O CÉREBRO LULISTA: O TOTEM, A TRIBO E A VERDADE SUPRIMIDA - 18.06.25

    Por Alex Pipkin

 

A conversa começou com mísseis e terminou com mantras.

    Como toda boa reunião de brasileiros esclarecidos, o mundo em chamas, mas a fé no Lula intacta.

    Debatia-se, num grupo seleto — em sua maioria da comunidade judaica — o atual conflito entre Irã e Israel. As ameaças teocráticas, a escalada geopolítica, a indiferença da ONU. Tudo civilizado até a referência de Lula. E, como sempre, o foco saiu das fronteiras do Oriente Médio e entrou na selva da devoção tribal brasileira.

    Comentei que, para mim, Lula, além de bajulador de tiranos, é abertamente antissemita e incontornavelmente corrupto. Baseado em discursos, omissões, delações, provas. A resposta? A ladainha: “Lula não é antissemita. Tampouco corrupto”.

    Não foi argumento. Foi missa lulista de sétimo dia da razão.

    E não, prezado leitor, não sou bolsonarista. Nem de “extrema-direita”. Sou liberal. Contra qualquer coletivismo fracassado — seja de esquerda ou direita. Quem me lê sabe. Eu não defendo salvadores, nem mitos tropicais com adesivo sindical.

    Mas o que me impressionou não foi o lulismo. Foi a conivência de quem deveria saber mais. Gente informada, racional, lúcida,que, diante de um Lula que afaga o Irã, acena para o Hamas e silencia sobre o Holocausto, ainda sussurra: “Diplomacia”.

    Não é dissonância cognitiva. É desonestidade emocional.

    Foi aí que entendi. Não estamos lidando com política, mas com neurociência primitiva.

    A mente lulista não é ideológica. É tribal.

    Não busca verdade, busca alívio. Não quer pensar, quer pertencer.

    Os fatos são acessórios. Servem, se reforçam a tribo. São descartados, se a ameaçam.

    A psicologia evolutiva e a neurociência social já revelam isso: o cérebro humano não foi feito para buscar a verdade, mas para manter a lealdade. A razão, muitas vezes, serve para justificar crenças, não para corrigi-las.

    Em português direto: o lulista típico não acredita em Lula por causa dos fatos. Acredita apesar deles.

    Admitir que Lula é corrupto seria mais do que mudar de ideia, ou seja, seria romper com uma identidade. Sair da bolha afetiva, encarar o vazio e admitir: fui enganado por um messias de barro.

    A maioria não suporta isso. Prefere preservar o mito e rebater ou insultar quem ousa dizer o óbvio.

    O resultado disso tudo é que o Brasil virou uma distopia cognitiva, trajado com paletó, crachá e orgulho de ser idiota útil.

    O sujeito vê Lula bajulando um regime que quer apagar Israel do mapa e chama de “mediação”. Vê malas de propina, confissões, julgamentos, e diz: “perseguição”. Vê um país afundando e grita: “volta, companheira Dilma!”.

    Não é ignorância. É vício. Vício em autoengano.

    Enquanto o mundo encara a brutalidade iraniana e o direito de defesa de Israel, Lula faz turismo moral entre Teerã e Caracas.

    Chama Israel de genocida, relativiza terroristas, inverte os papéis, encenando seu eterno sotaque de vítima iluminada.

    Mas o problema maior não é ele.

    É quem ainda aplaude.

    A mente lulista não busca justiça. Busca confirmação. Busca manter sua narrativa emocional à base de slogans e ressentimento.

    O lulopetismo não é uma ideologia. É uma religião secular da absolvição perpétua.

    E Lula não é um ex-presidente. É um tótem.

    E, como todo tótem tribal, quanto mais frágil, mais ferozmente é defendido.

    Enquanto isso, a realidade sangra.

    A economia derrete, o investimento foge, o agronegócio é hostilizado, a indústria apodrece, o funcionalismo cresce, e o cidadão desaparece.

    Mas a tribo segue em êxtase.

    Porque pensar exige coragem. Pertencer só exige slogans.

    E assim seguimos, à beira do precipício vermelho: entre alianças com teocracias e palmas para a censura, entre o colapso educacional e a beatificação da ignorância, entre a fuga dos fatos e o conforto tribal.

    Até o último míssil.

    Ou até o último tótem cair. E, com ele, a última ilusão de que isso aqui ainda é uma democracia adulta e sadia.


