Ajuda Federal: ministro visita região e pede solidariedade

Rossetto esteve em Eldorado do Sul, Sapucaia do Sul e Canoas para ver os danos com as chuvas


Durante mais de cinco horas, o ministro do Trabalho e da Previdência Social, Miguel Rossetto, visitou três cidades na região Metropolitana neste domingo para ver de perto os danos provocados pelas recentes chuvas. Em nome da presidente Dilma Rousseff, Rossetto afirmou que o momento é de “solidariedade e cooperação”. Em encontro com os prefeitos de Eldorado do Sul, Sérgio Munhoz, Sapucaia do Sul, Vilmar Ballin, e Canoas, Jairo Jorge, ele explicou os procedimentos para que os moradores atingidos possam resgatar até R$ 6.220,00 do FGTS.
Para que o valor seja liberado, os municípios, que já decretaram situação de emergência, precisam que o documento seja homologado pela Defesa Civil do Estado e reconhecido pelo governo. Somente após a confirmação dos prejuízos, os moradores dessas áreas deverão procurar uma agência da Caixa Econômica Federal com comprovante de residência e solicitar o benefício. O recurso será repassado em até 15 dias, informou o ministro. “É um valor importante para amenizar o sofrimento dessas famílias”, afirmou.
Durante o dia, ele visitou áreas prejudicadas, como o bairro Cidade Verde, em Eldorado. Na cidade, Munhoz destacou que 8 mil casas foram atingidas, prejudicando 18 mil pessoas. Somente no ginásio, 300 pessoas estão abrigadas. Rossetto sobrevoou os bairros Niterói, Rio Branco Mathias Velho, em Canoas. “Nesse momento, a nossa resposta tem que ser rápida para amenizar as dificuldades”, avaliou. O município foi um dos mais atingidos pelo granizo que caiu entre a noite de quarta e madrugada de quinta-feira passada. Jairo Jorge destacou que os prejuízos do poder público contabilizam R$ 30 milhões. Das 38 escolas infantis, 31 foram danificadas, e, entre os 48 prédios de saúde, 40 foram atingidos. O prefeito pediu doações, especialmente de alimentos e itens de limpeza e higiene.
O secretário estadual de Trabalho e Desenvolvimento Social, Miki Breier, que acompanhou a visita, confirmou que hoje serão depositado mais de R$ 7,2 milhões em pagamentos do Bolsa Família. O benefício abrange 48 mil famílias dos 26 municípios que já haviam decretado situação de emergência na semana passada. Ele informou que cem municípios gaúchos estão com dificuldades. Diante dos prejuízos provocados pelas chuvas e com perspectiva de novos temporais, deverão chegar, a partir de hoje, ao Estado, cerca de 16 mil kits repassados pelo governo federal. São materiais de limpeza, higiene e de dormitório que servirão de apoio às famílias atingidas nos últimos anos.


Famílias ainda estão fora de casa


O número de desalojados ou desabrigados na colônia Z3, em Pelotas, ainda era de 128 ontem. Conforme a Defesa Civil do município, a Lagoa dos Patos na noite desse domingo estava 1,25 metro acima do nível normal. O órgão promove campanha para arrecadar principalmente água potável, alimentos e produtos de limpeza para os atingidos. As doações podem ser entregues na rodoviária ou na Secretaria Municipal de Justiça e Segurança, no centro da cidade.
Em Rio Grande, a Lagoa dos Patos estava 70 centímetros acima do normal ontem. Conforme o secretário executivo da Defesa Civil, Glênio Freitas, nesse domingo 171 pessoas estavam fora de casa no Ilha da Torotama, 12 delas em abrigos cedidos pela prefeitura. “O normal da Lagoa é oscilar nos 50 centímetros, mas, além disso, temos o vento que empurra a água para a cidade. Como já está inundado, temos um alívio temporário, mas é uma situação que ainda está delicada”, diz Freitas. A Furg suspendeu a visitação ao Museu Oceanográfico, deviso ao acúmulo de água na área externa. Porém, o diretor do espaço, Lauro Barcellos, esclarece que não houve prejuízo às coleções do acervo, às exposições ou aos animais tradados no Cram.


Escolas suspendem aulas


Ainda há famílias fora de casa devido ao temporal de quinta-feira passada em Santa Maria, segundo a Defesa Civil. Também estão suspensas, por tempo indeterminado, as aulas nas escolas municipais João Hundertmark, Euclides da Cunha e Sinos de Belém. Os estabelecimentos tiveram danos nas estruturas. Os pais dos alunos serão comunicados sobre o destino a ser dado às turmas, conforme a Secretaria de Educação.
No fim de semana, moradores realizaram protestos em função da falta de energia elétrica, um na BR 392, no bairro Passo das Tropas, e o outro na BR 287, na saída para São Pedro do Sul. As equipes da AES Sul trabalham no restabelecimento do serviço e a previsão é normalizar a luz em todo o município até quinta-feira. Já no Criadouro São Braz, a preocupação é com a recuperação dos recintos dos animais afetados por alagamentos e danos nas estruturas. Segundo o administrador, Santos Braz, no local há 400 bichos de 136 espécies. Com a falta de luz, 6 toneladas de alimentos estão sendo deterioradas e começa a faltar água para os animais. O recinto dos bugios foi o mais afetado.
Em Cachoeira do Sul, as aulas em escolas municipais serão retomadas hoje. As atividades foram suspensas devido ao granizo e à ventania que danificaram residências e colégios.


Fonte: Correio do Povo, página 13 de 19 de outubro de 2015.


Agricultura contra a pobreza

Os dias 16 e 17 de outubro foram, na agenda da Organização das Nações Unidas, dedicados à questão da alimentação e à erradicação da pobreza no mundo. De acordo com Gustavo Chianca, da FAO, o Brasil conseguiu muitos avanços até o momento e deve prosseguir nessa trajetória de reduzir as desigualdades sociais e fornecer mais e melhor alimentação ao seu povo. Em 2013, o país saiu do Mapa da Fome da FAO, relatório que deixou evidenciado que menos de 5% da população ainda vive na extrema carência.
Para o representante da FAO, que responde por assuntos de alimentação e agricultura no organograma da ONU, o país tem condições privilegiadas para acabar com a fome até 2030. Sua capacidade de produção ainda pode ser ampliada e, com isso, abastecer não apenas o mercado interno, mas também outros países, amealhando recursos decisivos para melhorar as condições de vida de seus habitantes. A própria geração de postos de trabalho pode ser incrementada pela injeção de dividendos oriundos de um melhor desempenho da balança comercial.
Evidentemente, a fim de que essa realidade projetada se concretize, o país precisa resolver gargalos históricos de logística, envolvendo produção, armazenagem e escoamento. Para isso, os investimentos públicos e privados em infraestrutura se fazem imprescindíveis. Atualmente, o chamado Custo Brasil é um óbice concreto para a competitividade da produção brasileira no exterior. Construção de silos, aportes em inovação, manutenção de estradas, melhoria dos portos, extensão de rodovias são medidas já demandadas, mas ainda distantes da efetivação.




Fonte: Correio do Povo, página 2, editorial da edição de 19 de outubro de 2015. 

Aécio e FHC dizem que Dilma não governa

A presidente Dilma Rousseff não está governando o país afirmaram ontem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Aécio Neves, em entrevistas a jornais argentinos. “Ela pode continuar governando mas não governa. Entregou a economia a quem não pensa o oposto dela. E a condução da política a partido que não é o seu. Não acho que renuncie”, disse FHC ao Clarín. Aécio afirmou ao La Nación que o país tem “presidente que já não governa mais, apenas cumpre ritos constitucionais”.


Fonte: Correio do Povo, página 3 de 19 de outubro de 2015.


