Toffoli suspende decreto para separar alunos com deficiência

 Texto é considerado um retrocesso nas políticas de inclusão, porque abriria espaço para que as escolas rejeitassem estudantes especiais


O ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal)  decidiu nesta terça-feira suspender um decreto do presidente Jair Bolsonaro que incentiva que haja salas e escolas especiais para crianças com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento, como o autismo, e superdotação.

O decreto é considerado um retrocesso nas políticas de inclusão no País e discriminatório porque abriria brechas para que as escolas passassem a não aceitar alunos com essas características. A decisão de Toffoli, que foi submetida para referendo dos colegas na próxima semana, foi tomada na análise de uma ação movida pelo PSB.

O PSB acionou a Suprema Corte sob a alegação de que a política de Bolsonaro viola os preceitos fundamentais da educação, da dignidade humana, dos direitos das pessoas com deficiência e da proibição do retrocesso em matéria de direitos humanos.

Na época em que a Política Nacional de Educação Especial foi lançada, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que “muitos estudantes não estão sendo beneficiados em classes comuns”.

Na avaliação de Toffoli, considerado um aliado de Bolsonaro no Supremo, o paradigma da educação inclusiva “é o resultado de um processo de conquistas sociais que afastaram a ideia de vivência segregada das pessoas com deficiência ou necessidades especiais para inseri-las no contexto da comunidade”.

Para o ministro do STF, o decreto pode vir a “fundamentar políticas públicas que fragilizam o imperativo da inclusão de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino”.

“É de se ressaltar a absoluta prioridade a ser concedida à educação inclusiva, não cabendo ao Poder Público recorrer aos institutos das classes e escolas especializadas para furtar-se às providências de inclusão educacional de todos os estudantes”, frisou Toffoli em sua decisão, que foi enviada para referendo do plenário.

O tema vai ser analisado pelo plenário virtual do STF a partir do dia 11 de dezembro, uma ferramenta digital que permite que os ministros analisem casos sem se reunirem pessoalmente ou por videoconferência. “Salta aos olhos o fato de que o dispositivo (que define o conceito de escolas regulares inclusivas) trata as escolas regulares inclusivas como uma categoria específica dentro do universo da educação especial, como se houvesse a possibilidade de existirem escolas regulares não-inclusivas.

Ocorre que a educação inclusiva não significa a implementação de uma nova instituição, mas a adaptação de todo o sistema de educação regular, no intuito de congregar alunos com e sem deficiência no âmbito de uma mesma proposta de ensino, na medida de suas especificidades”, escreveu Toffoli.

O decreto prevê recursos para redes públicas que quiserem adotar a política e também para entidades, como Apaes, institutos para surdos e outras, que ofereçam educação especial.

Toffoli também determinou que a AGU (Advocacia-Geral da União) e a PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestem sobre o caso dentro de um prazo de três dias. Procurado pela reportagem, o Ministério da Educação ainda não se manifestou.

Recursos

Atualmente, cerca de 90% dos estudantes com deficiência ou transtornos do desenvolvimento estudam em escolas regulares no Brasil, um número que vem crescendo desde 2008 quando houve a política de inclusão. Desde então, instituições para atendimentos especiais perderam recursos do governo.

Especialistas dizem que há problemas ainda na inclusão, mas que o foco dos recursos do governo deveria ser o de formar melhor os profissionais e dar mais estrutura para esse atendimento nas escolas regulares, em vez de separar as crianças. Os alunos, no entanto, nunca deixaram de poder estarem matriculados também em serviços especiais.


Agência Estado e Correio do Povo

Prefeitura de Porto Alegre ainda irá avaliar novas restrições

 Possíveis medidas mais restritivas serão debatidas na manhã desta quarta-feira



Até o momento não há informações sobre restrições mais rígidas em Porto Alegre. Conforme a Prefeitura, nesta quarta-feira haverá reunião do Comitê Temporário de Enfrentamento ao Coronavírus do Executivo a partir das 10h, quando devem iniciar as discussões acerca das alterações feitas pelo governo do Estado para o funcionamento das atividades econômicas na bandeira vermelha.