Pontocritico.com

O RIO GRANDE DO SUL VAI SAMBAR NA AVENIDA

 EDITORIAL DE 16/06

No editorial de anteontem, 16, apontei para o ESTUDO -IRREFUTÁVEL- feito pelo IBRE-FGV- Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, dando conta que o PIB da REGIÃO SUL (PR, SC e RS) cresceu acima da média nacional no primeiro trimestre de 2025, com destaque para AUMENTOS expressivos do PARANÁ (5,9%) e de SANTA CATARINA (5,6%) e VARIAÇÃO -ZERO- do RIO GRANDE DO SUL. 

INCONFORMADOS

Pois, dentro do esperado, inúmeros gaúchos -INCONFORMADOS- saíram em defesa do RIO GRANDE DO SUL, apontando a -ENCHENTE DE 2024- como CAUSA -IRREFUTÁVEL- do MAU DESEMPENHO DO ESTADO, em comparação com seus vizinhos integrantes da REGIÃO SUL DO BRASIL. 

DINHEIRO PARA ESCOLA DE SAMBA

Ora, a bem da mais pura e incontestável VERDADE, o RIO GRANDE DO SUL, infelizmente,  consegue ser -DESTAQUE NACIONAL- em AUMENTO DE IMPOSTOS E DO ENDIVIDAMENTO. E para desespero geral, o péssimo GOVERNO LEITE, além de aplicar um sonoro CALOTE na AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA COM A UNIÃO, achou por bem que o melhor para o POVO GAÚCHO é financiar o desfile de 2026 da -ESCOLA DE SAMBA PORTELA-, do RIO DE JANEIRO. Pode?

PRÍNCIPE CUSTÓDIO

Para quem não sabe, na última sexta-feira, 13, a PORTELA anunciou que o tema do enredo para o Carnaval de 2026, será: “O MISTÉRIO DO PRÍNCIPE BARÁ: A ORAÇÃO DO NEGRINHO E A RESSURREIÇÃO DE SUA COROA SOB O CÉU ABERTO DO RIO GRANDE". O fio condutor será o -PRÍNCIPE CUSTÓDIO- líder de origem africana que chegou a Porto Alegre no início do século 20 e se tornou uma figura de grande influência religiosa e política. Que tal? 


Pontocritico.com

FRASE DO DIA - 19.06.2025

 Um governo de esquerda é um governo de lunáticos.

- Elisa Robson

Dino derruba decisão que anulou relatório do Coaf sobre associação suspeita de fraudes no INSS

 Juiz de São Paulo havia dado liminar por suposta “pesca probatória”

Ministro Flávio Dino | Foto: Gustavo Moreno / STF / Divulgação CP


O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), cassou a decisão da Justiça Federal de São Paulo que havia anulado o relatório financeiro que embasou uma das frentes da Operação Sem Desconto - a investigação sobre fraudes no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). O documento produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) colocou a Polícia Federal no rastro de lobistas e empresários suspeitos de envolvimento nos golpes contra aposentados.

Na semana passada, o juiz Massimo Palazzolo, da 4.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, considerou o compartilhamento do relatório ilegal e proibiu a Polícia Federal de usar o documento e todas as provas obtidas a partir dele.

A decisão foi tomada no âmbito do inquérito sobre a Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec). Entre os investigados estão o empresário Maurício Camisotti, descrito como 'figura central' do esquema, e Antônio Carlos Camilo Antunes, o 'careca do INSS', apontado como lobista. A entidade nega ligação com as fraudes.

Inicialmente, o relatório do Coaf tinha como foco a associação Amar Brasil. O documento foi compartilhado com a Polícia Federal antes da existência de um inquérito formal específico para investigar as fraudes envolvendo a Ambec. Para o juiz de São Paulo, houve 'pesca probatória', ou seja, uma devassa indiscriminada nas movimentações da associação sem indícios mínimos de crimes.

Dino afirma em sua decisão que o relatório não foi o ponto de partida da investigação, nem foi usado de forma autônoma, desvinculada de outras provas. O ministro argumentou também que a Polícia Federal pediu o documento ao Coaf por canais formais e dentro da lei. 'Não se pode, portanto, falar em requerimento isolado, desvinculado de qualquer apuração regular, tampouco em pedido genérico, sem finalidade definida ou desprovido de elementos indiciários mínimos', justificou o ministro.

