Com mais de 9 mil casos de infecção por zika registrados em três territórios (Martinica, Guiana Francesa e Guadalupe) nas Américas desde dezembro de 2015, a França foi um dos primeiros países a lidar com a grande propagação do vírus, quando ele começou a circular em 2014 na Polinésia Francesa, território francês localizado na Oceania. Segundo o embaixador da França no Brasil, Laurent Bili, na época, um terço da população local, cerca de 270 mil habitantes, foi infectada.
Embaixador da França, Laurent Bili, diz que pesquisadores franceses estudam o vírus Zika desde 2014
Esta semana, os governos brasileiro e francês reuniram-se em Brasília para começarem a dialogar sobre parcerias em pesquisas sobre o Zika. De acordo com Bili, pesquisadores franceses estudam o vírus Zika desde 2014. “Temos coisas para compartilhar porque somos um pais que conhece a experiência de uma epidemia e que tem recursos de pesquisadores especializados em doenças tropicais”, disse o embaixador.
“Para os territórios nas Américas [que estão passando por um surto da doença] enviamos mobilização dos serviços hospitalares, enviamos missões da França para reforçar as equipes e trabalhar no diagnóstico e tratamento”, explicou Bili. Além disso, o governo francês desaconselha a ida de gestantes para estes locais.
No país, o Instituto Pasteur e o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento estão envolvidos nas pesquisas sobre o vírus. Segundo o embaixador, também a rede de pesquisa criada para combater o ebola está sendo útil nos estudos sobre o zika.
No Brasil, os primeiros casos de doença foram registrados no começo de 2015. A relação com microcefalia foi confirmada pelo Ministério da Saúde em novembro. No começo de fevereiro a Organização Mundial da Saúde decretou emergência internacional em saúde pública devido à "provável" relação entre o zika e a microcefalia.
Saiba Mais
O mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus Zika e da dengue, não circula na França, porém, segundo o embaixador, o país tem 73 casos de infecção por Zika de pessoas que foram contaminadas fora do país, entre eles, cinco grávidas.
Vacina
O vice-presidente da Dengue Company , Guillaume Leroy, diz que a vacina para a zika vai demorar
Pesquisadores franceses já comprovaram cientificamente a ligação entre o vírus Zika e a Síndrome de Guillain-Barré. Ainda na França, o mesmo laboratório que descobriu a primeira vacina da dengue, Sanofi-Pasteur, está desenvolvendo uma vacina contra o vírus Zika.
Guillaume Leroy, vice-presidente da Dengue Company da Sanofi-Pasteur, explica que toda a plataforma tecnológica usada para o desenvolvimento da vacina da dengue é um avanço para os estudos do novo imunizante.
“Estamos na fase de entender o vírus, entender a resposta imune ao vírus. Depois vamos fazer investigação para testar algumas tecnologias de vacinas para eleger a melhor para ser testada contra este vírus. É um processo demorado mas muito importante”, disse Leroy. A empresa não tem previsão para conclusão do imunizante. “Questão de anos”, disse Leroy.
Desafios
da agricultura tropical, por Ana Amélia Lemos
O
Brasil assumiu ante a Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e a Alimentação (FAO) o compromisso global de
contribuir para alimentar a população mundial, que deve chegar a 9
bilhões em 2050. O desafio é enorme. É preciso continuar a
investir em tecnologia para aumentar cada vez mais a produtividade no
campo e nosso potencial de inovação. Sem o binômio
tecnologia-inovação, o país não terá como ser o celeiro do
mundo, mantendo a eficácia do agronegócio, que responde por 30% do
Produto Interno Bruto (PIB) e, ao mesmo tempo, preservar as
florestas.
Não obstante, a agropecuária
brasileira vem superando tais desafios com a vantagem competitiva
apoiada em ciência e tecnologia. Não é novidade que nossa balança
comercial tem o agronegócio o seu principal porto seguro.
Porém, “o Brazil não conhece o
Brasil”, como diz a música que nos encantou na voz de Elis Regina.
A realidade é desconhecida da maioria dos moradores das cidades –
quase 85% da população. Essa é a seara onde as discussões são
pautadas muito mais pela visão de mundo de grupos de formadores de
opinião, distantes das vicissitudes das lavouras, do que por fatos,
pesquisas e ciência.
No Brasil, a FAO lançou o Fórum
Inovação, Agricultura e Alimentos para o Futuro Sustentável, que
propõe traçar, por meio de palestras e estudos, os cenários para o
Brasil enfrentar melhor o desafio de alimentar. A iniciativa envolve
a parceria de setores da sociedade xivil; organizações não
governamentais; do agropecuário – como a Associação Nacional de
Defensivos Vegetais (Andef) e a Associação Brasileira de
Agribusiness (Abag) –; da academia e da pesquisa agropecuária,
como a Embrapa, instituição que está na base do nosso sucesso no
campo.
Neste ano, o Fórum realiza a sétima
edição com um motivo especial a comemorar: a FAO completa 70 anos
de existência. Por isso, justifica-se o fato de que, na edição
deste ano, o Fórum será celebrado, pela primeira vez, em Brasília,
em sessão solene no Senado Federal, em 13 de outubro. Ao trazer o
tema para o coração do poder no país, esperamos chamar atenção
para a importância do campo e seu papel no desenvolvimento virtuoso,
na geração de ganhos tecnológicos, mas sobretudo em relevantes
avanços sociais e econômicos.
Senadora do PP/RS e presidente da
Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal
Fonte: página 2 da edição de 13 de
outubro de 2015.
Divulgação
ajuda criminosos
Autoridades
estão preocupadas com o compartilhamento de informações sobre
barreiras policiais ou de trânsito em grupos de WhatsApp e redes
sociais, que podem acabar auxiliando a execução de crimes.
Recentemente, a Brigada Militar encontrou com criminosos um celular
conectado no grupo de WhatsApp “Radar da Gurizada 3”, que
acompanhava barreiras da Polícia e da EPTC.
Fonte:
Correio do Povo, capa da edição de 16 de agosto de 2015.