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quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Marca de picolé de Sapiranga (RS) é suspeita de causar surto alimentar

 Representante da fábrica descarta risco, mas admite que produto pode ter sido revendido por terceiros

A Secretaria da Saúde do Estado, por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), divulgou nesta quarta-feira um alerta sobre o consumo de picolés da marca FrutiBom, com sede em Sapiranga e que não possuía licença para a produção do alimento. O picolé é suspeito de causar surto alimentar em consumidores que tiveram sintomas de náusea, vômitos, dor abdominal e diarreia. 

Os primeiros relatos de mal-estar após o consumo foram na última sexta-feira e até o momento, cerca de 200 casos já foram identificados em Sapiranga e Xangri-lá, além de ocorrências ainda não contabilizados nas cidades de Canela e Gramado. Todas pessoas foram atendidas ambulatorialmente, sem necessidade de hospitalização. Amostras do produto e da água utilizada na produção foram encaminhadas para análise laboratorial, assim como exames de pessoas com sintomas para a identificação da doença. Assim que tiver um resultado sobre o produto, feito com o objetivo de verificar se há relação entre o consumo do picolé e os sintomas nos consumidores, o mesmo será tornado público.

A partir da notificação, o Programa Estadual de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar do Cevs iniciou a investigação da situação na segunda-feira. A Vigilância Sanitária do Estado também solicitou a interdição cautelar de todos os produtos gelados comestíveis da empresa Caliston Otoniel Oliveira, marca FrutiBom. As vigilâncias em saúde municipais deverão notificar à vigilância epidemiológica do Cevs todos os casos identificados. 

Aos consumidores, a orientação é que, caso tenham ingerido o produto e apresentado sintomas como os até agora relatados, como náusea, vômitos, dor abdominal, diarreia, entrem em contato imediatamente a vigilância em saúde de seu município ou ligue para o Disque-Vigilância do Cevs, através do fone 150. Caso necessário, procure atendimento médico. Se a pessoa ainda tiver o produto, deve mantê-lo na embalagem original, fora do alcance de crianças.

Não há até o momento mais informações de quais outras cidades podem ter tido o produto comercializado e buscas ativas foram orientadas às vigilâncias municipais. A fiscalização do município na empresa já identificou que, além da falta da autorização, a empresa não realizava a pasteurização dos produtos. 

Empresa afirma que picolé pode ter sido revendido

Segundo Cáliston Otoniel Oliveira, filho da proprietária da Frutibom e representante da empresa, picolés da marca são vendidos somente em Sapiranga. “Nosso picolé nem chega nas cidades do Litoral Norte. Não temos o controle de quem compra nossos produtos e revende em outros municípios”, afirma ele, destacando que foi feita uma coleta dos produtos utilizados para a produção dos picolé e um laudo laboratorial deve sair até esta sexta-feira. 

Ainda segundo Cáliston, a empresa está sendo responsabilizada já que é a única que tem todos os dados, como telefone de contato e endereço, nas embalagens dos produtos revendidos. “Vamos reverter essa situação com o laudo que sairá nesta sexta-feira pois tenho certeza que nosso produto não é o causador de tudo isso”, finaliza ele.


Correio do Povo

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