Supremo derruba regra de classificação indicativa na TV

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (31) julgar inconstitucional a regra que obriga as emissoras de televisão a veicular seus programas de acordo com o horário estabelecido pela classificação indicativa. Segundo a maioria dos ministros, a imposição prévia de horário para exibição das atrações é ilegal por tratar-se de censura prévia à programação das TVs.

Com a decisão da Suprema Corte, as emissoras continuam sendo obrigadas a exibir caracteres sobre classificação dos programas, mas apenas de forma informativa, podendo veicular os programas no horário que entenderem.

A classificação indicativa está prevista na Constituição e foi regulamentada no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). O partido questiona o Artigo 254 do estatuto, que prevê multa para as emissoras que transmitirem “espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação”.

Obrigação

A questão começou a ser julgada no STF por meio de uma ação impetrada pelo PTB em 2011, na qual a legenda questionou o pagamento de multa para as emissoras que transmitirem “espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação”.

O julgamento foi retomado hoje (31), com voto do ministro Teori Zavascki.  O ministro entendeu que as regras de classificação indicativa têm efeito de recomendação sobre o conteúdo dos programas, mas não pode ser tratado como obrigação para as emissoras. Para Teori, o modo de veiculação atual é ineficiente.

“O modo como se veicula a indicação, no meu entender, é absolutamente ineficiente nos programas de televisão. Isso certamente reclama medidas no sentido de aperfeiçoar o sistema. Normalmente, a indicação vem no início do programa, mas no decorrer não há nenhuma indicação.”

PTB

Os ministros Marco Aurélio e Celso de Mello também acompanharam a manifestação de Zavascki.

Anteriormente, haviam votado o relator, ministro Dias Toffoli, e três ministros que votaram em 2011: Ayres Britto (aposentado), Luiz Fux e Cármen Lúcia. Para Toffoli, as emissoras não são obrigadas a seguir os horários e só podem ser punidas administrativamente se não indicarem no início da exibição a faixa etária a qual é destinada.

A ação do PTB teve apoio da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). Organizações da sociedade civil defensoras dos direitos humanos são a favor da manutenção da classificação indicativa.

 

Agência Brasil

 

Atletas do Brasil começam a chegar ao Rio para competições paralímpicas

 

Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil

Hoje (31), começam a desembarcar no Rio de Janeiro alguns dos atletas brasileiros que disputarão as paralimpíadas entre os dias 7 e 18 de setembro. Mais cedo, no Aeroporto Santos Dumont, no centro, chegaram cerca de 50 competidores brasileiros, recebidos ao som da bateria da escola de samba União da Ilha do Governador. Eles fazem parte dos mais de 4,3 mil atletas do país que disputarão esta edição dos Jogos.

Empolgados com os resultados do atleta olímpico baiano Isaquias Queiroz, que conquistou três medalhas, duas individuais, uma prata e um bronze, e uma segunda prata na dupla com Erlon Silva, o time paralímpico da canoagem é puro entusiamo. É a primeira vez que a modalidade é incluída na paralimpíada, mas os atletas brasileiros são veteranos em medalhas. A equipe tem a vice-campeã mundial Debora Raiza, 21 anos, prata no Mundial da Alemanha, e Luis Carlos Cardoso, 31 anos,   tricampeão mundial.

Rio de Janeiro - A delegação brasileira que disputará os Jogos Paralímpicos Rio 2016 chega ao Rio. As equipes de esgrima, halterofilismo, tênis de mesa, tiro com arco, vôlei, canoagem e remo desembarcam no Aeropor

A delegação brasileira que disputará os Jogos Paralímpicos Rio 2016 foram recepcionados pela escola de samba União da Ilha do GovernadorTânia Rêgo/Agência Brasil

“Isaquias deixou muita energia positiva para que nós possamos fazer nossa história agora”, disse o atleta, do Piauí, no saguão do Santos Dumont. Ele está na seleção brasileira desde 2012, aguardando a oportunidade. “Pode ter certeza que a canoagem vai marcar [a Rio2016]”, disse.

Antes de se praticar o desporto paralímpico, Luiz Carlos era dançarino profissional do grupo que acompanhava o cantor Frank Aguiar. Em 2009, teve uma infecção que paralisou os movimentos das pernas. Pouco depois, descobriu o esporte e se tornou uma referência.

Esgrima

Com a mesma alegria, a esgrimista Mônica Santos, 33 anos, faz sua estreia em uma paralimpíada. Ela é a primeira atleta brasileira com deficiência a ser campeã em um torneio internacional de esgrima e a primeira mulher a chegar a uma paralímpiada na modalidade florete. Ela busca repetir o resultado do campeão Jovane Guissone, que foi ouro no florete nos Jogos Paralímpicos de Londres e que também competirá no Rio. “Nós vamos atrás de novas medalhas”. A esgrima tem as modalidades florete, espada e sabre.

Nas Olimpíadas Rio 2016, os atletas Nathalie Moellhausen e Guilherme Toldo, na espada e no florete, respectivamente, conseguiram avançar até as quartas de final no individual, garantindo o melhor resultado para o Brasil em sua história e ajudando a popularizar o esporte. Para a Paralimpíada, que começa na semana que vem, Mônica espera o mesmo apoio da torcida.

“A família, o marido, a filha, os colegas do esporte que não conseguiram vir, mas que estamos representando com muito orgulho, vai vir todo mundo”, disse a gaúcha. “Contamos com a torcida e convocamos todo mundo para passar energia positiva”.

A atleta perdeu o movimento das pernas em 2002, após um angioma medular durante a gravidez. Começou no basquete paralímpico, antes de encontrar a esgrima. Suas últimas conquistas foram o ouro no florete e bronze na espada no Circuito Regional das Américas 2016.

Tênis de mesa

Rio de Janeiro - A delegação brasileira que disputará os Jogos Paralímpicos Rio 2016 chega ao Rio. As equipes de esgrima, halterofilismo, tênis de mesa, tiro com arco, vôlei, canoagem e remo desembarcam no Aeropor

A expectativa é que o Brasil fique em 5º lugar no ranking de medalhas da Paralimpíadas da Rio 2016Tânia Rêgo/Agência Brasil

Apostando na torcida, Diego Moreira, 29, que também faz sua estreia na competição, pretende reunir a família do interior de São Paulo nas partidas de tênis de mesa. O atleta, que já foi bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em 2015, acredita que a boa estrutura de treino no Brasil e o apoio aos atletas olímpicos e paralímpicos trarão bons resultados.