ANP rompe contrato para avaliar gasolina


Comparato diz que herdeiros de Ustra podem responder por danos morais

Do Estadão Conteúdo
Ustra comandou o DOI-CODI, núcleo mais radical da repressão política nos anos de chumbo, entre 1971 e 1974 / Foto: Arquivo / Agência Brasil
Ustra comandou o DOI-CODI, núcleo mais radical da repressão política nos anos de chumbo, entre 1971 e 1974Foto: Arquivo / Agência Brasil
O advogado e jurista Fábio Konder Comparato disse que a ação por danos morais movida por familiares de Luiz Eduardo da Rocha Merlino - torturado e morto nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo - pode prosseguir contra os herdeiros do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. O militar morreu na quinta-feira, 15, vítima de câncer e complicações cardíacas.
O processo da família de Merlino foi aberto na Justiça de São Paulo, mas está parado por decisão do Tribunal de Justiça do Estado, segundo Comparato.
Merlino, jornalista e militante do Partido Operário Comunista (POC), foi preso ilegalmente em Santos e levado para o DOI-CODI, no famoso endereço da Rua Tutoia, em São Paulo. Na época, a versão oficial do Exército é que o militante tinha se suicidado, atirando-se debaixo de um carro na rodovia Régis Bittencourt, região do município de Jacupiranga (Vale do Ribeira).
Ustra comandou o DOI-CODI, núcleo mais radical da repressão política nos anos de chumbo, entre 1971 e 1974. Nesse período, dezenas de militantes desapareceram. Nos últimos anos, procuradores da República vinham tentando processar o coronel da ditadura, mas juízes federais rejeitavam as denúncias invocando a Lei da Anistia.
"Como a responsabilidade penal é estritamente pessoal, as ações criminais intentadas contra o coronel são automaticamente arquivadas", ressalta Comparato. "Mas a ação de danos morais, contra ele movida pelos familiares de Luiz Eduardo da Rocha Merlino, morto sob tortura no DOI-CODI, pode prosseguir contra os herdeiros do coronel", completa
O jurista faz uma ponderação. "É bem verdade que aqui, no Tribunal de Justiça, o desembargador Salles Rossi, relator da apelação interposta da sentença condenatória em primeira instância, teve recentemente a curiosa ideia de desconsiderar o princípio jurídico de que a responsabilidade civil é independente da criminal. Ele simplesmente suspendeu o processo da ação cível de danos morais, alegando que o Supremo Tribunal Federal ainda não havia decidido, em última instância, se a Lei de Anistia de 1979 aplica-se aos agentes estatais que cometeram crimes contra opositores políticos durante o regime militar."
Comparato também representa a família Teles em ação declaratória movida contra Ustra em 2003. "Só agora, graças à excepcional celeridade da Justiça brasileira, (a ação) chegou à fase final no Supremo Tribunal Federal e fica extinta de pleno direito. Vale dizer: o Poder Judiciário reconheceu que o coronel cometeu atos de tortura contra presos políticos."
Segundo o jurista, "quanto às ações cíveis, é preciso distinguir as meramente declaratórias das condenatórias". "Somente no processo destas últimas é que os herdeiros da parte falecida podem se habilitar a sucedê-lo."
"De se lembrar que, embora o Supremo Tribunal Federal tenha considerado válida, em 2010, a anistia de crimes de homicídio, tortura, estupro, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver, cometidos por agentes estatais contra presos e opositores políticos, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, naquele mesmo ano, julgou que tal decisão representava flagrante violação da Convenção Americana de Direitos Humanos, ratificada pelo Brasil", adverte Fábio Konder Comparato.
DEFESA - O criminalista Paulo Esteves, defensor de Ustra, disse que o coronel "morreu sem nunca ter sido condenado".

Novelas da TV imbecilizam o povo e 

destroem a sociedade. Pensem nisso.

Roubo de cargas atinge R$ 1 bi

Roubo de cargas

 

Associação Nacional do setor diz que foram 17,5 mil ocorrências em 2014. Sudeste concentra 85,31% dos casos.

Fonte: Correio do Povo, capa da edição de 18 de outubro de 2015.

 

Roubo de cargas: crime gerou prejuízo de R$ 1 bilhão em 2014

O crime organizado se articula para atacar fretes intermunicipais, interestaduais ou internacionais

JÉZICA BRUNO

Representando um dos grandes vilões do setor de transporte, o roubo de cargas preocupa e une os órgãos de segurança do país. O crime já acarretou R$ 1 bilhão em prejuízos em 17,5 mil ocorrências registradas no ano passado em todo o Brasil, conforme o último levantamento da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). Os dados mostram uma evolução anual de 16% nas ocorrências. A região Sudeste concentra 85,31% dos casos. São Paulo, com 48,47%, e Rio de Janeiro, com 33,54%, lideram o ranking. Logo em seguida, está a região Nordeste, que registra 6,56% e a região Sul com 4,87%. O Centro-Oeste e o Norte apresentam 2,11% e 1,15%, respectivamente.

Conforme o coronel Paulo Roberto de Souza, assessor de segurança da NTC&Logística, o roubo de cargas é estruturado em dois braços – áreas urbanas e rodovias – e exige atuação diversificada da Polícia para o combate. “A maior incidência é registrada em áreas urbanas, onde acontecessem 75% dos casos”, analisa Souza. “Os bandidos também são atraídos pelas grandes cargas transportadas nas rodovias.” Produtos alimentícios, cigarros e eletroeletrônicos são os mais visados.

Nas áreas urbanas, os bandidos aguardam em locais estratégicos os veículos menores, que circulam pela cidade abastecendo os pontos de venda. “Os marginais atacam dentro da cidade e, para contê-los, é necessário presença policial reforçada”, afirma Souza. Já nas rodovias, os veículos com cargas intermunicipais, interestaduais e internacionais são alvos do crime organizado. “Com o grande volume de carga e o alto valor envolvido, os ataques são feitos por quadrilhas estruturadas”, salienta o coronel.

Algumas empresas têm investido em segurança, na tentativa de amenizar os prejuízos durante o transporte. Isso ocasiona, no entanto, aumento no valor final do produto. A segurança aumenta 8% a 12% o custo dos fretes. “Os produtos acabam chegando mais caros ao destino final e, nesse caso, quem paga a conta é o consumidor”, explica Souza. “É importante que o combate a esses crimes seja priorizado”, comenta.

Para Souza, a legislação deve ser aprimorada para que o receptador seja condenado a penas maiores e, com isso, a negociação das cargas roubadas fique prejudicada. “Estamos trabalhando para que penas mais duras sejam aplicadas.”

OCORRÊNCIAS NO BRASIL

Em 6 anos, mais de 85 mil roubos

2014 – 17,5 mil

2013 – 15,2 mil

2012 – 14,4 mil

2011 – 13 mil

2010 – 12,3 mil

2009 – 13,350 mil

Ações de prevenção em conjunto

No Rio Grande do Sul, o roubo de cargas gerou um prejuízo de R$ 120 milhões ao Estado, no ano passado. Já existe um trabalho conjunto de prevenção a esse crime, desenvolvido pela Delegacia de Furto e Roubo de Cargas, PRF e Brigada Militar. Estas compõem a Comissão de Segurança e Roubo de Cargas do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do RS (Setcergs). “A Comissão nos permite trocar informações e discutir melhorias na prevenção ao roubo de cargas há dez anos”, explica Renato Vitória, coordenador da Comissão.

Na Capital, os roubos são mais frequentes na zona Norte, que também é rota de fuga. “Eles (assaltantes) costumam abordar os caminhões na segunda e sexta-feira”, afirma o coronel João Carlos Trindade, consultor de Segurança do Setcergs. Nas rodovias, os ataques ocorrem na BR 386, uma das estradas mais visadas pelos criminosos. “Na Região Metropolitana, já constatamos várias ocorrências”, lembra Trindade. Um dos casos mais recentes foi a descoberta de uma quadrilha especializada em roubo de cargas, com atuação em todo o Estado.

Crime pode crescer no RS

Para o delegado Juliano Ferreira, titular da Delegacia de Furto e Roubo de Cargas, da Polícia Civil, o roubo de cargas pode aumentar no Rio Grande do Sul. A justificativa é que o crime está se tornando mais atraente para os bandidos. “Está ocorrendo um aumento nesse crime no país e o RS ainda se mantém estável”, analisa Ferreira. “Mas, acredito que esse problema possa aumentar”, afirma o titular de Furto e Roubo de Cargas.

Ferreira explica que os criminosos geralmente atacaram agências bancárias em busca de dinheiro. Esse tipo de crime, no entanto, tem se tornado mais complexo em razão da tecnologia implantada nos bancos e a pouca quantidade de dinheiro armazenada nos terminais. “Os bandidos não conseguem mais ter acesso a uma grande quantidade de dinheiro”, sintetiza o titular da especializada. “Eles assaltantes) acabam se voltando para crimes que possam resultar em um maior valor, que será dividido entre os integrantes da quadrilha”, analisa.

Além disso, a facilidade para a venda dos produtos roubados dos caminhões – cigarros e equipamentos eletroeletrônicos –, e a vulnerabilidade do caminhoneiro na rodovia, acabam despertando ainda mais o interesse das quadrilhas, segundo Ferreira. “É fácil negociar a mercadoria e dá dinheiro”, comenta o policial. “Isso torna o roubo de cargas um crime atraente.”

