Por entre as cortinas de neve, que cai às rajadas na Praça Vermelha de Moscou, um grande cerimonial cerca os restos mortais de Stalin, que foi embalsamado e vai ser sepultado no mausoléu em que repousa o corpo ressequido de Lênin. No meio das personalidades que seguem  urna, fustigadas pelo vento glacial, a silhueta cinzenta de Chu En-lai, com seu cabelo negro cortado rente, destaca-se na primeira fila, à frente de todos os outros dirigentes comunistas, à frente do próprio Molotov.
     Enquanto esteve vivo, o ditador, a China, considerada país atrasado, ocupava o terceiro lugar, depois da Polônia e Tchecoslováquia.
     Hoje, seu representante tem procedência sobre todos. E não se trata sequer do próprio Mao Tsé-tung, mas de seu representante. Porque Mao, depois de ter hesitado, desistiu de vir pessoalmente a Moscou. Não era a ele que cabia incomodar-se – mesmo para prestar homenagem a seu amo (que não tivera tempo de se transformar em rival) – mas Malenkov é que iria a Pequim. Chu En-lai chegava bem. Por seu lado, Mao contenta-se em publicar um artigo necrológico, no qual, em termos cuidadosos, exalta as qualidades do falecido membro do Partido, “que foi, que é, que ficará sendo nosso modelo”.
     A agência “Nova China” deu a conhecer ao mundo inteiro que, sabendo da morte de Stalin, Mao Tsé-tung manifestou viva emoção, que foram vistas lágrimas assomar-lhe aos olhos. A verdade é que era hábil e de bom verter uma lágrima pelo homem que excluíra Mao do Partido Comunista, que apoiara seu adversário Chang Kai-chek, que medira mesquinhamente seu auxílio à jovem China Popular, que tentara “satelizar” o país de Mao e arrastá-lo a uma operação perigosa na Coreia. Mao Tsé-tung sabia perfeitamente que, à medida que seu poder aumentasse, haveria choques com Stalin. Era tão patriota e racionalista como ele; tão ambicioso e tão inteligente, se não mais.
     Esta morte evitava o choque entre os dois homens. Permitia plasmar para sempre, na galeria de imagens da China de Mao, um Stalin com expressão de mestre respeitado, admirado, seguido. Evitava a questão de saber quem era o herdeiro espiritual de Lênin – pelo menos só a Mao deixava a missão de responder. – Autorizava o chefe da China Vermelha a reivindicar a herança. E libertava-o do dever da deferência: de futuro poderia dirigir-se aos “irmãos” soviéticos num plano de total igualdade, se não até de uma certa superioridade.
     Mais uma vez, Mao enxerga longe. Apenas vinte e um dias passados sobre a morte de Stalin, Chu En-lai assina em Moscou um novo acordo, nos termos do qual a Rússia vai fornecer, no curso de seis anos seguintes, os meios para a China realizar 141 projetos industriais de grande envergadura: barragens, complexos metalúrgicos, fábricas de tratores, refinarias de petróleo, centrais elétricas, fábricas de produtos químicos. A modificação da atitude de Moscou não se manifesta apenas no setor de auxílio econômico. Traduz-se também – o que é ainda mais importante  para Mao – no plano ideológico. Quando o senhor da China Nova faz sessenta anos, o Comitê Central do Partido Comunista Soviético envia-lhe uma mensagem, em dezembro de 1953, em que figura textualmente esta frase: “grande teórico do marxismo e do leninismo”. É um fato sem precedentes. Situa de golpe o destinatário acima dos signatários da mensagem.
     A lua de mel com os sucessores de Stalin vai continuar. A 1º de outubro de 1954, Kruschev, Bulganine e Mikoyan vêm a Pequim assistir às comemorações do primeiro aniversário da Rpública Popular. Malenkov, que continua presidente ttular do Conselho, já não passa de um títere. A nova equipe prodigaliza a Mao Tsé-tung as mais evidentes manifestações de deferência. Meio milhão de chineses, aglomerados na praça de Tien An Men, verificam maravilhados o respeito que seu presidente merece dos chefes da “nação guia” do bloco comunista.
     Um novo acordo, assinado durante essa visita, transforma em verdadeira aliança o tratado de 1950 e sublinha que “as relações amigáveis entre a URSS e a China constituem a base de uma estrita colaboração entre os dois Estados, de acordo com os princípios de igualdade de direitos, de vantagens recíprocas, de respeito mútuo, de soberania nacional e de integridade territorial”. A assistência soviética à China é ainda aumentada: mas “tendo em conta o reforço militar da China”, os russos evacuam definitivamente de Porto Artur e transferem para os chineses as parcelas de que são detentores nas sociedades mistas criadas em 1950. O domínio soviético sobre o Sikiang e sobre a Manchúria atenua-se.
     Mao Tsé-tung aproveita a oportunidade para se desembaraçar de seu opositor, de seu concorrente mais perigoso, Kao-Kang, o “Stalin Manchu”, até então almoxarife da penetração na Manchúria. A 31 de março de 1955, o Comitê Central do Partido Comunista Chinês anuncia que foi excluído do partido o “ditador do nordeste”, acusado de “múltiplos desvios e crimes”, denunciado como “traidor, conspirador, individualista ambicioso, agente do imperialismo, incorrigível renegado”, que “não só nunca reconheceu suas faltas, como até se suicidou, para exprimir sua última traição ao partido!”...
     Cinco anos mais tarde, em Bucareste, Kruschev dirá que o único crime de Kao-Kang foi opor-se à política errônea de seu Partido em relação à União Soviética. Mas por enquanto, a imprensa moscovita, dominada pelo mesmo Kruschev, felicita Mao por sua firmeza na repressão dos “oportunistas renegados e agentes do imperialismo internacional”. É o que se chama de aguentar de cara alegre...