Para medalha de ouro, brinca, vai ser preciso bater “apenas” a tradição dos asiáticos. “A China, naturalmente, é muito forte, vai dar trabalho e os países europeus, que têm uma escola forte”, disse.

O atleta começou a praticar o tênis de mesa aos 10 anos, jogou até os 18, quando fez uma longa parada. Voltou dez anos depois, porque sentiu falta. Hoje, ele incentiva a prática.

A Rio 2016 vai reunir a maior delegação paralímpica do Brasil. Serão 279 atletas, sendo 181 homens e 98 mulheres, além de 23 acompanhantes (atletas-guia, calheiros e goleiros), mais 195 técnicos e profissionais administrativos ou de saúde. A expectativa é fazer a melhor participação e ficar em 5º lugar no ranking de medalhas na Rio 2016. Em Londres, em 2012, o Brasil terminou em 7º.

A paralimpiada será transmitida pela TV Brasil, em parceria com a Rede Pública de Televisão dos estados. O evento terá participação de 178 países, competindo em 22 modalidades

 

Agência Brasil

 

 

Imprensa internacional diz que impeachment de Dilma esconde problemas do Brasil

 

José Romildo - Correspondente da Agência Brasil

Imprensa internacional destaca votação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado

Imprensa internacional destaca votação do impeachment de Dilma Rousseff no SenadoArte Agência Brasil

A imprensa internacional deu hoje (31) ampla cobertura sobre a aprovação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Senado Federal. O jornal The New York Times afirmou que a decisão do Senado encerra uma "luta de poder que consumiu a nação [brasileira] durante meses e derrubou um dos mais poderosos partidos políticos do hemisfério ocidental".

De acordo com o jornal, a votação de 61 votos contra 20 condena Dilma Rousseff por ter manipulado o Orçamento, mas, na verdade, a decisão esconde crescentes problemas econômicos da nação. "Foi muito mais do que um julgamento sobre a culpa [de Dilma]", disse o jornal. "Foi um veredicto sobre sua liderança e as sortes que deslizam sobre o maior país da América Latina."

A rede de televisão CBS news afirmou que a decisão do Senado brasileiro "culmina a luta de um ano que paralisou a economia mais poderosa da América Latina e expôs fendas profundas" entre todos os setores da sociedade do Brasil, desde as relações raciais até as decisões sobre gastos sociais.

Outra rede de televisão, a ABC news lembrou que Dilma Rousseff  foi uma referência mundial por combater a corrupção, mas agora é ela própria quem está sofrendo o resultado de uma acusação de ter "supostamente manipulado as finanças do governo para esconder um crescente déficit na arrecadação.

Em sua edição americana, o jornal britânico The Guardian informou que a decisão do Senado fará com que Dilma Rousseff seja substituída pelos restantes dois anos e três meses de seu mandato por Michel Temer, um político de centro-direita, que estava entre os líderes da conspiração contra sua  ex-companheira de chapa.

Saiba Mais

O The Guardian fez um rápido balanço do governo de Dilma Rousseff. A publicação revelou que, apesar de nunca perder uma eleição, Dilma sofreu com a redução do apoio político junto à sociedade e junto ao Congresso, em razão da crise econômica, da paralisia do governo e de um escândalo de corrupção maciça que implicou quase todos os principais partidos.

"Por mais de dez meses, a líder esquerdista lutou para desmentir acusações de que manipulou fundos para programas sociais e de que assinou decretos para alterar gastos orçamentários, sem a aprovação do Congresso.

A oposição, conforme lembrou o jornal, alegou que estes constituíam um "crime de responsabilidade". Dilma negou e afirmou que as acusações sobre as operações- igualmente feitas em administrações anteriores  - foram forjadas pelos adversários "incapazes de aceitar a vitória de Partido dos Trabalhadores".

Dramatização

O jornal francês Le Monde, ao comentar o resultado da votação, afirmou que a dramatização de sua queda, a denúncia de um "golpe" ameaçando a jovem democracia brasileira, seu passado de guerrilheira, seu sofrimento e resistência à tortura durante a ditadura militar (1964-1985) não aplacaram a decisão dos juízes (senadores).

Depois de horas de debate marcado por insultos e lágrimas, os senadores terminaram por aprovar o impeachment de Dilma Rousseff por 61 contra 20, bem acima dos dois terços necessários para a sua saída.

O jornal espanhol El Mundo afirmou Dilma Rousseff já é história no Brasil, mas acrescentou que oimpeachment de Dilma "não decreta a pena de morte política da ex-presidenta", que não ficou inabilitada para ocupar no futuro cargos públicos.

A revista alemã Spiegel afirmou que, depois de uma luta de poder de meses de duração, a  presidenta Dilma Rousseff foi afastada do cargo. O Senado votou com a necessária maioria de dois terços para a retirar do poder a primeira mulher a dirigir o quinto maior país do mundo. Ela foi acusada de ter maquiado o orçamento federal, segundo a revista. E observa que o ex-vice-presidente Michel Temer, do PMDB, conduzirá o país com um programa de governo liberal-conservador até as próximas eleições em 2018. 

O jornal britânico The Independent diz, ao comentar o resultado da votação no Senado, que, quem apoia a ex-guerrilheira Dilma Rousseff continua insistindo que as "acusações apresentadas contra ela foram sempre um pretexto para retirá-la de poder sem uma eleição". O jornal lembra que Dilma tem desafiado os que a acusam de ter manipulado o orçamento e afirmado que o processo de impeachment constitui um "golpe". O jornal lembra uma frase que Dilma pronunciou no Senado: "Agora a única coisa que eu temo é o fim da democracia".

