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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Candidatos apresentam propostas a Porto Alegre em painel da Sociedade de Engenharia

 Fortunati, Manuela, Marchezan e Melo falaram sobre os projetos para a cidade se eleitos

Convidados pela Sociedade de Engenharia (Sergs) a falar nesta quinta-feira sobre suas propostas para diferentes áreas caso vençam a eleição para a prefeitura de Porto Alegre, os quatro candidatos melhor posicionados nas sondagens de voto adotaram estratégias diferentes. Participaram do encontro virtual José Fortunati (PTB), Manuela D’Ávila (PCdoB), Nelson Marchezan Júnior (PSDB) e Sebastião Melo (MDB). Cada um teve 15 minutos para expor suas ideias, por ordem definida em sorteio. O modelo não comportou perguntas entre os candidatos ou do público.

Fortunati foi o primeiro a falar, e abordou o que elencou como “pandemia da saúde, crise da economia e crise da educação.” “A primeira questão a deixar clara (sobre o coronavírus) é que não me somo nem aos negacionistas e nem aos fundamentalistas”, assinalou o candidato, logo no início de sua exposição. O petebista deu destaque para os reflexos da Covid-19 sobre a área da educação e disse ser fundamental que a cidade pense a questão “para que no próximo ano letivo a gente invista muito. Não será uma retomada qualquer. É impensável entrarmos 2021 sem uma certa normalidade escolar.”

Na sequência ele destacou que Porto Alegre foi no, terceiro trimestre, a terceira Capital com a maior queda na renda do trabalho, e com diferença insignificante em relação às duas primeiras colocadas (Recife e Maceió).  Defendeu a ampliação do incentivo ao turismo de negócios, cultural e ambiental. Destacou a importância da tecnologia da informação e do setor do comércio e serviços. E apontou a construção civil como polo fundamental na geração de emprego e renda. Como medidas que pretende implantar assinalou o microcrédito para pessoas físicas e jurídicas. Também se propôs a fazer um debate sério sobre como agilizar a tramitação de projetos, enfrentando a discussão sobre medidas mitigadoras e compensatórias. Disse que as pequenas obras precisam ter o reconhecimento de seus profissionais, sem necessidade de um segundo aval da prefeitura e defendeu uma maior desburocratização na prefeitura.

Melo, por sua vez, deu seguimento a seu discurso alinhado ao liberalismo econômico e de identificação com o governo federal. Disse que Porto Alegre, em função da crise gerada pela pandemia, e das medidas que foram colocadas em curso, recebeu mais compensações do governo federal do que arrecadaria de ICMS. Na sequência, ressalvou: “Isto vai terminar e quem se eleger vai pegar uma prefeitura com muitas dificuldades. Então, é preciso aquecer o desenvolvimento econômico.” Listou que pretende promover este aquecimento via questão tributária, licenciamento e microcrédito. No licenciamento, considerou corretas as alterações promovidas neste final da atual administração, disse que pretende mantê-las, defendeu o enxugamento da legislação e a criação de normas para credenciar escritórios para licenciamento. Na parte de tributos, sugeriu a aplicação de alíquotas diferenciadas de ISS conforme o número de empregos gerados pelo empreendimento e para “setores sensíveis da cidade.” No caso do IPTU, reconheceu que a planta estava defasada, mas avaliou que as mudanças “pegaram muito pesado especialmente com a área comercial”, e garantiu que vai propor a suspensão dos aumentos para 2021. Por último, defendeu o microcrédito e sugeriu que, depois da pandemia, seja analisado se o Banrisul deve continuar público, justificando que o banco “não teve nenhuma diferenciação no trato com os pequenos em relação aos bancos privados.” Considerou o Pronampe, do governo federal, como a melhor alternativa de crédito durante a crise atual.

Manuela começou sua apresentação defendendo que a prefeitura precisa ser um espaço de construção de diálogo com a Câmara de Vereadores, os governos estadual e federal. Aproveitou para mandar um recado aos adversários que tratam com desdém a possibilidade de diálogo entre opositores. “A prefeita ou prefeito não deve ser aquele mais amigo ou menos amigo do governador. Deve ser aquele que sabe que os problemas do povo da cidade, dos que investem, dos que nos ajudam a desenvolver a economia, são os problemas da prefeitura.”

A candidata também apontou a existência de várias crises sobrepostas. “Vivemos quatro crises: sanitária, que tem relação com a ambiental, econômica e da educação.” Alertou que o tema das pandemias pode ser “persistente”. E considerou a crise da educação como muito profunda. “Não estamos falando só de crianças que deixam a escola. Estamos falando de defasagem educacional, de perda de vínculos, de crianças que talvez não voltem, e da possibilidade do retorno do trabalho infantil.”  Assinalou que Porto Alegre foi uma das capitais que não recuperou sua renda econômica mesmo com o auxílio emergencial. Deu destaque para o microcrédito e a possibilidade de aportar nele R$ 200 milhões.  Defendeu a agilidade de processos, a fiscalização centralizada e escritórios de regularização fundiária. Solicitou que o atual prefeito envie proposta para suspender o aumento do IPTU de 2021 caso não se reeleja e sugeriu a renegociação das taxas deste ano. Ao final, voltou a dizer que não economizará esforços para garantir a disponibilização da vacina contra a Covid-19 em Porto Alegre.

Marchezan elencou dados sobre sua atual administração. Disse que a cidade tinha o segundo menor índice de desemprego entre todas as capitais e um alto número de empregos formais, o que explicaria a recuperação um pouco mais lenta em comparação com outras regiões. Comprometeu-se a encaminhar a redução do IPTU caso não consiga uma vaga no segundo turno da eleição, mas emendou: “Será o cancelamento da justiça tributária que foi feita. Fico até assustado quando alguns candidatos defendem isso. O cancelamento só vai beneficiar quem tem imóveis de maior valor. E lembrem: será um recurso essencial na crise, principalmente na área de investimento público, que é o que faz a diferença na vida das pessoas.”

Ele comparou dados de saneamento da gestão anterior com a sua. Disse que já aplica a lei liberdade econômica. Que o tempo médio para abertura de empreendimentos era de 260 dias e caiu para cinco. E garantiu que a revisão do Plano Diretor é o maior investimento já aprovado. Também citou dados do coronavírus. Disse que Porto Alegre tem os melhores resultados de mortes totais na relação das capitais com mais de um milhão de habitantes e, ainda, “muito melhor do que a maior parte das grandes cidades do mundo.” Destacou que o número de óbitos durante este período da pandemia caiu em relação ao mesmo período do ano passado e afirmou que a atual administração realizou “uma revolução na saúde.” Citou a PPP da iluminação e os encaminhamentos para o modelo de PPP na área de drenagem.


Correio do Povo

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