Projetos educacionais para enfrentar os problemas causados pelas enchentes

 Conhecimento científico é aproveitado para disponibilizar serviços com agilidade e presteza


Comunidades escolares e acadêmicas gaúchas têm se mobilizado, de diferentes maneiras, para ajudar a dirimir problemas surgidos com as enchentes extremas no Estado. Com agilidade, vontade e grande empenho coletivo, cada setor da sociedade busca contribuir. Com aulas e calendários letivos adiados, universidades, públicas e privadas, concentram esforços em ações propositivas de apoio a situações e vítimas.

App da UPF

Na Universidade de Passo Fundo (UPF), o aplicativo eProHealth, criado no mestrado de Computação Aplicada em parceria com a startup healthtech VisionnIT, incubada no Parque Tecnológico da UPF, está cadastrando profissionais de saúde do Brasil dispostos a prestar atendimento gratuito a vítimas de enchentes. Até o momento são 8 especialidades com teleconsulta disponíveis.

O professor da UPF e idealizador da plataforma, Jeangrei Emanoelli Veiga, explica que a intenção é incentivar o autocuidado e colocar o paciente como protagonista em procedimentos de atenção à saúde. Na última semana, com as imensas chuvas, a prioridade foi buscar profissionais voluntários para colocar este serviço em prática. “O aplicativo não tem custo à população. Estamos disponibilizando nossa plataforma de maneira gratuita para os atingidos pelas chuvas que não têm como se deslocar até um posto de saúde.”

O docente revela que, em apenas dois dias, mais de 700 profissionais do Brasil e do exterior se cadastraram e estão passando por credenciamento, já significando mais de 1,2 mil horários disponíveis aos pacientes, para consultas nas especialidades de Clínica Médica, Pediatria, Cardiologia, Endocrinologia e Metabologia, Psicologia, Nutrição, Enfermagem e com terapeutas. O agendamento de horários ocorre diretamente no aplicativo eProHealth, na loja de app; e os profissionais de saúde podem fazer contato pelo telefone (54) 99150-3831.

A plataforma cria um prontuário eletrônico, onde o paciente abre e insere seus dados médicos, evolução de tratamentos, alerta de anormalidade e, até agendamentos de consultas, exames e procedimentos. E para os profissionais e instituições de saúde, o aplicativo permite obter os dados autorizados pelos usuários, conectando as informações e oferecendo maior precisão nos tratamentos. Além disso, é possível acelerar e reduzir custos, com ações de telessaúde, como teleatendimento e telemonitoramento. Jeangrei informa que o programa atende ao conceito de interoperabilidade, aplicado pelo Ministério da Saúde em editais de fomento à pesquisa e a inovação na área da saúde; e que incentivam empresas a pensarem em ações voltadas a integrar os sistemas de saúde.

Whats e site da Unisc

Outra iniciativa que se vale das possiblidades on-line vem de um grupo de estudantes da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), com apoio de parceiros, Defesa Civil e da instituição, no desenvolvimento de uma solução para facilitar as doações e o voluntariado. Trata-se do "Ajude RS", um site que centraliza informações sobre o que cada ponto de coleta de doações está precisando, e que indica quais voluntários são necessários no local, tudo em tempo real. E administradores de pontos de coleta podem preencher o formulário para ter as informações disponibilizadas no site. Também é possível acompanhar pelo Instagram no perfil @ajude_rs.

E é também da Unisc, o canal de Whats criado para combater a desinformação. Por meio de um número de telefone celular, a comunidade pode enviar dados e notícias para verificar a confiabilidade. Assim, comprometida em combater fake news, a Universidade de Santa Cruz, oferece, por meio de seus cursos de Comunicação Social, o "Unisc Informa". Desse modo, via WhatsApp (51 99540-2847), podem ser enviados, áudios, vídeos e postagens de qualquer natureza, para checar ou averiguar alguma situação.