 

Agência Brasil

 

Após impeachment, Equador e Bolívia vão chamar embaixadores de volta

 

Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil

Após o impeachment de Dilma Rousseff, o presidente da Bolívia, Rafael Correa, afirmou hoje em sua conta na rede social Twitter que vai chamar de volta o representante do país no Brasil

Após o impeachment de Dilma Rousseff, o presidente da Bolívia, Rafael Correa, afirmou hoje em sua conta na rede social Twitter que vai chamar de volta o representante do país no BrasilImagem de Arquivo/Agência Brasil

Destituíram Dilma. Uma apologia ao abuso e à traição. Retiraremos nosso encarregado da embaixada. Jamais compactuaremos com essas práticas, que nos recordam as horas mais obscuras de nossa América. Toda a nossa solidariedade à companheira Dilma, a Lula e a todo o povo brasileiro. Até a vitória sempre!”Após a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff, o presidente do Equador, Rafael Correa, disse hoje (31) que vai chamar de volta o representante do país no Brasil. A informação foi divulgada por meio de seu perfil no Twitter.

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Rafael Correa

@MashiRafael

Destituyeron a Dilma. Una apología al abuso y la traición.
Retiraremos nuestro encargado de la embajada. Jamás cohonestaremos estas...

2:19 PM - 31 Aug 2016

Também por meio das redes sociais, o presidente da Bolívia, Evo Morales, já havia dito que chamaria seu representante no Brasil de volta, caso o impeachment de Dilma fosse aprovado no Senado Federal. No Twitter, ele escreveu:

“Se prosperar o golpe parlamentar contra o governo democrático de Dilma, a Bolívia convocará seu embaixador. Defendamos a democracia e a paz.”

Resultado

Por 61 votos a 20, o plenário do Senado decidiu pelo impeachment de Dilma. Não houve abstenção. A posse de Michel Temer ocorrerá às 16h.

Depois de aprovar a perda do mandato, o Senado manteve, por 42 votos a 36, os direitos políticos de Dilma. Com isso, ela pode ocupar cargo público. Foram registradas três abstenções.

 

Agência Brasil

 

 

Votos do PMDB para manter direitos de Dilma foram pessoais, afirma Jucá

 

Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil

Brasília - Senador Romero Jucá, após votação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado, fala à imprensa (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Em resposta a líderes do PSDB, Romero Jucá disse que a hora é uniãoArquivo/Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), disse hoje (31) que o partido não fechou questão na votação que manteve os direitos políticos da ex-presidenta Dilma Rousseff e que os votos de peemedebistas favoráveis à Dilma foram de caráter pessoal.

Homem de confiança do presidente Michel Temer, Jucá considerou inconstitucional a decisão do Senado, mas minimizou o fato de correligionários terem optado por não aplicar a pena da perda dos diretos políticos à Dilma. 

“A hora não é de ficar com raiva devido a algum posicionamento pessoal, mas de construir convergências, buscar os caminhos, corrigir os erros e, a partir de hoje, termos a coragem de mudar o Brasil”, disse.

Em resposta a líderes do PSDB e aliados de Temer que acusaram o PMDB de fechar acordo com o PT para beneficiar Dilma, Jucá disse que agora é hora de união.

“Não vamos transplantar uma posição que foi dada pessoalmente por alguns senadores, alguns motivados por pena, outros por qualquer outro tipo de relação, com questões institucionais e menos ainda político-partidárias. Os partidos têm de ter a consciência que nós afastamos a Dilma com 61 votos, algo inquestionável, e todos temos um grande desafio para recuperar o Brasil.”

 

Agência Brasil

 

 

Novos capítulos?

Geraldo Magela/Agência Senado

Tanto a defesa de Dilma quanto senadores favoráveis ao impeachment de Dilma vão recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal). O advogado da ex-presidente, José Eduardo Cardozo, vai entrar com recursos contra o afastamento definitivo de Dilma.
Já o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) disse que vai recorrer da decisão que permitiu ao Senado votar separadamente as penas impostas a Dilma. Ela teve o mandato cassado mas, em uma segunda votação, os senadores rejeitaram aplicar a proibição para que ela ocupasse cargos públicos pelos próximos oito anos. Leia mais

 

 

Fragilidade política

Ailton de Freitas / Ag.
 O Globo

O impeachment de Dilma Rousseff reforça a fragilidade do sistema político brasileiro e a necessidade de uma reforma para sair do 'prostíbulo' em que a política se encontra no país.
Essa é a opinião do blogueiro do UOL Josias de Souza, que avalia também que Michel Temer vai ter muito trabalho na Presidência, já que assume o governo com um grande índice de rejeição e com a necessidade de tomar medidas impopulares. Leia mais

 

 

Exceção histórica ou regra?

André Dusek/Estadão Conteúdo

Com o impeachment, Dilma se torna o sexto presidente eleito no Brasil a não terminar o mandato. Entre os outros cinco presidentes, um morreu, um se suicidou, outro foi deposto e outros dois renunciaram ao cargo.
Em 127 anos de regime republicano, apenas 12 brasileiros foram eleitos pelo voto direto, tomaram posse e governaram até o final, incluindo Dilma no primeiro mandato.Leia mais

 

 

Repercussão no exterior

Reprodução

Jornais internacionais também destacaram o impeachment de Dilma, mas ponderam que o fato está longe de resolver os problemas do país. Para o jornal americano The Washington Post, a longa duração do processo – de nove meses – pode ter servido apenas para alienar mais os eleitores já desencantados com o sistema político.
Já o Wall Street Journal afirma que investidores podem estar dando muito crédito a políticos do país e desconsiderando os problemas econômicos. Leia mais

 

 

Agora na oposição

Wilson Junior/Estadão Conteúdo

A cúpula do PT vai discutir na sexta-feira (2) como será feita a oposição ao governo do agora presidente efetivo, Michel Temer.
Uma das medidas estudadas pelo partido é ir às ruas e defender novas eleições, em uma tentativa de encurtar o mandato do peemedebista. Leia mais

 

 

Firjan: queda de Dilma e posse de Temer encerram período conturbado do Brasil

 

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

Michel Temer, então vice-presidente do governo Dilma Rousseff (Arquivo/Agência Brasil)

Para a Firjan, o desfecho do impeachment de Dilma,  com a posse de Temerreflete a solides das instituições e da democracia brasileira

Saiba Mais

Em nota divulgada há pouco, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) afirmou que o término do processo de impeachment da ex-presidente  Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer na Presidência da República “encerram um dos períodos mais conturbados da história nacional”.

Segundo a entidade, o processo obedeceu a Constituição, “garantiu todo o direito de defesa à presidente afastada”, além de ter sido supervisionado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta corte de justiça do país. “Seu desfecho reflete a solidez de nossas instituições e da democracia brasileira”, diz a Firjan.

