O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está no centro de mais um escândalo: foram identificados 763 mil empréstimos consignados ativos em nome de menores de idade, com valor médio de R$ 16 mil cada. No total, os contratos somam aproximadamente R$ 12 bilhões.
Segundo o atual presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, a autarquia está revisando todos os acordos com instituições financeiras após a descoberta das irregularidades. A medida ocorre em meio às repercussões da chamada “Farra do INSS”, revelada em reportagens do portal Metrópoles desde 2023, que já havia exposto descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.
Como funcionava o esquema
Os empréstimos eram vinculados a benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e pensões por morte.
Em 2022, foram identificados mais de 395 mil contratos averbados em nome de menores.
A faixa etária mais afetada foi a de 11 a 13 anos, mas há registros até de bebês com dívidas.
Em um caso, uma criança nascida em maio já tinha, em dezembro, uma dívida de R$ 15.593, parcelada em 84 vezes.
Outro bebê de três meses “contraiu” um empréstimo via cartão de crédito de R$ 1.650.
Consequências e medidas
O ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido e posteriormente preso após as denúncias.
A operação “Sem Desconto”, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, foi deflagrada em abril de 2024 e levou também à saída do então ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Desde maio de 2025, os empréstimos consignados só podem ser contratados mediante biometria do próprio beneficiário, para evitar fraudes.
O número de bancos parceiros caiu de 74 para 59, após a identificação de irregularidades.
👉 Em resumo: o INSS liberou bilhões em empréstimos fraudulentos em nome de crianças, incluindo recém-nascidos. O caso expôs falhas graves no sistema e levou a mudanças estruturais na concessão de consignados
Metrópoles
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