Ambientes Real e Virtual da UCS

Na Universidade de Caxias do Sul (UCS), a mobilização institucional em razão das cheias agrega iniciativas de professores, alunos e funcionários, que organizam e disponibilizam diferentes apoios à comunidade. E para otimizar e facilitar o acesso a serviços, a UCS expõe ações na página UCS a Favor da Vida. No site é possível conferir demandas como: pontos de arrecadação de donativos em todos os campi; atendimento em telessaúde do Centro de Saúde Digital da UCS, com orientações como em primeiros-socorros, assistência social ou psicológica; e até assistência a pequenos animais recolhidos e acolhidos em atuais resgates. Em breve, ainda esclarecerá sobre prevenção e manejo das principais doenças advindas do cenário das enchentes.

Junto às doações, dezenas de estudantes da Escola de Ensino Médio e Técnico do Centro Tecnológico da UCS (Cetec) estão, desde o dia 8/5, empenhados em trabalhos de triagem de roupas doadas às vítimas das chuvas no Estado. Um drive-thru solidário (foto), em frente ao Cetec, foi montado para arrecadações diárias. O trabalho, que ocorre no Ginásio 1 da Vila Poliesportiva, integra turmas dos ensinos Fundamental e Médio, em horário de aula, reforçando a proposta pedagógica do Cetec, estruturada em valores como solidariedade e respeito mútuo, além de promover aprendizados em diversos componentes curriculares, desde a organização e logística a questões ambientais e geográficas relacionadas à tragédia climática.

Por meio do Núcleo de Apoio ao Estudante (NAE) da UCS, em parceria com os cursos de Psicologia e Medicina, o Serviço de Atendimento Psicológico e de Orientação Psicopedagógica (Sapp) e o Serviço de Psicologia Aplicada (Sepa), nos campi de Caxias do Sul e Bento Gonçalves, oferecerão acolhimento emocional e rodas de conversa para a comunidade acadêmica, tanto a afetados diretamente pela tragédia quanto a quem está preocupado com a situação de familiares ou amigos. Agendamentos e contato: fones (54) 3218-2717 e (54) 99682-8986 (Whatsapp); ou e-mail: nae@ucs.br. No campus da UCS em São Sebastião do Caí, que foi atingido pelas águas e passa por reparos, o lago local abastece caminhões do Corpo de Bombeiros, com água que está sendo utilizada na lavagem das casas e prédios do município. E nos próximos dias, a unidade começará a recolher donativos, a exemplo dos demais campi da Universidade na região.

Para os animais, docentes e alunos do curso de Veterinária da UCS estão, junto com funcionários do Instituto Hospitalar Veterinário da Instituição (IHVet), prestando assistência a pequenos animais recolhidos e acolhidos pela ONG caxiense Instituto Patinhas. Há suporte da estrutura da unidade móvel veterinária da Universidade; e espaço para atendimentos de avaliação clínica, internações e tratamentos, atuando como um hospital de campanha. Contato e colaborações no Instagram: @institutopatinhascaxias. Já para grandes animais, o IHVET também se colocou à disposição de órgãos, como prefeituras, Defesa Civil e ONGs, para acolhida e atendimento O encaminhamento é através da solicitação dos órgãos ao Instituto.


Correio do Povo

Porto Alegre abrirá UPAs provisórias para absorver demanda dos hospitais

 Prefeitura deve anunciar a medida neste final de semana para receber parte dos atendimentos realizados nos hospitais municipais, que operam acima da capacidade



Dentro possível para o momento caótico vivido por praticamente todo o Estado, os hospitais de Porto Alegre operam dentro de uma certa normalidade. Isto ocorre porque, apesar dos transtornos causados pelas enchentes e pelo grande número de atendimentos médicos demandados pelos resgates das vítimas das enchentes, a rede pública municipal está conseguindo absorver os atendimentos, mesmo operando acima da capacidade.