Em 2019, o STF autorizou o amplo compartilhamento de informações da Receita Federal e do Coaf com órgãos de investigação, sem necessidade de autorização judicial, desde que existam 'procedimentos formalmente instaurados e sujeitos a posterior controle jurisdicional'.

Para Flávio Dino, a decisão da Justiça Federal desrespeitou o precedente do STF. 'A decisão reclamada, ao reputar ilícito o compartilhamento do Relatório de Inteligência Financeira por solicitação direta da autoridade policial, divergiu frontalmente da orientação firmada por esta Corte', criticou o ministro.

Na mesma decisão, Dino determinou que a Corregedoria Nacional de Justiça emita orientações dos juízes e tribunais do País para respeitarem o entendimento do STF sobre o tema.

Estadão Conteudo e Correio do Povo

Aprovado projeto que obriga empresas a identificar fios em Porto Alegre

 Proposta visa facilitar a fiscalização, reduzir riscos de acidentes, incêndios e poluição visual, além de agilizar os reparos

O projeto prevê prazo de 3 meses para adequação, após a sanção | Foto: Pedro Piegas


Foi aprovado por unanimidade na tarde desta quarta-feira, na Câmara Municipal de Porto Alegre (CMPA), o projeto de lei do vereador José Freitas que obriga as empresas que fornecem energia elétrica, telefonia, internet, TV por assinatura e demais serviços via cabo a identificarem seus cabeamentos.
A proposta tem como objetivo facilitar a fiscalização, reduzir riscos de acidentes, incêndios e poluição visual, além de agilizar os reparos em casos de quedas ou rompimentos de fios.
“Hoje os postes da cidade estão tomados por verdadeiros emaranhados de fios, sem qualquer padrão. Isso atrasa consertos, impede a retirada de cabos inutilizados e coloca em risco a população. Essa lei é uma resposta à desordem que vemos todos os dias nas ruas”, destaca Freitas.
O projeto prevê prazo de 3 meses para adequação, após a sanção, e multa que varia de R$ 5.771 a R$ 577 mil, conforme a gravidade da infração. Ainda determina que o cabeamento já instalado, quando da sua manutenção, deverá ser adequado às disposições da nova lei.
A proposta acompanha decisões judiciais recentes que cobram mais responsabilidade das empresas que utilizam os postes da cidade.

Correio do Povo

Confira o resultado do sorteio das loterias da Caixa desta quarta-feira, dia 18 de junho

 Foram sorteados os prêmios da Loteria Federal, +Milionária, Lotofácil, Lotomania, Dupla Sena, Quina e Super Sete

Sorteio das loterias do dia 18/06/2025


A Caixa Econômica Federal realizou nesta quarta-feira, 18 de junho, os sorteios de número 5.975 da Loteria Federal, 260 da +Milionária, 3.421 da Lotofácil, 2.785 da Lotomania, 2.822 da Dupla Sena, 6.759 da Quina e 708 da Super Sete. Os resultados foram divulgados por volta das 20h no Espaço Caixa Loterias, no novo Espaço da Sorte, na Avenida Paulista, em São Paulo.

Federal

O concurso 5.975 da Loteria Federal teve os seguintes números sorteados:

1º: 53.681

2º: 19.955

3º: 39.405

4º: 47.487

5º: 58.137

A quantidade de vencedores e o rateio do prêmio pode ser conferido aqui.

+Milionária

O concurso 260 da +Milionária com prêmio estimado em R$ 114.000.000,00 teve os seguintes números sorteados:

01 - 03 - 07 - 18 - 24 - 43

Trevos sorteados: 1 - 3

A quantidade de vencedores e o rateio do prêmio pode ser conferido aqui.

Sorteio das loterias do dia 18/06/2025 Sorteio das loterias do dia 18/06/2025 | Foto: Reprodução/CP

Lotofácil

O concurso 3.421 da Lotofácil com prêmio estimado em R$ 1.800.000,00 teve os seguintes números sorteados:

01 - 02 - 03 - 06 - 09 - 12 - 14 - 15 - 16 - 17 - 20 - 21 - 22 - 23 - 24

A quantidade de vencedores e o rateio do prêmio pode ser conferido aqui.

Sorteio das loterias do dia 18/06/2025 Sorteio das loterias do dia 18/06/2025 | Foto: Reprodução/CP

Lotomania

O concurso 2.785 da Lotomania com prêmio estimado em R$ 10.200.000,00 teve os seguintes números sorteados:

05 - 15 - 16 - 17 - 18 - 20 - 22 - 30 - 37 - 46 - 51 - 52 - 55 - 61 - 42 - 71 - 74 - 78 - 94 - 98

A quantidade de vencedores e o rateio do prêmio pode ser conferido aqui.