     Com o desaparecimento de Kao-Kang, com a adesão incondicional dos outros dirigentes chineses filo-soviéticos, como Li Li-san, e Lin-Piao (este ainda vai suir muito...), Mao Tsé-tung conquistou, se não o primeiro lugar no movimento comunista internacional, pelo menos uma espécie de condomínio do “campo socialista”, lado a lado com os dirigentes moscovitas. Que grande caminho percorrido desde as laboriosas negociações de Moscou em 1950..
     Só falta agora conquistar a chefia do que se começa então a chamar “Terceiro Mundo” – essa massa de povos ex-coloniais que procuram seu lugar no tabuleiro de xadrez da política mundial.
     A conferência de Bandung vai dar-lhe o necessário trampolim.



     A 18 de abril de 1955, na cidade indonésia de Bandung, que tem um milhão de habitantes e está na ilha de Java, algumas centenas de delegados, que representam a maior parte dos países africanos e asiáticos, reúnem-se para a primeira conferência do “terceiro Mundo”.
Qual é o fato mais importante desta conferência?
Pergunta a Nehru um jornalista norte-americano.
O simples fato de se realizar – declara o primeiro-ministro indiano, que tem a esperança de se impor como líder deste “terceiro mundo”.
     Nehru não será, porém, a única vedete de Bandung. Mal começa a conferência, num palácio construído pelo holandeses e encastoado em exuberante vegetação tropical, todos os observadores, dimplomatas e jornalistas olham com atenção outros dois homens-chaves: o egípcio Nasser e o chinês Chu En-lai.
     Nasser causa boa impressão. Toma a chefia do grupo árabe e cosegue encaminhar sua tese sobre o caso da Palestina. Mas é Chu En-lai, na noite de 24 de abril , quando as agências noticiosas espalham pelo mundo “a declaração de Bandug” e os “dez princípios” aprovados, que é considerado o grande vencedor.
     E, por intermédio dele, a silhueta de Mao Tsé-tung domina o conjunto do “Terceiro Mundo”, que tomou consciência de sua força.
     Já nove meses antes, na conferência de Genebra sobre a Indochina – a primeira grande conferência internacional em que a China Popular esteve representada – Chu En-lai se impusera, sobrepondo-se a Molotov, que se mostrava inquieto, sem instruções precisas, prestes a ser desautorizado no caldeirão efervescente de intrigas do Kremlin. Já então, em Genebra, Chu En-lai se beneficiara do restígio deixado pela vitória dos “voluntários” chineses na Coreia do Norte e pela batalha de Dien-Bien-Phu, na qual, por trás das divisões de Giap, se sentira a batuta do chefe da orquestra de Pequim.
     Em Bandung, atinge-se o segundo objetivo importante de Mao Tsé-tung. Seu representante, numa semana de discursos, de declarações, de recepções dá à China a chefia do magma afro-asiático, o que deixa os ocidentais espantados e demonstra a Kruschev que Mao Tsé-tung não é apenas co-diretor do campo comunista mas também o potencial chefe da fila de quantos contestam a supremacia do branco.
     Para começar, a Rússia não foi convidada para Bandung, e a China – que não se poderia deixar de convidar, muito embora a maioria dos participantes fosse anticomunista – não se empenhou para que se reconhecesse na Rússia sua qualidade de nação asiática. E não se deixaria assim pairar desde logo a dúvida sobre a legitimidade da presença na Sibéria e na Ásia Central?
     Depois, Chu En-lai ouviu sem um protesto os discursos mais anticomunistas, as acusações mais graves contra o “colonialismo soviético”, com Nehru espumando de indignação e invectivas. Mostrou-se campeão da coexistência pacífica, mestre da conciliação, a própria encarnação da afabilidade. Não disse uma palavra em defesa da União Soviética, sentada no banco da infâmia por muitos delegados. Melhor ainda, convidou – com grande furor de Nehru – os oradores de mais exaltado anticomunismo a visitarem Pequim.
     “É preciso que se avistem com o Presidente Mao” – dizia-lhes, enquanto na tribuna declarava:
     “A delegação chinesa veio a esta conferência em busca de unidade e não de discussões. Nós, comunistas, não escondemos nossa fé no comunismo e a convicção de que o sistema socialista é um bom sistema. Mas não é do interesse desta conferência proclamar cada um sua ideologia. A delegação chinesa veio em busca de bases comuns, não para criar divergências...” Resultado: na altura em que se abriu em Bandung a conferência, dos vinte oito países ali representados só sete tinham reconhecido o regime de Mao. E a 24 de abril de 1955, uma semana depois, na recepção de encerramento, o Presidente da Indonésia, Sucarno, fez sentar à sua direita, não o neutralista Nehru, mas o comunista Chu En-lai
     E a maioria dos vinte e oito países anunciou a intenção de reconhecer o governo de Pequim. O grupo árabe, com o Egito à frente, fê-lo imediatamente. Muitas outras delegações estabeleceram acordos comerciais com a China. E a própria Índia considerou de boa política a presença da China no Tibete.
     Assim, depois de ter assumido a direção do bloco comunista, Mao Tsé-tung torna-se o inspirador dos países que se afirmam “não comprometidos”.



