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Só o Juventude tomou mais gols do que o Inter no Campeonato Brasileiro
Entre os brasileiros na Libertadores, a pior defesa também é a dos gaúchos
O longo inverno sem jogos deixará o torcedor do Inter incrédulo com o que enxerga toda vez que pega a tabela de classificação do Brasileirão. Além de ver o time entre os quatro últimos colocados, deve custar a acreditar que a equipe , ao lado do Fortaleza em crise e do lanterna sem vitórias Sport, tem a segunda pior defesa do campeonato com 18 gols sofridos. Só o Juventude tomou mais gols: 24.
O primeiro olhar pode causar espanto. Um segundo, preocupação. No Gauchão são os três gols na final contra o Grêmio que desequilibram a balança do arquirrival de defesa alvo de memes na internet naquele momento.
Na Libertadores da América o cenário não é muito diferente. A pior defesa entre os brasileiros é também a do Inter. Na classificação em primeiro lugar no complicado Grupo F, só o Nacional foi mais vazado. Foram 10 gols dos uruguaios contra 8 dos gaúchos. O Atlético Nacional sofreu 6 e o eliminado Bahia, 7.
Entre os demais, a diferença é ainda maior. O Flamengo, que por pouco não ficou pelo caminho, tomou somente 3, São Paulo e Palmeiras sofreram 4, e Fortaleza e Botafogo, 5. Ou seja, somando as competições que o Inter foi campeão, as que vai bem e a que vai mal, ninguém buscou mais a bola nas redes do que Anthoni.
Correio do Povo
Governo regulamenta Lei do Autocontrole
Auditores fiscais consideram que legislação aumenta o risco de falhas sanitárias, colocando em dúvida o atendimento a acordos sanitários internacionais
O governo federal publicou decreto regulamentando o processo administrativo de fiscalização agropecuária no Brasil. O decreto 12.502/2025 detalha a aplicação da Lei nº 14.515/2022, conhecida como a Lei do Autocontrole. Uma das inovações é a possibilidade de conversão de penalidades mais severas em multas substitutivas.
Empresas que sofrerem suspensão ou cassação de registro, cadastro ou credenciamento poderão solicitar a celebração de Termo de Ajuste de Conduta (TAC).
Conforme o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), “o novo modelo oferece incentivos para regularização voluntária, como parcelamento e desconto de multas, e garante o direito à ampla defesa e ao contraditório, com prazos definidos para apresentação de recursos”.
Novo programa
O decreto regulamenta o Programa de Incentivo à Conformidade em Defesa Agropecuária e estabelece regras gerais, incluindo competências, mensuração de riscos, princípios e penalidades impostas em caso de descumprimento. De acordo com o Mapa, “outro avanço” é a criação da Comissão Especial de Recursos de Defesa Agropecuária. Trata-se de instância colegiada de terceira e última instância administrativa, composta por representantes do Mapa, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A CNA elogiou o decreto, publicado no Diário Oficial da União na quinta-feira, 12. “O decreto traz à tona a essência do autocontrole. Amplia a agilidade e, na mesma proporção, a responsabilidade dos entes regulados”, explicou a assessor técnica da CNA, Kalinka Koza.
Oposição à lei
A Lei 14.515 determina que cabe ao governo fiscalizar o uso de agrotóxicos e a entrada de plantas estrangeiras no país. Por outro lado, empresas do setor agropecuário podem criar sistemas de autocontrole para auxiliar o poder público na tarefa de manter rebanhos, lavouras e produtos saudáveis.
A proposta do Mapa prevê o credenciamento de profissionais terceirizados para atuarem na inspeção, sob remuneração direta de frigoríficos. Contrário à legislação, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) alerta para o que considera “privatização da fiscalização” diante da possibilidade de o governo transferir para empresas o próprio controle sanitário. “A privatização da inspeção aumenta o risco de falhas sanitárias, colocando em dúvida o atendimento aos acordos sanitários internacionais”, afirmou o Anffa em nota.
O diretor de Política Profissional do Anffa, Henrique Pedro Dias, lembra a atuação da fiscalização federal no controle do foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em granja comercial em Montenegro, no Vale do Caí, impedindo a expansão da patologia.
“Caso a inspeção seja delegada ao ente privado, pago pela empresa fiscalizada, o que pode acontecer é que uma suspeita seja tardiamente notificada porque a empresa precisa cumprir um contrato e liberar o estoque. E aí nesse tempo perdido, a doença pode se alastrar. Um problema que seria restrito pode virar uma crise sanitária e econômica nacional. Por isso é fundamental que a inspeção seja feita por servidores públicos com estabilidade e poder de polícia administrativa”, afirma Dias.