Mesmo sem anunciar novas medidas restritivas, a Prefeitura revelou concordar "que o momento é de muita cautela e de que é possível tentar evitar contatos pessoais e sociais para preservar atividades econômicas". Apesar de a reunião do Comitê estar marcada para o turno da manhã, é possível que os debates sejam feitos ao longo de todo o dia.

A expectativa é que até o final desta quarta-feira a Prefeitura revele se haverá ou não mais rigor com relação às medidas já definidas em nível estadual. Enquanto isso não acontece, seguem valendo as mudanças anunciadas pelo governador Eduardo Leite no final da tarde de segunda-feira.

A Procuradoria-Geral do Estado (PGE), afirmou em nota que o novo decreto do governo do Estado “suspendeu a possibilidade de cogestão pelos municípios no período entre 1º e 14 de dezembro de 2020. Nesse período, aplicam-se exclusivamente as medidas sanitárias segmentadas e os protocolos previstos conforme a cor de bandeira definida pelo Estado. Os municípios que considerarem necessários regramentos mais restritos do que os previstos pelo decreto estadual podem editar decreto próprio”.


Correio do Povo

Conselho Federal da OAB vai notificar Moro sobre natureza de seu trabalho

 


Conselho Federal da OAB vai notificar Moro sobre natureza de seu trabalho

Ministério define grupos prioritários para vacinação contra Covid-19

 Profissionais de saúde, idosos e indígenas devem ser os primeiros a receber imunizante, assim que for aprovado pela Anvisa e disponibilizado


O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (1º) as primeiras informações de como deve ser o plano de vacinação contra a Covid-19 no Brasil.

As primeiras doses, segundo comunicado da pasta emitido após reunião hoje, serão usadas para imunizar profissionais de saúde, idosos e indígenas. No entanto, ainda não foi apresentado o plano completo. 

A coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações) do ministério, Francieli Fantinato, informou que haverá quatro fases de vacinação.

"Na primeira fase, conforme a chefe do PNI, devem entrar trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena", diz a nota.

A segunda fase inclui a vacinação de idosos entre 60 e 74 anos. Em seguida, serão imunizadas pessoas com comorbidades, como doenças pulmonares, cardiovasculares, etc.). 

A quarta fase é para professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e detentos.

"Ao todo, os quatro momentos da campanha somam 109,5 milhões de pessoas imunizadas, em duas doses, como previsto pelos esquemas vacinais dos imunizantes já garantidos pelo Ministério da Saúde – Fiocruz/AstraZeneca e por meio da aliança Covax Facility", acrescenta a nota.

O ministério também informa que já negocia compras de seringas e agulhas que serão necessárias para a vacinação contra a Covid-19.

"Encontra-se em andamento processo de compra de 300 milhões de seringas e agulhas no mercado nacional para aplicação das doses, e outras 40 milhões no mercado internacional."


R7 e Correio do Povo

Racing elimina Flamengo nos pênaltis e pode enfrentar o Inter

 Argentinos abriram o placar no 1 a 1 e tiveram frieza nas cobranças


Flamengo e Racing entraram em campo na noite desta terça-feira para disputar uma vaga nas quartas de final da Copa Libertadores. No chuvoso Maracanã, os times empataram em 1 a 1 no tempo normal e a partida foi para os pênaltis. O Racing levou a melhor nas cobranças e avançou à próxima fase. Poderá ser o adversário do Inter, se o Colorado superar o Boca Juniors.

Como o resultado no jogo de ida foi 1 a 1, o Flamengo tinha apenas de garantir um empate sem gols para passar de fase, devido ao gol fora de casa. Mas, em lance infeliz, Rodrigo Caio acabou levando o segundo cartão amarelo e foi expulso. Na jogada seguinte, Sigali aproveitou vacilo da defesa rubro-negra e não titubeou. Porém, nos acréscimos, Willian Arão subiu mais que todo mundo após escanteio e igualou o placar. Só que o volante perdeu a cobrança decisiva que acabou sendo determinante pela eliminação dos cariocas.

O Racing agora espera por Inter ou Boca. O primeiro duelo entre as equipes acontece nesta quarta-feira. A partida deveria ter sido realizada na semana passada, mas o clube argentino pediu o adiamento em razão da morte de Diego Maradona. O time brasileiro recebe o adversário no Beira-Rio, às 21h30.

