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domingo, 30 de abril de 2023

Polícia Militar do DF deve avaliar se Anderson Torres vai ser transferido para ala psiquiátrica

 Ex-ministro está preso em uma unidade da PM, mas defende legalmente que estado de saúde se agravou desde a prisão, em janeiro


A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) repassou ao Comando-Geral da Polícia Militar do DF a responsabilidade de avaliação sobre a necessidade e as condições de transferência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres ao hospital psiquiátrico do Complexo Prisional da Papuda, sem DF. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Seape respondesse a questionamentos sobre as condições em que Torres se encontra e se considera conveniente a transferência.  

"Ele (Anderson Torres) não se encontra sob a tutela do Sistema Penitenciário do Distrito Federal e sim no 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, sendo esta uma instituição competente para prestar qualquer auxílio a ele referente", informou o secretário da Seape , Wenderson Souza e Teles.

O ex-ministro está preso desde 14 de janeiro por suspeita de omissão nos atos extremistas de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram destruídas. No dia dos ataques, Torres era secretário de Segurança do DF e não estava no Brasil, mesmo com a divulgação do planejamento dos ataques pelas redes sociais. Ele está preso no Batalhão de Aviação Operacional (Bavop), no mesmo terreno do 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará, em Brasília. 

A reportagem acionou o PMDF sobre a possibilidade de transferência, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.  

Diante do repasse, não há previsão para a transferência de Anderson Torres. Na última quarta-feira (26), a defesa do ex-ministro entrou com um novo pedido de revogação da prisão alegando piora significativa do quadro clínico. A manifestação se dá em razão da psiquiatra que acompanha o ex-ministro ter concluído que há "risco de suicídio".

"Em laudo confeccionado em 22/04/2023, registrou que, dentro desse contexto, vem aumentando o risco de tentativa de auto-extermínio. E apresentou sintomas de alteração emocional, em aparente crise de ansiedade, choro de forma compulsiva, relatando enorme saudade de seus familiares, em especial de suas filhas, expondo palavras e ideias sem nexo, e expôs seu desânimo com a manutenção de sua vida", alega a defesa.

Em outros pedidos, Moraes contestou a revogação da prisão, alegando que a organização, a participação, o financiamento e o apoio aos atos confessos em janeiro configuram crimes gravíssimos, e, por isso, todos os envolvidos devem ser responsabilizados.

Uma alternativa cursada pelo ministro, então, é a transferência para o hospital psiquiátrico. Segundo o magistrado, a manutenção da prisão preventiva é importante porque há depoimentos de testemunhas e apreensão de documentos que apontam fortes indícios da participação de Torres na elaboração de uma suposta minuta golpista e em uma operação da Polícia Rodoviária Federal para tentar atrapalhar a participação popular no segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

R7 e Correio do Povo

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