A nota destaca que chegou a hora de buscar a aprovação das medidas estruturais no Congresso Nacional, que considera necessárias para o ajuste fiscal, entre as quais a entidade ressalta o teto para os gastos públicos e a reforma da Previdência. De acordo com a Firjan, “junto com a flexibilização das leis trabalhistas, isso permitirá a volta da confiança dos agentes econômicos e a retomada do desenvolvimento econômico e social”.

Para que haja equilíbrio forte das contas públicas, a Firjan sugere que poderão ser tomadas medidas adicionais de curto prazo: “Uma medida essencial seria um ousado plano de privatizações e concessões, que abre espaço para o retorno dos investidores estrangeiros, viabilizando a retomada dos empreendimentos na área de infraestrutura. É hora de reconstruir o Brasil”.

 

Agência Brasil

 

 

Frente Brasil Popular diz que país vive maior retrocesso político desde 1964

 

Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil

A Frente Brasil Popular, que reúne movimentos sociais e entidades sindicais, disse hoje (31), por meio de nota, que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff representa o maior retrocesso político do país desde o golpe militar de 1964. Segundo a frente, a maioria dos senadores dobrou-se “à fraude e à mentira, aprovando um golpe parlamentar contra a Constituição, a soberania popular e a classe trabalhadora”.

“As forças reacionárias, ao interromper vosso legítimo mandato, impuseram um governo usurpador, que não esconde seu perfil misógino e racista. Atropelaram o resultado eleitoral, condenaram uma mulher inocente e sacramentaram o mais grave retrocesso político desde o golpe militar de 1964”, afirmou a nota.

O texto ressaltou que o impeachment foi um golpe e materializa os propósitos das elites econômicas, “empenhadas em privatizar o pré-sal, as companhias estatais e os bancos públicos, além de vender nossas terras para estrangeiros, comprometendo a produção nacional de alimentos e o controle sobre as águas”.

Saiba Mais

Segundo a frente, os protagonistas doimpeachment pretendem reduzir investimentos em saúde, educação e moradia, eliminar direitos trabalhistas, acabar com a vinculação da aposentadoria básica ao salário mínimo, o fim da reforma agrária e esvaziar os programas sociais.

“A agenda dos usurpadores rasga as garantias da Constituição de 1988 e afronta as conquistas obtidas durantes os governos do presidente Lula e da companheira [Dilma], com o claro intuito de favorecer os interesses das oligarquias financeiras, industriais, agrárias e midiáticas, aumentando seus lucros em detrimento dos trabalhadores e das camadas médias.”

Resistência

A Frente Brasil Popular destacou ainda que resistirá implacavelmente contra a retirada de conquistas sociais obtidas nos últimos governos e que buscará a mobilização das mais amplas forças populares.

“Hoje, a resistência apenas começa nas ruas, instituições, locais de estudo, trabalho e moradia. Mais cedo do que pensam os usurpadores, o povo brasileiro será capaz de rechaçar seus planos e retomar o caminho das grandes mudanças. Nossa luta contra o governo golpista e seu programa para retirada de conquistas será implacável”, concluiu a nota.

 

Agência Brasil

 

 

CUT diz que está de luto após aprovação do impeachment

 

Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil

Conhecida por suas cores vermelhas, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) mudou a cor de sua página na internet hoje (31). Dizendo estar de luto, a central adotou a cor preta para falar sobre a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff pelo Senado. Com uma  mensagem no topo de seu site, a entidade diz que a “CUT está de luto. O golpe é contra o povo”.

Em nota publicada no site, Vagner Freitas, presidente da central, disse que o Senado aprovou o afastamento de Dilma “apesar de não ter sido provado nenhum crime de responsabilidade”.

“O golpe na democracia afetará profundamente a vida dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade e dos brasileiros e brasileiras que mais precisam da manutenção e ampliação dos direitos e das políticas públicas, tanto hoje quanto no futuro. Não se trata de uma simples troca de comando e, sim, da usurpação dos destinos do Brasil por uma parcela da classe política, do judiciário e da imprensa que quer o poder a qualquer preço”, diz Freitas.

Para ele, o julgamento foi “um desfile de hipocrisia”, já que muitos dos senadores “são réus e estão sendo processados pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção e outros crimes”. “Sem o menor constrangimento, [eles] se sentiram no direito de julgar uma presidente inocente, que não cometeu nenhum crime, não têm contas no exterior, nem foi acusada de corrupção e que foi eleita de forma legítima por mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras”, ressaltou.

Extinção de direitos conquistados

Segundo Freitas, a aprovação do impeachment significará “redução ou extinção de direitos conquistados com muita luta, desde a [Consolidação das Leis Trabalhistas] CLT de 1943 até os programas sociais da Constituinte de 1988, que têm feito o Brasil, embora mais lentamente do que desejaríamos, deixar de ser um país de miseráveis, famintos, analfabetos, doentes, sem moradia e água tratada, sem emprego, sem atendimento odontológico e médico”. Para ele, as propostas que foram divulgadas até agora pelo presidente Michel Temer “são contra os interesses da classe trabalhadora”.

“A última delas, o corte de verbas para os programas de alfabetização, já foi anunciada oficialmente pelo governo ilegítimo. O congelamento de gastos públicos por 20 anos, atrelados somente à correção da inflação, vai deixar milhões de pessoas sem os já modestos, porém essenciais, serviços de saúde, educação, segurança e lazer hoje existentes”, disse o presidente da CUT, que também criticou a possível mudança nas leis trabalhistas e na Previdência. “O jogo contra o povo é bruto, cruel”, ressaltou.

Segundo Freitas, a “CUT e os movimentos sociais vão lutar contra os retrocessos”. “Não queríamos barrar o golpe simplesmente para defender Dilma – cuja honestidade e seriedade já seriam suficientes para tanto –, mas para impedir a onda conservadora que se agiganta ao redor, a perda de direitos, o retrocesso”, diz ele, que prometeu reforçar a luta contra o novo governo.

“Hoje, neste dia de luto, daremos início a mais um ciclo de luta pela retomada da democracia. Para o mês de setembro, a CUT já marcou um Dia Nacional de Paralisação, um Esquenta Greve Geral contra a retirada de direitos, no dia 22”, finalizou.