     Em sua vivenda, a um quarteirão da “Cidade Proibida” de Pequim, nessa primavera de 1955, Mao Tsé-tung, rodeado pelos elementos da comissão política, ouve com satisfação o relatório de Chu En-lai, de regresso de Bandung. Sua autoridade e seu prestígio nunca foram tão grandes.
     Quando todo mundo se retira, depois de trocar impressões com Liu Chao-chi (que então ainda é “seu fiel” Liu Chao-chi) cada vez mais magro e mais curvado, Mao vai ao encontro da terceira mulher e da filha. E num grande divã da sala de estar, mobiliada à chinesa, sente que certa fadiga o abate. Os efeitos da idade começam a fazer-se sentir. Cada vez é menos o tempo – e o desejo – de nadar no lago do Palácio de Verão, ou no Yang-Tsé, embora estas atividades esportivas sejam muito úteis para manter a lenda de que o cercou. E cada vez é menor o prazer que lhe dá a composição de versos. Sente nos ombros o peso das responsabilidades que se tornam esmagadoras.
     Mao olha para um espelho e tem dificuldade em reconhecer o revolucionário pálido da “Grande Marcha”, o chefe magro que fazia lembrar aos jornalistas  norte-americanos a figura de Lincoln. O rosto arredou-se e a bochechas gordas começam a cair. A célebre verruga do queixo aumentou de volume. A calvície vai subindo, fazendo alastrar a testa, cujo cimo se alonga e afasta para os lados a cabeleira que perdeu a cor negra da “asa de corvo” e vai ficando grisalha. As mãos que outrora eram finas e fortes, tornaram-se nodosas. O reumatismo deforma as articulações dos dedos e já não lhe é fácil segurar o pincel para escrever ou para pintar, porque continua gostando da pintura, especialmente de paisagem em que corre um riacho tranquilo.
     Só o vestuário em nada mudou. Continua sendo o mesmo terno cinzento-escuro, de lã, abotoado até ao pescoço, as mesmas calças demasiadamente largas, as mesmas meias caindo sobre os sapatos pretos sempre ml engraxados.
     A mulher traz-lhe “mao-t'ai”, um licor de sua terra do Hu-Nan. Com a idade, Mao faz-se mais guloso. Continua comendo muito, mas quer a comida cada vez mais condimentada, bem regada de vinho tinto chinês. Está fumando mais: quase cem cigarros por dia, fumo de rolo, que gosta de enrolar o cigarrinho fino.
     Também gosta de mascar sementes de girassol e não se envergonha de as cuspir depois, mesmo em público.
     Na verdade, à medida que envelhece vai ligando menos à boa educação. Já tem chegado, quando o calor aperta, a tirar as calças para presidir de ceroulas às reuniões da Comissão Política. Não tenta sequer uma atitude cortês. Pelo contrário, com o correr dos anos vão-se acentuando a rusticidade do camponês e a liberdade de linguagem do soldado que foi. Chama as coisas pelos seus nomes, funga, arrota, não procura esconder ruídos de seu corpo gorducho. Sabe muito bem que ninguém ousaria mostrar-se incomodado. A esposa é lhe dedicada, admira-o como a um deus.
     É a terceira mulher. Desposou-a durante o período de Yenan, em 1939. Antes de se apaixonar por aquele chefe quase sem tropas, por aquele presunçoso que desafiava até mesmo Chang Kai-chek, o Ocidente europeu, a América, o Japão, Stalin e a própria China imensa, foi atriz e participou de filmes sob o nome de Lan Ping. Virá a ser, anos mais tarde, uma impulsionadora da “Revolução Cultural”.
     O casal tem uma filha, que é estudante e parece não se interessar pela política mais do que se sente obrigada como cidadã da China Vermelha e de filha do Presidente Mao. Quanto ao filho de um anterior casamento de Mao, é engenheiro na província e também não é figura pública.