PREJUÍZOS NO BRASIL

Ataques renderam R$ 5,6 bilhões

2014 – R$ 1 bilhão

2013 – R$ 1 bilhão

2012 – R$ 960 milhões

2011 – R$ 920 milhões

2010 – R$ 880 milhões

2009 – R$ 900 milhões

Acredito que o roubo de cargas possa aumentar gradativamente no RS.”

Juliano Ferreira

Delegado de Polícia

Fonte: Correio do Povo, página 20 de 18 de outubro de 2015.

 

RPVs: Piratini faz mapa do impacto, por Taline Oppitz

O Tesouro do Estado concluiu e repassou ontem à Secretaria da Fazenda um levantamento que será utilizado para convencer aliados e defender a aprovação do projeto do Executivo, de redução do enquadramento das Requisições de Pequeno Valor (RPVs). A proposta está trancando a pauta no plenário da Assembleia e será a primeira analisada na sessão de hoje. Segundo os dados da Fazenda, a redução do enquadramento de 40 para sete salários mínimos, como prevê o texto original do projeto, não atingiria 72%, ou 36.090 mil, do estoque de 50.428 mil RPVs, integrado por processos em tramitação, cujo prazo para pagamento pelo Estado, pela legislação vigente, é de 180 dias. O levantamento considerou as RPVs cadastradas até agosto deste ano. Caso seja aprovada a emenda estabelecendo a redução em dez salários mínimos, 77%, ou 38.663 mil processos, não seriam atingidos pela medida. O principal argumento do Executivo na defesa da proposta é o da falta de previsibilidade do impacto financeiro gerado pelas RPVs. A lei determina que 1,5%da receita corrente líquida seja utilizada para este fim, mas no caso das RPVs, diferentemente dos precatórios, há possibilidade de sequestros no caixa do Estado determinados pela Justiça. A estimativa da Fazenda é que, até o fim do ano, seja pago mais de R$ 1 bilhão em RPVs. Destes, cerca de R$ 600 milhões por meio de sequestros judiciais.

Unindo esforços

Uma comitiva da Assembleia, liderada pelo presidente Edson Brum, acompanhou, em Canoas, reunião do prefeito Jairo Jorge com secretários e vereadores. Desde o início dos episódios de chuva e do último temporal, mais de 30 mil pessoas foram afetadas no município. Destas, 1,7 mil estão desalojadas e 400 pessoas em abrigos. Cerca de 2,4 mil lonas foram distribuídas, mas segundo o prefeito ainda são necessárias doações de colchões, alimentos, água potável e materiais de limpeza e higiene. Brum disponibilizou o setor de comunicação do Legislativo para campanhas e estruturas para agilizar documentações. Nelsinho Metalúrgico defendeu a negociação de tarifas sociais com a Corsan e a AES Sul. No domingo, o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rosseto, foi o municípios atingidos e anunciou auxílio emergencial da União, como a liberação de parte do FGTS.

Cenário reforçado

As decisões na Justiça, como de bloqueio dos bens de Diógenes Basegio e de cinco ex-assessores – devido à estimativa de prejuízo de R$ 2,4 milhões aos cofres públicos – corroboram para reforçar o cenário que se desenha nos bastidores, de cassação do deputado do PDT. A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia deve analisar hoje parecer de Elton Weber sobre o processo, que, caso avance, irá ao plenário do Legislativo.

Em até 30 dias

O assessor técnico da Famurs, Roberson Cardoso, recebeu do coordenador de Infraestrutura rodoviária do Daer, Paulo Rosa, a confirmação de que pelo menos nove acessos asfálticos serão concluídos até o fim do ano. Rosa prometeu repassar, em até 30 dias, dados como prazos de conclusão e trechos prioritários. Em maio, o governo havia anunciados R$ 100 milhões à pavimentação de 56 acessos. A lista não foi divulgada.

Apartes

Zilá Breitenbach protocolou projeto de resolução para alterar a denominação da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia para “Comissão de Direitos Humanos, da Cidadania e das Vítimas de Violência”. Coordenadora Parlamentar em Defesa das Vítimas de Violência, Zilá destaca que na Constituição federal, na qual estão previstos os direitos fundamentais do cidadão, oito se referem a autores de crimes e nenhum às vítimas.

No ranking divulgado hoje pelo Tribunal de Contas, diminuiu o número de prefeituras e aumentou o número de câmaras municipais reconhecidas pelo “Prêmio de Boas Práticas de Transparência na Internet”.

Fonte: Correio do Povo, página 3 de 20 de outubro de 2015.

 

RS 2030, por Jairo Jorge

O primeiro-ministro britânico Winston Churchill dizia que, se iniciarmos uma briga entre o presente e o passado, corremos o risco de perder o futuro. O Rio Grande do Sul vive o paradigma do conflito, somos movidos a peleias. Chimangos e maragatos são revividos epicamente a cada polêmica, nas quais o passado e o presente se confrontam.

É preciso lançar um olhar para o futuro, pensar como queremos nosso estado em 2020, colher os sonhos e as esperanças coletivas dos gaúchos. O Rio Grande está canado de velha polarização, de brigas e disputas, que muitas vezes têm impedido nosso avanço e crescimento.

Esta é a proposta da Famurs – Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul, que reúne os 497 prefeitos e prefeitas, de todos os partidos. O ciclo de debates percorrerá dez cidades, ouvindo todas as regiões. Não temos propostas prontas, iremos construir juntos um mosaico de ideias, que represente a aspiração coletiva da sociedade gaúcha.

As reuniões regionais se estenderão até o final de outubro, quando se iniciará a segunda fase, com 16 encontros temáticos para debater desenvolvimento, infraestrutura, cidadania e finanças públicas. Iremos ouvir especialistas e pesquisadores que nos apresentarão alternativas para superarmos nossos problemas estruturais. Em abril do próximo ano vamos reunir todas as contribuições em um livro, que apontará caminhos para um futuro mais promissor.

O Rio Grande já viveu muitas crises. Hoje estamos diante de um grave momento e precisamos intensificar o diálogo Ao buscarmos soluções possíveis, sem preconceito, vamos juntos construir novas façanhas, para que sejamos modelo a toda terra.

Prefeito

Fonte: Correio do Povo, página 2, da edição de 16 de setembro de 2015.

 

 

RS: a lição das águas, por José Alberto Wenzel

A cada dez são registrados sete anos de enchentes ou secas. Num mesmo ano, como neste 2015, há regiões que já passaram por mais de três enchentes. As consequências são conhecidas, como o são as causas. Se permanecermos no diagnóstico e nos louváveis gestos de solidariedade, pouco avançaremos no sentido de resolver a questão na sua origem.

Nosso Estado dispõe de uma malha hídrica respeitável, compreendida por três grandes regiões hidrográficas: do Guaíba, Uruguai e Litorânea. Estas estão subdivididas em 25 bacias. De acordo com a lei de nº 10.350, de 30 de dezembro de 1994, cada bacia hidrográfica formata a unidade básica de planejamento e gestão. A descentralização preocnizada pelo Polícia Estadual de Recursos Hídricos trabalha com a participação comunitária através dos Comitês de Gerenciamento.

Aplicado o conceito de que a Bacia Hidrográfica compreende toda a área de captação natural da água que escoa para um leito maior e que cada bacia reflete o somatório das ações e relações que acontecem de forma espontânea ou induzida, cabem duas atitudes desconhecer essa realidade ou reconhecer a revolucionária possibilidade de modificação do quadro instalado.

Se tomada a decisão pela unidade territorial hídrica, tudo mudará. Iremos muito além da construção de diques de contenção, obras de drenagem ou de canais. Começa pela peça orçamentária do Estado que deverá se reorganizar em outros moldes e rubricas. Cada bacia, de acordo com o seu plano, enquadramento e zoneamento sócio-econômico-ambiental, seguiria diretrizes de aporte de recursos, taxação, licenciamentos, uso e preservação compatíveis com a realidade tratada em sua integralidade.

Um estado formado por valorosas instituições e pessoas generosas, que encanta a todos ao som de seu Hino, tem biografia suficiente para se reestruturar a partir do cenário natural, que é a verdadeira fonte das eficientes soluções.

Geólogo

Fonte: Correio do Povo, edição de 25 de outubro de 2015, página 2.

