Jairo Jorge determina evacuação de áreas secas do lado oeste de Canoas e prevê nova elevação da água

 O acumulado de chuva em regiões do Vale do Jacuí, Vale do Taquari, no Rio Caí, Rio dos Sinos e Gravataí vai desembocar em Canoas, fazendo o nível da água subir ainda mais


O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, determinou no início da tarde deste domingo que as famílias que residem em bairros do lado oeste da cidade, como Rio Branco Fátima, Mato Grande, Harmonia, Mathias Velho e São Luis, e que por ventura estejam em áreas secas, que evacuem imediatamente destes locais pois a água vai voltar a subir. “O volume de chuva que caiu em regiões do Vale do Jacuí, Vale do Taquari, no Rio Caí, Rio dos Sinos e Gravataí vai desembocar aqui na cidade de Canoas. A mediação de 5,35metros que marcou até então poderá subir para 5,5metros e por isso o alerta é de evacuação imediata para estas áreas.” Segundo o prefeito, existe uma certa preocupação com moradores que residem no bairro Niterói, cujas famílias também precisar ser evacuadas.

“As Casas de Bombas 1 e 2 estão funcionando e não extravasaram no outro episódio devido a uma obra que elevou o dique em 1,30m impedindo a inundação e o rompimento como, por exemplo, aconteceu na Mathias e no Rio Branco. Mas agora, com a previsão de vento sul, as águas do Gravataí vão represar e por isso também há alerta de evacuação para a região da Niterói. Neste momento é melhor prevenir do que remediar. Vamos preservar as vidas.”

Canoas já contabiliza 13 óbitos pela enchente, 12 pessoas desaparecidas oficialmente, 19.420 pessoas acolhidas em 83 abrigos oficiais da Prefeitura de Canoas e outras 78.499 pessoas alojadas em abrigos voluntários. Jairo Jorge também editou decreto de Requisição Administrativa para agilizar a aquisição de cestas básicas, materiais de limpeza, higiene pessoal, ração, colchões, cobertores, entre outros itens básicos. Segundo explicou o titular do Escritório de Resiliência Climática (Eclima), José Fortunati, a publicação do documento é uma forma de acelerar a compra de produtos para os mais de 150 mil canoenses que tiveram que sair das suas casas, em razão das enchentes.

“Normalmente, mesmo que estejamos em uma época de caráter emergencial, a compra de materiais extremamente essenciais para a população levaria de 4 a 7 dias para serem efetivados. Precisamos, agora, de cestas básicas, colchões, sacolas plásticas, vassouras, cobertores, mantas, toalhas de banho, lençóis, fronhas, pratos descartáveis, além de lanternas e barcos para operar na linha de frente.” Fortunati explica que em hipótese alguma, a Requisição Administrativa se aplica a doações de pessoas físicas, instituições públicas, privadas ou qualquer formato de doação. “A modalidade de compra rápida não tem a ver com o confisco de doação.”


Correio do Povo

RS tem duas barragens com risco de rompimento

 PCH Salto Forqueta, entre São José do Herval e Putinga, continua com risco de ruptura iminente


O Governo do RS atualizou a situação das barragens e apontou a redução de três para duas estruturas em “Nível de Emergência”.

Conforme última atualização e informações técnicas recebidas pelo Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento da Sema, a Barragem Santa Lúcia, em Putinga, manteve o nível de água baixo durante a última precipitação pluviométrica, proporcionando a alteração do Nível de Emergência para Alerta. Está em andamento as intervenções recomendadas aos responsáveis pela barragem.

Em relação à UHE Dona Francisca, em Nova Palma, os resultados da inspeção das estruturas civis constataram o não comprometimento da segurança da barragem, no entanto, a grande vazão das últimas horas mantém a UHE em Nível de Alerta.