     Mao tem sessenta e dois anos... É jovem, apesar de tudo, para chefe de Estado. Mas numa altura em que seu Império consegue uma posição especial no mundo, que a China sai do isolamento e começa a desempenhar o papel que lhe proporcionam seus seiscentos milhões de habitantes, não terá chegado a altura de se fazer substituir?
     Mao Tsé-tung pensa nisso por vezes, mas depressa afasta esses pensamentos. Não, ainda não chegou o momento do repouso. Há muito que fazer: conseguir que sua China entre pela porta grande dessa ONU que pretende excluí-la. É preciso – e esse é o único meio de ser admitido no clube dos supergrandes deste mundo – dispor de armas atômicas. E para isso não pode contar com a Rússia, só pode contar consigo mesma.
     Precisa que a economia se organize, que a indústria chinesa se torne comparável pelo menos à da Inglaterra, que, por seu turno, já interrompeu o diálogo nuclear russo-americano.
     Mao não pode por isso ceder à tentação de abandonar o poder, de se consagrar a literatura, à pintura, à redação da obra que tem no espírito e que será uma nova doutrina comunista, doutrina que terá a raiz, mas apenas a raiz, no marxismo-leninismo e que dará soluções modernas a essa metade da humanidade cimentada pela miséria comum e pelo mesmo desejo ardente de se livrar dela. Deve esperar ainda algum tempo pela hora de legar à posteridade a carta de um novo comunismo, nacional, revolucionários em escala de povos, e não de classes sociais. No momento, precisa continuar a reforma da China, porque a revolução está se se enquistando.
     E, antes de decidir o novo rumo em que vai lançar sua República Popular, agora triunfante no exterior mas ainda vegetando no interior, Mao Tsé-tung fez o balanço do que se passou nos últimos anos.



     As primeiras medidas que Mao decidiu a tomar em 1950 eram transitórias orque, sob pena de paralisia geral do país, era preciso poupar os tíbios, os opositores moderados, mesmo os adversários quando podiam contribuir para o estabelecimento futuro de uma gigantesca nação coletivizada.
     A luta na Coreia, com a extraordinária psicose da “guerra santa contra o imperialismo e o colonialismo”, que suscitou, permitiu substituir a tolerância pelo terror. Friamente, Mao Tsé-tung redigiu a famosa lei de 21 de fevereiro de 1951, sobre a “supressão das atividades contra-revolucionárias”. É uma lei única, em seu gênero.
     Considera “a priori” suspeitas as seguintes categorias da população chinesa:
Os guerrilheiros nacionalistas, os espiões, os elementos da sociedades secretas, os bandidos, os “não sociais”.
Os elementos das profissões burguesas ou liberais, os comerciantes que tenham trabalhado com o estrangeiro, os intelectuais da oposição.
     Nenhuma garantia legal é assegurada aos suspeitos. Não é necessária a menor prova para o julgamento sumário por um “tribunal popular” improvisado. Basta uma simples denúncia.
     E logo em todo o país, a começar pela capital, se organizam monstruosos processos públicos nos estádios, nas praças das cidades e das aldeias. Por toda a China reina uma atmosfera exaltada, feita de entusiasmo, de denúncia e de terror. Numa só noite, são detidas em Xangai vinte mil pessoas e logo julgadas. As execuções em massa, nas quais dezenas ou centenas de condenados são fuzilados na presença de toda a população reunida, encerram os processos em que a multidão ululante que “julga” os grupos de “suspeitos” reúne por vezes muitas centenas de pessoas. Chu En-lai anuncia que 16 por cento dos “suspeitos” julgados são executados. Nas estimativas mais prudentes fala-se de um a três milhões de vítimas desta campanha de terror, percentagem que, mesmo em relação ao número de habitantes (entre 500 e 600 milhões), é enorme.
     Quando acabam os fuzilamentos, em outubro, chega a vez de irem para o banco dos réus intelectuais que haviam escapado ao terror. O escritor Kuo Mo-jo é encarregado por Mao Tsé-tung de obrigar os intelectuais que se afastaram da “linha” do partido a procederem à autocrítica. Kuo Mo-jo é um trânsfuga do antigo regime e na tarefa que lhe é confiada demonstra todo zelo habitual dos neófitos.
