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domingo, 28 de maio de 2023

Relatora da CPMI do 8 de Janeiro diz que atuará com cuidado

 A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) direcionou post no Twitter a Lula, o STF e ao presidente do senado

A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos extremistas, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), escreveu que vai atuar "com diligência necessária para mostrar em detalhes capítulos que envolveram o 8 de Janeiro", neste sábado. Publicada em seu twitter, a afirmação é dirigida ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Durante a primeira sessão da comissão, Eliziane já afirmou que fará um plano de trabalho "respeitando a maioria", indicação que agrada a base do presidente Lula. A relatora tem um alinhamento mais próximo ao governo, disse que quer focar no que antecedeu os ataques aos prédios dos Três Poderes e falou em identificar os autores intelectuais e financiadores, já que os executores já estão na mira do Judiciário.

A sinalização não agrada a oposição, que questiona as prisões em massa e mira a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por suposta omissão em tentar impedir os invasores. Os senadores aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já planejam apresentar relatório paralelo da CPMI do 8 de Janeiro, estratégia levantada para o caso de a conclusão da relatora ir contra o que esperam. 

Já o governo quer mirar no ex-presidente Bolsonaro e aliados como os responsáveis por incitar apoiadores a questionar o resultado das urnas e, num ato extremo, depredar o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o prédio do Supremo Tribunal Federal. 

Eliziane evitou dizer se Bolsonaro será convocado a depor, mas a reportagem apurou que a estratégia da base de Lula é convocar, primeiro, nomes ligados ao ex-presidente para avaliar se haverá elementos robustos justificando a presença de Bolsonaro.

Na lista de primeiros pedidos estarão depoentes como Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que está preso em um quartel do Exército, e Ailton Barros, detido pela Polícia Federal durante a operação que investiga supostas fraudes nos certificados de vacinação contra a Covid-19.

Além deles, a base do governo também pretende convocar o ex-secretário de Segurança do DF e ex-ministro de Bolsonaro Anderson Torres, que foi preso durante as investigações sobre os ataques de 8 de janeiro.

Oposição questiona relatoria da CPMI

Mesmo com o acordo da maioria dos membros da comissão, a oposição diz que vai questionar na Justiça a escolha de Eliziane Gama para a relatoria do colegiado. Segundo o senador Marcos do Val (Podemos-ES), o resultado do relatório seria prejudicado, porque a senadora seria uma aliada do ministro da Justiça, Flávio Dino.

"Vou pedir o afastamento ou a troca da relatora pela questão da parcialidade. Quando o ministro Flávio Dino esteve no Senado, quem sentou ao lado dele foi a Eliziane Gama", afirmou Marcos do Val. Desde o início do movimento pela criação da CPMI, o senador pleiteia a vaga de relator dos atos extremistas nas sedes dos Três Poderes.

Em resposta, Eliziane disse que "não vai ser intimidada" pela oposição. "Ser aliada de Flávio Dino ou adversária de quem quer que seja não inviabiliza minha atuação aqui", afirmou.


R7 e Correio do Povo

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