Barragens monitoradas pela Aneel

Nível de Emergência - Risco de ruptura iminente, exigindo providências para preservar vidas:

- PCH Salto Forqueta, em São José do Herval/Putinga

Nível de Alerta - Quando as anomalias representam risco à segurança da barragem, exigindo providências para manutenção das condições de segurança:

UHE 14 de Julho, em Cotiporã e Bento Gonçalves

UHE Dona Francisca, em Nova Palma

Nível de Atenção - Quando as anomalias não comprometem a segurança da barragem no curto prazo, mas exigem monitoramento, controle ou reparo no decurso do tempo:

- UHE Bugres - Barragem Divisa, em Canela

- UHE Bugres - Barragem do Blang, em Canela

- UHE Canastra, em Canela

- PCH Furnas do Segredo, em Jaguari

Barragens monitoradas pela Sema

Nível de Emergência:

- Barragem Saturnino de Brito, em São Martinho da Serra

Nível de Alerta:

- Barragem Capané, em Cachoeira do Sul

- Barragem São Miguel, em Bento Gonçalves

- Barragem Santa Lúcia, em Putinga

Nível de Atenção:

- Barragem do Saibro, em Viamão

- Barragem A - Assentamento PE Tupy, em Taquari

- Barragem Filhos de Sepé, em Viamão

- Barragem do Assentamento PE Belo Monte, em Eldorado do Sul

- Barragem Lomba do Sabão, em Porto Alegre (aumento de vazão do vertedouro, podendo ocasionar alagamentos em áreas próximas à barragem. Estão sendo tomadas providências em relação à situação observada. Até o momento, sem problemas estruturais)


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RS contabiliza 145 mortes e 132 desaparecidos em decorrência das enchentes

 447 cidades gaúchas foram afetadas pela maior tragédia climática do Estado


Em novo boletim na noite deste domingo, a Defesa Civil subiu para 145 o número de mortos e para 132 o de desaparecidos em decorrência das enchentes que devastaram parte do Rio Grande do Sul nos últimos dias.

Diante da maior tragédia climática da história do Estado, 447 cidades foram afetadas pelas águas. Conforme o governo estadual, são 806 feridos e mais de 538 mil desalojados.

Até o momento, 81 mil pessoas estão em abrigos montados pelas prefeituras. O governo estima que mais de 76 mil pessoas foram resgatadas das águas.


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Zambelli pede suspensão de licitação milionária para mordomias em voos de Lula

 



INACREDITÁVEL!

Lula quer gastar R$ 2.049.693,71, para contratação de empresa especializada na prestação de serviço de comissaria aérea, para servir ÁGUA DE COCO E SANDUICHE DE ATUM a ele e a companheirada, em suas inúmeras viagens inúteis que em nada agregam ao país. Enquanto isso, posterga ou nega ofertas de ajuda necessárias aos brasileiros que sofrem no Sul.

Vou lutar contra isso! Por conta da violação do principio da moralidade, por se tratar de um serviço que pode ser prestado pela FAB e devido ao estado de emergência no RS, que torna desperdício de dinheiro publico esse gasto supérfluo com mordomias, acionei o TCU!

Carla Zambelli

Fonte: https://www.instagram.com/p/C6zw4AMvAm-/?igsh=MTU3M3F2ZjZzNDMzOQ%3D%3D

Após a enchente, limpeza de Porto Alegre pode durar meses

 Água das cheias deixará para trás lama suja, entulho e riscos à saúde pública


O Rio Grande do Sul vive há dias a maior tragédia de sua história. A Capital do Estado tem bairros inteiros embaixo d’água. Boa parte da estrutura pública ficou inacessível ou mesmo arrasada. O primeiro esforço foi o de resgate às pessoas ilhadas. Em seguida, acolhimento, alimentação, fornecimento de água, tarefas que envolveram diversos órgãos do poder público, apoio de empresas e o trabalho de incontáveis voluntários.

Com a estrutura de bombeamento de água pluvial bastante comprometida, a água deve levar ainda vários dias para retornar à calha do rio Guaíba. E depois? Mesmo com as ruas e casas secas, Porto Alegre ainda estará longe de um mínimo de normalidade.

Quando a água for embora das ruas, deixará para trás outros problemas. O contato com a água suja e contaminada pode gerar doenças. A estrutura de tratamento e distribuição de água está comprometida. O mesmo se pode afirmar do esgoto pluvial e da energia elétrica. Os impactos em outras estruturas voltadas à prestação de serviços básicos, como postos de saúde e escolas, ainda precisarão ser medidos.

