O maior risco seria o de câncer
colorretal, mas existem associações a outros tipos de doença
A Agência Internacional de Pesquisa
do Câncer (IARC, na sigla em inglês) da Organização Mundial da
Saúde (OMS) anunciou ontem, em Londres, a classificação das carnes
processadas como produtos carcinogênicos, ou seja, que causam
câncer, e das carnes vermelhas como produtos “provavelmente
carcinogênicos”. É o caso de bacon, salsichas, presunto,
linguiças, carne seca curada, carne salgada e dessecada e carne
enlatada. O risco maior é em relação ao câncer colorretal, que
afeta o intestino e o reto, mas existem associações com outros
tipos de câncer.
Segundo o relatório do IARC
publicado no período científico The Lancet, a ingestão de cerca de
50 gramas de alimento embutido por um dia aumenta em 18% a chance de
desenvolvimento de câncer. A agência colocou os embutidos em sua
lista do Grupo 1 (substâncias com evidências suficientes de ligação
com o câncer), que já inclui o tabaco, amianto e fumaça de diesel.
Especialistas, porém, acreditam que
isso não significa que o produto seja tão perigoso quanto o
cigarro, por exemplo. “O consumo esporádico e em pequenas
quantidades de carne processada não leva a um aumento do risco de
câncer comparável ao tabaco”, afirma o cirurgião oncologista
Samuel Aguiar Junior, diretor do Departamento de Tumores Colorretais
do A.C. Camargo Cancer Center. A classificação não significa que
as pessoas devem parar de comer carne. Aguiar Junior observa que o
consumo adequado de carne fresca, não processada, traz benefícios à
saúde. Segundo o oncologista, uma quantidade considerada segura é
70 gramas/dias para homens e 55 grams/dia para mulher.
A Associação Brasileira de Proteína
Animal, que representa agroindústria da avicultura e suinocultura,
destaca que os produtos cárneos processados feitos no país são
seguros e seguem rígidas normas internacionais de segurança
alimentar.
Fonte> Correio do Povo, página 14
de 27 de outubro de 2015.