 

Agência Brasil

Interrupção de energia no sistema de Furnas causa transtornos no Rio

A interrupção no fornecimento de energia na tarde desta quarta-feira (31) em trechos de municípios da Baixada Fluminense e na zona norte do Rio deixou vários bairros às escuras. O problema ocorreu por volta das 15h e, segundo a concessionária de energia Light, o problema ocorreu por causa de uma falha no sistema de Furnas Centrais Elétricas. O restabelecimento do fornecimento “depende de autorização do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)”, informou a concessionária.

Os trens da Linha 2 do Metrô também foram afetados pela falta de energia. A concessionária Metrô Rio informou que, entre 15h05 e 15h34, foi afetado o trecho entre Vicente de Carvalho e Pavuna. Nesse período, os trens circularam apenas entre Botafogo e Maria da Graça. Com o restabelecimento do sistema, a Linha 2, ligando Botafogo à Pavuna, voltou ao normal.

O mesmo ocorreu com o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no trecho total entre a Rodoviária Novo Rio e o Aeroporto Santos Dumont. O sistema ficou paralisado por menos de uma hora, também devido ao problema de fornecimento de energia.

Recomposição

O Operador Nacional do Sistema Elétrico informou que às 14h54 ocorreu o desligamento automático de duas linhas de transmissão em 500 kV, de Furnas, em Adrianópolis, Nova Iguaçu.

Em nota, o ONS informou que, em sequência, ocorreram desligamentos em diversos circuitos da rede de operação em 138kV, pertencentes às distribuidoras de energia Light e Ampla.

Com isso, houve a interrupção de cerca de 2,3 mil MW de carga (cerca de 37% da carga total do Estado do Rio de Janeiro no momento, 6,1 mil MW). Segundo informações preliminares, foram atingidos consumidores das regiões dos lagos, norte e noroeste fluminense e alguns bairros da capital.

Desligamento

A partir das 15h11 foi iniciada a recomposição das linhas de 500 KV, terminando às 15h16. A recomposição das cargas pelas distribuidoras está em andamento, com a carga do Estado já tendo alcançado 5,5 mil MW, às 16h30. O ONS se reunirá com os agentes envolvidos para analisar a ocorrência.

Em comunicado, Furnas afirmou que houve o desligamento às 14h54 das linhas de transmissão Adrianópolis - São José e Angra - São José, de 500 kV, que alimentam a subestação São José.

“As referidas linhas foram desligadas automaticamente pela atuação correta do sistema de proteção de falhas e foram reenergizadas às 15h11 e 15h16, respectivamente. A equipe técnica da empresa apura as causas da ocorrência neste momento.".

 

Agência Brasil

 

Justiça Federal suspende licença da Usina de Belo Monte

 

Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil

A Justiça Federal no Pará, subseção de Altamira, decidiu liminarmente pela suspensão da licença de operação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. De acordo com o Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA), a licença foi suspensa em virtude do não cumprimento das obras de saneamento básico em Altamira, uma condição de viabilidade para a operação da usina.

Segundo o MPF/PA, os sistemas de fornecimento de água potável e esgotamento sanitário deveriam ser entregues no dia 25 de julho de 2014, mas o Ibama concedeu a licença de operação para a usina mesmo sem a obra pronta. Existia, no entanto, a condição de entregar essas obras até setembro, o que, segundo o Ministério Público, não ocorreu, motivando a suspensão da licença.

Na decisão judicial consta que o Ibama deveria ter exigido medidas de prevenção ao dano ambiental antes de conceder a licença, com base no “princípio da prevenção”. De acordo com o Ministério Público Federal, a licença fica suspensa até que seja concluída a implantação do saneamento básico. Isto inclui a limpeza e desativação das fossas rudimentares e poços de água, além do fornecimento de água potável encanada para a área urbana de Altamira. “Até o momento, a Norte Energia e o Poder Público ficaram inertes quanto a situac a o cao tica do saneamento ba sico em Altamira, deixando de adotar as medidas apropriadas para o devido cumprimento da condicionante ambiental”, disse o procurador da república Higor Rezende Pessoa.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que recebeu hoje (31) a notificação e que, após análise da decisão, irá recorrer da decisão. Procurada, a Norte Energia informou que ainda não foi notificada sobre a decisão judicial.

A Usina Belo Monte foi leiloada em 2010, a um custo de R$ 25,8 bilhões. Segundo a Norte Energia, empresa responsável pela implantação, construção, operação e manutenção da usina, aproximadamente 14% do total do orçamento de Belo Monte foram empregados em ações de mitigação dos impactos do empreendimento nos 12 municípios da área de influência da Usina.

 

Agência Brasil

 

 

Após classificar 5 atletas na Paralimpíada, associação prepara torcida por eles

 

Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil

A delegação recorde do Brasil na Paralimpíada do Rio de Janeiro, com 285 atletas, tem cinco que se prepararam na Associação Niteroiense de Deficientes Físicos (Andef), que agora se organiza para torcer por eles nas arquibancadas. Segundo a presidenta de honra e fundadora da Andef, Tânia Rodrigues, o clima na instituição é de grande animação, e a entidade está buscando o envolvimento da comunidade.

"Estamos procurando motivar os moradores de Niterói e São Gonçalo, as escolas, para que não percam esse grande aprendizado", diz a fundadora da entidade, que completa 35 anos em 2016. Para Tânia, o brasileiro tem muito a aprender sobre a pessoa com deficiência. "Nosso país tem um olhar de que são pessoas menos aptas, coitadinhos, que não podem fazer nada e precisam de ajuda. A população poderá ver a potencialidade dessas pessoas, apesar das limitações, às vezes, muito severas."

Com esse aprendizado, Tânia diz esperar que o mercado privado se interesse mais pelo esporte paralímpico. Para Tânia, atualmente, essa distância das empresas é um dos maiores problemas enfrentados pelos atletas e técnicos. "Antigamente, nosso inimigo número 1 eram os arquitetos; hoje, são os marqueteiros. Eles não conseguem ver a nossa potencialidade. Tivemos exemplos de grandes empresas que não quiseram associar seu nome a pessoas com deficiência. Isso é triste."