     Ao mesmo tempo, Mao reforma o ensino e obriga os mestres a abandonarem a tendência tradicional para as artes e filosofia e a dedicarem-se às ciências extas, à técnica, à especialização acelerada dos alunos de todos os graus.
     Depois de arrasar assim seus compromissos iniciais, Mao trata das próprias engrenagens do sistema, dos hábitos de trabalho, dos costumes públicos e privados do funcionalismo, cujo número cresce demasiadamente. É a campanha dos “três anti”:
anticorrupção,
antiesbanjamento,
antiburocracia.
     Aos “três anti” vêm suceder, em breve os “cinco anti”, desta vez para o combate ao que resta dos “capitalistas nacionais”, dos “burgueses”, dos comerciantes:
anticorrupção de funcionários,
antifraude fiscal,
antidesvio dos bens públicos,
antifraude comercial,
antiextorsão de informações em prejuízo do Estado.
     Esta segunda campanha serve especialmente para se liquidar a menor influência das classes sociais burguesas que sobreviveram à revolução e ao terror, e para transferir para o Estado suas empresas. Já então se encontram nacionalizadas toda indústria pesada e a maioria da indústria dos bens de consumo. As campanhas dos três e dos cinco “anti” mergulham de novo a China numa atmosfera de loucura coletiva: as denúncias, as reuniões públicas, a desorganização da administração e dos circuitos de produção e de distribuição parecem preceder a anarquia. Mas o punho de ferro de Mao Tsé-tung restabelece a ordem. No plano rural, o presidente estimula a constituição de “equipes de auxílio mútuo” em toda a aldeia. Começa a coletivização geral. E os resultados desta braçada de madeira verde, lançada na fogueira da grande confraternização da vitória, vai dar seus primeiros frutos: a produção agrícola e industrial iguala, em fins de 1952, o melhor nível que se registrara antes da guerra com o Japão; controme-se novas vias férreas e novas barragens.
     Sobre este ponto de partida estabelece-se o primeiro plano quinquenal de recuperação econômica dirigido por Mao Tsé-tung. Como fato sem precedentes, a indústria está superando a agricultura, e as empresas, em sua totalidade, passam para o Estado. Até os artesãos se reúnem em cooperativas. Entre os camponeses começa implacavelmente a coletivização das terras, dal alfaias agrícolas e dos animais de trabalho, embora cada um possa conservar uma jeira de terra, uma vaca ou um porco.
     Pouco a pouco, a China adapta-se ao molde preparado por Mao Tsé-tung. Mas o movimento é lento e o aumento econômico, que é incontestável, deve-se em grande parte ao auxílio soviético, aos técnicos que o Kremlin cede à China, à maquinaria que lhe envia. Ora esta ajuda incomoda Mao, devido à quebra de seu prestígio pessoal e pela importância que tomam aos olhos da nova geração chinesa tantos “conselheiros” soviéticos, tantos técnicos vindos da Rússia, toda a ajuda evidente que, a longo prazo, poderá restabelecer os laços de dependência que a morte de Stalin parecia ter desfeito. Por outro lado, é preciso reconhecer que os militares de russos vieram para a China em missão de assistência começam a se comportar exatamente como seus predecessores americanos, ingleses, franceses ou alemães... E para isso contribuem o antigo racismo latente nos russos em relação aos amarelos, o complexo de superioridade dos que se encontram num só país muito menos desenvolvido que o seu.
     Em resumo, depois de ter dissecado as repercussões dos acontecimentos que marcaram o desenvolvimento interno de seu país nos últimos seis anos, Mao Tsé-tung chega à conclusão de que é necessário atuar em dois pontos preciosos: alimentar novamente o ardor dos chineses pelo trabalho, sobretudo nos quadros intelectuais e técnicos, esmagados pelos anos de terror e pelo renascimento da burocracia; voltar ao bom caminho nas relações com a União Soviética, cuja política internacional, em sua opinião demasiadamente conciliadora, o está inquietando, e cujo chefe, Nikita Kruschev, lhe parece ter pouca envergadura. Ora, para Mao Tsé-tung o bom rumo nas relações sino-soviéticas é o da igualdade absoluta. Os acontecimentos vão-lhe dar oportunidade para intervir.