Conforme a Secretaria da Saúde (SMS) de Porto Alegre, a situação está sob controle, já que, ainda na semana passada, foi adotada a suspensão de todos os procedimentos eletivos nos hospitais da Capital, justamente para que esses hospitais se voltem para as demandas impulsionadas pelas vítimas das enchentes. Ainda assim, os hospitais estão atendendo acima da capacidade e os prontos atendimentos também.

Por isso, neste final de semana, a Prefeitura deve anunciar a abertura de unidades de pronto atendimento (UPAs) provisórias para retomar a rotina dos hospitais e ajudar a atender as pessoas, principalmente as vítimas das enchentes. Conforme a SMS, ainda não há definição dos locais, assim como os fluxos e as equipes. Os espaços também precisarão ser montados para ocorrer a abertura destas unidades. Até lá, a situação é considerada sob controle.

Ainda segundo a SMS, das 134 unidades de saúde, 98 estão abertas nesta sexta-feira. Algumas foram fechadas hoje, em decorrência da timidez nos atendimentos, que diminuíram em decorrência das chuvas. Além disso, as equipes precisaram ser dividas para dar suporte às outras unidades e aos mais de 150 abrigos instalados em Porto Alegre.

Há, ainda, o auxílio de muitos voluntários, com papel considerado fundamental pela SMS, para dar suporte às equipes de Saúde, já que muitos dos servidores não estão conseguindo se deslocar até a cidade, ou acabaram atingidos pelas enchentes e perderam tudo.

Com relação aos atendimentos, a situação psicológica vivida por muitas das vítimas que chegam aos abrigos tem ocasionado uma atenção especial à saúde mental das pessoas. Por isso, equipes especializadas foram direcionadas para dar suporte às pessoas que necessitam deste tipo de atendimento.

Inicialmente, muitas das vítimas ainda representam certa naturalidade para encarar o fato de terem perdido seus bens materiais e comemoram o fato de estarem vivas, mas há receio de que, nos próximos dias também possam necessitar de um cuidado da saúde mental.

Atendimento no HCPA ocorre dentro da normalidade

Nesta sexta-feira, o HCPA informou que avaliou novamente a situação e decidiu manter as medidas de contingência para garantir o funcionamento da instituição diante das restrições no fornecimento de água e insumos. Diante do cenário de crise e alinhado às determinações do poder público, consultas e exames eletivos seguem cancelados até o dia 14. A medida é necessária devido ao risco de desabastecimento de insumos e de água.

Estão mantidas as consultas e atendimentos oncológicos, quimioterapia, radioterapia, diálise, transplantados e gestantes de alto risco. As consultas canceladas poderão ser remarcadas através do aplicativo Meu Clínicas ou, após a crise ser superada, presencialmente. O estacionamento do Bloco C foi temporariamente fechado, enquanto os atendimentos estiverem restritos.

Cirurgias no Bloco Cirúrgico e procedimentos na Hemodinâmica e no Centro Cirúrgico Ambulatorial que não são consideradas urgentes, serão remarcadas. Nesses casos, o hospital entrará em contato diretamente com cada paciente para reagendamento.

Aos pacientes em unidades de internação cirúrgica e clínicas, é permitido um acompanhante, com substituição a cada 24h conforme avaliação da equipe assistencial. A exceção são as visitas na Emergência, Pediatria, Psiquiatria, UTI Neonatal e demais UTIs, que possuem orientações próprias.

Situação também está sob controle no Hospital Moinhos de Vento

Entre os hospitais procurados pelo Correio do Povo, a situação também é considerada sob controle no Hospital Moinhos de Vento. Ainda na semana passada, como medida preventiva, os procedimentos eletivos, como consultas e exames, foram suspensos, pelo menos, até o dia 11, para que o foco esteja voltado ao atendimento de pacientes graves.

O hospital também anunciou uma novidade que estará disponível gratuitamente para o público adulto e infantil. O Hospital Moinhos de Vento está ampliando o seu atendimento às pessoas afetadas pelas enchentes por meio da oferta de telemedicina. Para verificar a disponibilidade de consultas, basta acessar o site saudedigital.hospitalmoinhos.org.br.