O Instituto Masan, patrocinador da entidade, vai distribuir 10 mil ingressos para parceiros e escolas estaduais e organizar caravanas para que alunos da Andef assistam a seus colegas nas arenas. A instituição estará representada na Paralimpíada por Lucas Araújo, da bocha; Fábio Bordingon, do atletismo; Zeca Monteiro e Wanderson de Oliveira, do futebol de sete; e Edênia Garcia, da natação.

Outros atletas de alto rendimento da entidade chegaram a disputar vagas, mas não se classificaram. Foi o caso de Yagonny Reis, de 24 anos, que é recordista mundial dos 800 metros (m), mas enfrentou dificuldades na preparação depois que a prova foi retirada no calendário paralímpico. Ele tentou vagas na provas de 400 metros e de 1,5 mil metros, mas a exigência muscular da primeira prova acabou gerando lesões que levaram a três cirurgias, o que prejudicou seu ciclo.

"Não tenho como medir a importância de o público apoiar os Jogos Paralímpicos. Temos o que mostrar, o nosso trabalho também é muito bonito. Não por sermos portadores de necessidade que fazem esporte, mas por praticarmos esporte", enfatizou.

O atleta disse que não via grande expectativa da população para os Jogos até pouco tempo atrás, mas, nas últimas semanas, o assunto foi ganhando mais evidência. Para Yagonny, ver os Jogos da arquibancada será uma motivação, e não uma frustração. "A vontade de estar lá é muito grande, com certeza, mas poder estar lá dá vontade de querer algo mais. Depois, também quero ter essa experiência."

Jorge Veiga, de 28 anos, que treina na Andef, já conquistou recordes no salto triplo, prova que também não faz parte do calendário paralímpico. No salto em altura, ele chegou a atingir índice olímpico, mas sua posição no ranking nacional o deixou de fora dos Jogos.

O atleta conta que tem feito propaganda da Paralimpíada onde trabalha, para que os colegas comprem ingressos. "Não vou ficar triste porque não fui [competir]. Tive meu resultado, e vou lá, firme e forte, torcer por eles".

Jorge contou que ficou arrepiado em muitos momentos dos Jogos Olímpicos, quando viu a torcida apoiando os atletas e a entrega de medalhas no pódio. "Imagine o atleta paralímpico lá, e o estádio lotado. Vai ser muito emocionante."

 

Agência Brasil

 

Anac aumenta fiscalização nos aeroportos para os Jogos Paralímpicos no Rio

 

Da Agência Brasil

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Saiba Mais

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou hoje (31) que aumentou o número de fiscais nos principais aeroportos do país. Mais de 500 funcionários foram destacados para atuar nos aeroportos, como parte da Operação Anac 2016, para intensificar a assistência aos atletas, membros das delegações e turistas que chegarem ao país para os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, de 7 a 18 de sembro.

São esperados 1.870 membros das delegações paralímpicas, sendo 483 atletas cadeirantes, em 25 voos internacionais, até o final da tarde desta quarta-feira (31). A Anac contará com a ajuda dos órgãos de setores aéreos e fará a divisão dos agentes em grupos para acompanhar os voos que fazem pouso nos aeroportos do Galeão, Santos Dumont, Congonhas e Guarulhos. Para facilitar o trabalho, a Anac disponibilizou um Guia de Direitos e Acessibilidade do Passageiro, elaborado junto à Secretaria de Direitos Humanos.

 

Agência Brasil

 

O impeachment de Dilma

Ueslei 
Marcelino/Reuters

Por 61 votos a 20, o Senado aprovou o impeachment de Dilma Rousseff, do PT, que deixa a Presidência da República em definitivo. A presidente foi condenada sob a acusação de ter cometido crimes de responsabilidade fiscal, as chamadas 'pedaladas fiscais' no Plano Safra, e os decretos que geraram gastos sem autorização do Congresso Nacional.
Apesar da cassação do mandato, a agora ex-presidente manteve os direitos políticos. Em votação separada, 42 senadores decidiram pela perda dos direitos políticos contra 36 – eram necessários que dois terços dos parlamentares (54) votassem a favor da medida. Leia mais

 

 

Temer assume

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Quase três horas após o final do processo de impeachment, o ex-vice-presidente e até então presidente interino, Michel Temer (PMDB), tomou posse em definitivo na Presidência da República.
Temer chegou ao Congresso acompanhado de aliados, dos presidentes das duas casas legislativas, Renan Calheiros (PMDB-AL), do Senado, e Rodrigo Maia (DEM-RJ), da Câmara, e do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski. No caminho até o plenário do Senado, ouviu-se alguns gritos de "presidente Temer".Leia mais

 

 

"Nós voltaremos"

Pedro Ladeira/Folhapress

Em pronunciamento no Palácio do Alvorada, em Brasília, a ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que o impeachment é um "golpe parlamentar" e promete fazer forte oposição ao governo Michel Temer (PMDB).
"Eles pensam que nos venceram. Haverá contra eles a mais determinada oposição que um governo golpista pode sofrer. Essa história não acaba assim. Nós voltaremos", afirmou Dilma. Leia mais

 

 

Manifestantes comemoram impeachment na Avenida Paulista

 

Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil

Manifestação contra a ex-presidenta Dilma Roussef e contra o PT ocorre na Avenida Paulista em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A via está bloqueada pelos manifestantes, que comemoram o impeachment

São Paulo - Manifestantes comemoram o impeachment de Dilma Roussef em frente à FIESP, na Avenida Pailista( Rovena Rosa/Agência Brasil)

Manifestantes inflaram bonecos representando Dilma e Renan CalheirosRovena Rosa/Agência Brasil

Às 18h40, houve confusão entre pessoas contra e a favor do impeachment no local. Um grupo começou a gritar xingamentos contra o PT. A polícia interveio e a confusão foi dispersada.

Dois bonecos estão sendo inflados neste momento, um representando Dilma e outro Renan Calheiros.

O Movimento Brasil Livre (MBL), um dos grupos que apoiou o impeachment da presidenta Dilma Roussef e que participa de um ato hoje na Avenida Paulista, defendeu as reformas pretendidas pelo presidente Michel Temer, tanto na previdência quanto a trabalhista.

"O MBL vai lutar agora pelas reformas necessárias, a reforma da previdência, a reforma política e até mesmo a reforma trabalhista", disse Fernando Holiday, coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL). "Nós vamos procurar pautar esse governo [Temer] com as reformas liberais que nós consideramos as ideais".

