País notificou à Aiea, em Viena, que
aplicará protocolo adicional ao Tratado de Não Proliferação
Nuclear
Bruxelas
– A União Europeia
(UE) adotou ontem um marco legislativo para a suspensão de todas as
sanções contra o Irã, como parte do acordo nuclear concluído em
julho. A medida, contudo, só entrará em vigor quando Teerã cumprir
suas obrigações, anunciou a chefe da diplomacia do bloco, Federica
Mogherini. “A UE adotou hoje o marco legislativo para suspender
todas as sanções econômicas e financeiras vinculadas ao programa
nuclear”, afirmaram em um comunicado conjunto Mogherini e seu
homólogo iraniano, Mohamad Javad Zarif. “Trata-se de uma nova
etapa importante que nos aproxima do começo da implementação do
acordo alcançado em julho com o qual nos comprometemos firmemente”,
disseram no comunicado. “O Irã começará agora a concretizar seus
compromissos em matéria do programa nuclear, com o objetivo de
cumpri-los integralmente”, diz o texto.
O presidente dos Estados Unidos
Barack Obama também determinou neste domingo, apelidado de “dia da
adoção”, que a administração norte-americana tome medidas para
suspender as sanções contra o Irã. O comunicado de Obama ocorre 90
dias após o Conselho de Segurança das Nações Unidas ter
ratificado o acordo com o Irã. “Determino que sejam tomadas as
medidas apropriadas para que sejam garantidos os compromissos dos
Estados Unidos no quadro do JCPOA (Joint Comprehensive Plan of
Action), de acordo com a legislação norte-americana”, disse o
presidente norte-americano em memorando divulgado ontem em
Washington.
As ações coincidem com a
notificação do Irã neste domingo à Agência Internacional de
Energia Atômica (Aiea), em Viena, de que aplicará o Protocolo
adicional ao Tratado de Não Proliferação Nuclear. O protocolo
representa uma etapa para a implementação do histórico acordo
fechado em julho com as grandes potências. A suspensão das sanções
permitirá ao Irã reativar sua economia enquanto as grandes
potências consideram que a ameaça nuclear iraniana será menor em
uma região tomada por diversos conflitos.
Fonte: Correio do Povo, página 6 de
19 de outubro de 2015.