A disponibilidade do serviço acontecerá das 7h às 19h, até o dia 31 de maio. Os interessados devem acessar o site, clicar em avançar e seguir o passo de contratação de plano. Depois, deve-se preencher todos os dados e, no momento do pagamento, usar o cupom: MOINHOSSOCIAL.

Correieo do Povo

Como na covid, prescrição de remédio poderá ser online no RS

 Ferramenta digital do Cremers poderá ser utilizada para auxiliar pessoas que estão em áreas isoladas ou com difícil deslocamento


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), anunciou que médicos registrados no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) estão autorizados, em caráter temporário, a prescrever receitas online de medicamentos de uso controlado, como entorpecentes e psicotrópicos, para a população do Rio Grande do Sul, que há duas semanas vivencia uma das suas piores tragédias climáticas e limitações de acesso aos serviços de saúde.

O processo deve ser realizado por meio de plataforma digital criada pelos Conselhos Regionais de Medicina do Brasil em abril de 2020, durante a pandemia de covid-19, e já conta com 5 milhões de documentos emitidos. Agora, com o respaldo da secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, o Cremers agiu para promover o uso da ferramenta, visando a garantir maior facilidade de acesso àqueles que fazem uso de medicamentos controlados, além do controle da prescrição e rastreabilidade dos medicamentos dispensados.

A ferramenta digital do Cremers poderá ser utilizada para auxiliar pessoas que estão em áreas isoladas ou com difícil deslocamento. Dessa forma, aqueles que precisarem de medicamentos que só poderiam ser prescritos nas notificações de receita azul e amarela, que englobam entorpecentes e psicotrópicos, poderão solicitar aos seus médicos que prescrevam as medicações por meio da plataforma digital.

"A emissão de receitas para medicamentos de controle especial vai beneficiar principalmente aqueles pacientes psiquiátricos e oncológicos que foram afetados pelas enchentes", declarou o presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade, em comunicado

A ferramenta já está disponível para uso dos médicos gaúchos registrados no Cremers. Para utilizar, basta acessar o ‘Espaço Médico’, no site do Conselho Regional.

Em breve, a emissão das receitas digitais também estará disponível por meio do aplicativo do Conselho de Medicina.

Até ontem, 141 unidades de Saúde do Rio Grande do Sul haviam sido afetadas totalmente ou parcialmente pelas chuvas, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde. Desses, ao menos dez hospitais precisaram ser esvaziados. Em Canoas, três pacientes em estado grave morreram durante a transferência.

FAKE NEWS

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal, chefiada pelo ministro Paulo Pimenta, pediu à Advocacia-Geral da União (AGU) e à Polícia Federal (PF) que dois médicos sejam investigados por suspeita de disseminarem fake news.

Os médicos Roberta Zaffari Townsend e Victor Sorrentino afirmaram nas redes sociais que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estaria dificultando o envio de medicamentos, obtidos por meio de doação, para os atingidos pelas chuvas no Rio Grande do Sul. De acordo com as publicações dos profissionais da saúde, "colegas médicos" conseguiram aviões privados para transportarem os donativos, mas a "burocracia da Anvisa" estaria impedindo o envio dos remédios.

A dermatologista acumula 33,5 mil seguidores no Instagram. Já Sorrentino é seguido por 1,3 milhão de pessoas. "Essas medicações já são aprovadas, saem de farmácias e de distribuidoras, mas precisam chegar aqui no Rio Grande do Sul."

Em nota, a Anvisa afirmou que não fez "restrição ao transporte de medicamentos destinados ao Rio Grande do Sul". "A Anvisa reforça ainda que está cumprindo com o seu compromisso de trabalhar em prol da segurança sanitária e acompanha a situação emergencial de perto, em contato direto com as autoridades federais, estaduais e municipais." Em um comentário na publicação da nota da Anvisa no Instagram, Sorrentino diz que "apesar de não ter criticado, xingado, inventado, muito menos criado esta narrativa de moda chamada ‘fake news’", foi atendido pela Anvisa.


Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Câmeras de videomonitoramento são instaladas em abrigos de Porto Alegre

 Prefeitura informou que 20 unidades da rede de acolhimento serão equipadas com a tecnologia



A Prefeitura de Porto Alegre iniciou na tarde desta sexta-feira, a instalação de câmeras de videomonitoramento nos maiores abrigos provisórios de Porto Alegre. Ao todo, 20 unidades da rede de acolhimento serão equipadas com a tecnologia - que tem como objetivo reforçar a segurança dos espaços organizados pelo município.

O secretário de Segurança da Capital, Alexandre Aragon, afirmou que a primeira tarefa durante as enchentes foi salvar vidas, mas que melhorias são adotas nos locais a partir de agora. “Precisamos dar condições para que as pessoas permaneçam conosco até que seja possível a retomada da rotina nas áreas inundadas. Não mediremos esforços para isso”, disse.

A instalação e manutenção das câmeras nos centros de acolhimento foi viabilizada, sem custos, em parceria com a empresa DGT. As imagens serão monitoradas, em tempo real, pelos servidores do Centro Integrado de Coordenação de Serviços (Ceic-POA). A iniciativa vai beneficiar 98% das 13,2 mil pessoas acolhidas na Capital até o momento.

Os abrigos provisórios fazem parte da rotina de patrulhamentos da Guarda Municipal e Brigada Militar. Além disso, agentes de vigilância privada foram contratados pela prefeitura para a assistência aos acolhidos. Ao todo, 105 profissionais - 77 homens e 28 mulheres - já estão envolvidos na operação.

Até o momento, a Guarda Municipal recebeu o apoio de 68 agentes cedidos pelas prefeituras de São Paulo, Florianópolis, Mogi das Cruzes e Uberaba. Chegaram, ainda, seis barcos, dois jet skis e 15 viaturas - coordenados por um centro de comando localizado na rua Marechal Floriano Peixoto, no Centro Histórico.

Correeio do Povo

Após cobranças, prefeitura de Porto Alegre esclarece que ISSQN será usado para socorro das chuvas

 Segundo o Executivo, valores do tributo são essenciais neste momento



Na última quinta-feira, a prefeitura de Porto Alegre publicou em seu site as medidas que seriam adotadas em resposta aos desafios enfrentados pela população devido à enchente. A Secretaria Municipal da Fazenda deve prorrogar para agosto os vencimentos de tributos como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Taxa de Coleta de Lixo (TCL) e Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - Trabalho Pessoal (ISS-TP, que é devido pelos autônomos), além de suspender ações de cobrança administrativa e, em alguns casos, a judicial.

Diante da cobrança de alguns contribuintes nas redes sociais sobre a prorrogação do ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) ser limitada a autônomos, a prefeitura ressaltou que este é um dos principais tributos do município, e os recursos oriundos dele são essenciais para ajudar os mais necessitados neste momento.

Confira a nota na íntegra:
"A Secretaria da Fazenda esclarece que está sensível ao drama enfrentado por nossos contribuintes, que em alguns casos não tem acesso aos equipamentos para realizar declarações e recolhimento de ISSQN. No entanto, é importante lembrar que este é um dos principais tributos do município, e os recursos oriundos dele são essenciais para ajudar as pessoas que precisam.

Até o momento, a prefeitura já precisou utilizar quase R$ 15 milhões para auxiliar pessoas, salvar vidas e executar ações emergenciais. Sem o valor do ISSQN, isto seria praticamente impossível.

Ao abrir mão desses recursos, não teremos como manter nossos compromissos nos próximos meses e, consequentemente, ajudar aqueles que dependem de nós.

Estamos constantemente reavaliando e ajustando as ações para auxiliar a todos que precisam da máquina pública neste momento."

