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sexta-feira, 28 de abril de 2023

Audiência pública discute projeto de pedágio nas rodovias gaúchas

 Objetivo da audiência foi debater o modelo de concessão e também o impacto dos pedágios nos municípios em que serão fixados ou que serão diretamente atingidos

A comissão especial das rodovias concedidas no Rio Grande do Sul realizou a primeira audiência pública especial para debater o modelo de concessão das rodovias do Estado. O encontro ocorreu no auditório da prefeitura de Eldorado do Sul, no início na noite desta quinta-feira.

O principal objetivo da audiência foi debater o modelo de concessão e também o impacto dos pedágios nos municípios em que serão fixados ou que serão diretamente atingidos. As novas praças de pedágio, que já têm sido objeto de muita polêmica, estão previstas para serem instaladas na BR-290, BR-116, BR-158 e BR-392, além da nova ponte do Guaíba.

A audiência pública serviu como um espaço de diálogo e debate para a comunidade se manifestar sobre o tema e apresentar suas sugestões e críticas. A intenção da Comissão, coordenada pelo deputado Luiz Marenco (PDT), é realizar uma série de audiências públicas, durante os próximos 120 dias, em cidades diretamente atingidas, e ouvir a população local e de seus representantes. Para posteriormente encaminhá-las as considerações por meio de um relatório oficial aos órgãos competentes.

Sobre o modelo de Concessão, Marenco afirma que ele precisa ser revisto com muita cautela. “Esse projeto prevê que o vencedor do leilão vai ser quem pagará mais ao Governo Federal. Isso precisa ser transformado. Um outro modelo possível é de quem cobrar menor tarifa. Outra questão é sobre o dinheiro arrecadado que não tem obrigação de ficar no Estado, pode ser investido em qualquer parte do país”, justificou.

 O deputado afirmou que se confirmou o preço previsto no projeto, o novo leilão das rodovias federais gaúchas gerará o pedágio mais caro do Rio Grande do Sul. “Quem sair de carro de Rio Grande com destino a Porto Alegre, por exemplo, vai ter um custo de quase R$ 100 com os pedágios em uma viagem de ida e volta. O motorista que faz esse trajeto com um caminhão de seis eixos já paga quase R$ 550 vai pagar em torno de R$ 800”, especificou.

O prefeito em exercício de Eldorado do Sul, Ricardo Alves Santos, afirmou que esse projeto é um retrocesso. “Nós já tivemos pedágio aqui durante 30 anos. E isso prejudicou muito a economia da nossa cidade. Esse projeto é muito cruel para a cidade”. Santos ainda disse resultados negativos já esperavam a aparecer. "Somos conhecidos como cidade do turismo de negócios. Uma grande empresa de tecnologia desistiu de voltar ao trabalho presencial e aguarda definição sobre essa concessão.

O vereador e presidente da Câmara de Eldorado do Sul, Lodear Carlos Hahn, declarou que essa discussão deve ser levada para além das audiências públicas. “Nós já estivemos em Brasília duas vezes junto com o prefeito, Ernani, o prefeito em exercício hoje, Ricardo, há umas duas semanas reunido com o ministro dos transportes, Renan Filho, aonde nos deu uma luz no fim do túnel sobre os pedágios em Eldorado do Sul quando disse que vai rever o projeto que era do governo passado”. O vereador ainda afirmou que o Poder Legislativo não está medindo esforços. “Isso é uma batalha ferrenha que estamos empenhados nessa caminhada. Sabemos o impacto que isso vai causar não somente na cidade de Eldorado do Sul, mas também em toda a região Sul do país, trancando as fronteiras do nosso Estado”, enfatizou.

O vereador Fábio Leal apresentou um estudo sobre como estão previstos bloqueios, instalações de duas praças e reativação da antiga praça de pedágio. “Esse cerco regional impede o crescimento e desenvolvimento do município. Querem cobrar nos dois sentidos. Uma praça na entrada e outra na saída. Para combater a fuga dos pedágios, eles vão bloquear todos os acessos da rodovia com blocos de concreto instalados na saída da BR”, pontuou.

Os Bombeiros Voluntários de Eldorado do Sul acreditam que esse projeto será o fim da corporação. O bombeiro Rudinei Silva dos Santos destacou a importância de ver o quanto os pedágios atrapalharão o deslocamento. “Quem será responsabilizado pelas vidas perdidas em Eldorado do Sul? As barreiras que serão formadas vão inviabilizar nossos atendimentos. Uma pessoa em acidente de trânsito, com hemorragia, tem em torno de dois a três minutos para receber atendimento adquado, como nos vamos chegar para fazer atendimento para essas vítimas?”, questionou.

No final da audiência ficou registrado que será encaminhado um pedido para os deputados estaduais, bancada gaúcha de senadores e deputados federais para que todos realizem uma audiência para discutir o modelo de concessão das rodovias do Estado.


Correio do Povo

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