 

RS pode vir a testar mormo

Lanagro avalia credenciamento de laboratório

O Rio Grande do Sul poderá ter seu primeiro laboratório credenciado para analisar casos de mormo nas próximas semanas. Para transportar equinos, o proprietários são obrigados a apresentar testes negativos para a doença. Por enquanto, as amostras estão sendo enviadas para São Paulo, ao custo médio de R$ 90 a R$ 120 por exame, ocasionando maior tempo de espera pelos resultados. Isso tem atrasado viagens e até cancelado participações em feiras e eventos gauchescos. A expectativa é que, com um laboratório local credenciado, as análises sejam feitas em tempo menor e passem a custar menos.

De segunda-feira a quarta-feira da próxima semana, uma equipe técnica do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro-RS), ligado ao Ministério da agricultura (Mapa), fará uma vistoria no laboratório da Clínica Hípica em Porto Alegre, que solicitou o credenciamento. Se o estabelecimento atender às exigências, a habilitação pode ser homologada em duas semanas. “Temos toda a estrutura necessária”, afirma a veterinária Valesca Peter dos Santos proprietária da Clínica Hípica. Ela destaca que o laboratório já possui acreditação do Inmetro, nas, para comprar todos os antígenos necessários, depende também do credenciamento. A clínica é credenciada pelo Mapa para exames de anemia infecciosa.

A demanda pelo exame de mormo aumentou há dois meses, quando a Secretaria da Agricultura passou a exigir o teste em função de caso confirmado da doença em Rolante. Desde então, pelo menos 7 mil equinos já foram testados para mormo no Estado. Um caso já foi confirmado e 19 levantaram suspeita. Destes, sete foram descartados e 12 aguardam resultados.

Fonte: Correio do Povo, página 13 de 15 de agosto de 2015.

 

 

Servidores estaduais: categorias avaliam greve

Os servidores estaduais irão aguardar como se dará o pagamento dos salários na próxima segunda-feira (31) para a deflagrar greve de quatro dias. Ontem representantes de cerca de 40 sindicatos se reuniram na sede do Cpers em Porto Alegre, onde definiram uma agenda de ações para o período em que ocorrerá a paralisação e para os dias posteriores. “faremos vários atos em Porto Alegre e no interior do Estado, alguns deles de forma paralela”, ressaltou o vice-presidente da Federação Sindical dos servidores Públicos no RS (Fessergs) e presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado do RS (Amapergs), Flávio Berneira. Ele ressaltou que entre as atividades está a participação na audiência pública sobre a PLC 206, na Assembleia Legislativa, no dia 3 de setembro.

Independente do pagamento de salários, o Cpers já decidiu que fará greve a partir do dia 31. A presidente da entidade, Helenir Schürer, afirmou que o protesto da categoria não é somente parcelamento dos vencimentos, mas também por conta dos projetos de ajuste fiscal enviados à Assembleia Legislativa.

Fonte: Correio do Povo, página 21 de 27 agosto de 2015.

 

Servidores estaduais se mobilizam pelo RS

    Protestos de trabalhadores estaduais voltaram a ocorrer ontem no Interior do Rio Grande do Sul. Em Passo Fundo, o Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Estado que abrange 43 entidades, realizou manifestação a fim de mobilizar para a assembleia geral do dia 18, em Porto Alegre. A manifestação reuniu ao menos 600 funcionários da região Norte, de diversas categorias.
    Representante da Coordenação Unificada dos Servidores Públicos, Elenir Schörer disse que o ato não era apenas por conta do parcelamento dos salários, mas também em relação às prioridades do governo. Além disso, segundo ela, o protesto foi motivado, mesmo depois do pagamento da parcela restante dos salários, pela falta de solução ao déficit público do Estado. Nas faixas e cartazes havia frases como “Agora é greve”, “Unidos somos fortes” e “Meu partido é a Brigada Militar”. Um participante estava vestido de Batman.
    Em Santa Cruz do Sul, cerca de cem servidores estaduais, estudantes e representantes de sindicatos se reuniram na praça Getúlio Vargas para protestar contra as medidas do governo gaúcho. O grupo demonstrou insatisfação diante do parcelamento dos salários dos funcionários, além de descontentamento com a prefeitura após o aumento da tarifa do transporte coletivo.
    Os manifestantes também fizeram caminhada até o Centro de Convenções Charrua para uma assembleia. O 3º sargento do Corpo de Bombeiros da cidade e presidente da Associação de Bombeiros 22 de Novembro, Franco Silva dos Santos, informou que a reunião serviu para definir a prioridades a serem exigidas no encontro do dia 18. “Precisamos cobrar do governo os nossos direitos. Mesmo com o pagamento total do parcelamento do salário efetuado ontem (terça-feira), nada garante que os próximos serão pagos em dia.”


Fonte: Correio do Povo, página 14 de 13 de agosto de 2015.

 

 

Servidores fazem ato em frente ao Piratini

Entidades do funcionalismo protestam contra o parcelamento de salários

Carlos Corrêa

    Não é o tipo de cena que se vê com frequência nas manifestações em frente ao Palácio Piratini. Ontem, apenas uma grade de metal separava as centenas de servidores que protestavam contra o parcelamento de salários. Não havia nenhum brigadiano reforçando a segurança. As viaturas ficaram localizadas junto ao Teatro São Pedro, distante do caminhão de onde discursavam os líderes da manifestação.
    Enrolado em uma bandeira da CUT e encostado em um escorregador da Praça da Matriz que normalmente estaria ocupado por crianças, estava o funcionário público Flávio Pazatto. “Como todos os demais servidores, estou tendo que buscar ajuda nos familiares. Só a fatura do cartão de crédito dá três vezes mais do que os R$ 600,00 que recebemos”, relata. Ainda que se diga contrário à prática da greve - “Acaba prejudicando as pessoas que mais precisam” - ele acredita que em face à recusa do Executivo com retirar o PLC 206/2015, acabará sendo a única solução a curto prazo.
    Contestado em todos os discursos durante a manifestação, o PLC 206 não deve, no entanto, ser retirado da pauta pelo Executivo. “O governo não tem como aceitar o pedido de retirada, mas não vai afastar as preocupações dos servidores. Já avançamos em dois pontos e vamos fazer o estudo destas propostas que foram elencadas nesta audiência pública para saber se é possível trabalhar em mais algum ponto de aperfeiçoamento”, explicou o secretário da Casa Civil, Márcio Biolchi.
    A julgar pelo tom dos discursos na manifestação de ontem, a negociação não deve ser fácil. “Não vamos recuar”, adiantou a presidente do Cpers/Sindicato, Helenir Schürer. Diante de um cenário de inflação, a funcionária Terezinha de Fátima Aguirre, que também estava na Praça da Matriz, não conseguia esconder um tom de melancolia.
    As entidades de servidores estaduais, inclusive os da Brigada Militar e da Polícia Civil, decidiram seguir em greve.

 

Operação mantém Caff livre

    A Secretaria de Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos (Smarh) montou uma operação com a Secretaria da Segurança Pública para garantir a abertura do Centro Administrativo (Caff). Na segunda e terça-feira, as entradas foram bloqueadas por grevistas e quem não aderiu não pôde ingressar no prédio. A Smarh informou que entraram ontem no Caff 4.130 servidores. Normalmente, o número é de 6 a 7 mil.


Funcionamento normal

    Apesar de decisão judicial proibir a abertura dos bancos em caso de falta de policiamento, a maioria das agências abriu ontem. O SindiBancários percorreu diversas unidades e tentou impedir a abertura de algumas, mas sem sucesso. “Os bancos chamaram a Brigada Militar, e a maioria abriu. Na quarta-feira, tinham a desculpa de não ter recebido o comunicado, mas agora estamos fazendo o registro para que a Justiça puna os que desrespeitaram”, disse Everton Gimenis, presidente da entidade sindical. A multa pelo descumprimento é de R$ 100 mil.
    “Ninguém vai descumprir a liminar. Os bancos intimados estão pedindo reconsideração da medida judicial”, declarou o diretor jurídico da Associação Bancos do RS, Flávio do Couto e Silva. Ele disse que as empresas vão recorrer da decisão e um dos argumentos é de que a insegurança por falta de policiamento é nas ruas. “Dentro dos bancos de segurança”, declarou.