Em 2019, ano em que foi campeão, o Flamengo também teve uma disputa de pênaltis nas oitavas. Diante do Emelec, a equipe carioca levou a melhor por 4 a 2. Porém, desta vez, acabou sendo eliminado por 5 a 3. Esta é a segunda vez que Rogério Ceni cai com o time em um mata-mata.

Ceni promoveu algumas mudanças na formação do Flamengo em relação ao jogo de ida. Foram elas: as entradas de Isla, Rodrigo Caio, Gustavo Henrique e Vitinho na equipe titular. Mesmo sem Gabigol, machucado, o Flamengo começou pressionando a saída de bola argentina. Das vezes em que foi apertado, o time rubro-negro conseguiu superar a pressão adversária e saiu jogando pela esquerda, com Filipe Luis, Arrascaeta, Vitinho e Bruno Henrique. Diferente de como foi no primeiro duelo, o Racing optou por não sair tanto para o ataque.

Jogando em casa, foi o Flamengo quem propôs o maior número de tentativas de gol no primeiro tempo. O Racing, ao contrário, pouco ameaçou. As jogadas individuais muitas vezes terminaram em escanteio para a equipe carioca, que mostrou ter uma boa arma nesses lances. Gustavo Henrique ofereceu perigo algumas vezes, ora jogando a bola em direção ao gol, ora ajeitando para um companheiro.

Após apertar a defesa do Racing, o Flamengo teve uma ótima chance com Vitinho. Aos 24 minutos, o atacante ficou cara a cara com o goleiro, mas acabou desperdiçando a oportunidade. Dois minutos depois, Rodrigo Caio aplicou um carrinho de frente no adversário, parando a jogada. O defensor acabou punido com cartão amarelo, o primeiro do jogo.

Aos 44, Vitinho perdeu a melhor chance do jogo. Após roubada de bola de Bruno Henrique ainda no campo defensivo rubro-negro, o atacante acabou achando Arrascaeta pela direita. O uruguaio mostrou toda classe e imediatamente esticou a bola pra Vitinho no outro lado do campo. O camisa 11, cara a cara com o goleiro, optou por bater rasteiro e a bola tirou tinta da trave do Racing.

Os dois times voltaram dos vestiários sem alterações. O Flamengo começou no mesmo ritmo que terminou a primeira etapa. Desta vez, concentrando seus ataques não só pela esquerda, mas como começou a usar Isla pela direita. Foram criadas mais oportunidades, mas ainda assim não conseguiu finalizar de forma satisfatória. Do outro lado, o Racing continuou apostando nos contra-ataques, tentando surpreender a defesa rubro-negra.

Aos 17 minutos, Rodrigo Caio levou o segundo cartão amarelo após entrada por trás no adversário. A expulsão do defensor obrigou Ceni a mexer na equipe. Arrascaeta acabou sendo o escolhido para ir para o vestiário, enquanto João Gomes entrou em campo. Com isso, Willian Arão foi deslocado para a defesa.

No primeiro lance após a expulsão de Rodrigo Caio, Gustavo Henrique se atrapalhou dentro da área com Lisandro López. O zagueiro Sigali aproveitou a sobra dentro da área e colocou a bola para dentro do gol. O VAR analisou as imagens e confirmou a posição legal do jogador do Racing.

Ceni, então, mexeu no time novamente. Desta vez, optou por tirar Éverton Ribeiro para a entrada de Pedro. O centroavante logo teve sua primeira chance após jogada de Vitinho, mas a defesa acabou cortando. Sem seus meias, o Flamengo teve de contar com seus pontas para a criação das jogadas, o que não surtiu muito efeito.

Aos 32 minutos, Isla teve uma chance inacreditável com bola levantada dentro da área. Mas o lateral acabou não finalizando, facilitando a ação do goleiro Arias. A partir deste lance, o arqueiro passou a ser o herói do Racing, defendendo dois cabeceios perigosos de Bruno Henrique e Willian Arão.

Nos minutos finais, Ceni optou por colocar Diego no lugar de Gustavo Henrique, tentando dar mais ofensividade ao time. Mas, no desespero, o Flamengo praticamente não criou mais oportunidades reais de gol. Porém, precisou de apenas uma chance. Em cruzamento de escanteio, Willian Arão subiu mais que os rivais e colocou a bola para dentro. Rojas ainda tentou de falta nos instantes finais, mas chutou por cima do gol.

