Ministro admite campanha de racionalização do uso de energia
Adoção
imediata do racionamento de energia, se fosse necessário, teria
apoio da maioria da população, revela pesquisa divulgada nesta
segunda-feira pelo Instituto Datafolha Marcello Casal JR./Agência Brasil
O
ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse hoje (9) que o
governo não terá problema para promover uma campanha de racionalização
do consumo de energia elétrica, se isso for necessário em função falta
de chuva. Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira
mostrou que 65% dos entrevistados em todo o país apoiariam a adoção
imediata do racionamento de energia.
“Se tivermos a
necessidade, em função de ritmo hidrológico, não teremos nenhum problema
em fazê-lo. Mas continuamos trabalhando firme para termos alternativa
de energia vinda do Norte, do Sul e do Sudeste para podermos abastecer a
nossa ponta de carga [suprir necessidade no horário de maior consumo]”,
disse o ministro.
Ele adiantou que técnicos do governo federal
vão analisar amanhã (10) a possibilidade de prorrogação do horário de
verão. Segundo o ministro, uma reunião para decidir o tema está marcada
para quinta-feira (12), mas o governo recebeu estudos adicionais e
avaliará os efeitos que a medida poderá ter para a economia de energia.
“Não
há definição. Estamos analisando os efeitos que isso pode ter do ponto
de vista da economia de ponta de carga, já que, do ponto de vista
energético, meio que se anula neste período de março a abril”, disse
Braga.
O horário de verão começou no dia 19 de outubro para os
estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e acabaria no dia 22 de
fevereiro.
Câmara aprova projeto sobre diversidade biológica; destaques ficam para amanhã
O plenário da Câmara aprovou há pouco, em votação simbólica, o
substitutivo apresentado pelo deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) ao
projeto de lei do Executivo que estabelece novas regras para pesquisa
com patrimônio genético de plantas e animais nativos e para uso dos
conhecimentos indígenas (biodiversidade brasileira). A votação ocorreu
em função de acordo firmado pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), com as lideranças partidárias. A votação dos destaques
ficou para amanhã (10).
Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, preside sessão extraordinária para votar o projeto de lei da biodiversidadeFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil O
texto original do governo mudava regras para pesquisa industrial e
mantinha a agricultura e a pecuária sob regras de 2001. No entanto, o
relator apresentou parecer incluindo regras para pesquisa agropecuária
com sementes e melhoramento de raças. Essa é a maior diferença do texto
do relator com o projeto do governo. Alceu Moreira incluiu no
substitutivo, que foi aprovado pelo plenário, a isenção de royalties para pesquisa e desenvolvimento com soja, arroz, cana e outras commodities, que era uma das principais reivindicações da bancada ruralista.
O
projeto sobre a biodiversidade foi encaminhado pelo governo ao
Congresso em regime de urgência constitucional e vinha trancando a pauta
de votações da Câmara desde agosto do ano passado. Ele tramitou em uma
comissão especial da Casa, na qual o deputado Alceu Moreira foi indicado
relator. O então presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), tentou por diversas vezes retirar a urgência constitucional
para permitir a votação de outras matérias, mas o governo manteve a
urgência para a votação da proposta.
Alguns partidos como o PT, o
PCdoB e PSOL se posicionaram contra a aprovação do substitutivo do
deputado Alceu Moreira. PV, PSOL e outras legendas também tentaram adiar
a votação com o argumento de que era necessário mais tempo para
discutir a matéria. No entanto, Eduardo Cunha colocou o projeto em
votação e aprovou a proposta deixando para amanhã até as 14h a
apresentação dos destaques que visam a alterar o texto aprovado na noite
de hoje (9). Ao projeto foram apresentadas 220 emendas.
Revelações do SwissLeaks são a “ponta do iceberg”, diz Falciani
O especialista em informática franco-italiano Hervé Falciani, que
esteve na origem das revelações do escândalo de evasão fiscal na filial
suíça do HSBC, garante que os jornalistas só tiveram acesso à "ponta do iceberg".
Alvo
de um mandado de captura internacional, lançado pela Suíça por
violações de segredo bancário, Falciani destacou que os jornalistas
tiveram acesso apenas a "uma parte" das informações que transmitiu ao
Estado francês. "A administração fiscal ficou com muito mais",
acrescentou.
Questionado sobre os 106 mil clientes particulares que o jornal Le Monde
diz terem sido detectados, Falciani afirmou que "há ainda mais do que
aquilo que os jornalistas têm". "Milhões de transações [entre bancos]
foram igualmente citadas nos documentos que transmiti. Os números dão
uma ideia do que pode ser a ponta do iceberg."
Falciani
obteve documentos do seu antigo empregador, o HSBC, que permitiram a um
consórcio internacional de jornalistas, liderado pelo Le Monde, expor um imenso sistema de evasão fiscal europeu.