Quando a água baixar, restará muita lama, sujeira, matéria orgânica e entulho. O trabalho de limpeza pode levar meses.

A prefeitura de Porto Alegre ainda não tem projeção de como será feita essa limpeza e quanto tempo esse trabalho vai durar. Nas áreas em que a água já baixou, equipes do DMLU recolheram mais de 365 toneladas de resíduos, logo e entulhos, até essa sexta-feira. Os materiais serão encaminhados ao aterro sanitário de Minas do Leão.

Água barrenta e repleta de poluentes

Fernando Magalhães, professor de Saneamento no Departamento de Obras Hidráulicas do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS prioriza as ações mais urgentes a normalização do fornecimento de água, o bombeamento da água que alaga a cidade de volta para o rio e a retomada da coleta e tratamento de esgoto. Assim, pode-se começar a trabalhar na remoção dos resíduos sólidos e dos entulhos.

“É preciso tentar retomar o abastecimento de água 100%. Ao mesmo tempo, precisamos retirar esta água da inundação, que está dentro da estrutura de proteção, então restabelecer o bombeamento de água pluvial é importantíssimo. E retomar a coleta e tratamento de esgoto. Assim começamos a agir em relação aos resíduos sólidos”, afirma.

Magalhães chama atenção para a composição dessa água barrenta que toma conta da cidade, que é repleta de matéria orgânica proveniente de esgoto, vegetais arrancados pela água, alimentos e decomposição de animais e até mesmo, eventualmente, pessoas mortas, além de muito óleo das embarcações.

“Toda essa água da chuva que veio lá de cima do Estado, vem lavando o Estado e trazendo todos os compostos e poluentes que você possa imaginar, desde matéria orgânica até micropoluentes. Tem coisas na água que a gente nem sabe e nem consegue medir. Por isso um programa de monitoramento série é fundamental.”

Lixo, ratos mortos e mau cheiro no Centro Histórico Lixo, ratos mortos e mau cheiro no Centro Histórico | Foto: Fabiano do Amaral

Magalhães ressalta que o cenário após a água baixar varia conforme cada região. Na Serra e nos Vales, por exemplo, a água desce com velocidade, causando muitos estragos, mas as áreas não permanecem alagadas por um longo período, enquanto em locais baixos e planos, como Porto Alegre e a Zona Sul do Estado, a enchente é mais duradoura.

“O tempo que a água fica afeta. Tudo fica muito úmido. Existe uma série de produtos que podem ser usados para tirar essa umidade, que é problemática, porque gera proliferação de bactérias, fungos, protozoários.”

Preocupação com doenças

O professor cita ainda a preocupação em relação à saúde pública. Há risco de doenças relacionadas a vetores, como a dengue. Além disso, o contato com a água contaminada traz risco de diarreia, desnutrição e infecções diversas. “É importante o monitoramento dessas águas, da água do abastecimento, e também dos esgotos. É uma forma de vigilância epidemiológica.” Questões relacionadas à saúde mental também pesam neste momento, destaca o especialista.

Experiência que vem do Vale

Assim como as águas descem desde as áreas mais altas do Estado até desembocarem no rio Guaíba, os estragos se refletem em cadeia, região após região. Antes da água invadir as ruas de Porto Alegre, inundou a Serra e o Vale do Taquari. No Vale, população e poder público se viram diante de mais uma catástrofe poucos meses após a enchente histórico que atingiu a região em setembro de 2023.

Hoje vereador, Fabiano Bergmann, o Medonho, era secretário de Obras de Lajeado, maior cidade do Vale, na ocasião. Ele coordenou o trabalho de limpeza da cidade.

“A retirada da lama, restos de móveis e galhos é a parte mais bruta. As equipes recolhem nos caminhões e o excedente lava com lava jato. O mais difícil é quando a água baixa e a lama grossa entra para as bocas de lobo e é preciso desentupir os bueiros com hidrojato. Esse serviço se estende por meses.”