Nos pênaltis, Willian Arão desperdiçou a quarta cobrança do Flamengo. Fabrício Domínguez foi para a quinta e decisiva penalidade e chutou alto, sem chances para Diego Alves, colocando o Racing nas quartas de final da Libertadores.


Agência Estado e Correio do Povo

Situação dos reservatórios é crítica, alerta Operador do Sistema Elétrico

 ONS afima que reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste estão com 17,7% da capacidade, inferior aos 18,9% registrados em 2019



O nível dos reservatórios das principais hidrelétricas do País está entre os mais baixos da série histórica, informou nesta terça-feira (1º) o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), órgão, que é responsável por monitorar o fornecimento de energia em todo o Brasil.

A nota é divulgada um dia após a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidir retomar o sistema de bandeiras tarifárias, com acionamento da bandeira vermelha patamar dois, o mais caro, e depois que o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em suas redes sociais, que o País corre o risco de ter apagões devido aos "níveis baixíssimos" dos reservatórios.

De acordo com o ONS, os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste estão com 17,7% da capacidade, inferior aos 18,9% registrados em 2019. "Nos últimos anos, o País passou por uma escassez hídrica que não permitiu a total recuperação dos níveis dos reservatórios", disse o ONS.

Neste momento, o armazenamento só está superior aos 15,8% verificados em 2014. No mês seguinte, em 19 janeiro de 2015, o Brasil sofreu um apagão em 11 Estados devido a picos de consumo associados ao forte calor. Na época, o governo insistiu que o sistema era robusto.

Segundo o ONS, as afluências (quantidade de água que chega aos reservatórios das hidrelétricas) no Sudeste/Centro-Oeste registraram o terceiro pior resultado da série histórica entre maio e novembro deste ano - época em que se caracteriza o período seco.

Mesmo para dezembro, quando tradicionalmente começa o período úmido, as chuvas estão muito abaixo da média. Para esta semana, até sexta-feira (4), o ONS prevê afluências médias de 37% da média histórica.

Para fazer frente a esse cenário, o ONS informou que, desde 17 de outubro, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), órgão presidido pelo Ministério de Minas e Energia (MME), já determinou o acionamento de termelétricas, a importação de energia da Argentina e Uruguai e a flexibilização de restrições das usinas de Itaipu, Ilha Solteira e da bacia do Rio São Francisco

"Os pleitos relacionados à flexibilização de restrições relativas às usinas de Ilha Solteira e da bacia do Rio São Francisco ainda serão avaliados pela Agência Nacional de Águas (ANA)", informou o ONS. Nos dois casos, as bacias têm uso misto e por isso precisam de aval da ANA.

Sobre os próximos meses, o ONS informou que ainda é preciso aguardar para tomar novas medidas. "Para os próximos meses, é preciso esperar e avaliar como o período úmido, que começa agora e vai até abril, irá se comportar para definir as estratégias de operação".

R7 e Correio do Povo

MENTES TERCEIRIZADAS - Percival Puggina

 http://www.puggina.org/.../pug.../mentes-terceirizadas/17321




Fonte: https://www.facebook.com/story.php?story_fbid=2817335761835246&id=1426229014279268

Chuva avança pelo RS a partir do Oeste nesta quarta-feira

 Instabilidade atingirá área de Porto Alegre no fim do dia



O sol aparece com nuvens em grande parte do Rio Grande do Sul nesta quarta-feira, mas, no decorrer do dia, a nebulosidade aumenta no Estado. Áreas de instabilidade vão atingir inicialmente a Fronteira Oeste e no decorrer do dia se deslocam no sentido Leste, alcançando a maior parte do território gaúcho da tarde pra noite com chuva e trovoadas.

A MetSul Meteorologia alerta para o risco de chuva isoladamente forte a intensa com altos acumulados em curto período e ainda para a possibilidade de temporais localizados com vento forte e/ou queda de granizo. Os volumes de chuva é que devem variar demais de um ponto para outro, até dentro de uma mesma região. Não chega a fazer muito calor antes da chegada da chuva. 