Correio do Povo
Assassinato de congressista estadual foi influenciado por debate do aborto nos EUA
Polícia mobiliza forças de segurança nas buscas por Vance Boelter
A polícia nos Estados Unidos realizava neste domingo (15) uma intensa busca pelo suspeito do assassinato de uma congressista estadual democrata e seu marido em Minnesota, em um ato que as autoridades classificaram como um atentado com motivação política. "Havia uma ligação com o aborto devido aos grupos” que constavam na lista - incluindo clínicas de aborto, segundo a imprensa - encontrada no carro do suspeito, disse a congressis Emily Klobuchar em entrevista à emissora NBC.
Melissa Hortman, de 55 anos e mãe de dois filhos, foi presidente da Câmara dos Representantes de Minnesota e fez do direito ao aborto sua grande prioridade. “Precisamos reduzir a tensão política”, insistiu Klobuchar em entrevista à CNN. O senador republicano por Kentucky Rand Paul, atacado por um vizinho em 2017, declarou neste domingo à NBC que “nada nos une mais do que o luto por outro político, seja ele democrata ou republicano”.
O governador de Minnesota, o democrata Tim Walz - ex-companheiro de chapa de Kamala Harris nas últimas eleições presidenciais vencidas por Trump - ordenou que as bandeiras fossem hasteadas a meio mastro no estado. O que 'parece ser um ato de violência política seletiva', segundo as palavras de Walz, ocorreu em um Estados Unidos cada vez mais fraturado.
O presidente Donald Trump, que sobreviveu a uma tentativa de assassinato durante um comício de campanha em julho passado na Pensilvânia, condenou os ataques e afirmou que os responsáveis enfrentarão "todo o peso da lei”. Questionado na manhã deste domingo sobre a situação em Minnesota e se planejava ligar para Walz, seu antigo adversário, Trump respondeu: “É terrível. Acho que ele é um governador muito ruim, alguém completamente incompetente. Mas posso ligar para ele, como posso ligar para outras pessoas”.
O FBI oferece uma recompensa de até 50 mil dólares (R$ 278 mil) por qualquer informação que leve à captura de Vance Boelter, acusado de matar a tiros Melissa Hortman e seu esposo no sábado, assim como de ferir gravemente o senador estadual John Hoffman e sua esposa, em dois subúrbios de Minneapolis. O duplo atentado abalou a classe política de todo o país, em um momento de alta tensão devido às políticas do presidente republicano, Donald Trump. Boelter, 'um homem branco de 57 anos', considerado 'armado e perigoso', foi visto pela última vez na manhã de sábado 'com um chapéu de caubói claro', segundo a polícia, que mobilizou 'centenas' de agentes em sua busca.
Supostamente, ele foi na madrugada de sábado até as casas de Hoffman e Hortman. Em uma foto compartilhada pelas autoridades, Boelter aparece com um uniforme policial e o que parece ser uma máscara de látex, tocando a campainha de uma residência.
Boelter aparece no site da empresa de segurança privada Praetorian Guards Security Services como diretor de patrulhas da companhia.David Carlson, colega de moradia de Boelter, declarou à emissora local KARE que, antes dos ataques, recebeu uma mensagem de texto do foragido informando que se ausentaria por um tempo e que talvez morresse em breve.
O suspeito, que fugiu a pé após uma troca de tiros com a polícia nas proximidades da residência de Hortman, deixou em seu carro um manifesto - cujo conteúdo não foi detalhado pelas autoridades - e uma lista de funcionários, entre eles os dois atingidos e outras figuras políticas.
AFP e Correio do Povo
Grêmio: Clube italiano tem interesse na contratação de Arezo
Centroavante tem contrato com o Tricolor até o final de 2028
Além de buscar contratações para reforçar o plantel, o Grêmio também pode perder jogadores na próxima janela de transferências. Um deles é o centroavante Matías Arezo. De acordo com o jornalista italiano Nicolò Shcira, o Hellas Verona-ITA tem interesse na contratação do jogador uruguaio por empréstimo, com opção de compra.
#Verona are interested in #Gremio’s striker Matías #Arezo (born in 2002) for a loan with the option to buy. #transfers
— Nicolò Schira (@NicoSchira) June 15, 2025
Arezo tem perdido espaço com Mano Menezes no Tricolor. Nas duas últimas partidas, contra Juventude e Corinthians, o atacante não saiu do banco de reservas. Quando substituiu Braithwaite nos dois segundos tempos, o treinador optou pela entrada de André Henrique.