Cadeado na porta de escolas

    Com previsão de encerrar a greve somente depois do dia 11, a maioria dos professores não compareceu às escolas estaduais ontem, O Cpers/Sindicato ainda, está discutindo com a categoria uma ampliação dos dias parados. Enquanto isso, os pais não têm levado os alunos para as aulas. Alguns colégios estão abertos e funcionando parcialmente, com atividades promovidas pelos docentes que não aderiram ao movimento.
    Grande parte das escolas está com cadeado nas portas e cartazes indicam o motivo da suspensão das aulas. A presidente do Cpers/Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, criticou a postura do governo estadual diante das manifestações. A dirigente estima que quase 100% da categoria aderiu ao movimento grevista. Ela atribuiu a adesão à insatisfação do funcionamento.

 


Fonte: Correio do Povo, página 14 de 4 de setembro de 2015.

 

 

Sesc/RS entre os melhores do país

São Paulo – O Sesc/RS, integrante do Sistema Fecomércio-RS, ficou em 36º lugar na categoria Empresas de Grande Porte na 19ª edição da pesquisa “Melhores Empresas para Trabalhar – GPTW Brasil”, que ocorreu nesta semana em São Paulo. O levantamento, feito por consultores do Great Place to Work (GPTW), é considerado a maior pesquisa global em avaliação do índice de confiança de funcionários com o ambiente das melhores práticas de gestão de pessoas. Os dados estarão no Guia Melhores Empresas para Trabalhar 2015/2016, à venda neste mês.

 

Fonte: Correio do Povo, página 8 de 20 de agosto de 2015.

 

 

Setembro Azul: hoje é celebrado o Dia do Surdo


    Reconhecido desde 2008, o 26de setembro é o Dia do Surdo. Por esse motivo, o mês foi intitulado “Setembro Azul” (em referência à 2ª Guerra, quando a cor indicava pessoas com deficiência, consideradas incapazes). No Unilassalle Canoas, atividades gratuitas e abertas ao público ocorrem até 30/9. Serão oferecidas oficinas de Libras, haverá apresentações culturais e mostra artística com trabalhos das escolas municipais especiais Vitória (Canoas) e Padre Reus (Esteio). Mais informações no site unilassale.edu.br/canoas/extensao.


Fonte: Correio do Povo, página 9 de 26 de setembro de 2015.

 

Setembro e setembros, por Christopher Goulart


    Em sintonia com a crise política, atento aos acontecimentos que envolvem a abatida economia brasileira, que agora teve como último capítulo o rebaixamento da nota de crédito da dívida do Brasil, venho ouvindo permanentemente comparações infundadas com o governo João Goulart. Lógico, em razão da sua derrocada por um golpe civil-militar em abril de 64 e o paralelo com o atual governo de Dilma Rousseff, do PT.
    Minha avaliação é que, naquele momento, o pleno debate das reformas de base (reformas estruturais) estava presente na agenda nacional, enquanto hoje ocorre justamente o inverso. Alterações profundas nas estruturas estão longe de ocorrer na prática. Cito exemplos daquele governo: o decreto da Supra (Superintendência da Reforma Agrária) foi assinado em praça pública, que se não representava ainda uma “carta de alforria para o trabalhador do campo”, pelas palavras de Jango, ao menos era o início de um reforma na estrutura agrária. A sancionada Lei de Remessa de Lucros, obrigando as multinacionais a investirem lucros no país e a própria encampação das refinarias de petróleo particulares, para fortalecer a Petrobras, eram outras iniciativas concretas. Medidas que estavam de acordo ao ideal de proteção da soberania nacional.
    Setembro de 63 era muito diferente do setembro de 2015. Lá avançamos pela ação no caminho das reformas. Aqui estagnamos pela omissão. Atualmente as estruturas que se prestam apenas para a exclusão se mantêm intactas, como a própria estrutura tributária. Portanto, qualquer tentativa de comparação entre o trabalhismo de Vargas, Jango e Brizola e atual projeto de poder do PT e Lula/Dilma é uma tentativa desesperada de associação sem respaldo histórico.
    É fato que uma das maiores preocupações de Jango era barrar o avanço das direitas. Naquele setembro de 63, no Congresso Nacional, uma CPI investigada as atividades do Ibad, sobretudo no financiamento de candidatos a cargo eletivo, no pleito de outubro de 1962. O Ibad (também o Ipes) pretendia a tomada do poder através da corrupção eleitoral. No setembro atual, a corrupção eleitoral tem ainda poucas restrições e ela acontece sobre diversas maneiras. Nossas esperanças setembrinas recaem sobre a Lava Jato, para que no futuro próximo tenhamos novamente uma inundação de consciências esclarecidas no país. Ressalvadas as diferenças essenciais entre setembros e setembros, vale reafirmar o compromisso com a estabilidade democráticas e lembrar sempre que a pior democracia é melhor do que a melhor ditadura.


Advogado, primeiro suplente de senador (PDT-RS)

 


Fonte: Correio do Povo, edição de 14 de setembro de 2015, página 2.

 

 

Setor público: contas registram déficit de R$ 10 bi

Brasília – As contas de todo o setor público (governo, estados, municípios e estatais) registraram nova deterioração. Em julho, segundo informações divulgadas pelo Banco Central (BC), foi contabilizado um déficit primário (receitas menos despesas, sem os juros) de R$ 10,01 bilhões. No acumulado dos sete primeiros meses deste ano foi registrado um superávit primário (economia feita para pagar juros da dívida pública) de R$ 6,2 bilhões. Ambos os resultados, o de julho e a parcial deste ano, são os piores para estes períodos desde o início da série histórica, em dezembro de 2001.

Fonte: Correio do Povo, página 6 de 29 de abril de 2015.

 

Shoppings: adiados planos de novas lojas


    São Paulo – O cenário de baixa confiança dos consumidores e de juros elevados tem aumentado a cautela de administradores de shopping centers e varejistas em relação a novos empreendimentos e planos de expansão.. Cerca de 30% das inaugurações de shopping previstas para 2015 foram adiadas, principalmente, para 2016.
    No começo do ano, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) projetava a abertura de 26 empreendimentos que seriam inaugurados a partir de 2018. O número, porém, foi revisado para 18 novos shoppings, o que corresponde a uma queda de 30,8%.


Fonte: Correio do Povo, página 4 de 19 de outubro de 2015.

 

Shoppings sem ritmo


    O índice de atividade comercial em shoppings caiu 3,3% em agosto deste ano, ante igual mês do ano passado, de acordo com indicador desenvolvido pelo Ibope inteligência eu Mais Fluxo. Este foi o pior resultado de 2015.


Fonte: Correio do Povo, página 7 de 10 de setembro de 2015.

 

Simples Doméstico está perto do prazo final

Patrões podem fazer a inscrição no regime simplificado até sábado, pelo site do eSocial


    Brasília – Os patrões de empregados domésticos têm até o fim desta semana para se inscrever no regime simplificado de recolhimento dos encargos da categoria. O prazo de cadastramento no sistema acaba no próximo sábado. As inscrições podem ser feitas no site www.esocial.gov.br. O cadastro é necessário para que o empregador possa recolher o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e outros encargos, que começaram a valer neste mês pelo Simples Doméstico. A Receita Federal espera o cadastramento de ao menos 1,5 milhão de empregadores e de trabalhadores domésticos.
    Para formalizar a situação do trabalhador doméstico, o empregador deve registrar seus dados e os do funcionário na página do programa. Para funcionários contratados até setembro deste ano, os formulários eletrônicos devem ser preenchidas até o fim deste mês. Os contratados a partir de outubro devem ser cadastrados até um dia antes de começarem a trabalhar.
    Para gerar o código de acesso ao eSocial, o patrão precisa do Cadastro de Pessoa Física (CPF), da data de nascimento e do número de recibo das duas últimas declarações do Imposto de Renda. Precisará ainda inserir os seguintes dados do trabalhador: CPF, data de nascimento, Número de Identificação Social (NIS), dados da carteira de trabalho, escolaridade, telefone, e-mail e dados do contrato.
    Originalmente, a guia única de recolhimento começaria a ser emitida hoje, mas a Receita adiou a liberação do documento para 1º de novembro. A mudança foi necessária para evitar que o empregador recolha a contribuição do mês inteiro sem saber se o empregado trabalhará de fato até o fim do período. Apenas a data de liberação da guia foi adiada. Os patrões continuarão a ser obrigados a fazer o pagamento até 6 de novembro, caso não queiram ser multados.


Fonte: Correio do Povo, página 6 de 26 de outubro de 2015.