Em Porto Alegre, a quarta-feira será de sol e chuva, com as temperaturas variando entre 18°C e 29°C. O tempo volta a firmar na Capital até o fim da quinta-feira. 

• Mínimas e máximas pelo RS
Porto Alegre 18°C / 29°C
Caxias 16°C / 27°C
Capão 19°C / 26°C
Santa Rosa 20°C / 28°C
Santa Cruz do Sul 18°C / 29°C
Santa Maria 18°C / 27
Livramento 16°C / 30°C
Pelotas 17°C / 28°C
Uruguaiana 22°C / 27°C

MetSul e Correio do Povo

Dólar cai a R$ 5,22, menor nível desde julho com fiscal e fluxo externo

 Ibovespa oscilou entre a máxima e a mínima, fechando em 111.399,91 pontos, com alta de 2,30%



O dólar começou dezembro com forte queda ante o real. A entrada de fluxo externo, em novo dia de busca por ativos de risco no mercado financeiro internacional, o aumento da intervenção pelo Banco Central e notícias positivas internas sobre o fiscal ajudaram o real a ter o melhor desempenho nesta terça-feira, ante a divisa americana, considerando uma cesta de 34 moedas mais líquidas. Assim, o dólar fechou em baixa de 2,21% no mercado à vista, a R$ 5,2278, no menor nível desde 31 de julho (R$ 5,21). No mercado futuro, o dólar para janeiro fechou em queda de 2,35%, a R$ 5,2085.

A terça-feira foi marcada por uma conjunção de notícias favoráveis. No exterior, cresceu a expectativa de vacinação mais rápida da população, ainda em dezembro, e também de algum pacote fiscal nos Estados Unidos, após nova aproximação hoje da Casa Branca com a democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara. Assim, o dólar caiu no menor nível em quase 30 meses, considerando o DXY, índice que mede a divisa americana ante moedas fortes. "O dólar retomou a trajetória de enfraquecimento", comentam os estrategistas de moedas do banco americano Brown Brothers Harriman (BBH).

Internamente, o noticiário fiscal agradou. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, confirmou na tarde de hoje que o Congresso votará a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) no próximo dia 16. Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro disse que prorrogar o auxílio "é caminho para o insucesso". Ainda nas reformas, o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) disse que é possível votar a reforma tributária na comissão que preside até o próximo dia 10.

"A situação fiscal do Brasil é precária", afirmam os estrategistas do Bank of America. Contudo, a avaliação deles é que há espaço para reduzir o risco fiscal no País e o banco americano espera que no primeiro trimestre de 2021 o cenário esteja menos incerto. Por isso, passou a ficar "cautelosamente otimista" com o real e reduziu a previsão das cotações do dólar no País de níveis ao redor de R$ 5,38 esperados até o terceiro trimestre do ano que vem para R$ 5,10.

"Os ativos locais seguirão à mercê do cenário e dos fluxos internacionais, mas com um olho nos avanços (ou não) da agenda política interna", avalia o diretor de investimentos e sócio da Tag Investimentos, Dan Kawa. O fluxo não dá sinais de perda de fôlego. Operadores reportaram novas entradas hoje na B3 e, em novembro, os aportes somavam quase R$ 33 bilhões, um recorde mensal.

Para os emergentes, dados preliminares do Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores bancos do mundo, mostram ingressos de US$ 76,5 bilhões em novembro de investidores não residentes para aplicações nas bolsas e renda fixa. É o maior valor mensal da história que a região recebe e também bem acima do de outubro, que somou US$ 23,5 bilhões.

Ibovespa

O dia de notícias amplamente positivas em relação à retomada da economia tanto global quanto local impulsionou a busca pelos ativos de risco levando o Ibovespa a se firmar na casa dos 111 mil pontos, em uma sessão na qual o índice oscilou três mil pontos entre a máxima e a mínima intraday, para fechar aos 111.399,91 pontos, em alta de 2,30%. O giro financeiro foi de R$ 38,5 bilhões.

