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Dilma admite que ′pacote de bondades′ chegou ao limite

por Christina Nascimento

Ela alega que governo já fez o que podia para impedir que crise prejudicasse a população

Rio - A presidenta Dilma Rousseff afirmou ontem, na inauguração das obras de expansão do Porto do Rio,que o Brasil esgotou os recursos para combater a crise internacional iniciada em 2008. Ela repetiu que o momento é de “dificuldades conjunturais”, mas evitou tom de alarmismo. Ainda no evento, ao falar com os jornalistas, disse ter como “obsessão” o crescimento do país e evitar o desemprego, mesmo diante do cenário desfavorável.

A presidenta admitiu que foi necessário tomar medidas nas contas públicas para impedir que a crise atingisse de forma mais direta a população. Segundo ela, a política de crédito subsidiado e as desonerações fiscais foram instrumentos que o governo adotou para evitar um “elevadíssimo desemprego” e uma “redução violenta da taxa de crescimento”. “(...) trouxemos para as contas públicas e orçamento fiscal da União os problemas que de outra forma recairiam sobre a sociedade e os trabalhadores”, disse Dilma.

Ao falar com os jornalistas, a presidenta anunciou que pretende fazer uma modificação na Lei do Supersimples como uma das medidas tomadas pelo governo para incentivar o crescimento. O abismo é impedir o “abismo tributário” que, segundo a presidenta, ocorre quando o microempreendedor amplia seus negócios e passa para uma outra faixa tributária. “A pessoa está ali se esforçando e crescendo. Ela sai do regime do Supersimples e cai no do lucro presumido. Tem um impacto imenso. Estamos pensando em construir uma rampa pela qual ele pode crescer de tal forma que vai incorporando o crescimento sem ter de perder muito. Por que eu estou falando dessa lei? Porque o maior nível de emprego no Brasil hoje é dado pelas pequenas e microempresas”, afirmou a presidenta.

As obras do porto vão custar R$ 1,8 bilhão, dinheiro da iniciativa privada e do governo. Cerca de cinco mil empregos serão gerados.

Dilma chegou acompanhada dos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Edinho Araújo (Secretaria de Portos), do prefeito Eduardo Paes e do governador Luiz Fernando Pezão. Ela foi recebida por 30 operários. Em meio a fotos e cumprimentos, um deles protagonizou uma cena inusitada: fez uma oração. “Perguntei se podia e comecei. Ela é uma mulher que precisa de oração”, afirmou Oswaldo de Lima Jorge, 53 anos.

A cerimônia foi numa área com acesso limitado, no Caju, o que facilitou o esquema de segurança da presidência. Era impossível a aproximação de estranhos.

Inflação deve se manter elevada

Em ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada ontem, o Banco Central (BC) destacou que a inflação tende a permanecer elevada em 2015, retirando do texto a avaliação de que os preços entrariam em “longo período de declínio” ainda este ano.

As estimativas do BC consideram um reajuste de 10,7% dos preços administrados este ano, superior ao mencionado na ata anterior, de 9,3%. Para a gasolina, a instituição manteve a projeção de reajuste de 8%, mas elevou para os preços de energia elétrica, de 27,6% para 38,3%.

O Copom avaliou que o fato de a inflação “atualmente se encontrar em patamares elevados” reflete, em grande parte, a ocorrência de dois importantes processos de ajustes de preços relativos na economia — realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais (por causa da alta do dólar, por exemplo) e readequação dos preços administrados em relação aos livres (como o aumento do preço da energia elétrica).

Também a taxa de desemprego no trimestre encerrado em janeiro de 2015 ficou em 6,8%. O percentual é maior que o registrado no trimestre anterior (6,6%), encerrado em outubro do ano passado. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE.

Dólar sobe e volta à taxa de junho de 2004: R$ 3,16

Depois de operar em baixa de manhã, o dólar comercial voltou a subir e encerrou ontem o dia com alta de 1,08%, negociado a R$ 3,161. Essa é a maior cotação da moeda americana desde 14 de junho de 2004, quando fechou a R$ 3,165.

Depois de fechar a quarta-feira negociado a R$ 3,12, o dólar chegou a cair a R$ 3,08 na manhã de ontem, mas reverteu a trajetória à tarde.

Na semana, a elevação da cotação do dólar é de 3,44%, com queda registrada apenas na terça-feira. No mês, a alta acumulada chega a 10,7% e no ano, a 18,91%.

No início do ano, a divulgação de dados que mostram a recuperação da economia dos Estados Unidos, como o maior consumo de bens duráveis (automóveis e eletrodomésticos), acentuou a valorização do dólar em relação ao real.

Um dos motivos é a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) aumente os juros básicos dos Estados Unidos. A elevação de juros nos países mais ricos, normalmente, reduz o fluxo de capital para países de economia mais frágil, como o Brasil.
Fonte: O Dia Online - 13/03/2015 e Endividado