Contratado na metade do ano passado, Arezo tem 35 partidas pelo Grêmio, com seis gols marcados. O contrato do atleta na Arena é válido até o final de 2028.
Correio do Povo
Câmara pode votar projeto que aumenta penas para abandono de idoso
Deputados também poderão retomar votação da proposta que reforça medida protetiva em caso de aproximação do agressor de mulher
A Câmara dos Deputados pode votar nesta segunda-feira, 16, projeto de lei que aumenta as penas pelo abandono de pessoa com deficiência em hospitais, casas de saúde ou entidades de abrigamento se disso resultar morte ou lesão grave.
A proposta está na pauta do Plenário, que também terá sessões na terça, 17, e na quarta-feira, 18.
Os parlamentares precisam analisar emendas do Senado ao Projeto de Lei 4626/20, do deputado Helio Lopes (PL-RJ) e outros, que estabelece aumento de pena para o caso de abandono de idoso.
Na mesma linha do que a Câmara aprovou para o idoso, o Senado propõe a aplicação de penas de reclusão de 2 a 5 anos e multa pelo abandono de pessoa com deficiência, contra a pena atual de reclusão de 6 meses a 3 anos e multa.
Se do abandono resultar a morte da pessoa, a pena será de 8 a 14 anos de reclusão; se resultar em lesão grave, poderá haver reclusão de 3 a 7 anos. Ambas com multa.
Abaixo, confira outras pautas desta semana.
Medida protetiva
O Plenário pode também concluir a votação do Projeto de Lei 6020/23, da deputada Dra. Alessandra Haber (MDB-PA), que tipifica como descumprimento de medida judicial a aproximação do agressor de áreas delimitadas pelo juiz para proteção de vítima de violência contra a mulher.
O texto da relatora, deputada Rogéria Santos (Republicanos-BA), acrescenta ao projeto original a aproximação do agressor da residência ou do local de trabalho da vítima.
Atualmente, a Lei Maria da Penha estabelece pena de reclusão de 2 a 5 anos e multa para aquele que descumprir decisão judicial sobre medidas protetivas de urgência previstas na lei.
Trabalho aos feriados
Também em pauta consta o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 405/23, do deputado Luiz Gastão (PSD-CE), que susta portaria do Ministério do Trabalho sobre o trabalho em feriados.
A portaria entra em vigor no dia 1º de julho deste ano, após adiamento desde dezembro do ano passado.
O autor pretende que continue em vigor portaria do ex-presidente Jair Bolsonaro que regulamentava o assunto e permitia o trabalho aos feriados no comércio.
O argumento do ministério para a portaria é que existe uma lei sobre o tema (Lei 10.101/00) condicionando o trabalho no comércio aos feriados desde que autorizado em convenção coletiva de trabalho e observada a legislação municipal.
Trabalho de migrante
A Câmara dos Deputados pode votar ainda o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 405/22, que contém a Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias.
O texto da convenção foi enviado pelo governo federal à Câmara em 2010, ano da adesão do Brasil à convenção vigente desde 1990. A comissão especial de deputados que analisou o tema aprovou o texto em 2022.
Entre os pontos abordados pela convenção estão a não discriminação; direitos humanos; disposições aplicáveis a categorias especiais de trabalhadores migrantes; e promoção de condições saudáveis e igualitárias.
Idosos e extradição
Outro item da pauta é o PDL 863/17, que contém o texto da Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos, formulada no âmbito da Organização dos Estados Americanos (OEA) e celebrada em 2015.
Sobre o acordo de extradição entre o Brasil e a Argentina, assinado em 2019, está em pauta o PDL 162/23. O novo acordo moderniza e agiliza o processo de extradição por meio de procedimentos mais eficientes para a transferência entre os dois países de pessoas acusadas, processadas ou condenadas por crimes.
Correio do Povo
Balão com 33 pessoas cai no interior de SP e grávida morre
Piloto da aeronave foi preso e suspeita é de que tentou pousar em local impróprio
Um balão com 33 pessoas caiu na cidade de Capela do Alto, no interior de São Paulo, na manhã deste de domingo, 15. Uma mulher grávida, que estava no balão, morreu em decorrência do acidente. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a queda ocorreu na manhã deste domingo. A vítima chegou a ser socorrida e levada a um hospital em Sorocaba (SP), mas não resistiu aos ferimentos. Os passageiros receberam os primeiros socorros da Guarda Civil Municipal ainda no local do acidente.