Estrela estima R$ 50 milhões para a limpeza

Em Estrela, no Vale do Taquari, a prefeitura estima que uma primeira operação de limpeza e recuperação prévia de vias urbanas, rurais e parques custe cerca de R$ 50 milhões. O município teve 75% de sua área atingida pela enchente do rio Taquari. A estimativa é de que 45 mil toneladas de entulhos sejam retiradas das vias. O número é três vezes maior do que o registrado na enchente de setembro de 2023.

O secretário de Infraestrutura Urbana de Estrela, Osmar Müller, conta que o cenário da cidade é semelhante ao visto em setembro de 2023. “Em primeiro lugar, muita lama nas ruas. Aqui, a enchente destruiu muitas casas, então há também muito entulho. É um cenário de guerra.”

No ano passado, o trabalho se estendeu por meses e envolveu prefeitura, empresas contratadas e voluntários. Antes que a limpeza fosse concluída, a região sofreu nova enchente, em novembro.

Müller destaca que o trabalho de limpeza começou ainda antes da água baixar completamente. “Quando a água começou a baixar, pegamos as máquinas e fomos empurrando o lodo junto com a água, para ir embora junto com o rio. Já diminui um pouco o serviço”, afirma.

A etapa seguinte foi abrir caminho nas vias, empurrando os entulhos para os cantos, para possibilitar o acesso às casas e a circulação de máquinas. Em seguida, a etapa mais demorada, no caso de Estrela, o recolhimento do entulho. O material, que é contaminado, precisa ser destinado de forma adequada. Na região, foram destinadas três áreas, em acordo com Secretária Estadual do Meio Ambiente e Fepam, para depósito desse entulho.

Por fim, entraram em cena caminhões com hidrojateamento. Primeiro, para desobstruir as tubulações de esgoto e evitar que a chuva cause novas inundações. Depois, ocorre a lavagem das ruas, também com a água pressurizada. “Se não, quando dá um sol, ninguém aguenta, porque fica uma poeira que é bem tóxica. O que vem nessas águas de enchente é complicado.”

Quando a cidade ainda se recuperava da enchente de setembro, foi atingida por nova cheia, em novembro. Nessas ocasiões, como o problema era mais localizado na região, foi possível contar com apoio de diversas prefeituras. “A maior dificuldade agora é que todo o Estado foi atingido. Neste momento, não tem nem como pedir ajuda pra outro município. Todos estão precisando.”


Correio do Povo

BM contradiz Sulpetro e diz não ter recebido registros de saques em postos alagados

 Presidente do sindicato, João Carlos Dal’Aqua, disse que “quase todas” as lojas de conveniência nestas condições sofreram ações de saqueadores

Posto de combustível inundado em Eldorado do Sul na última sexta-feira 

O presidente da Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, disse nesta quinta-feira que não faltam produtos nos postos de combustível no Rio Grande do Sul, mas as questões logísticas, com mais uma centena de bloqueios ainda vigentes nas estadas gaúchas em razão da enchente, atrapalham a comercialização.

De acordo com ele, uma das maiores preocupações neste momento é quanto aos saques, que ocorreram principalmente em “quase todas” as lojas de conveniências de estabelecimentos alagados. Questionada, a Brigada Militar (BM) disse não ter registro em seu sistema destes saques. “A Brigada Militar segue realizando o policiamento ostensivo em viaturas e em embarcações, e também contando com o apoio das demais polícias do Brasil e da Força Nacional”, afirmou.

“Estamos pedindo ao estado o reforço na segurança para que haja melhoria nestes processos”, relatou Dal’Aqua. Áreas menos seguras foram mais propícias aos saques, e Dal’Aqua citou como exemplos postos próximos ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, e ao município de Eldorado do Sul, em que “um monte de coisas foram levadas”, inclusive equipamentos. “Quando a água baixar, vamos avaliar a dimensão do problema”, disse.