Os bons ventos dos pares em Nova York também sopraram a favor em um ambiente no qual a efetividade das vacinas contra o coronavírus se torna cada vez mais próxima. Dados indicando forte retomada econômica chinesa também levaram disposição às compras por parte dos investidores, que engrossaram o fluxo de recursos em direção ao mercado brasileiro. Na sessão, o dólar acentuou o ritmo de queda, encerrando o dia no segmento à vista em baixa de 2,21%, a R$ 5,2278.

"O avanço de papéis mais tradicionais e do gosto de estrangeiros, mostra que os fluxo de não-residentes aporta novamente no mercado acionário brasileiro", afirmou um operador, ressaltando a performance de ações de primeira linha, como bancos, Petrobras e Vale.

Especialmente os papéis de bancos ganharam destaque na sessão, uma vez que estão muito descontados. As ações preferenciais de Bradesco, Itaú Unibanco, as units do Santander e as ordinárias de Bando do Brasil ganharam 5,60%, 4,20%, 7,15% e 2,75%, respectivamente. O profissional chama a atenção para o fato de que, no acumulado de 2020, as perdas são de 21,19%, 16,85%, 9,80% e 32,06%, pela ordem. No ramo de commodities, Petrobras ON fechou em alta de 2,94% e Vale ON, 4,17%.

No meio da tarde, a notícia dada pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, de que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) será pautada no Congresso Nacional no dia 16 de dezembro deu ânimo pontual em um ambiente já favorável. A notícia foi confirmada pelo presidente do Senado, David Alcolumbre (DEM-AP). No entanto, segundo apurou o Broadcast Político, o movimento sinaliza que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) não será instalada neste ano. A presidência do colegiado é disputada entre os grupos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Centrão, liderado por Arthur Lira (PP-AL).

Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, ressalta que o que realmente fez preço, foi a fala do presidente Jair Bolsonaro ao sinalizar que o governo não pretende estender o auxílio emergencial. "Isso acaba aliviando o estresse do mercado quanto ao rumo do fiscal", diz. "Prova maior deste alívio foi vista na curva de juros que derreteu hoje e devolveu parte do prêmio que está implícito em vista do risco do fiscal, ao passo que uma queda da curva implica em maior 'upside' para os modelos de precificação de ações e elevando o apetite ao risco".

Segundo Ribeiro, também Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmando que a reforma tributária tem cerca de 320 votos e pode ser aprovada até o final do ano mesmo sem o apoio do governo ajudou.

Já na avaliação de Luís Sales, analista de mercado Guide Investimentos, por enquanto, o mercado deixou de lado os problemas fiscais do País, uma vez que não está contando com a dinâmica no Congresso. "Por enquanto as questões políticas estão um pouco quietas. Mas em janeiro é possível que voltem a preocupar nossas questões internas, com a cena política e as questões fiscais", afirmou.

No entanto, tanto Ribeiro quanto Sales concordam que, para o mercado seguir com o viés de alta, o governo deverá seguir apoiando a pauta fiscal. "Mas, principalmente, transformar palavras em ações", diz o analista de Clear.

Do ponto de vista externo, as sinalizações sobre o posicionamento mais dovish (favorável para políticas monetárias expansionistas) do gabinete do presidente-eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, como da futura secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, reforçando a urgência em aprovar um pacote de estímulos para não retroalimentar os efeitos negativos da crise na economia, são combustível para as compras.

Juros

Os juros tombaram nesta terça-feira, embalados pelo forte aumento do apetite pelo risco que impulsionou ativos de economias emergentes de forma generalizada e também por fatores internos. O mercado gostou de ouvir o presidente Jair Bolsonaro dizer que "perpetuar benefícios é o caminho certo para o insucesso" e, ao mesmo tempo, mostrou mais confiança no andamento da agenda de reformas. A decisão da Aneel, ontem à noite, de aplicar a bandeira vermelha 2 nas tarifas de energia já em dezembro provocou uma enxurrada de revisões em alta no IPCA para este ano, mas não impediu que a curva fechasse, até porque o mercado se protegeu tanto no mercado primário quanto no secundário de NTN-B. Não por acaso, o Tesouro conseguiu vender 8 milhões de NTN-B para 2023, num leilão histórico deste tipo de papel para um único vencimento.

A sessão foi de forte volume, especialmente na ponta curta. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 girou em torno de 750 mil contratos, ante média diária de 417 mil nos últimos 30 dias, fechando com taxa de 3,115%, de 3,315% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2023 encerrou com taxa de 4,76%, de 5,006% ontem, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 6,775% para 6,56%. A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou em 7,36%, de 7,554%.

