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Um ano da guerra em Gaza

Israelenses entram em jejum coletivo de 50 dias pedindo o fim dos conflitos com palestinos

Jerusalém – Israelenses judeus e árabes iniciaram nesta quarta-feira um jejum coletivo para exigir uma solução negociada para o conflito com os palestinos, por ocasião do primeiro aniversário da guerra em Gaza. Os membros do movimento Women Wage Peace (Mulheres em Paz) instalaram uma barraca do lado de fora da residência do primeiro-ministro Bejamin Netanyahu e começaram a jejuar por 50 dias – mesma duração do conflito.
Marie-Lyne Smadja, uma das fundadoras do movimento, explicou que as mulheres jejuam em grupos de cinco por um período de cerca de 25 horas ou 50 horas e são, em seguida, substituídas por outro grupo. De acordo com esta ma~e de 54 anos, cerca de 300 mulheres es~toa inscritas na ação: “Assim como nós provamos nossa determinação lançando-nos neste jejum, pedimos que nosso governo (…) proponha uma alternativa ao retorno incessante das guerras”, explica ela. “Jejuar é a maneira mais pacífica de gritar que não podemos passar de uma guerra para outra”, considera Galit Massader, de 50 anos.
Amal Abu Rihan Ramadan, professor Árabe em Jaffa, espera que os líderes israelenses “entendam finalmente que não podemos viver assim, no ódio e no medo”. Em seis anos, houve três guerras entre Israel e o movimento armado palestino. /hamas, que controla Gaza. O mais recente conflito, de 8 de julho a 26 de agosto, fez 2.251 mortos do lado palestino, em sua maioria civis, e 73 mortos do lado israelense, a maioria dos soldados.
Ontem, a agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) denunciou que a causas da guerra de 2014 continuam sem solução. 'Um ano depois do devastador conflito que causou a morte de cerca de 1,5 mil civis, incluindo 551 crianças, suas causas continuam por resolver”, afirmou o comissário-geral da agência. Pierre Krähenbül, em comunicado. O responsável explica no texto que “o desespero, a miséria e a negação da dignidade” resultantes do conflito e do bloqueio israelita se tornaram parte do dia a dia dos rsidentes em Gaza. “As cicatrizes físicas e psicológicas estão por todo lado na Faixa de Gaza. Inúmeras crianças vivem com os traumas sofridos durante a guerra, e mais de mil com deficiências permanentes. Isso deveria lembrar-nos que os conflitos se medem pelo custo humano que causam”, afirmou Pierre. Até hoje, nenhuma das 12 mil habitações destruídas pelos bombardeios foi reconstruída, deixando 120 mil pessoas sem abrigo. A taxa de desemprego no território chega a 43%.


Fonte: Correio do Povo, página 8 de 9 de julho de 2015.