Cenário da distribuição melhorou

Conforme o presidente da Sulpetro, o cenário da distribuição atualmente é melhor em Porto Alegre e na região metropolitana, locais mais próximos a refinarias e bases. O cenário, também segundo ele, já foi pior nestes últimos dias. “Temos duas bases ainda com a presença de água, mas que, esperamos, devam retomar a operação na semana que vem, e outras que estão compartilhando produtos com demais distribuidoras para não haver falta generalizada”, acrescentou.

O gargalo logístico é dificultado pelos congestionamentos nas estradas recém-liberadas, ou com bloqueios parciais, bem como pontuais faltas do produto são reflexo de uma busca generalizada em municípios até então isolados. “Há alguma dificuldade em postos de bandeira branca, porém estamos percebendo uma maior fluidez na entrega de combustíveis”, afirmou. As viagens dos caminhões de entrega também têm demorado mais. “Se, antes, o veículo fazia três viagens por dia, agora faz uma, ou uma entrega que levava duas horas, está levando seis ou sete”.

Diariamente, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) tem divulgado um relatório sobre a situação no Rio Grande do Sul, e, conforme o mais recente disponível, da última sexta-feira, “Apesar da interrupção da operação da ferrovia e de duas bases de distribuição de combustíveis em Canoas/Esteio, a entrega de produtos na região metropolitana segue melhorando e os volumes se aproximam da média antes da enchente.”

Correio do Povo

Bairros e pontes vão precisar de outro padrão de construção no RS, avalia Marina Silva

 Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima afirmou que reconstrução gaúcha terá de levar em conta o “novo normal”



reconstrução da infraestrutura de cidades e obras públicas no Rio Grande do Sul devastadas pelas enchentes deverá levar em conta o “novo normal” do clima no planeta, inclusive recalculando a capacidade de suporte a eventos extremos. A avaliação é da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, em entrevista exclusiva concedida ao telejornal Repórter Brasil Noite (RBN), da TV Brasil, na noite desta sexta-feira.

"Com certeza, teremos que nos adaptar. Algumas coisas poderão ser reconstruídas [como eram], mas outras podem não ser possível mais, essa reconstrução, pelo menos naquele mesmo lugar ou da mesma maneira", afirmou a ministra. Segundo ela, equipamentos públicos, como pontes, e mesmo locais de moradia deverão ser suas obras reavaliadas.

"As pontes levadas pelas correntezas não poderão ser reconstruídas no mesmo lugar e não terão a mesma altura, e talvez não terão a mesma espessura, aí vai depender de uma avaliação técnica. Alguns bairros e comunidades talvez tenham que ser removidos para outras áreas, e tudo isso é muito doloroso", disse Marina Silva.

"Não podemos ficar repetindo os mesmos problemas", prosseguiu Marina, lembrando que o Rio Grande do Sul já havia vivido uma tragédia no ano passado, com as enchentes que destruíram localidades inteiras no Vale do Taquari, algo que voltou a se repetir na tragédia de agora. "O clima mudou, a realidade mudou, vamos conviver cada vez mais com esses extremos", alertou a ministra.

O que fazer

Marina Silva lembrou do número de mortos e desaparecidos no desastre, como prejuízo irreparável, mas ressaltou que outros prejuízos materiais poderão ser mitigados no futuro com ações de adaptação, que incluem necessidade de reduzir desmatamento e a emissão de carbono (CO2) na atmosfera - que contribui para o aquecimento do planeta. É preciso, diz a ministra, sair da lógica de gerenciar apenas o desastre para gerenciar a urgência climática.

O volume de chuva da última semana no Rio Grande do Sul, que superou os 500 milímetros (mm), foi de uma magnitude tão grande que não havia capacidade de resiliência nas cidades.

"Não ter rios assoreados, respeitar a mata ciliar, não ter edificações às margens de rios e córregos, isso ajuda muito. Ter sistemas de drenagem, sistemas de encostas, desobstrução de rios e galerias. Todas essas intervenções, combinadas, são muito importantes. O problema é que o volume de chuva ultrapassou os limites de suporte das cotas de cheias conhecidas", analisou.

