Deputados articulam criação de Fundo Constitucional para Sul e Sudeste a partir de 2026

 


Parlamentares das regiões Sul e Sudeste intensificam a articulação para aprovar, já no próximo ano, a criação de um Fundo Constitucional destinado a financiar o desenvolvimento produtivo dessas duas regiões. A proposta, apresentada em 2023 pelo deputado Toninho Wandscheer (PP-PR), já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e agora está em análise em uma comissão especial. O gaúcho Pompeo de Mattos (PDT) é o vice-presidente do colegiado, enquanto Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) atua como relator.

Como funcionaria o fundo

A PEC prevê que:

  • 1% da arrecadação federal seja destinado ao fundo para a Região Sul

  • 1% para a Região Sudeste

  • 23,5% ao Fundo de Participação dos Municípios

  • 0,5% à segurança pública

Os estados contemplados seriam: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Com base na arrecadação mais recente, Wandscheer estima que, se aprovado em 2026, o fundo poderia garantir cerca de R$ 11 bilhões adicionais aos estados já em 2027. Embora o texto não defina a gestão dos recursos, o deputado sugere que o BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) seja responsável pela administração.

Justificativas e prioridades

Durante coletiva promovida pela Federasul, o parlamentar citou o caso de Porto Alegre, que calcula em quase R$ 7 bilhões o custo das obras necessárias para prevenir novas enchentes.

“Eventos climáticos extremos podem voltar a acontecer. Há engenharia para evitar tragédias, mas faltam recursos. O fundo poderia alavancar toda a região”, afirmou Wandscheer.

Segundo ele, a proposta tem apoio crescente na Câmara e deve unir parlamentares de diferentes espectros políticos. No Senado, porém, a expectativa é de um debate mais acirrado.

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