segunda-feira, 13 de maio de 2024

Como na covid, prescrição de remédio poderá ser online no RS

 Ferramenta digital do Cremers poderá ser utilizada para auxiliar pessoas que estão em áreas isoladas ou com difícil deslocamento


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), anunciou que médicos registrados no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) estão autorizados, em caráter temporário, a prescrever receitas online de medicamentos de uso controlado, como entorpecentes e psicotrópicos, para a população do Rio Grande do Sul, que há duas semanas vivencia uma das suas piores tragédias climáticas e limitações de acesso aos serviços de saúde.

O processo deve ser realizado por meio de plataforma digital criada pelos Conselhos Regionais de Medicina do Brasil em abril de 2020, durante a pandemia de covid-19, e já conta com 5 milhões de documentos emitidos. Agora, com o respaldo da secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, o Cremers agiu para promover o uso da ferramenta, visando a garantir maior facilidade de acesso àqueles que fazem uso de medicamentos controlados, além do controle da prescrição e rastreabilidade dos medicamentos dispensados.

A ferramenta digital do Cremers poderá ser utilizada para auxiliar pessoas que estão em áreas isoladas ou com difícil deslocamento. Dessa forma, aqueles que precisarem de medicamentos que só poderiam ser prescritos nas notificações de receita azul e amarela, que englobam entorpecentes e psicotrópicos, poderão solicitar aos seus médicos que prescrevam as medicações por meio da plataforma digital.

"A emissão de receitas para medicamentos de controle especial vai beneficiar principalmente aqueles pacientes psiquiátricos e oncológicos que foram afetados pelas enchentes", declarou o presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade, em comunicado

A ferramenta já está disponível para uso dos médicos gaúchos registrados no Cremers. Para utilizar, basta acessar o ‘Espaço Médico’, no site do Conselho Regional.

Em breve, a emissão das receitas digitais também estará disponível por meio do aplicativo do Conselho de Medicina.

Até ontem, 141 unidades de Saúde do Rio Grande do Sul haviam sido afetadas totalmente ou parcialmente pelas chuvas, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde. Desses, ao menos dez hospitais precisaram ser esvaziados. Em Canoas, três pacientes em estado grave morreram durante a transferência.

FAKE NEWS

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal, chefiada pelo ministro Paulo Pimenta, pediu à Advocacia-Geral da União (AGU) e à Polícia Federal (PF) que dois médicos sejam investigados por suspeita de disseminarem fake news.

Os médicos Roberta Zaffari Townsend e Victor Sorrentino afirmaram nas redes sociais que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estaria dificultando o envio de medicamentos, obtidos por meio de doação, para os atingidos pelas chuvas no Rio Grande do Sul. De acordo com as publicações dos profissionais da saúde, "colegas médicos" conseguiram aviões privados para transportarem os donativos, mas a "burocracia da Anvisa" estaria impedindo o envio dos remédios.

A dermatologista acumula 33,5 mil seguidores no Instagram. Já Sorrentino é seguido por 1,3 milhão de pessoas. "Essas medicações já são aprovadas, saem de farmácias e de distribuidoras, mas precisam chegar aqui no Rio Grande do Sul."

Em nota, a Anvisa afirmou que não fez "restrição ao transporte de medicamentos destinados ao Rio Grande do Sul". "A Anvisa reforça ainda que está cumprindo com o seu compromisso de trabalhar em prol da segurança sanitária e acompanha a situação emergencial de perto, em contato direto com as autoridades federais, estaduais e municipais." Em um comentário na publicação da nota da Anvisa no Instagram, Sorrentino diz que "apesar de não ter criticado, xingado, inventado, muito menos criado esta narrativa de moda chamada ‘fake news’", foi atendido pela Anvisa.


Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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