Plano Clima

Essa superação de qualquer paradigma anterior sobre eventos naturais, argumentou Marina Silva, é justamente o exemplo de como a mudança do clima demanda ações urgentes e estruturais de curto, médio e longo prazos. Um dos focos do governo federal, no momento, é apresentar o Plano Clima, que vai tratar de prever ações de adaptação e mitigação para todos os setores da sociedade, com ênfase em um planejamento urbano para os 1.942 municípios brasileiros que são suscetíveis a eventos climáticos extremos.

De acordo com a ministra, é preciso que se constituam sistemas de alerta eficientes, criação de rotas de fuga, para que as pessoas saibam para onde ir, estocagem prévia de alimentos, de água potável e medicamentos, além de previsão de equipamentos públicos que possam acolher as pessoas rapidamente, em caso de desastre.

Agência Brasil e Correio do Povo

Soja submersa danifica silos e armazéns em Canoas

 Com a cheia, grãos incham, volume armazenado triplica e pressiona estruturas até escoar

Força da soja rachou quatro paredes do armazém da Bianchini (esquerda) e expulsou grãos para o lado de fora 

Toneladas de soja armazenadas em complexos industriais de Canoas ampliam o volume de perdas da enchente que encobre parte da cidade desde o último sábado, dia 4. Com a inundação, o volume dos grãos praticamente triplicou, pressionando internamente os silos e armazéns onde estão acondicionados.

Os grãos começaram a inchar após o Guaíba superar o nível dos 5,3 metros. Um dos complexos atingidos foi o da Bianchini, indústria de extração de óleos vegetais e produção de farelos a partir do processamento da soja.

A unidade situa-se próxima aos bairros Mathias Velho e Harmonia, os mais atingidos pela tragédia em Canoas. De acordo com o diretor corporativo da companhia, Gustavo Bianchini, a água atingiu 1,8 metro de altura. No momento em que o armazém foi atingido, havia 100 mil toneladas da oleaginosa no local, mas ainda não é possível contabilizar a perda.

“A soja começou a inchar e praticamente triplicou de volume. A carga pressionou o armazém, fazendo rachaduras em quatro paredes da estrutura, mas não se sabe o quanto das 100 mil toneladas que estavam lá foi afetado. Teve alguma perda, mas, com certeza, é um percentual bem baixo, pois os armazéns são fechados”, explicou Bianchini.

Comunicado oficial

Em comunicado assinado pelo diretor-presidente da empresa, Arlindo Bianchini, e publicado em uma rede social, a empresa informou que as operações no local estão momentaneamente afetadas. No entanto, assegurou a execução de um plano de contingência para a retomada tão logo seja viabilizado o acesso logístico e de pessoal no complexo.

“A Bianchini continuará na permanente avaliação da situação, primeiramente, preservando a integridade física de sua equipe, assim como seguirá dando todo o suporte necessário aos mesmos, em especial aqueles diretamente afetados por este evento climático”, assegurou a esmagadora.

Ao total, a unidade de Canoas tem capacidade para armazenar 335 mil toneladas de grãos, 11 mil metros cúbicos de óleo, 24 mil metros cúbicos de biodiesel e 5 mil metros cúbicos de glicerina.

Imagens confundem internautas

Imagens compartilhadas por WhatsApp e postadas em diversos sites, nesta sexta-feira, causaram confusão sobre a localização da Bianchini em Canoas. Além de a unidade não utilizar estruturas metálicas para armazenar soja, não se localiza próxima ao terminal da Transpetro, igualmente inundado.

As imagens com silos metálicos avariados seriam da estrutura da Oleoplan, empresa que atua no processamento de soja e foi a pioneira na fabricação de biodiesel no Estado. A estimativa de testemunhas locais é que a empresa tenha perdido em torno de 10 mil toneladas de soja no bairro Niterói, mas o Correio do Povo ainda não conseguiu contato com a companhia para confirmar a informação.

Rio Grande

Parte da oleaginosa avariada na Bianchini serviria para a fabricação de óleo. Outra parte seria direcionada à industrialização de farelo, destinado para o terminal da Bianchini no Porto de Rio Grande, onde a enchente ainda não causa prejuízos na fábrica e nos armazéns.