Correio do Povo

Dia das Mães: medo e falta de informação desafiam maternidade atípica

 



A gerente de riscos Rafaela Aquino, de 27 anos, lembra perfeitamente do dia em que, pela primeira vez, suspeitou que seu filho, Benjamin, fosse autista. O menino, que tinha acabado de completar 2 anos, passava por algumas mudanças de comportamento e a mãe decidiu pesquisar os sintomas na internet. Naquela época, Ben já não queria mais brincar como antes, tinha parado de chamar as tias e primas pelo nome, e passou a correr de um lado para o outro da casa. O vocabulário, já recheado de palavras, foi diminuindo pouco a pouco. Ao descrever os comportamentos no Google, a mãe caiu em um vídeo sobre autismo regressivo – nome dado aos casos em que crianças autistas “perdem” habilidades já desenvolvidas. Foi quando “tudo se encaixou”, segundo ela. “Eu lembro até hoje da cena: ele correndo na sala e eu sentada vendo vídeo no YouTube com as duas mãos na cabeça, desesperada. Minha mãe entrou na sala e brigou comigo. Ela falou: ‘para, você tá louca!’”. A luta para confirmar o diagnóstico e apresentar a situação para a família é um dos primeiros desafios que as mães de crianças com autismo enfrentam. Na maternidade atípica, como é chamada a maternidade de pessoas com alguma deficiência, muitas mulheres têm ainda que reformular suas rotinas para cuidar dos filhos, enquanto lidam com a falta de informações sobre o tema e o medo sobre o futuro.

Fonte: https://www.youtube.com/channel/UC9mdw2mmn49ZuqGOpSri7Fw/community?lb=UgkxLSO82u8h8zRn6mR2BbWGY8X-HCQPpspK

Consumo de água será cobrado pela média dos últimos meses em Porto Alegre

 Prefeitura afirma que o cálculo vai considerar os dias de não consum para os clientes que ficaram vários sem o fornecimento do serviço



A Prefeitura de Porto Alegre informou nesta sexta-feira que, em virtude da enchente que ocorre na cidade nos últimos dias, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) vai emitir as contas de água por média de consumo dos últimos três meses.

As emissões iniciam na segunda-feira, dia 13, e seguem até o final de maio. Após este prazo, o Dmae comunicou que vai reavaliar novamente os procedimentos que serão adotados, tendo em vista a situação em que se encontra a cidade.

Questionado sobre a situação dos clientes que ficaram vários dias sem o fornecimento do serviço em decorrência das enchentes, o departamento informou que, para o cálculo considerado na emissão, serão descontados os dias em que não houve consumo.

O atendimento em postos comerciais do Dmae está suspenso, mas os serviços podem ser solicitados via Whats do 156 - (51) 3433-0156.

Correio do Povo

Ihados, moradores do Centro Histórico permanecem em prédio para proteger o edifício

 Grupo ‘Resistência’ tem feito a manutenção e organização do local onde vivem

Fachada do edifício Mal. Trompowski no Centro Histórico 

Há uma semana, 10 moradores do edifício Mal. Trompowski, na av. Siqueira Campos, decidiram criar uma comuna. Juntos, o grupo escolheu não deixar o prédio com do avanço da água sobre as ruas do Centro Histórico, e que já submergiu o primeiro andar do prédio. O motivo? Manter a segurança e a manutenção do local que vivem. Juntos, limpam, reparam e mantém a segurança do prédio de 21º andares. A divisão das tarefas é coordenada e os suprimentos, principalmente a água, é racionado e igualmente compartilhado para que ninguém passe fome ou fique sem comer. A energia também é limitada, o gerador é ligado apenas para o carregamento de telefones e lanternas. A caixa d’água foi aberta e permite o ‘banho a conta gotas’ diário.

A decisão do grupo de permanecer no prédio recebeu apoio dos demais moradores que optaram por deixar seus apartamentos. Em apoio, aqueles que não entregaram diretamente mantimentos, deixaram as chaves de suas casas para que os que ficassem pudessem entrar e pegar o que fosse preciso. Outros seguem levando mantimentos, por meio de barco, aos vizinhos. Também de barco, levam o lixo dos que ficaram.

