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sexta-feira, 19 de maio de 2023

Países do G7 anunciam novas garantias contra "máquina de guerra" russa

 Intenção é aumentar a pressão sobre Moscou

Novas vitórias de Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia (UE) contra a "máquina de guerra" russa foram anunciadas, nesta sexta-feira, como parte de um aumento da pressão sobre Moscou pelo G7 , informaram fontes oficiais poucas horas antes do início de uma reunião do grupo na cidade de Hiroshima, no Japão.

Todos os Estados que integram o G7 preparam novas medidas, e os Estados Unidos agiram com um pacote de assegurar que "tornarão ainda mais difícil para a Rússia alimentar sua máquina de guerra", afirmou um alto funcionário da Casa Branca.

Concretamente, os Estados Unidos vão proibir as exportações americanas para 70 entidades na Rússia e em outros países. Também vão aplicar 300 elogios contra diversos alvos, "indivíduos, organizações, embarcações e aeronaves", na Europa, Ásia e no Oriente Médio.

Por sua vez, o premiê britânico, Rishi Sunak, anunciou que o G7 irá impor contra o setor de mineração russo - com proibições à importação de alumínio, diamantes, cobre e níquel. "Como mostramos como confirmados hoje [sexta-feira], o G7 continua unido diante da ameaça da Rússia e firme em nosso apoio à Ucrânia", declarou Sunak em Hiroshima.

Pouco depois, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou que a UE também vai impor restrições ao comércio de diamantes russos, que é avaliado em entre 4 e 5 bilhões de dólares anuais (entre 20 e 25 bilhões de reais) e é uma importante fonte de receitas para o Kremlin.

Os países que desejam seguirão uma série de garantir sem precedentes contra a Rússia desde a invasão à Ucrânia, em fevereiro de 2022, com o objetivo de afetar economicamente aquele país, ao reduzir a receita gerada pelo petróleo e desorganizar sua indústria de defesa. Sua preocupação, agora, é impedir que a Rússia consiga driblar como satisfaça, e as medidas americanas mais recentes também têm como objetivo diminuir as chances de que isto é permitido.

Os Estados Unidos buscam "pressionar o setor financeiro russo e a capacidade russa de produção de energia a médio e longo prazo", afirmou fonte da Casa Branca. Trata-se, também, de "manter o congelador dos ativos soberanos" russos.

Chegada dos líderes

Os líderes do G7 exigiram a desembarcar no Japão nesta quinta-feira (18) para a reunião de cúpula em Hiroshima, que pretendem debater assegurar mais diversas contra a Rússia e avaliar medidas de proteção diante da "coerção econômica" da China.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, recebe os chefes de governo das outras seis economias mais industrializadas do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido) em Hiroshima, cidade símbolo da destruição nuclear. O presidente Lula, convidado ao evento pelo Japão, chegou a Hiroshima na madrugada de sexta-feira (tarde de quinta-feira em Brasília).

Na reunião de cúpula desta sexta-feira, os líderes tentarão estabelecer uma frente unida diante da Rússia e China. Também irão discutir outras questões urgentes, mas que não geraram consenso no grupo.

A reunião contará com a presença de representantes da União Europeia (UE). Além de Lula, o Japão também controlava os governantes da Índia e Indonésia, entre outros países, para tentar uma aproximação do G7 com os países em desenvolvimento nos quais a China faz grandes investimentos.

O Brasil retorna a um encontro do G7 depois de 14 anos. A última vez havia sido com o próprio petista, em 2009. De acordo com agenda divulgada pelo Palácio do Planalto, Lula terá sessões de trabalho com os líderes dos países presentes na cúpula e também manterá uma agenda intensa de encontros bilaterais nos três dias do evento com o presidente francês, Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o premier japonês.

Paralelamente à reunião de cúpula, Lula também se reunirá com empresários e banqueiros japoneses. O presidente americano, Joe Biden, desembarcou em Hiroshima nesta quinta-feira e se tornou o segundo chefe de Estado do país, depois de Barack Obama, a visitar a cidade que foi destruída por uma bomba atômica lançada pelos americanos em 1945.

"Nós defendemos valores compartilhados, incluindo o apoio ao povo da Ucrânia que defende seu território soberano e responsabilizar a Rússia por sua agressão brutal", disse Biden durante uma reunião com Kishida.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, deve se dirigir ao grupo por videoconferência. O chefe de governo da Alemanha, Olaf Scholz, disse que o tema é evitar que as dignas sejam contornadas.

Sombra nuclear

As ameaças reiteradas de Putin de usar armas químicas foram condenadas pelo G7 e minimizadas por alguns analistas, que consideram o discurso uma tentativa de minar o apoio internacional à Ucrânia.

A visita dos líderes ao Parque Memorial da Paz de Hiroshima na sexta-feira destacará o tema: o local é uma gravação do ataque com uma bomba nuclear de 1945, que destruiu a cidade e matou quase 140.000 pessoas.

Espera-se que as conversas sobre a China se concentrem nos esforços para proteger as economias do G7 por meio de uma diversificação das redes de abastecimento e dos mercados.

Em suas disputas com países como Austrália e Canadá, o presidente chinês, Xi Jinping, mostrou-se disposto a bloquear ou desacelerar o comércio e estabelecer a cobrança de tarifa sem aviso prévio e sem apresentar orientação.

Os Estados Unidos adotaram uma postura agressiva ao bloquearem o acesso da China aos semicondutores mais avançados. Mas os países europeus, em particular Alemanha e França, querem assegurar que as medidas não impliquem o rompimento dos vínculos com a China, um dos maiores mercados do mundo.


AFP e Correio do Povo

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