Mostrando postagens com marcador Em defesa da Seguridade Social. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Em defesa da Seguridade Social. Mostrar todas as postagens

Em defesa da Seguridade Social, por Paulo Paim

Ao longo dos últimos 20 anos, venho defendendo e demonstrando que a Seguridade Social (Previdência, Assistência Social e Saúde) é superavitária. Os argumentos que tenho usado vão ao encontro de projetos que julgo necessários para a garantia dos direitos dos trabalhadores, aposentados e pensionistas. Todos os governos que passaram pelo Planalto foram uníssono ao dizer que a Seguridade e deficitária. Ledo engano. Há muita manipulação de números e dados. Conforme a Associação dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), através do estudo “Análise da Seguridade Social 2014” (http://fudacaoanfip.org.br/site/?cat=16), não há déficit e, sim, superávit. Vejamos: Superávit em 2006: R$ 59,9 bilhões; 2007: R$ 72,6 bilhões; 2008: R$ 64,3 bi; 2009: R$ 32,7 bi; 2010: R$ 53,8 bi; 2011: R$ 75,7 bi; 2012: R$ 82,6 bi; 2013: R$ 76,2 bi; 2014: R$ 54 bi.
As contribuições, em 2014, somaram R$ 686 bilhões. Foram gastos R$ 394 bilhões com aposentadorias, pensões, auxílio-doença, salário-maternidade, etc; R$ 38 bilhões com benefícios da Lei Orgânica da Assistência Social (Lias); R$ 26 bilhões com benefícios de transferência de renda (Bolsa Família); R$ 94 bilhões com serviços, ações e programas de saúde (pagamento de médicos, enfermeiros, construção de hospitais, medicamentos, procedimentos); mais de R$ 50 bilhões utilizados com ações do FAT; mais de R$ 10 bilhões em ações da Seguridade Social utilizadas por diversos ministérios e secretarias, entre outros.
Os gastos com a Seguridade Social somaram, incluindo aí todo o orçamento, R$ 632 bilhões. Sobraram, portanto, R$ 54 bilhões, os quais, em quase toda sua totalidade, foram desvinculados pela DRU (Desvinculação das Receitas da União).
Os dados da Anfip são esclarecedores e demonstram que a Seguridade Social e viável, tanto que, depois de 15 anos de muita luta, conseguimos derrubar o Fator Previdenciário e aprovamos a Fórmula 85/95.
Por uma questão de justiça, de desenvolvimento e de soberania nacional, a Seguridade Social tem totais condições de garantir o presidente e o futuro, o bem-estar de milhões de trabalhadores e aposentados. Muitas mentiras têm sido ditas como forma de manipulação e intimidação, ou seja, através do medo, de um suposta “fratura exposta”, afiançar que a Seguridade Social ocrre grave risco; de que ela é o grande mal que atravanca o crescimento do Brasil. A quem interessa essa visão distorcida dos fatos?


Senador do PT-RS



Fonte: Correio do Povo, edição de 16 de novembro de 2015, página 2.