Luiz Calos Modesto, 54, quando veio de São Paulo para o Rio Grande do Sul, há 14 anos, nunca imaginou que passar situação igual, tampouco que sofreria tanto vendo o Estado pelo qual se apaixonou debaixo d'água. Decidiu ficar em acordo com a esposa, Ana Elisa Fontoura, gaúcha, que defendeu: "Lu, a gente tem tudo aqui e tem nosso gato também. Estamos com água, estamos alimento, vamos para ficar a não ser que eles mandem a gente sair em função de algum perigo". Foi assim que os dois se somaram ao grupo denominado Resistência que tem feito toda organização e limpeza do local desde então.

"Limpamos e desinfetamos todos os apartamentos para quando os moradores de idade, o pessoal que evacuou, quando eles voltarem o prédio e os andares vão estar limpos e dedetizados. Só a recepção do prédio que está completamente debaixo d'água e é onde a gente vai fazer uma limpeza mais grossa", explicou Luiz. Todas as tarefas são compartilhadas, e cabe a Carol, esposa do síndico, Evair, coordenar a atuação. Nesta sexta-feira, a tarefa de Luiz foi limpar todos os degraiu, do 2º ao 21º andar. Sem vassoura ou rodo, foi na mão mesmo.

Uma das vistas da da janela do ed. Mal. Trompowski Uma das vistas da da janela do ed. Mal. Trompowski | Foto: Luiz Carlos Modesto/ Arquivo Pessoal / CP

Reforçando o sentimento de comunidade, algumas alimentações são feitas em conjunto e conversa ajuda a passar o tempo. Mas, na hora de dormir, cada morador vai para os seus respectivos apartamentos. Uns, acompanhados dos seus animais de estimação – cujo os estoques de alimentação estão devidamente abastecidos. Outros, acompanhados dos seus companheiros, como Luiz e Ana Elise. O casal, nos poucos momentos em que não estão dedicados aos afazeres do prédio, se distraem como podem. Ela, lê e costura. Ele, pratica plastimodelismo.

Técnico em mecânica industrial, Luiz já está estudando maneiras de reerguer e reativar as bombas do edifício, assim como o gerador a fim de prevenir prejuízos caso situações extremas como essa venham acontecer. Apaixonado pelo que faz, o trabalho – e o caminho, a pé, que faz até lá – são uma das maiores saudades de Luiz. Em meio ao "cenário de guerra", descrito por ele, fez um apelo ao poder público: que dê a atenção devida aos anseios e necessidades do Estado, principalmente na infraestrutura. "Isso está sendo ruim, mas em contrapartida está sendo bom para eles (políticos) verem o quanto estão errando e os pontos que estão deixando de ver a gente e o que a cidade precisa", afirmou.

Luiz Carlos Modesto varanda na frente do prédio Luiz Carlos Modesto varanda na frente do prédio | Foto: Luiz Carlos Modesto/ Arquivo Pessoal / CP

Apesar disso, quando questionado se, após tudo que têm passado, ele pensa em deixar o Estado e retornar para terra natal, é taxativo: "ao contrário, agora é que eu quero ficar. O Rio Grande do Sul precisa de mim, eu tenho com o que contribuir e dar minha participação. O Rio Grande do Sul tem um povo maravilhoso e o que ele estão sentindo, eu também estou sentindo. Eu falo para os meus amigos de São Paulo: 'eu tô aqui e quero fazer esse Estado de novo do jeito lindo que ele é'".

Correio do Povo

O diretor-geral do DMAE continua chamando errôneamente o Guaíba de "lago"

 

Cartilha traz dicas para garantir segurança de crianças em abrigos

 A cartilha foi lançada pela PUCRS



O cuidado com as crianças que se encontram em abrigos devido ao momento de calamidade no qual o Rio Grande do Sul se encontra deve ser redobrado para evitar casos de violência de toda natureza - sexual, psicológica e física. A avaliação é da professora Luísa Habigzang, coordenadora do Grupo de Pesquisa Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Para que os voluntários exerçam o apoio nos cuidados, uma cartilha, lançada pela universidade, orienta, inclusive, como proceder no momento de colher algum relato de abuso sofrido. "Temos que zelar pela integridade das crianças, até porque são centenas de pessoas que não se conheciam antes da catástrofe", explicou.

