1. Se imaginarmos circunferências
concêntricas, diríamos que o Ministério Público,
a Polícia Federal e o Poder Judiciário ocupam a maior
circunferência, portanto a mais externa. Depois vem a
circunferência dos que optaram pela delação premiada.
Em seguida as empresas e os dirigentes das estatais envolvidos. E, no
centro, um círculo, cuja área é ocupada pelos
políticos, listados ou não. O foco –e os holofotes-
apontam para o círculo central. Esse é o maior interesse da
imprensa e da opinião pública.
2. E também o maior interesse dos políticos. Esse círculo pode ser subdividido em 3 áreas, como cones. De um lado envolvidos não (ou ainda não) investigados. Do outro, os investigados. E num terceiro os que não têm nada com isso, mas recebem os respingos (menores e maiores) da opinião pública e que querem que as investigações se aprofundem.
3. Do ponto de vista político, o caso do “mensalão” tem uma diferença fundamental com o “petrolão”. No “mensalão” os políticos acusados em geral eram do PT. Políticos treinados –desde a luta clandestina ou não- em não delatar por razões políticas e ideológicas. Essa é a razão que transformou Delúbio num herói da esquerda do PT. Explica também os aplausos a Dirceu... Os denunciados de outros partidos eram presidentes partidários ou altos dirigentes. A esse nível de responsabilidade também não estavam na lista de delatores potenciais durante a investigação.
4. Isso levou o relator a ter que buscar o apoio jurídico para as evidências que se acumulavam e cruzavam. Agora, com o “petrolão” é diferente, as delações premiadas envolvem dirigentes da Petrobras e dirigentes das empresas envolvidas. Já se parte de além das evidências.
5. E há uma crucial diferença a mais. Crucial e decisiva, tanto nas provas quanto no alcance desses e de outros investigados. É que a maior parte dos investigados, nem é do PT, nem são dirigentes partidários. São parlamentares do baixo clero. Como eles se comportarão quando a investigação for fechando o cerco com documentação, delação e casos concretos?
6. Afinal, os parlamentares do baixo clero certamente são receptores das propinas que eram negociadas e recebidas por –outros- parlamentares e dirigentes dos partidos envolvidos. Como se comportarão quando se aproximarem das escadinhas do cadafalso? Acusarão os –de cima- que geriam esse processo, tentando se colocar como atores passivos e secundários? Claro, os de cima que não foram incluídos nas delações premiadas. E ampliar a rede, informando sobre os que recebiam e não foram citados?
7. Esse processo de asfixia psicológica sobre políticos sem consistência partidária e ideológica será atingido nos próximos meses, quando os investigados começarem a depor. Como reagirão as famílias solidárias com eles? O que farão os –de cima- ainda não investigados? Que orientações darão os advogados contratados? E os que estavam no jogo mas não foram denunciados?
8. Se o baixo clero falar, o “Petrolão” ganhará dimensões ainda muito maiores.
Ex-Blog do Cesar Maia
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2. E também o maior interesse dos políticos. Esse círculo pode ser subdividido em 3 áreas, como cones. De um lado envolvidos não (ou ainda não) investigados. Do outro, os investigados. E num terceiro os que não têm nada com isso, mas recebem os respingos (menores e maiores) da opinião pública e que querem que as investigações se aprofundem.
3. Do ponto de vista político, o caso do “mensalão” tem uma diferença fundamental com o “petrolão”. No “mensalão” os políticos acusados em geral eram do PT. Políticos treinados –desde a luta clandestina ou não- em não delatar por razões políticas e ideológicas. Essa é a razão que transformou Delúbio num herói da esquerda do PT. Explica também os aplausos a Dirceu... Os denunciados de outros partidos eram presidentes partidários ou altos dirigentes. A esse nível de responsabilidade também não estavam na lista de delatores potenciais durante a investigação.
4. Isso levou o relator a ter que buscar o apoio jurídico para as evidências que se acumulavam e cruzavam. Agora, com o “petrolão” é diferente, as delações premiadas envolvem dirigentes da Petrobras e dirigentes das empresas envolvidas. Já se parte de além das evidências.
5. E há uma crucial diferença a mais. Crucial e decisiva, tanto nas provas quanto no alcance desses e de outros investigados. É que a maior parte dos investigados, nem é do PT, nem são dirigentes partidários. São parlamentares do baixo clero. Como eles se comportarão quando a investigação for fechando o cerco com documentação, delação e casos concretos?
6. Afinal, os parlamentares do baixo clero certamente são receptores das propinas que eram negociadas e recebidas por –outros- parlamentares e dirigentes dos partidos envolvidos. Como se comportarão quando se aproximarem das escadinhas do cadafalso? Acusarão os –de cima- que geriam esse processo, tentando se colocar como atores passivos e secundários? Claro, os de cima que não foram incluídos nas delações premiadas. E ampliar a rede, informando sobre os que recebiam e não foram citados?
7. Esse processo de asfixia psicológica sobre políticos sem consistência partidária e ideológica será atingido nos próximos meses, quando os investigados começarem a depor. Como reagirão as famílias solidárias com eles? O que farão os –de cima- ainda não investigados? Que orientações darão os advogados contratados? E os que estavam no jogo mas não foram denunciados?
8. Se o baixo clero falar, o “Petrolão” ganhará dimensões ainda muito maiores.
Ex-Blog do Cesar Maia
