Mostrando postagens com marcador ENTREVISTA DEPUTADO EDUARDO CUNHA!. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ENTREVISTA DEPUTADO EDUARDO CUNHA!. Mostrar todas as postagens

EL PAÍS,(04), ENTREVISTA DEPUTADO EDUARDO CUNHA!

1. Pergunta: Por que o PMDB quer descumprir o acordo de rodízio? Resposta: Esse acordo existiu em duas legislaturas, foi formatado no início delas. Não fizemos um acordo eterno de dividir com o PT nada. Fizemos um acordo em 2007 e repetimos o acordo em 2011. Não quer dizer que nós sejamos obrigados a repeti-lo sempre. Acordo é que nem contrato de locação. Você renova ou não. A gente não renovou. Hoje, o PT e o PMDB somos muito menores do que fomos porque as bancadas diminuíram. E o resto da Casa tem que participar. Não adianta eu querer fazer acordo se a Casa não quer.

2.  P: E por que a Casa não quer? Por que o PMDB não quer?  R: O PMDB não quer por uma razão muito simples. Estamos no exercício da presidência da Câmara. A Casa não quer porque o ambiente é muito mais conflagrado. Tem temas ideológicos sendo debatidos e o PT tem uma posição ideológica muito forte. A Casa não quer o comando dela na mão do PT hoje. Prefere uma atuação mais isenta. Teria mais dificuldade de a gente impor o nome do PT na Casa. A bancada do PMDB não abre mão, não quer perder o espaço. Então a discussão de alternância, neste momento, não cabe.

3.   P: Mas a bancada do PT não é a maior?  R: Isso não é regimental. O Aldo Rebelo foi presidente com 15 deputados. A Câmara tem um histórico que permite a disputa avulsa, não é como o Senado, onde no regimento está que a maior bancada tem o direito à presidência da Casa.  Tem temas ideológicos sendo debatidos e o PT tem uma posição ideológica muito forte. A Casa não quer o comando dela na mão do PT hoje. //  P: Mas a gente vê que o Congresso está mais conservador. Não há um cenário de mais resistência a pautas mais progressistas? R: Sem dúvida, mas não porque o Congresso está mais conservador. Mas porque o Congresso está mais bem representado do que é a sociedade. A sociedade é conservadora. O Congresso representa a sociedade. Hoje ele está mais próximo da sociedade do que esteve antes.

4.   P: Diante de um Congresso assim quais questões que não tiveram espaço nas outras legislaturas que podem ter agora?  R: Temos que ter firmeza na defesa da votação de uma reforma política.// P: Mas isso o PT quer...  R: Não, não... Como a do PT a gente já refutou. A gente quer que se vote e, no máximo, a gente pode submetê-la a referendo. Mas, jamais, através de plebiscito. //  P: Mas isso não é um pouco incoerente? R: Incoerente é a gente pedir voto para se eleger, ser eleito por cidadãos que nos delegaram o poder de representá-los e depois ter que ficar perguntando a eles todas as coisas, todas as horas. Seria praticamente a mesma coisa que se a gente quisesse ter consultas populares para o que o Executivo tem de governar. O Executivo também foi eleito e tem legitimidade.

5.   P: Mas você não faz oposição ao Governo, então?  R: Aí é que está, o grande erro da interpretação do papel. O líder de uma bancada não exerce sua opinião. Ele exerce o que a bancada decide. Eu sou porta-voz da bancada. Se eles acham que eu sou líder informal da oposição, então eles têm que interpretar que a maioria da bancada do PMDB é de oposição. Eu só exerço a vontade deles.

Ex-Blog do Cesar Maia