Holiday disse que o ato em frente à Fiesp é uma comemoração devido ao impeachment da presidenta Dilma Roussef, que, segundo ele, foi a pauta de diversos movimentos de rua ao longo dos últimos dois anos

A Polícia Militar fez um cordão de isolamento entre o quarteirão onde estão os manifestantes pró-impeachment e o quarteirão onde ocorre manifestação contra o impedimento de Dilma. Dois carros da tropa de choque também ajudam no bloqueio.

 

Agência Brasil

 

 

Força Sindical e FecomercioSP criticam manutenção da taxa de juros

 

Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil

A Força Sindical e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) criticaram hoje (31) a manutenção taxa básica de juros da economia (Selic) em 14,25%. A decisão foi tomada nesta quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

"O governo perdeu uma ótima oportunidade de sinalizar positivamente para o setor produtivo,  que gera emprego e renda, que o país não se curva mais perante os especuladores”, diz a Força Sindical, em nota assinada por seu presidente, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP). Os juros altos “são uma forma de concentrar cada vez mais renda nas mãos dos grandes banqueiros e rentistas”, acrescenta a central.

De acordo com a nota, o governo aposta no combate à inflação a qualquer preço, com uma “política brutal de austeridade fiscal”, que vem causando “uma depressão econômica sem precedentes”. “O tombo da atividade econômica não apenas reduziu a renda das famílias e elevou as taxas de desemprego – são 11,8 milhões de desocupados, maior índice da série histórica –, mas acabou derrubando as arrecadações de estados, municípios e do governo federal."

A Força Sindical defende a regução dos juros e "mudanças radicais" na economia, priorizando o emprego, a produção, a renda e o mercado interno como saídas para a crise.

Apesar de criticar a manutenção da Selic, a FecomercioSP disse que entende a necessidade cautela "neste momento de transição do governo”.
“Como o processo de impeachment foi finalizado hoje [31], a entidade pondera que a cautela era prevista, e o BC deve aguardar por mais um período até a próxima convocação de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para que seja estabelecido o início de um novo ciclo de queda, conforme expectativa dos agentes econômicos. Até porque, em virtude desse excepcional evento na política nacional, um prazo maior não acarretaria grandes prejuízos, dado que essa taxa de 14,25% está estabelecida há mais de 12 meses”, diz a Fecomercio.

A instituição acrescenta que espera a queda da Selic em breve e que isso “contribua e acelere o processo de recuperação da atividade econômica, impulsionando os investimentos produtivos tão necessários para geração de emprego e distribuição de renda”.

 

Agência Brasil

 

 

Cunha diz que impeachment "atesta lisura" de seus atos

 

Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil

O deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse hoje (31) por meio de nota, divulgada nas redes sociais, que é protagonista do impeachment que afastou no início da tarde Dilma Rousseff da Presidência da República. Para ele, seus atos foram “confirmados por sucessivas votações, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal, atestando a lisura dos meus atos”.

Antonio Cruz/Agência Brasil

O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)Antonio Cruz/ Agência Brasil

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“Lamento que uma democracia jovem como a nossa tenha que passar pelo trauma de mais um afastamento de um Presidente da República, desta vez por prática de crime de responsabilidade devidamente julgado pelo Senado Federal”, disse.

Para Cunha, as acusações de Dilma e de sua defesa são tentativas de “esconder o fato de que não houve razões suficientes da defesa para inocentá-la do crime de responsabilidade". 

O deputado foi acusado de chantagear o governo de Dilma para evitar que fosse investigado da Operação Lava Jato. Eduardo Cunha era o presidente da Câmara dos Deputados na ocasião de abertura do processo de impeachment, em dezembro de 2015.

Decoro Parlamentar

O deputado responde processo por quebra de decoro parlamentar, por omitir a titularidade de contas no exterior. Segundo o parecer aprovado no Conselho de Ética, as contas receberam recursos oriundos de pagamento de propina, envolvendo o esquema investigado na Operação Lava Jato.

Em sua defesa, Cunha afirma que não tem contas no exterior, sendo apenas usufrutuário de um truste, e não titular do dinheiro depositado no exterior. Em razão das investigações, Cunha já é réu em outros processos no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Agência Brasil

 

 

Segundo impeachment em 24 anos não é positivo para a democracia, dizem analistas

 

Mariana Branco – Repórter da Agência Brasil

Brasília - Após o impeachment, a ex-presidenta Dilma Rousseff faz pronunciamento no Palácio da Alvorada. Ela disse ter sofrido o segundo golpe de Estado em sua vida (José Cruz/Agência Brasil)

O professor Michael Mohallem, da FGV Direito Rio de Janeiro, acredita que o impeachment foi uma punição desproporcional para as acusações de manobras fiscais enfrentadas por Dilma RousseffJosé Cruz/Agência Brasil

O segundo impeachment de um presidente da República em 24 anos não é positivo para uma democracia, concordam analistas consultados pela Agência Brasil. A opinião é compartilhada, inclusive por quem foi a favor do afastamento da ex-presidenta Dilma Rousseff, que perdeu o cargo hoje (31) em votação do Senado Federal (61 a 20), embora sem perder os direitos políticos.

Antes dela, o ex-presidente Fernando Collor de Melo, atualmente senador pelo PTC, passou por processo idêntico, em 1992, com a diferença de que, mesmo após renunciar, foi cassado pelo Senado e ficou inelegível por oito anos. Para Antônio Barbosa, professor do Departamento de História da Universidade de Brasília, dois impeachments em tão pouco tempo são “sinal de que há uma doença grave da democracia”, mas isso não é motivo para deixar de usar, pois é um instrumento legal existente na Constituição e o processo contra Dilma teve legitimidade.

“Esse processo de impeachment seguiu absolutamente todos os ritos estabelecidos pela Constituição e pela lei. Desde o início, o rito foi monitorado pelo Supremo Tribunal Federal e, no final, foi presidido pelo presidente do Supremo [Ricardo Lewandowski]”, avalia Barbosa. O historiador acredita, agora, em uma normalização do país e deseja a continuidade do combate à corrupção

Já o historiador Daniel Aarão Reis, professor de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense, se opõe ao próprio instituto do impeachment. Para ele, foi um erro sua manutenção na época das discussões da Constituição Federal de 1988.