Segundo informações, durante o voo, o piloto, que não foi identificado, tentou pousar em áreas inadequadas e não conseguiu, o que teria resultado na queda dos passageiros. A delegacia de Tatuí, que assumiu o caso, determinou a prisão em flagrante do piloto por homicídio culposo.
Além da Polícia Civil, o Instituto de Criminalística (IC) e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) também foram acionados para investigar o caso. A cerca de meia hora de distância do local onde ocorreu o acidente, acontecia o 38º Campeonato Brasileiro de Balonismo. O voo dos balões previsto para a manhã deste domingo foi cancelado pela organização por questões de segurança, devido à previsão de fortes ventos.
A reportagem entrou em contato com a Confederação Brasileira de Balonismo, mas não obteve retorno.
Estadão Conteúdo e Correio do Povo
Mundo enfrenta uma nova corrida armamentista nuclear, alerta instituto
Os principais Estados que possuem armas nucleares continuaram modernizando seus arsenais
Os principais Estados que possuem armas nucleares continuaram modernizando seus arsenais no ano passado, abrindo caminho para uma nova corrida armamentista nuclear, advertiu o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) em um relatório publicado nesta segunda-feira (16, data local).
As potências nucleares, especialmente Estados Unidos e Rússia - que representam cerca de 90% das reservas mundiais - iniciaram 'a modernização das armas existentes e estão adicionando novas versões', afirma o Sipri em um comunicado.
Desde o fim da Guerra Fria, as antigas ogivas nucleares foram, em geral, desmanteladas mais rapidamente do que novas foram implantadas, o que levou a uma diminuição do número total de ogivas.
Essa tendência pode se inverter nos próximos anos.
'O que já estamos observando é que o número de ogivas nucleares operacionais começa a aumentar', declarou à AFP Dan Smith, diretor do Sipri.
Esse é o caso da China que, segundo cálculos do instituto, possui cerca de 600 ogivas nucleares, após adicionar 100 novas tanto em 2023 quanto em 2024.
'A China aumenta regularmente seu arsenal nuclear', afirma Smith. É 'possível que atinja 1.000 ogivas dentro de sete ou oito anos', acrescenta.
'Altamente tecnológica'
O Sipri registrou um total de 12.241 ogivas em janeiro de 2025, das quais 9.614 estavam armazenadas com vistas a um uso potencial.Rússia e Estados Unidos dispõem de 'vastos programas de modernização e substituição de suas ogivas nucleares', indica o relatório.
O Reino Unido não teria aumentado seu número de ogivas em 2024, mas, considerando a decisão tomada pelo país em 2021 de elevar o limite de 225 para 260 ogivas, é provável que esse número cresça no futuro, acrescenta o documento.
Embora o arsenal da França permaneça estável em cerca de 290 ogivas, 'seu programa de modernização nuclear avançou em 2024'.
Índia e Paquistão 'continuaram desenvolvendo novos tipos de vetores de armas nucleares em 2024'.No início de 2025, a Índia dispunha de uma 'reserva crescente' de cerca de 180 armas nucleares, enquanto o arsenal do Paquistão se mantém estável em aproximadamente 170 ogivas.
O programa de armas nucleares da Coreia do Norte está 'no centro de sua estratégia de segurança nacional', segundo o relatório, que estima seu arsenal em cerca de 50 ogivas, podendo chegar a um total 'de 90 ogivas' no futuro.
Israel, que não reconhece oficialmente possuir armas nucleares, também estaria modernizando seu arsenal, que o Sipri estima em cerca de 90 ogivas no início deste ano.
A nova corrida armamentista nuclear que se aproxima não se refere apenas 'ao número de ogivas', adverte Smith.
'Ela será altamente tecnológica' e ocorrerá tanto 'no espaço quanto no ciberespaço', já que os programas para controlar e guiar as armas nucleares também se tornarão um setor competitivo, acrescenta o especialista.
O rápido desenvolvimento da inteligência artificial provavelmente terá um papel importante, inicialmente como complemento aos humanos.
'A próxima etapa seria passar à automação total. Esse é um passo que jamais deve ser dado', afirma Smith.
AFP e Correio do Povo
Prefeitos avaliam nova concessão do ‘bloco 2’ no Rio Grande do Sul
Proposta do governo do Estado prevê maior aporte de recursos do Funrigs e possível isenção de ISS pelas cidades
Após o governo do Estado apresentar uma alternativa para reduzir, em mais R$ 0,1 por km, a tarifa dos pedágios na concessão do chamado “bloco 2”, prefeitos da região afetada ainda avaliam os impactos da medida. Isso porque a redução dos R$ 0,19 por km para os R$ 0,18 por km só acontecerá caso todos os municípios aprovem a isenção do ISS para concessionária que ficar responsável que vencer o edital. Essa foi uma das novidades trazidas na reformulação do novo edital.
