Apesar da
notícia do corte nos financiamentos dos cursos do Programa de
Financiamento Estudantil do governo federal (Fies), com cerca de 170
mil novos alunos sem poder se inscrever para dar início ao ensino
superior, outra informação deixa de milhares de estudantes bastante
apreensivos. Trata-se do corte de 90% das vagas no Programa Nacional
de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Somente em Porto
Alegre, o total passou de 4 mil para apenas 250 vagas.
O
Pronatec tem a finalidade de proporcionar cursos gratuitos à
população em áreas estratégicas, preparando profissionais para um
mercado varado como turismo, pecuária, saúde, pesca e metalurgia.
Seus cursos, de acordo com divulgação do governo federal, abarcaram
mais de 400 áreas de conhecimento. São oferecidos em instituições
de ensino da rede pública e privada, além de instituições do
sistema S, como Senai, Senac, Sesi, Senar e Senat. E são exatamente
essas instituições, principalmente as privadas que estão
preocupadas com a diminuição do número de vagas e,
consequentemente, dos repasses financeiros correspondentes. De acordo
com o Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe), o
risco é de demissão em massa dos professores.
Neste
caso, o governo, com sua tesourada, está desagradando tanto aos
alunos como às escolas onde eles deveriam estudar. O país precisa
incrementar o ensino técnico para agregar valor à sua produção,
mas o contexto atual não permite que se aponte para essa direção.
Fonte:
Correio do Povo, editorial da edição de 28 de junho de 2015, página
2.