Após meses de um processo polêmico, o vereador de Porto Alegre Gilvani Dall Oglio, conhecido como “o Gringo”, foi cassado na última sessão da Câmara em 2025. A decisão teve como base, entre outros pontos, declarações feitas pelo próprio parlamentar durante a CPI do Dmae, em 29 de setembro, quando admitiu ter pago propina ao antigo Departamento de Esgotos Pluviais (DEP).
⚖️ Esquema de corrupção
O caso remonta a 2015, quando a empresa JB Comércio e Serviços Ambientais, da qual Gilvani era sócio, venceu uma licitação para serviços de hidrojateamento e sucção da rede pluvial. Segundo o vereador, servidores do DEP exigiram pagamentos para liberar o contrato.
Um ex-servidor teria recebido 50% das duas primeiras parcelas e 25% das seguintes.
A empresa operava com menos caminhões do que o previsto e relatórios eram forjados dentro do DEP.
O esquema teria causado um prejuízo de R$ 37 milhões aos cofres públicos.
📑 Modus operandi
Nos depoimentos, Gilvani detalhou que os serviços eram registrados em planilhas com medições falsas, sem emissão de Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR). O dinheiro da propina, cerca de R$ 20 mil mensais, era entregue em espécie e sacado sempre na mesma agência bancária.
👮 Investigações
O episódio virou alvo da Polícia Civil e, em 2020, o Ministério Público tornou réus nove pessoas, incluindo servidores e empresários. O processo tramita em sigilo na 1ª Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre e aguarda decisão judicial. Gilvani buscou colaboração premiada em 2019.
🛡 Defesa
A defesa do ex-vereador classificou a cassação como uma “caça às bruxas” e uma “vingança institucional” contra sua atuação política. Alegou ainda inconsistências jurídicas no processo e informou que recorrerá à Justiça.
📌 Contexto
O DEP, responsável pela limpeza das bocas de lobo e manutenção do sistema contra cheias, foi extinto em 2016, na gestão do ex-prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB).
As fraudes foram descobertas durante auditorias internas e aprofundadas pelas investigações policiais.
Fonte: Correio do Povo

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