Fonte: Mao Tsé-tung, o imperador vermelho de Pequim, E. Krieg. Páginas 204 a 216.

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Mao Tsé-tung, o visionário

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Mao Tsé-tung vê longe. No Yenan tem quase a reputação de um visionário. Em todas as paredes da remota capital do comunismo chinês há estribilhos glorificando suas faculdades mentais e sua força de vontade.
     Em todos os locais em que se combate, na China, o milho e os fuzis dos soldados comunistas se equivalem largamente aos aviões e fuzis dos seus irmãos e adversários, e é em grande parte aos princípios estratégicos de Mao Tsé-tung que o Exército Vermelho deve essa equivalência. Recusa sempre que é necessário e jamais teima em conservar uma cidade. Pelo contrário, retira-se voluntariamente de muitas localidades, distantes uma das outras, depois isola-se do grosso das tropas nacionalistas, para as esmagar sem dificuldades. O Exército Vermelho começa assim a apoderar-se de quantidades importantes de material norte-americano. Chu-Té recorda às suas tropas as instruções dadas por Mao em 1936 para a luta contra os japoneses e que voltam a ter atualidade:
     “Temos acesso à produção dos arsenais de Londres, como à dos arsenais de Hang-Yang e, o que é ainda melhor, há de ser-nos entregue pelas próprias unidades de transporte do inimigo. Não se trata de uma braçadeira, mas de pura verdade...”
     Londres devia substitui-se com Chicago ou Washington. Mas o fundo destas instruções continua sendo verdadeiro – os exércitos comunistas têm toda a facilidade de se equipar com o material do inimigo: as unidades nacionalistas, ao sabor das negociatas à chinesa ou dos golpes de azar provocados por seu mau comando e pelo moral deficiente perdem carros, caminhões e metralhadoras a um ritmo que se acelera sempre.
     Perdem também homens. E não apenas em mortos e feridos. Mos Tsé-tung estabeleceu centros de recondicionamento de prisioneiros. Em poucos meses, o soldado nacionalista é transformado de “escravo bestializado” em “combatente valoroso e consciente”. O primeiro estágio, e o mais importante para a lavagem de cérebro, é a abertura das comportas psicológicas, com as “amargas lamentações”. Rapidamente à força de procurar, de descobrir e de exprimir suas razões de queixa – ainda mais dolorosas por serem justificadas – contra seus precedentes anos, o coração do soldado nacionalista esvazia-se a tal ponto que fica espaço livre para os princípios comunistas. E essas nossas máximas pouco custam a fixar, porque o soldado é agora tratado como um homem. Seus oficiais cuidam dele e asseguram-lhe a satisfação de suas exigências materiais. É por tudo isso que Mao não atribui grande importância à notícia, a 11 de outubro de 1946, da tomada de Kalgan pelas forças nacionalistas. Sabe muito bem que, mais dia menos dia, há de ficar com aquelas tropas, como já ficou com outras, e que algumas semanas de “amargas queixas” as transformarão em unidades de bons soldados velhos.
     Seguro de suas previsões e com a consciência de sua crescente força, Mao Tsé-tung, em meados de setembro, pedira ao seu principal negociador, Chu En-lai, que endurecesse de atitude de nas negociações intermitentes, que continuam, apesar de tudo, graças aos esforços de Marshall. No dia 16, o diplomata de sorriso tão eficaz segue Nanquim para Xangai. Antes de partir, Chu En-lai tem o cuidado de exercer sobre Marshall a última tentativa de pressão: “Diga a Chang que, caso continue atacando a cidade de Kalgan, perde-se toda possibilidade de acordo.”
     Marshall vai imediatamente a casa do generalíssimo que o recebe com uma docilidade já muito embotada por doze meses da colaboração diárias.
     “Não tome Kalgan, se não vou-me embora” – declara-lhe o “mediador”.
     Perante a surpresa geral, Chang cede.
     Por isso, as forças nacionalistas param, mais de uma vez, e a 5 de outubro, Chang Kai-chek propõe nova trégua de dez dias. Aceita a tal “Comissão dos Cinco” proposta em agosto por Stuart e declara que durante o período da suspensão de hostilidade os “Três” e os “Cinco” tratarão de solucionar os problemas militares e políticos em suspenso. E logo Chu En-lai, seguindo as instruções de Mao Tsé-tung, repete suas condições, entre as quais o direito de veto no Conselho de Estado (com os 14 votos para os comunistas e a Liga Democrática) e a retirada das tropas de Chang das posições ocupadas a 13 de janeiro. Como é natural, Chang Kai-chek recusa e Marshall fica seriamente aborrecido.
     Nestas condições, o generalíssimo ordena a tomada definitiva de Kalgan, cuja posse permitia aos comunistas ameaçarem Pequim e Tien-Tsin. Mas Mao Tsé-tung, como se viu, não fica muito impressionado por este avanço. Porque tem boas razões.
     Chang Kai-chek também tem as suas, baseadas principalmente na força militar que continua convencido de ter. Em fins de outubro, termina a limpeza do Hu-Pée do sul do Ho-Nan e apodera-se de Antung, grande cidade manchu na fronteira com a Coreia.
     O “Gimo” sente-se radiante mas Chu En-lai protesta firmemente e Marshall tem novo aborrecimento. Tenta mais um diligência junto a Chang, fala-lhe de moderação e, sobretudo, de bom julgamento; em sua opinião, nada está solucionado, bem pelo contrário, e a situação não depende das armas, mas das finanças e da economia. Chang Kai-chek atingiu a maior parte de seus objetivos estratégicos. Aproxima-se a reunião da Assembleia Nacional – a 12 de novembro. E tem a intenção de proceder agora a uma ofensiva “democrático parlamentar”.
     Por isso pede o “cessar fogo”. Esta sua cegueira em nada modifica a situação em que se encontra a China. Ao fim de quinze anos de guerra, a economia do país está devastada, a Manchúria (que representa 70 por cento da produção industrial) não está integrada no circuito nacional e as finanças vão sendo arrastadas no mesmo turbilhão que a Alemanha registrou em 1930. Entre 1° de janeiro de 1946 e 1° de janeiro de 1947, a cotação do dólar norte-americano passa de 2.000 para 6.000 dólares chineses e continua a inflação – que se classifica com acerto de “galopante”. Como é de se supor, à medida que se agravam as condições de vida, acentua-se a tradicional corrupção. No Exército, já muito numeroso, há divisões completas de “soldados fantasmas”, que não existem mas figuram nas listas da administração e da contabilidade, para se rechearem os bolsos de generais desonestos.