 

 

Sindha ganha crédito especial da Caixa


    A Caixa Econômica Federal vai oferecer linhas de crédito especiais aos sindicatos associados à Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação. O Sindicato da Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha) e o Sindicato de Hotéis de Porto Alegre estão entre os beneficiados pela parceria. Segundo o presidente do Sindha, Henry Chmelnistky, os sindicatos terão, entre outros benefícios, gratuidade na adesão da folha de pagamento da folha Caixa Web, isenção total da cesta de serviços por três meses e de 50% da primeira anuidade do cartão de crédito empresarial.

 

Fonte: Correio do Povo, página 4 de 29 de setembro de 2015.

 

Sinos e Caí: estragos foram pontuais


    Na cidade de São Sebastião do Caí, um desmoronamento de terra por volta do meio-dia de ontem destruiu uma casa de madeira, na localidade de Conceição. No local, moravam quatro pessoas, mas ninguém ficou ferido. No bairro Rio Branco, segundo o coordenador da Defesa Civil, Pedro Griebler, parte da margem da Estrada da Várzea cedeu e caiu dentro do rio Caí. “O nível do rio já atingiu 9 metros. Com 10 m ele sai da caixa.”
    Em Novo Hamburgo, após a normalização do fornecimento de energia elétrica na tarde desta quinta-feira, a Comusa retomou o bombeamento pleno de água bruta do Rio dos Sinos. A previsão é que o abastecimento seja restabelecido entre a madrugada e a manhã de hoje. O pluviômetro registrou, em 5 dias, 174 milímetros de chuvas e o nível do Sinos estava com 6,62 m ontem. Em São Leopoldo, o coordenador da Defesa Civil, Diogo Arns, diz que há 110 pessoas desalojadas no Ginásio Celso Morbach. “A água está baixando 5 centímetros por hora.”


Fonte: Correio do Povo, página 15 de 16 de outubro de 2015.

 

Sintáxi diz que ato foi 'grito de desespero'

Taxistas fizeram buzinaço para protestar contra o aumento de impostos


    Um buzinaço coletivo foi a maneira encontrada por taxistas de Porto Alegre para protestar contra o projeto de aumento de impostos, que deverá ser votado hoje na Assembleia Legislativa. O ato, articulado pelo Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi), ocorreu às 13h30min, com duração de um minuto. Avisados por telefone e mensagens, os profissionais foram recomendados a participarem do ato, independentemente do local em que estivessem.
    Na rodoviária, o maior ponto de táxi da cidade, a adesão foi unânime e chamou a atenção de quem aguardava para embarcar. Mesmo quem precisou esperar um pouco não se importou e apoiou o movimento.
    O presidente do Sintáxi, Luiz Nozari, ressaltou que a ideia foi por meio do buzinaço reproduzir um “grito de desespero” contra a elevação dos impostos. “Mais uma vez o governo do Estado utilizará medidas antigas, que não deram certo e que só penalizam a população para solucionar uma crise.” A sugestão de Nozari é de que o Executivo atue em outras frentes, como na redução da máquina pública ou corte de privilégios. Ao mesmo tempo, o protesto não buscou prejudicar a rotina das pessoas, como ocorre em bloqueios de ruas ou ao deixarem de prestar o serviço. “O objetivo do protesto em forma de buzinaço não foi o de prejudicar, mas de mostrar que estamos juntos”, afirmou.
    Nozari lembrou que, se for aprovada a elevação do valor do ICMS, haverá impactos diretos, como no valor da tarifa dos táxis, e indiretos, que é o agravamento da crise financeira das famílias. Prevendo esses prejuízos, o sindicato já havia manifestado, por meio de ofício, posição contraria o projeto.


Categorias preparam protestos


    Protestos, caminhadas e greves são as principais articulações previstas para esta terça-feira contra a possibilidade de votação do projeto do governo do Estado na Assembleia Legislativa que prevê o aumento de alíquotas de ICMS. Articulado por movimentos sindicais de trabalhadores e por categorias do serviço público, “Dia Estadual de Protestos contra o Tarifaço de Sartori” começa ainda na madrugada. Porém, o grande ato deverá ser às 12h na Praça da Matriz, no centro de Porto Alegre, onde há acampamento montado desde a semana passada.
    Nas mobilizações de hoje na Capital não estão descartados os bloqueios em frente às garagens de ônibus, o que poderá provocar transtornos à população. As escolas estaduais não deverão abrir, seguindo orientação do Cpers. Também poderá haver bloqueio à entrada no Centro Administrativo e posterior caminhada à Praça da Matriz.
    Em frente à Assembleia, será instalado um telão, para que a votação possa ser acompanhada pelos manifestantes. O acesso às galerias do plenário será limitada a 290 senhas, que serão distribuídas em 50% para favoráveis ao projeto 50% contrários.
    Segundo o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, houve uma grande articulação no interior do Estado para que façam atos impróprios. “Apoiamos esse movimento para protestar contra o tarifaço, que mais uma vez prejudica quem ganha menos.”


Fonte: Correio do Povo, página 14 de 22 de setembro de 2015.

 

Sintergs obtém vitória no TJ

    O Sindicato dos Técnicos-Científicos do RS (Sintergs) obteve vitória ontem no Tribunal de Justiça que decidiu favoravelmente ao mandado de segurança contra o parcelamento de salários. Com isso, o governo deve garantir o pagamento dos servidores ligados ao sindicato, ativos e inativos. “O governador vai ter que nos pagar integralmente”, diz o presidente Joanes da Rosa.

Fonte: Correio do Povo, página 14 de 25 de agosto de 2015.

 

 

Sírios: Estado recebe 5 refugiados


    O Rio Grande do Sul recebeu os primeiros refugiados sírios na noite de segunda-feira. Segundo o secretário municipal de Direitos Humanos, Luciano Marcantônio, os cinco que chegaram estão hospedados em um hotel de Porto Alegre. A Paróquia Pompeia, conhecida como a Igreja dos Imigrantes, informou ontem que os sírios vão ficar na cidade somente até o dia 22. Depois, partem para São Paulo. Para tratar sobre a integração dos sírios, a Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos do Estado (SJDH), que não tinha conhecimento sobre o fato, deve marcar reunião com o Ministério da Justiça na próxima semana.
    A coordenadora do programa de Reassentamento de Refugiados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Estado, Karin Wapechowski, afirma que o controle da chegada dos sírios é mais difícil que a de haitianos e senegaleses. Estes necessitavam de auxílio devido às dificuldades financeiras. Já os sírios têm maior capacidade econômica e certa autonomia para a adaptação. A Delegacia de Imigração da Polícia Federal no RS não havia repassado informações porque alegou que a vinda dos estrangeiros estaria “sob sigilo”.

 


Fonte: Correio do Povo, página 19 de 16 de setembro de 2015.

 

 

Sírios: refugiados aguardam documentação


    Seis refugiados sírios de 30 a 35 anos estão em Porto Alegre aguardando documentação para seguir a São Paulo. O grupo veio de Lima (Peru) para Porto Alegre após ter passaportes, dinheiro e roupas roubados no hotel. Em São Paulo, devem encontrar amigos que também são da Síria.
    O senegalês Abdou Axix Khouma, 32, que está há três meses em Porto Alegre, presta assistência aos refugiados hospedados em um hotel na avenida Farrapos. “Como eu falo seis idiomas, consigo me comunicar com eles em inglês e fazer a integração necessária para que fiquem aqui em segurança e com algum conforto”, destacou.
    Ao recusar um pedido de entrevista, um sírio identificado apenas como Mohammed disse a Khouma: “Ninguém precisa conhecer nossa história de vida. Não temos nada a dizer para as pessoas, apenas agradecer por estarmos aqui”.

 

Fonte: Correio do Povo, página 15 de 18 de setembro de 2015.

 

 

Sistema BikePoa é prorrogado


    Sem interessados em concorrer à licitação, o sistema do BikePoa em Porto Alegre foi prorrogado por mais 180 dias. Ontem, a prefeitura receberia as propostas, mas como não houve candidatos, a nova data será no dia 6 de outubro. O diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, disse que será feita uma avaliação para identificar os motivos de as empresas não terem se candidatado. Atualmente o sistema é operado pela Sertel. O edital prevê a ampliação do número de estações de 40 para 50.


Fonte: Correio do Povo, página 14 de 22 de setembro de 2015.

