Polícia mobiliza forças de segurança nas buscas por Vance Boelter
A polícia nos Estados Unidos realizava neste domingo (15) uma intensa busca pelo suspeito do assassinato de uma congressista estadual democrata e seu marido em Minnesota, em um ato que as autoridades classificaram como um atentado com motivação política. "Havia uma ligação com o aborto devido aos grupos” que constavam na lista - incluindo clínicas de aborto, segundo a imprensa - encontrada no carro do suspeito, disse a congressis Emily Klobuchar em entrevista à emissora NBC.
Melissa Hortman, de 55 anos e mãe de dois filhos, foi presidente da Câmara dos Representantes de Minnesota e fez do direito ao aborto sua grande prioridade. “Precisamos reduzir a tensão política”, insistiu Klobuchar em entrevista à CNN. O senador republicano por Kentucky Rand Paul, atacado por um vizinho em 2017, declarou neste domingo à NBC que “nada nos une mais do que o luto por outro político, seja ele democrata ou republicano”.
O governador de Minnesota, o democrata Tim Walz - ex-companheiro de chapa de Kamala Harris nas últimas eleições presidenciais vencidas por Trump - ordenou que as bandeiras fossem hasteadas a meio mastro no estado. O que 'parece ser um ato de violência política seletiva', segundo as palavras de Walz, ocorreu em um Estados Unidos cada vez mais fraturado.
O presidente Donald Trump, que sobreviveu a uma tentativa de assassinato durante um comício de campanha em julho passado na Pensilvânia, condenou os ataques e afirmou que os responsáveis enfrentarão "todo o peso da lei”. Questionado na manhã deste domingo sobre a situação em Minnesota e se planejava ligar para Walz, seu antigo adversário, Trump respondeu: “É terrível. Acho que ele é um governador muito ruim, alguém completamente incompetente. Mas posso ligar para ele, como posso ligar para outras pessoas”.
O FBI oferece uma recompensa de até 50 mil dólares (R$ 278 mil) por qualquer informação que leve à captura de Vance Boelter, acusado de matar a tiros Melissa Hortman e seu esposo no sábado, assim como de ferir gravemente o senador estadual John Hoffman e sua esposa, em dois subúrbios de Minneapolis. O duplo atentado abalou a classe política de todo o país, em um momento de alta tensão devido às políticas do presidente republicano, Donald Trump. Boelter, 'um homem branco de 57 anos', considerado 'armado e perigoso', foi visto pela última vez na manhã de sábado 'com um chapéu de caubói claro', segundo a polícia, que mobilizou 'centenas' de agentes em sua busca.
Supostamente, ele foi na madrugada de sábado até as casas de Hoffman e Hortman. Em uma foto compartilhada pelas autoridades, Boelter aparece com um uniforme policial e o que parece ser uma máscara de látex, tocando a campainha de uma residência.
Boelter aparece no site da empresa de segurança privada Praetorian Guards Security Services como diretor de patrulhas da companhia.David Carlson, colega de moradia de Boelter, declarou à emissora local KARE que, antes dos ataques, recebeu uma mensagem de texto do foragido informando que se ausentaria por um tempo e que talvez morresse em breve.
O suspeito, que fugiu a pé após uma troca de tiros com a polícia nas proximidades da residência de Hortman, deixou em seu carro um manifesto - cujo conteúdo não foi detalhado pelas autoridades - e uma lista de funcionários, entre eles os dois atingidos e outras figuras políticas.
AFP e Correio do Povo
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