Niágara (Canadá), 13 de novembro de 2025 – O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu-se nesta quarta-feira (12) com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em Niágara, no Canadá, durante encontro paralelo à reunião de chanceleres do G7 (grupo das sete maiores economias industrializadas). O foco foi o avanço nas negociações bilaterais sobre tarifas comerciais, com Vieira informando que o Brasil enviou uma proposta formal aos EUA em 4 de novembro, após reunião virtual entre equipes técnicas dos dois países.De acordo com o Itamaraty, os ministros concordaram em agendar uma nova reunião presencial em breve para discutir o estágio atual das conversas e buscar consenso sobre as medidas tarifárias em vigor. Vieira enfatizou a importância de progredir nas tratativas, alinhado à orientação dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, que abordaram o tema em encontro recente na Malásia.Contexto do tarifaçoEm julho de 2025, Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA, afetando cerca de 35,9% das mercadorias (US$ 43 bilhões em superávit anual para os EUA). A medida, justificada como resposta a "ameaças à segurança nacional" — incluindo o julgamento de Jair Bolsonaro no STF por tentativa de golpe e supostas violações à liberdade de expressão de americanos —, entrou em vigor em 6 de agosto, com exceções para itens como minérios, fertilizantes e aeronaves. Exceções iniciais excluíram 694 produtos, mas itens chave como café, carne bovina e ovos permanecem taxados.A escalada incluiu revogações de vistos para ministros do governo Lula e do STF, além de sanções a autoridades brasileiras, vistas como "chantagem inédita" por diplomatas.Reunião Lula-Trump na MalásiaEm 26 de outubro, durante a 47ª Cúpula da Asean em Kuala Lumpur, Lula e Trump se encontraram por 50 minutos. Lula pediu a suspensão imediata das tarifas enquanto as negociações prosseguem, afirmando:
“Não há razão para desavenças com os Estados Unidos. Quando dois presidentes sentam à mesa, a tendência é o acordo.”
Trump elogiou Lula como "vigoroso" e "impressionante", concordando em iniciar diálogos técnicos imediatos. A reunião foi descrita como "franca e construtiva" pelo Itamaraty, com avanços para revisão das sanções e tarifas. No entanto, Trump alertou que, sem progresso até o fim da COP30 (em Belém, novembro de 2025), novas medidas poderiam ser adotadas.Próximos passosOs chanceleres marcaram nova rodada para final de novembro, possivelmente em Washington ou Brasília. O Brasil busca redução gradual das tarifas em troca de compromissos em comércio digital e direitos humanos, enquanto os EUA pressionam por "alinhamento" em questões como censura e julgamentos políticos.Analistas veem otimismo cauteloso: o tarifaço custou US$ 2 bilhões em perdas exportadoras ao Brasil em três meses, mas o diálogo bilateral pode reverter o quadro. Acompanhe atualizações na cobertura da EBC sobre a COP30.Agência Brasil e Correio do Povo
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