     A população sofre cada vez mais com a falta de verdadeiras autoridades e, nas cidades, o desemprego aumenta à medida que cresce o número de fábricas e de empresas que encerram suas portas.
     Há seis meses os americanos, graças a um novo tratado de comércio, podem enviar suas mercadorias praticamente com isenção aduaneira. E, como seria de esperar, a indústria chinesa, já fraca e anêmica, não resiste a mais este golpe. O estado de espírito dos operários modifica-se lentamente. Até então indiferentes aos grandes problemas políticos, começam a derivar lentamente – e não é tanto na direção de Mao Tsé-tung como para longe de Chang Kai-chek. Floresce o mercado negro. Tudo favorece seu crescimento monstruoso: escassez dos produtos, pobreza das massas, riquezas de alguns e imperícia do governo. Enquanto os “grandes” acumulam fortunas com a maior facilidade, os “pequenos” são atingidos sem piedade. De Xangai, Chu En-lai descreve a Mao Tsé-tung o espetáculo edificante a que assiste. Wu, o presidente do município (nomeado por Chang Kai-chek) lança no fim do ano uma grande ofensiva contra o “mercado negro” ( o pequeno “mercado negro”). Todos os dias a Polícia cerca e prende os vendedores nas ruas. Por vezes milhares de outros vendedores ambulantes juntam-se e marcham sobre as prisões, para libertar seus “confrades”.
     Curiosas manifestações, cegas talvez, (embora Chang pretenda ver nelas a influência de Mao), mas na verdade bem reveladoras de profundo mal-estar. Tudo isto é conhecido por Marshall. E várias vezes o repetiu a Chang, mas este não o quer ouvir. Sentindo-se forte com as vantagens militares, que julga definitivas, só pensa agora em tratar do lado da “democracia”.
     A Assembleia Nacional reúne-se a 15 de novembro. Não estão presentes os comunistas nem os deputados da Liga Democrática. Mas é votada uma constituição baseada nos princípios aprovados por todos os partidos na anterior Conferência Política Consultiva.
     Chu En-lai que volta a Nanquim dias depois, a pedido de um novo agrupamento, o “Terceiro Partidos” – continua firme na sua hostilidade. Recusa-se a reiniciar as negociações enquanto Chang Kai-chek não ordenar às suas forças que regressam às posições ocupadas em janeiro. Finalmente, regressa a Yenan, em 19 de novembro, por ordem de Mao Tsé-tung. E este esclarece sua posição afirmando, numa declaração pública, que não reconhece a Assembleia Nacional e que se recusa, daí em diante, a fazer qualquer nova negociação com Chang Kai-chek.
     É a ruptura total. Foi Mao Tsé-tung quem virou a mesa, mas Chang Kai-chek nada fez para impedir. Metido entre os dois, Marchall nada podia fazer. Num longo relatório consciencioso, publicado pela Secretaria de Estado depois de seu regresso a Washington (6 de janeiro), considera que os dois lados têm responsabilidade, embora jogue aos extremistas de cada um dos partidos a culpa de um desentendimento que, no entanto, parece perfeitamente natural. Segundo Marshall, os “comunistas não escondem a intenção de trabalhar para o estabelecimento na China de um governo de tendência comunista, embora pretendam chegar a esse objetivo utilizando um governo de forma democrática do tipo inglês ou americano”. Fica assim explicada a razão desta “ilusão Marshall”, que durante um ano embalou os Estados Unidos … Como poderia o “mediador perceber seu caso, se se enganava tão completamente quanto ao pensamento de um dos dois protagonistas? Marshall sabia que Chang Kai-chek se opunha terminantemente a “um governo de tendência comunista”. É ele mesmo que o afirma em seu relatório.
     Mas não sabia que Mao Tsé-tung esperava tomar o poder por qualquer meio. No entanto, Mao jamais tentara sequer mascarar suas intenções. Em sua opinião, o poder permanece naturalmente ao povo – ou seja: aos pobres e aos esfomeados atualmente oprimidos pelos ricos. Por isso pouco importam os meios para entrar na posse desse dinheiro natural. Já em 1920, Mao escrevera: “Em sua conferência, em Chang-Chá, Russell mostrou-se a favor do comunismo; mas contra a ditadura do operariado e dos camponeses. Disse que era necessário empregar a educação como método para modificar a consciência das classes abastadas e que, assim, não seria necessário lomitar a liberdade nem correr à guerra e a revolução com sangue.... As minhas objeções à opinião de Rushell podem formular-se em poucas palavras: tudo isto está bem, como teoria, mas na prática é irrealizável”.
     Para Mao Tsé-tung, a palavra “democracia”, como entendem os reacionários não passa de uma designação deturpada, que esconde um poder usurpando, cuja conquista não exige um processo “parlamentar” ou “democrático”. Neste aspecto, Mao é um comunista ortodoxo e Marshall foi bem ingênuo, ignorando-o.
     Depois de ter afirmado que Mao pretende aproveitar-se das vias democráticas habituais, Marshall, em seu relatório, julga que “os esforços sinceros para chegar a um acordo foram várias vezes destruídos pelo elementos extremistas dos dois campos”. E Conclui: “Para salvar a situação, penso que os liberais e os partidos da minoria deveriam tomar o poder. Contam com um esplêndido grupo de homens, ao qual faltou até agora o poder político para exercer uma influência eficaz. Sua ação com êxito, sob a égide do generalíssimo, poderia, segundo penso, restabelecer a unidade da China com um bom governo.”
     Isto equivale a dizer que, além de se ter enganado quanto a Mao, Marshall também estava enganado quanto a Mao, Marshall também estava enganado quanto a Chang Kai-chek. A “Liga Democrática”, de que o general norte-americano quer falar, é a causa dos pesadelos do “Gimo”, hipótese de modificação política na China. Jamais Chang a deixaria chegar ao poder, porque seria grande o perigo de esses “neutralistas”, como lhes chama, o substituírem, pouco a pouco, na amizade dos norte-americanos e na chefia do país.
     Ilusões, ilusões, apenas ilusões, por consequência, na missão do general Marshall. E no próprio dia em que Marshall é chamado aos Estados Unidos, para longe daquela terra estranha, misteriosamente devorada por um mundo ainda mais incompreensível para cérebros de gente bem alimentada, Lin-Piao passa o Rio Sungari.