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“Essa lei do impeachment é uma lei de 1950. Eu penso que as forças progressistas do Brasil, quando da aprovação da Constituição de 1988, cometeram o erro de não ter questionado esse dispositivo”, comenta. Na avaliação do historiador, o impeachment é “extremamente autoritário e antidemocrático” e sua repetição, 24 anos após a queda de Collor, “enfraquece a democracia”.

“Eu penso que o impeachment é um problema e muito pouca gente está discutindo. Ele transfere a uma elite de algumas centenas de representantes [Congresso Nacional] o direito de cassar alguém eleito por milhões de votos”, argumenta Aarão Reis. Segundo ele, o PT, partido de Dilma, “prova próprio veneno”, já que foi favorável ao impeachment de Collor e pediu a saída de outros presidentes.

Brasília - Senador Fernando Collor de Mello durante sessão do impeachment no Senado, conduzida pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Para o historiador Daniel Aarão Reis, o PT, partido de Dilma, prova próprio veneno, já que foi favorável ao impeachment de Collor (foto) e pediu a saída de outros presidentesAntonio Cruz/Agência Brasil

“Muitas forças políticas se reuniram paraimpichar o Collor, subestimando o fato de que estavam ali aprovando um precedente. Forças de esquerda lutaram para impichar também o Itamar Franco [vice e sucessor de Collor na presidência] e depois o FHC [Fernando Henrique Cardoso, presidente entre 1994-1998 e 1999-2001]”, destaca o historiador da UFF.

Revogação

O historiador defende a revogação do impeachment por meio de uma reforma política, e um dispositivo substituto baseado na decisão popular. “A sociedade precisa aprovar uma revogação do presidente da República que passe pelo voto popular. Isso se chama plebiscito revogatório. Existe em várias constituições do mundo”, comenta.

O professor Michael Mohallem, da FGV Direito Rio de Janeiro, acredita que o impeachment foi uma punição desproporcional para as acusações de manobras fiscais enfrentadas por Dilma Rousseff. Para ele, a aprovação da destituição da ex-presidenta cria um risco de instabilidade política.

“A Lei de Crimes de Responsabilidade [lei 1.079, de 1950] estabelece uma série de crimes graves. No ano 2000, a Lei de Responsabilidade Fiscal acrescentou algumas possibilidades, que são as que estão sendo usadas nesse momento [contra Dilma]. Mas, em uma democracia, a perda do cargo tem que ser excepcionalíssima, tem que se dar em uma situação extrema. Existe, agora, o risco de que o impeachment se torne um instrumento comum na política brasileira. Acho muito ruim para a democracia”, avalia Mohallem.

 

Agência Brasil

Vídeos do Facebook - 1.9.2016


Quem fez isso?


Oito suspeitos morrem em troca de tiros com a polícia em Delmiro, AL

Grupo é investigado por assaltos, homicídios e tráfico de drogas.
Delegado diz que eles atiraram contra a os policiais civis e militares.

Carolina Sanches

Do G1 AL

 

Tiroteio chamou a atenção da população em Delmiro (Foto: Fábio Guedes/Correio Notícia)Tiroteio chamou a atenção da população em Delmiro (Foto: Fábio Guedes/Correio Notícia)

Oito suspeitos de vários crimes morreram na manhã desta terça-feira (30) durante uma troca de tiros com a polícia no município de Delmiro Gouveia, no Sertão alagoano. A informação foi confirmada pelo delegado regional Rodrigo Cavalcanti.

A identificação dos mortos foi divulgada em uma entrevista coletiva à imprensa nesta tarde. A polícia não passou o nome completo de nenhum deles, apenas os nomes pelos quais eles eram conhecidos: "Big", Jonathan, "Oinho", "Beixo", Marcio, Robson, "Miudinho" e "Priquitinho".

O caso aconteceu na Rua João Batista Filho, bairro Campo Grande. De acordo com o delegado, após a denúncia de que o grupo estava em uma casa naquela rua, cerca de 40 policiais civis e militares montaram uma operação para prendê-los em flagrante.

Um dos tiros atingiu o vidro da sacada de uma casa vizinha (Foto: Fábio Guedes/Correio Notícia)Um dos tiros atingiu o vidro da sacada de uma
casa vizinha (Foto: Fábio Guedes/Correio Notícia)

Houve troca de tiros na chegada dos policiais e os suspeitos foram baleados. Alguns chegaram a ser socorridos para o hospital do município, mas não resistiram.

“Estávamos investigando essa quadrilha há algum tempo e hoje (terça-feira) conseguimos a localização, mas quando a equipe chegou foi recebida com tiros”, contou Cavalcanti.
"O grupo é suspeito de assaltos, homicídios e outros casos como tráfico de drogas", falou o delegado, que informou que um policial foi ferido de raspão.
Dentro da casa onde estava o grupo a polícia apreendeu armas, um colete à prova de balas e drogas.

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G1

 

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Sede do PMDB é depredada durante protesto contra Temer em Porto Alegre

Sede do PMDB é depredada durante protesto contra Temer em Porto Alegre

Foto: Ricardo Giusti

 

A Brigada Militar lançou pelo menos cinco bombas de efeito moral, perto das 19h45min, para dispersar os milhares de manifestantes que fazem, na noite desta quarta-feira, o ato “Fora Temer” contra o governo do agora presidente Michel Temer (PMDB), em Porto Alegre.

O grupo fazia uma espécie de velório simbólico da democracia, queimando uma réplica de caixão em frente à sede municipal da legenda, arrombada por parte dos ativistas em frente ao Parque da Redenção, no bairro Farroupilha. O manifesto é organizado por movimentos sociais e defende a volta de Dilma Rousseff (PT) ao cargo de presidente da República.
A concentração começou às 18h, junto à Esquina Democrática, no Centro. Depois, os manifestantes seguiram em caminhada pelas principais ruas da região. O grupo trancou mais cedo as avenidas Borges de Medeiros e Salgado Filho e, às 18h30min, interrompia a avenida João Pessoa.

Após as 20h, já na avenida Ipiranga, pneus foram queimados pelos manifestantes, que também atiraram pedras e garrafas contra a BM, gritando “vocês estão do lado errado!”. Depois o grupo seguiu até a esquina com a Érico Veríssimo, onde a manifestação se dispersou.

Fonte: Rádio Guaíba e Porto Alegre 24 Horas