 

 

 

Snowden entra no Twitter


    Paris – Edward Snowden, o ex-consultor americano por trás das revelações sobre os programas secretos de vigilância dos EUA, fez uma grande entrada ontem no Twitter – onde começou a seguir a conta da Agência Nacional de Segurança americana (NSA). “Podem me ouvir agora?”, perguntou em seu primeiro tuíte, publicado às 16h (13h de Brasília) e retuitado dezenas de milhares de vezes.
    Horas depois, sua conta, @Snowden, já era seguida por mais de 700 mil pessoas. “Antes, trabalhava para o governo. Agora, trabalho para o público”, explicou. Segundo o advogado Ben Wizner, a contra é autêntica e o próprio Snowden a controlará.
    Edward Snowden vive atualmente em Moscou, que lhe ofereceu asilo. Buscado por espionagem e roubo de documentos propriedade do Estado, ele pode ser condenado a até 30 anos de prisão nos Estados Unidos.

 

 

Fonte: Correio do Povo, página 6 de 30 de setembro de 2015.

 

Sobre a previdência para servidores públicos, por Ari Lovera


    O projeto de lei nº303/2015, enviado à Assembleia pelo governo do Estado, que cria o regime de previdência complementar (RPC), irá consolidar um terceiro grupo distinto de servidores públicos estaduais. Se aprovado, teremos um grupo de servidores mais antigos que tem e terá integralidade e paridade nos seus benefícios previdenciários; um segundo grupo, ingressantes no Estado, a partir da EC 41/2013 (1º/1/2004), cujos benefícios não terão mais paridade com os ativos nem integralidade, dada a sua substituição pela regra das médias; e um terceiro grupo, que se formará com a aprovação deste projeto, em que os benefícios, além de serem regidos pela não paridade e pelo regime das médias, estarão limitados ao teto do Regime Geral de Previdência Social – RGPS, leia-se teto do INSS.
    Este teto foi estabelecido em dez salários mínimos – R$ 2,4 mil – em 2004 pela EC nº41 e, em 2015, encontram-se num patamar de R$ 4.663,75, equivalente a 5,9 salários mínimos, ficando caracterizada ao longo deste período uma nítida redução no valor dos benefícios que os trabalhadores vinculados ao regime geral poderiam alcançar. Se aplicado este teto aos novos servidores públicos do Estado, como pretende o governo, além dessa evidente redução nos benefícios previdenciários imposta pela instituição do regime de previdência complementar, tal sistemática acarretará ainda, ao longo dos anos, a não manutenção dos valores reais dos benefícios que serão pagos pelo Regime Próprio de Previdência Social – RPPS.
    Em 2011, o Estado deu passos largos no sentido de dar rumo à questão da previdência própria social dos servidores públicos de cargo efetivo, com a aprovação das leis complementares estaduais que criaram os fundos previdenciários, um civil e um militar, sob o regime financeiro de capitalização. Era uma demonstração clara da necessidade de de criar reservas por meio de fundos próprios  para que possam subsidiar os futuros benefícios desses servidores.
    Na busca por aposentadorias dignas e pensões em patamares que permitam sustento dos seus familiares, acredito que os fundos previdenciários capitalizados, já criados dentro de um regime próprio de previdência social pleno, sejam os mais adequados para manter o equilíbrio financeiro e atuarial, uma vez que os mesmos podem ser revistos a qualquer momento visando ao referido equilíbrio, bem como proporcionar benefícios condizentes com as atividades e responsabilidades dos servidores, obedecendo, é claro, às regras constitucionais e não benefícios limitados e reduzidos ao longo do tempo no RPPS com uma suplementação incerta de um RPC – Regime de Previdência Complementar.


Diretor de Previdência do Ipergs

 

Fonte: Correio do Povo, edição de 9 de setembro de 2015, página 2.

 

 

Solidariedade para atingidos pela cheia

Militares e voluntários se deslocaram para a Ilha das Flores , Ilha da Pintada e Ilha Grande dos Marinheiros


    A cheia aproximou o nível do Guaíba a uma marca histórica no sábado, cm 2,94 metros, a poucos centímetros do nível de alerta, que é de 3 metros. Esse foi o maior já alcançado desde 1941. Com o grande volume de água, a situação piorou também nas ilhas de Porto Alegre, onde milhares de pessoas estavam desabrigadas, sem água, energia elétrica ou alimentação.
    Militares do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda – Regimento Osório (3º RCG) se deslocaram para as ilhas, onde devem permanecer até amanhã para auxiliar moradores da região. Barracas foram montadas para que o atendimento médico pudesse ser prestado na Ilha Grande dos Marinheiros, Ilha das Flores e Ilha da Pintada. Muitos acessos estavam bloqueados pela água, impedindo a busca dos moradores por alimentos.
    A solidariedade, no entanto, devolveu um pouco da esperança aos ribeirinhos. A ONG Amobem levou doações para os atingidos das ilhas. Água, roupas, cobertores, colchão e 5 toneladas de alimentos foram disponibilizados sobre uma lona, onde os produtos eram distribuídos na Ilha Grande dos Marinheiros. Além disso, 700 refeições foram doadas pelos 80 voluntários que trabalhavam no local. “Vamos fazer o possível para ajudarmos essas pessoas. Na semana que vem também estaremos aqui”, afirmou a coordenadora da ONG Cristiane Izquierda. As doações são arrancadas na rua Marcelo Gama, número 390, na Capital.


Comerciante distribui lona

    Em meio ao caos instalado na Capital e aumento dos preços das telhas e lonas, uma iniciativa despertou a atenção de muitas pessoas nas redes sociais. Um comerciante doou mais de 1,5 mil metros de lona para pessoas que tiveram as suas moradias atingidas pelo temporal.
    O proprietário do Atelier Centro de Pinturas, localizado na avenida Assis Brasil Marcus Girondo, publicou o recado em uma rede social em que anunciava a doação. “Não vou cobrar nada porque creio que essa seja a hora de ajudar”, dizia. Morador de Canoas, ele ficou sensibilizado com a situação enfrentada por amigos, familiares e também desconhecidos. Cada pessoa que procurou as doações no local, desde a quinta-feira, recebeu em torno de 30 metros quadrados de lona.


Zona Sul e 4º Distrito


    A maior cheia dos últimos 74 anos fez com que o Guaíba extravasasse na zona Sule no 4º Distrito, regiões mais baixas. Outros pontos da cidade, como nas proximidades do arroio Dilúvio, também registram alagamentos, consequência do extravasamento da rede de drenagem. Como prevenção, o dique de contenção do arroio Feijó, que está represado, foi reforçado.
    A empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) monitora a avenida Assis Brasil, no acesso a Cachoeirinha. Com o nível elevado do rio Gravataí, houve necessidade de bloqueio da alça de acesso da freeway ao município, sentido Litoral-Porto Alegre.


Município de Guaíba tem via interditada


    A cheia atingiu o calçadão de Guaíba. Parte da avenida João Pessoa teve de ser interditada. Além disso, cerca de 70 famílias dos bairros Ipê e Ermo ficaram desalojadas. As águas avançaram pela calçada deixando a via intransitável. O dique onde atraca o catamarã e alguns trapiches foram tomados pelas águas.


58,3 mil clientes sem energia elétrica


    O número de clientes, no Estado sem energia elétrica, em decorrências dos temporais da semana passada, estava com 58,3 mil na manhã de ontem. Deste total, em torno de 50 ml são da AES Sul. A CEEE registrava 6,3 mil clientes sem luz e a RGE, 2 mil. O RS chegou a ter 712 mil clientes sem energia elétrica.


Trechos com alagamento


    A manhã ensolarada de domingo contrastava com alguns trechos de vias públicas ainda alagadas em Porto Alegre. Na avenida Praia de Belas, entre a General Sérgio Oliveira e Aureliano de Figueiredo Pinto, o alagamento de vários dias mantinha o trânsito fluindo em uma única pista. Uma churrascaria no local ficou prejudicada pela dificuldade de acesso dos clientes.
    Na rua João Moreira Maciel, ao lado da freeway e perto da Ponte do Guaíba um trecho também permanecia inundado, sem passagem de veículos. Na rua Voluntários da Pátria, os pontos de alagamentos estavam espaçados, como sob a Ponte do Guaíba.


Fonte: Correio do Povo, página 12 de 19 de outubro de 2015.