O dia já começou com dados positivos da China e alguns PMIs melhores do que o previsto no exterior, e o otimismo ganhou impulso após o presidente eleito dos Estados Unidos Joe Biden, exortar o Congresso a aprovar uma nova rodada de estímulos ficais. "Com esse clima externo mais favorável, dada a perspectiva de mais estímulos fiscais e avanço nas vacinas, o mercado acaba passando por cima de uma série de questões", disse o estrategista-chefe da CA Indosuez Brasil, Vladimir Caramaschi, quando perguntado sobre o bom desempenho das taxas mesmo com o anúncio da Aneel.

A decisão da Agência disparou revisões em alta para a inflação por várias casas, que já superam o centro da meta de 4% para este ano. "A interpretação é de que quiseram preservar a inflação no ano que vem dada a leitura de que o BC não vai subir o juro tão cedo. Foi um pecadilho, não um pecado mortal", afirmou Caramaschi.

De todo modo, o mercado buscou proteção nos papéis atrelados à inflação, principalmente NTN-B curtas como a de 15/5/2023 ofertada no leilão de hoje. O Tesouro colocou 8 milhões de títulos, o maior da história para um único vencimento de NTN-B, com giro de R$ 30,4 bilhões.

A ponta longa teve alívio não só com a melhora de humor externo, mas também na percepção de risco fiscal e político. O presidente da Comissão Mista da Reforma Tributária, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), disse que o colegiado pode votar a reforma até o dia 10, enquanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que o Congresso votará a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) no próximo dia 16. Pela manhã, o alívio da curva teve grande contribuição de declaração de Bolsonaro, na linha de defesa da austeridade fiscal. Sem citar diretamente o pagamento do auxílio emergencial, ele ressaltou que "alguns querem" perpetuar benefícios. "Ninguém vive dessa forma, é o caminho certo para insucesso", declarou.

Agência Estado e Correio do Povo

Polícia Civil de Santa Catarina investiga possível ligação de PCC em ataque a banco em Criciúma

 Modo de planejamento e atuação é semelhante com o roubo no aeroporto regional de Blumenau, em 2019



As forças de segurança pública de Santa Catarina não descartam a ligação dos criminosos responsáveis pelo ataque a banco em Criciúma, entre a noite de segunda e madrugada de terça-feira, com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) de São Paulo. Há suspeita inclusive de que os bandidos estavam na região há meses preparando o plano.

O assalto a banco contou com grande planejamento, organização, veículos, armamento pesado, munições de diferentes calibres, explosivos e coletes balísticos, além de violência e escudos humanos na modalidade Novo Cangaço.

O delegado Anselmo Cruz, da Diretoria Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil, que havia classificado o crime como “o maior roubo já registrado em Santa Catarina”, alegou que possível relação com criminosos de fora do Estado. “Sabemos que esse tipo de ação é proveniente de fora, especialmente de São Paulo”, disse.

No final da tarde desta terça-feira, o Delegado Geral da Polícia Civil, Paulo Koerich, afirmou que a ação ocorrida em Criciúma tem semelhanças com um ataque a um carro-forte ocorrido em março do ano passado no aeroporto regional de Blumenau. Na ocasião, uma jovem foi morta por uma bala perdida e dois vigilantes da empresa de transporte de valores ficaram gravemente feridos durante o confronto.

Além da proporção do episódio, o delegado Paulo Koerich assinalou o tempo de maturação do planejamento dos responsáveis. Em 2019, o grupo de criminosos ficou nove meses convivendo na região do Litoral Norte de SC antes de atuar de modo violento, tendo inclusive alugado imóveis com antecedência. O modo de atuação, inclusive nas estratégias de chegada e fuga em veículos, também foram considerados parecidos nos episódios de Criciúma e Blumenau.

As investigações do roubo do aeroporto regional de Blumenau resultaram na prisão de cinco dos oito envolvidos, em sua maioria paulistas. Em São Paulo, o mesmo bando também agiu em 2018 nos assaltos em outubro no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, e em julho do ano no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos.


Correio do Povo


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