Fonte: Mao Tsé-tung, o imperador vermelho de Pequim, E. Krieg.




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Defendeu o “não” no plebiscito do acordo com as Farc por considerá-lo concessivo demais, é contra a regulamentação das drogas e considera que o país não tem como absorver sozinho os venezuelanos.
(Entrevista Sylvia Colombo - Buenos Aires - Folha de S. Paulo, 04) 1. Folha: Qual é o principal desafio da Colômbia hoje? A que a sra. se dedicaria em primeiro lugar?
Marta Lucía Ramírez: Institucionalizar o país e conseguir que todos, sem distinção, estejamos submetidos ao império da lei. Do ponto de vista econômico, o governo que está saindo deixou o Estado sem fundos e não avaliou bem sua gestão do gasto público. Devemos aumentar nossa arrecadação, eliminar gastos desnecessários e apostar na diversificação da nossa economia.
2. SC: Qual será o peso, nessas eleições, da opinião dos colombianos sobre a implementação do acordo de paz com as Farc?
MLR: Muitos colombianos ainda não estão satisfeitos com a decisão que o governo de Juan Manuel Santos tomou de desrespeitar o resultado do plebiscito de 2016 [em que venceu o “não” ao acordo de paz]. Nós que defendemos o “não” também queremos a paz, mas uma paz com condições, uma paz em que a impunidade não triunfe.
3. SC: A suspensão das negociações com o ELN (Exército de Libertação Nacional) terá impacto nas eleições? Em que sentido?
MLR: Penso que aumentará a incerteza dos colombianos sobre a viabilidade dos acordos de paz, pelo menos do modo como são estabelecidos sob os parâmetros deste governo. No meu governo, eu assumirei e liderarei essas negociações, mas pensando sempre em fazer valer o interesse dos colombianos, estabelecendo as bases para que se cumpram as condições mínimas para a paz, com as premissas de verdade e reparação.
4. SC: Mas a sra. revisaria o acordo de paz com a Farc?
MLR: Sim. Especialmente no que diz respeito a indultos e anistias para a base guerrilheira. Eu colocaria mais foco em se fazer Justiça, algo relegado no acordo atual [em que se estabeleceu um foro especial para os ex-guerrilheiros, se ofereceram indultos e anistias para crimes menores e reparação às vítimas nos demais.
5. SC: Os números da macroeconomia são bons para a média da região, mas ainda há muita desigualdade. Como faria para que a boa performance econômica se converta em benefícios aos mais humildes?
MLR: Temos de atacar o problema em duas frentes. De um lado, precisa-se de crescimento, e de outro, justiça social. Além da redução de impostos, planejo enfrentar a informalidade do mercado de trabalho e o desemprego. Isso se pode melhorar através de soluções como promover o empreendedorismo e diminuir a carga tributária empresarial para criar empregos formais e de qualidade.
6. SC: O presidente Santos vem dizendo que é hora de pensar em alternativas para a guerra contra o narcotráfico. A sra. apoiaria um debate sobre a regulamentação ou legalização de algumas drogas, como fez o Uruguai recentemente?
MLR: Não. A droga já se vende aqui até nos colégios e tende a empregar em seu negócio as pessoas com mais baixos recursos. Apoiar uma legalização ou regulamentação agora não contribuirá para melhorar a educação ou as condições trabalhistas de uma pessoa. Além disso, não percebo efeitos sociais positivos da regulamentação ou legalização das drogas para a cidadania.
7. SC: O que a sra. propõe para resolver a difícil situação na Venezuela e o impacto que esta crise tem na Colômbia?
MLR: A situação da Venezuela tem de ser resolvida pelos venezuelanos. Porém, como povos irmãos, a Colômbia tem responsabilidade histórica. Porém, a Colômbia não pode ser o único país a acolher os que dali fogem nem pode oferecer oportunidades a todos os venezuelanos que cruzam nossas fronteiras. Por isso, vou propor uma definição de cotas na região latino-americana para que se distribuam mais oportunidades aos venezuelanos que deixam seu país em busca de uma melhor condição de vida. Por outro lado, trabalharemos para frear a imigração ilegal.


Ex-Blog do Cesar Maia


Um Oscar chato e “lacrador”; ou melhor: chato porque “lacrador”!


Por Rodrigo Constantino

Ninguém aguenta mais as celebridades milionárias com suas vidas disfuncionais e tantas vezes regadas a drogas bancando as vítimas e pregando moralismo barato para milhões de pessoas, como se todos fossem uns alienados que necessitassem das lições incríveis de “diversidade” e “tolerância” desses “ungidos”. Em português claro: já encheu o saco!

E o Oscar, claro, é o ápice dessa postura politicamente correta, “progressista”,...


Socialismo racista ameaça a África do Sul


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Ministro Barroso e seu ativismo ideológico no STF são um perigo para a nação


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