A professora disse que das 250 pessoas abrigadas no centro esportivo da universidade, 60 são crianças. Todas receberam uma identificação e são monitoradas em tempo integral por monitores, alunos ou mesmo voluntários.

"Isso é necessário porque há mães que têm mais de um filho e os outros são menores. Às vezes é impossível acompanhá-los e o risco de abuso justamente ocorre quando estão longe da presença de um responsável", disse.

Segundo Luísa, é recomendável que os "responsáveis referência" estejam próximos durante o dia e também durante a noite. Se uma criança vai ao banheiro, ela deve ser acompanhada. "Estamos trabalhando na perspectiva das crianças, adolescentes e das mulheres, por ser um dever compartilhado de todos de não torná-las vulneráveis em hipótese alguma. Isso significa monitorar quem entra e quem sai do abrigo. Infelizmente, há muitos casos de abusos contra crianças e mulheres em momentos como este que passa o Rio Grande do Sul”.

A cartilha lançada pela PUCRS, didática, está contribuindo para que os voluntários, agentes públicos, jornalistas, profissionais de saúde e de outras áreas saibam como proceder no trabalho dentro dos abrigos. "A nossa cartilha pode contribuir para outras situações de calamidade que, infelizmente, poderão acontecer no país", observou Luísa.

De acordo com a professora, geralmente não são apenas os adultos que chegam ao abrigo que estão em choque ou vulneráveis, as crianças são as que mais sofrem e, pior, silenciosamente, por não saberem como expressar o sentimento. “É por esta razão que os monitores de abrigos devem ser qualificados para exercer o cuidado sem a possibilidade de uma pessoa, adulta ou não, se sentir ferida. Quem é obrigado a vir para os abrigos não podem ser revitimizados", defende.

Professores e pesquisadores da PUCRS estão unidos no trabalho de disseminação de informações verdadeiras, corretas, contra as fake news que surgem.

A pesquisadora Andreia Mendes, do Programa de Pós-Graduação em Educação e integrante do Laboratório das Infâncias, orienta como é possível interagir de maneira saudável e respeitosa com as crianças.

"A criança que está abrigada não está ali em uma situação confortável. Elas expressam no olhar inúmeros sentimentos", observa. Nas abordagens às crianças, orienta, é recomendado permitir o silêncio; informar que ela está segura no abrigo; não fazer promessas de que vai ficar tudo bem; não retirá-la do contato com a família onde se sente segura; entender que cada criança se comunica de forma diferente e atender as necessidades básicas e perguntar como elas se sente.

Os monitores devem explicar a uma criança pequena, de forma lúdica, o que está acontecendo; também devem conscientizar sobre as doenças que poderão surgir quando as águas baixarem. "O momento é de escuta ativa e empatia. É preciso entender que os desabrigados passaram por situações de trauma e, as crianças, têm mais dificuldades de compreensão da complexidade da situação", disse.

O professor da PUCRS Christian Cristensen, coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trauma e Estresse, é o responsável por ministrar o curso, que acaba de ser lançado, Primeiros Cuidados Psicológicos. Realizado na forma de duas breves vídeoaulas, apresentam os princípios gerais desse protocolo da Organização Mundial da Saúde para intervenções em situações de crises, desastres e catástrofes.

As aulas podem ser acessadas livremente por qualquer voluntário que esteja prestando acolhimento às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul ou para quem quer se preparar para eventuais casos. O curso foi uma iniciativa conjunta da PUCRS com o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul.

As aulas podem ser acessadas em três partes:

Parte 1

Parte 2

Protocolo da OMS 


Agência Brasil e Correio