Arte de desvendar as complexidades

Durante o atendimento, é importante que o médico volte a se envolver com o paciente


Apesar de inúmeros avanços tecnológicos e científicos da Medicina, cabe ao olhar diferenciado do médico desvendar complexidade que existe em cada paciente durante o atendimento. Porém, nem sempre isso é possível. Na correria dos consultórios particulares ou nos distanciamentos entre as consultas em postos de saúde, o diferencial às vezes se fragmenta. Mesmo assim, há quem defenda o retorno de um contato mais prolongado com o paciente. “É importante que o médico volte a se envolver mais com o paciente”, avalia o presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), Alfredo Cantalice, com 44 anos de profissão. Ele recorda que isso ocorre com mais facilidade na Pediatria, que é sua especialidade.
Já o secretário municipal da Saúde, Fernando Ritter, reconhece que a profissão está passando por uma transformação e cita que a formação universitária tem se voltado para um cuidado mais amplo do paciente, diferente do processo que vigora atualmente. “Acabamos compartimentando muito o ser humano. E esquecemos o principal, que é ver o paciente dentro da sua família e da sua comunidade. E buscar o que realmente está adoecendo as pessoas”, resumiu. Segundo ele, a humanização do cuidado, a identificação de necessidades e o acolhimento são alguns enfoques que se destacam neste processo e que fazem a diferença. “A ciência evoluiu muito em alta tecnologia e agora estamos recuperando o olhar mais humanizado do paciente”, afirma.


O médico deve ser um conselheiro do paciente. Precisamos formar mais médicos de família.”
Alfredo Cantalice
Presidente da Amrigs


Homenagem no Hospital Moinhos de Vento


Em homenagem ao Dia do Médico, o Hospital Moinhos de Vento lançou a Galeria da Excelência Médica, com a história de profissionais que foram protagonistas nos 88 anos da instituição, completados neste mês.
O evento teve a presença do corpo clínico, gestores, homenageados e seus familiares. Os profissionais receberam a distinção tanto pela sua contribuição ao hospital como para a medicina no Estado.. Conforme o superintendente executivo do Moinhos, Fernando Andreatta torelly, os homenageados fizeram diferença nestas quase nove décadas por contribuírem para a missão de cuidar de vidas. “É com muito orgulho que prestamos esse reconhecimento”, destacou.
Foram premiados Aloysio Cechela Achutti (na área de neonatologia e cardiologia), Gunther Von Eye (criador da CTI de adultos), Loreno Brentano (transplante renal) e Edgar Diefenthaeler (homenagem póstuma ao médico mais antigo da instituição que morreu em 2009).


Fonte: Correio do Povo, página 8 de 18 de outubro de 2015.


Respeito pelos professores, por Rogério Mendelski

A jornalista Cláudia Vallin é autora de um livro que deveria fazer parte obrigatória do currículo de todas as escolas deste país. Ela escreveu sobre a vida dos homens públicos da Suécia - “Um País sem Excelências e Mordomias” - à venda em qualquer boa livraria. Nesta semana, Cláudia Vallin escreveu sobre o ensino na Finlândia, onde a educação é a prioridade das prioridades governamentais.

O chamado milagre finlandês teve início na década de 70 e alcançou sua maior exuberância a partir dos anos 90. Em um espaço de 30 anos, a Finlândia transformou um sistema educacional medíocre, elitista e ineficaz, que amargava resultados escolares comparáveis a países como o Peru e a Malásia, em uma incubadora de talentos que alcançou o país para o topo dos rankings mundiais de desempenho estudantil e alavancou o nascimento de uma economia sofisticada e altamente industrializada na qual antes jazia uma sociedade substancialmente agrária.

Tudo começa no ensino fundamental quando os alunos recebem do governo, em qualquer escola finlandesa, os seguintes itens: refeições fartas e saudáveis, atendimento médico e odontológico, e que todo o material escolar é gratuito. Equipes de pedagogos e psicológicos acompanham cuidadosamente o desenvolvimento de cada criança, identificando na primeira hora problemas como a dislexia de um aluno e fornecendo apoio imediato. Saudáveis e bem alimentadas, as crianças estão mais preparadas para aprender nesse país singular, onde mensalidades escolares não existem.

E Cláudia Vallin mostra o definitivo sucesso da educação na Finlândia: “O vital passo seguinte foi uma valorização sem precedentes do professor. A Finlândia lançou programas de formação de excelência para o magistério nas universidades do país, criou notáveis condições de trabalho e ampla autonomia decisória nas escolas, e paga bem seus professores”. Leonel Brizola não conhecia o sistema educacional da Finlândia, mas tinha o mesmo sonho para estudantes e professores brasileiros. Ele sabia que um projeto educacional que mude o destino de uma nação só tem êxito com alunos e professores sendo tratados com respeito e dignidade.

Analistas erraram (1)

Cláudia Vallin lembra que os críticos do novo sistema educacional da Finlândia previram o caos: disseram que não seria possível ter as mesmas expectativas em relação a criança d diferentes circunstâncias sociais.

Analistas erraram (2)

“Argumentaram – diz Cláudia – que o futuro da Finlândia como nação industrial estaria sob risco, uma vez que o nível educacional teria que ser ajustado para baixo a fim de acomodar os alunos menos favorecidos. Erraram, evidentemente.”

A opinião do educador (1)

O educador Pasi Sahlberg, um dos idealizadores da reforma das políticas educativas da Finlândia nos anos 90, disse a Cláudia Vallin que o impacto fundamental do modelo de igualdade e justiça social foi criado gradualmente pelos finlandeses a partir do pós-guerra, a exemplo dos vizinhos escandinavos: saúde, educação e moradia para todos e uma vasta e solidária rede de proteção aos cidadãos.

A opinião do educador (2)

“A desigualdade social, a pobreza infantil e ausência de serviços básicos têm um forte impacto negativo no desempenho do sistema educacional de um país, sendo vital o passo seguinte que foi uma valorização sem precedentes do do professor”, disse Sahlberg.

Respeito aos professores

“Os professores adquiriram um alto grau de respeito e confiança em nossa sociedade. E os finlandeses continuam a considerar o magistério como uma carreira nobre, orientada principalmente por propósitos morais.”

O resultado final

Conclusão da jornalista Cláudia Vallin: “Nas escolas finlandesas, o filho do empresário e o filho do lixeiro estudam lado a lado, em um eficiente e igualitário sistema educacional que se tornou um dos mais celebrados modelos de excelência em educação pública do mundo atual”.

Fonte: Correio do Povo, página 5 de 18 de outubro de 2015.

O povo sabe, o povo sofre, por Jarbas Lima

O desconceito da política e dos políticos desafia todos os limites, do absurdo ao inacreditável. As práticas provocam perplexidade. Graças ao desprezo dos políticos que prometem o impossível planos inexequíveis não têm respeito pela justiça, pelas leis, esta é a tônica. Tudo é possível! Outra não era a visão do caudilho cubano quando em 1961, no discurso de adesão aos postulados comunistas: “Não somos políticos. Fizemos a redução justamente para afastá-los. Esta é uma revolução social”. Igualmente, o general De Gaule, quando atendeu ao chamamento do povo francês, em 1958, afirmou que “estava salvando a França dos políticos e do regime odioso dos partidos políticos”. A Constituição lhe dava poderes, artigo 16, que o jurista Osvaldo Trigueiro comparou aos césares romanos. Os golpes de Estado, nos seus manifestos, a mesma linguagem, “chegam para salvar o povo dos políticos e da corrupção”.
O parlamento é um caleidoscópio, fauna forte e colorida, tem de tudo, bons e maus, em perigosa proporção. Somam-se os indiferentes. Os bons se diluem nas ações dos maus, e no silêncio dos indiferentes, segundo Gramsci. A imprensa é brava, minuciosa. Os profissionais da Justiça, do Ministério Público, da Polícia cumprem com dignidade tocante seus deveres, sem se abaterem com a incompreensão e a má-fé. A farta e robusta prova disponibilizada cala a boca dos cegos por conveniência.
E agora, o que vai acontecer? Temos confissões, delações, provas escritas, gravadas, condenados, presos, contas bloqueadas, milhões devolvidos, empresas falidas, relatórios minuciosos, pareceres irrefutáveis! É possível ignorar! O povo sabe, o povo sofre. Nossa democracia é representativa. Os representantes terão a coragem de negar o que a consciência do povo já assimilou. Lugar de ladrão é na cadeia e não no poder. O sistema é presidencialista. O presidente é chefe de Estado e de governo. Não há suspeita, há crimes comprovados. Mensalão, petrolão não são fantasias, são bilhões de reais. Não é hora de solidariedade macabra. Só há lugar para vergonha. Vergonha do povo, dos pobres, dos enganados, dos traídos. Silenciar é consentir.


Professor de Direito



Fonte: Correio do Povo, página 2 da edição de 18 de outubro de 2015.

Mais uma vez o problema da casa tomada por bandidos na Travessa Paraíso, por Lúcio Machado Borges*