“Estão aptos tanto para recebimento e armazenagem quanto para expedição de produtos, e da mesma forma em suas unidades espalhadas pelo interior do estado”, publicou a empresa.

Em Rio Grande, a Bianchini tem capacidade para armazenar 75 mil metros cúbicos de graneis líquidos e 1,04 milhões de toneladas de grãos. A capacidade de esmagamento da fábrica, no local, é de 990 mil toneladas ao ano.

Além de Canoas e Rio Grande, a Bianchini conta com unidades em Porto Alegre (matriz e sede administrativa), Santo Augusto, Encantado, Carazinho, Santa Bárbara do Sul, Vacaria, Cruz Alta, Santa Bárbara do Sul e Cachoeira do Sul.

Por ano, a companhia comercializa 2,5 milhões de toneladas de grãos e responde pela venda de 14% da safra gaúcha e 2% da safra nacional de grãos.

Correio do Povo

Sete cavalos são resgatados na Ilha das Flores

 Morador da Ilha das Flores, dono retornou ao arquipélago nesta sexta-feira para salvar os animais



As imagens do cavalo Caramelo circularam o Brasil e o mundo. Ilhado no telhado de uma casa em Canoas, o equino, um dos símbolos do Rio Grande do Sul, foi resgatado, em missão hércule, na quinta-feira. Infelizmente, o caso do Caramelo não é isolado, outros tantos animais seguem esperando resgate em municípios alagados pelo Estado. A boa notícia é que, assim como o cavalo de Canoas, outros tantos também têm sido salvos.

Este é o caso de Roberto Alves, que resgatou, ao lado dos amigos, outros sete equinos. Morador da Ilha da Pintada há 15 anos, Alves teve a casa quase que completamente destruída. Nesta sexta-feira, dedicou o dia para resgatar seus seis animais, além do cavalo do amigo.

A técnica de resgate foi semelhante à utilizada no caso Caramelo: foi preciso sedar os animais que, um por veze, foram colocados em botes e puxados de barco até a Usina do Gasometro. A missão ficava ainda mais difícil quando, após sedados, eles "tombavam" instantaneamente. Neste caso, era preciso "arrastar" os cavalos até os botes e, cabe lembrar, um cavalo saudável pode chegar a 400kg. Agora, os animais serão direcionados para o Hospital Veterinário da UFRGS, a fim de verem se precisam de algum atendimento e, posteriormente seguirão para os abrigos.

Correio do Povo

Motorista do Porche é transferido para a "cadeia dos famosos"

 



O empresário Fernando Sastre Filho, de 24 anos, motorista do Porsche que causou acidente resultando na m*rte de uma pessoa, deu entrada na Penitenciária 2 de Tremembé, conhecida por abrigar “presos famosos”, no interior paulista, no início da madrugada deste sábado (11/5). Antes, ele permaneceu por três dias no Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Guarulhos, na Grande São Paulo. Fernando Filho se entregou à Polícia Civil, no fim da tarde do dia 6 de maio, após a Justiça decretar sua prisão preventiva. Ele ficou três dias foragido antes de se apresentar. Como mostrado pelo Metrópoles, o empresário chorou e ficou sem dormir em sua primeira noite atrás das grandes, em uma carceragem do 31º DP (Vila Carrão). Na noite de terça (7/5), ele foi encaminhado para o CDP da região metropolitana, onde foi fichado e fotografado, com os cabelos desgrenhados. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) afirmou ao Metrópoles que Fernando deu entrada na “penitenciária dos famosos” à 0h45. O empresário é acusado de dirigir sob efeito de bebida alcoólica e bater seu Porsche em alta velocidade na traseira de outro veículo, m4tando o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos. Fernando Filho foi para Tremembé por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A transferência dele para a “Cadeia dos Famosos” é um pedido da defesa, por alegada questão de segurança.

Fonte: https://www.youtube.com/channel/UC9mdw2mmn49ZuqGOpSri7Fw/community?lb=UgkxVKQ_AzyyGxZ74_zMS7A2IXQYlAbbiByR