Agora, os prefeitos da Associação de Municípios do Planalto Médio (Ampla), que envolve 22 municípios, sendo que destes, seis são diretamente afetados pelo projeto de concessão, aguardam os estudos que embasam a medida, que foram solicitados à Secretaria de Reconstrução, para que consigam estudar qual seria o impacto da isenção dessas alíquotas nas finanças de seus municípios. A decisão por aguardar os dados ocorreu antes da associação fechar posicionamento contrário ou a favor do edital e foi acordada em reunião na última quinta-feira, três dias após o governo apresentar a nova proposta.
A prefeita de Camargo, Jeanice Fernandes (MDB), que preside a Ampla, explica que o projeto ainda não atende alguns dos requisitos da associação, como a diminuição dos pórticos de pedágio, além de que as expectativas eram de que o valor do pedágio pudesse ser ainda menor. Entretanto, entende que não deve haver recuo do governo do Estado na concessão e, desta forma, a única maneira de que as obras – as quais são necessárias – possam sair do papel é por meio da concessão.
Apesar disso, alguns gestores seguem irredutíveis quanto ao assunto, a exemplo do prefeito de Casca, Jurandi Perin (PL). Em manifestação durante a reunião, ele questionou o aumento do aporte do Fundo de Reconstrução (Funrigs), que passou de R$ 1,3 bilhão para R$ 1,5 bi – ante a diminuição do número de obras. “O governo (do Estado) vem jogar os munícipes contra nós. Como vamos abrir mão do nosso ISS? Eu vou dar incentivo para uma empresa que vai se instalar em Casca, que vai produzir em Casca”, criticou.
Ruídos e nomes em listas
Enquanto isso, uma das listas que circulam com os nomes de prefeitos contrários à concessão vem gerando ruídos dentro e fora do Palácio Piratini. Isso porque pelo menos dois gestores afirmam que não assinaram nenhum documento se manifestando sobre o edital. No caso da prefeita Michele Vargas (MDB), de Paverama, ela afirma que assinou um convite para uma audiência pública sobre o assunto e, desde então, seu nome vem circulando na lista. Além disso, relata que tem recebido reiteradas cobranças de posicionamento sobre o assunto, o qual ainda não fez.
O prefeito de Floriano Peixoto, Jair Ostrowski (MDB), também ressaltou não ter assinado o documento. Ele alega que compactua com a revisão e realização de novos estudos, porém não se posicionou explicitamente contra a proposta. De acordo com Ostrowski, apesar da evidente necessidade de reformar as rodovias, há pontos a serem reconsiderados no texto.
O prefeito de Ilópolis, Fernando Dapont (MDB) também foi categórico ao afirmar que não assinou, mas seu nome e foto aparecem em um dos ‘cards’ que circulam nas redes sociais como contrário ao edital. Já o prefeito de Serafina Corrêa, Daniel Morandi (MDB), confirma que assinou o documento, mas antes da nova proposta do governo do Estado, apresentada nesta segunda-feira.
Entenda
- O governador Eduardo Leite (PSD) apresentou na última segunda-feira o novo edital de concessão do chamado ‘bloco 2’, que contempla estradas localizadas nas regiões do Vale do Taquari e Norte.
- A revisão traz o aumento do aporte público de R$ 1,3 bilhão para R$ 1,5 bilhão, por meio de recursos do Funrigs, e a redução da tarifa-teto por quilômetro de R$ 0,23 para R$ 0,19.
- Para viabilizar a tarifa menor por km, R$ 0,18, o governo precisa que todos os municípios aceitem abrir mão do Imposto Sobre Serviços (ISS).
- Outros aspectos também foram ajustados, como a quantidade de duplicações, terceiras faixas e demais obras previstas para o Bloco 2. A BR-470, inicialmente incluída na concessão, foi retirada do projeto com o objetivo de otimizar os investimentos e permitir a redução tarifária. As demais rodovias previstas permanecem inalteradas.
- O número de pórticos com tecnologia de pedágio eletrônico (free flow) foi mantido em relação ao edital inicial. Ao todo, serão 24 pórticos.
- O chamado bloco 2 abrange 32 municípios (o que significa 17,5% da população), tem um total de 414,91 quilômetros de extensão e é composto por seis rodovias: ERS-128, ERS-129, ERS-130, ERS-135, ERS-324 e RSC-453.
Correio do Povo



