O
presidente da República em exercício, Michel Temer, disse ontem não
acreditar que o vazamento da delação premiada do presidente da
empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, vá impactar as votações das
pautas de interesse do governo no Congresso. “Isso é uma coisa do
Judiciário. Não vai ter repercussão”. No depoimento, o executivo
citou dois ministros próximos da presidente Dilma Rousseff – o da
Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o da Secretaria de Comunicação
social, Edinho Silva – como beneficiários do esquema de corrupção
investigado pela Operação Lava Jato.
Temer,
que é articulador político do governo, esteve reunido desde amanhã
de ontem com os ministros das Comunicações, Ricardo Berzoini; da
Casa Civil, Aloizio Mercadante; e da Secretaria de Aviação Civil,
Eliseu Padilha; além do líder do governo no Senado, Delcídio
Amaral (PT-MS) e do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE),
para discutir as pautas de interesse do governo no Congresso nesta
semana.
Foram
avaliados os cenários para as próximas votações no Congresso,
principalmente a do PL 863/2015, projeto de lei que muda as regras da
desoneração de 56 setores da economia, reduzindo a isenção
fiscal, a MP 672/15, medida provisória que estende a atual política
de reajuste do salário mínimo até 2019, além do reajuste dos
servidores do Executivo e do Judiciário.
O
governo apresentará proposta alternativa ao projeto do senador José
Serra (PSDB-SP) que acaba com a obrigação de a Petrobras ser a
operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração
do pré-sal. Ciente de que não dispõe de votos suficientes para
barrar o texto do tucano, que está na pauta de hoje, o Palácio do
Planalto liberou aliados no Senado a propor que a estatal tenha ao
menos a preferência na extração de petróleo em águas profundas.
Fonte:
Correio do Povo, página 3 de 30 de junho de 2015.