Sorteio das loterias do dia 18/06/2025 Sorteio das loterias do dia 18/06/2025 | Foto: Reprodução/CP

Dupla Sena

O concurso 2.822 da Dupla Sena com prêmio estimado em R$ 450.000,00 teve os seguintes números sorteados:

1º Sorteio: 14 - 21 - 22 - 24 - 26 - 43

2º Sorteio: 03 - 09 - 11 - 16 - 19 - 24

A quantidade de vencedores e o rateio do prêmio pode ser conferido aqui.

Sorteio das loterias do dia 18/06/2025 Sorteio das loterias do dia 18/06/2025 | Foto: Reprodução/CP

Quina

O concurso 6.759 da Quina com prêmio estimado em R$ 3.000.000,00 teve os seguintes números sorteados:

16 - 20 - 23 - 27 - 73

A quantidade de vencedores e o rateio do prêmio pode ser conferido aqui.

Sorteio das loterias do dia 18/06/2025 Sorteio das loterias do dia 18/06/2025 | Foto: Reprodução/CP

Super Sete

O concurso 708 da Super Sete com prêmio estimado em R$ 1.700.000,00 teve os seguintes números sorteados:

Coluna 1: 0

Coluna 2: 8

Coluna 3: 9

Coluna 4: 4

Coluna 5: 9

Coluna 6: 5

Coluna 7: 4

A quantidade de vencedores e o rateio do prêmio pode ser conferido aqui.

Sorteio das loterias do dia 18/06/2025 Sorteio das loterias do dia 18/06/2025 | Foto: Reprodução/CP

O sorteio foi transmitido ao vivo pelo canal da Caixa no Youtube:

Correio do Povo


Ele DESCOBRIU o que NÃO FUNCIONA MAIS P/ CRESCER no YOUTUBE e DECOLOU!

 


Ele DESCOBRIU o que NÃO FUNCIONA MAIS P/ CRESCER no YOUTUBE e DECOLOU!

Fonte: https://youtu.be/Q72b3p0zeTQ?si=0LAkBqT545e6MUKg

Ao aprovar contas, TCE alerta para gasto mínimo constitucional na Saúde no RS

 Conselheiros destacaram acordo com o MP para cumprimento do mínimo constitucional na educação; prestação refere-se às contas do governo do RS de 2023

Apesar dea aprovação unânime, conselheiros divergiram em relação às recomendações | Foto: Jürgen Mayrhofer/TCE-RS/CP


O Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS) recomendou, com ressalvas, a aprovação das contas do governador Eduardo Leite (PSD) referentes a 2023. O serviço de auditoria da Corte sinalizou 62 apontamentos. Desses, 34 repetem o exercício de 2022 e 28 são apontamentos novos.

A aprovação com ressalvas foi unânime, e de certa forma esperada: o resultado repete a atuação do tribunal nos últimos anos. Houve divergências em relação às recomendações feitas ao governador, com três votos para manter as recomendações e dois para transformá-las em determinações.

Mais uma vez, a não aplicação dos mínimos constitucionais na saúde e na educação centralizaram os debates. A Constituição Federal determina que, pelo menos, 25% da receita na Manutenção de Desenvolvimento do Ensino (MDE) e 12% com Ações de Serviços Públicos de Saúde (ASPS).

Em 2023, o governo gaúcho aplicou 21,27% dos gastos na área da educação e 9,23% na saúde. Considera, porém, gastos declarados “controversos”. Ou seja, inclui despesas previdenciárias da Secretaria Estadual da Saúde, por exemplo, no percentual.

Para aprovar as contas, ainda que com ressalvas, o conselheiro-relator Iradir Pietroski pontuou que “seria demasiado exigir do gestor a recomposição imediata dos gastos com saúde”, visto a defasagem histórica com o não cumprimento dos mínimos constitucionais através de diferentes governos.

Apesar de haver frequentes ressalvas no TCE nas contas do Palácio Piratini e do debate sobre os mínimos constitucionais ocorrerem todos os anos no âmbito da corte de contas, um fato novo foi destacado nesta apreciação. Em setembro de 2024, o governo firmou acordo com o Ministério Público (MP-RS) para iniciar um período de transição de 15 anos, tempo para que o Estado passe a cumprir o mínimo de 25% na educação e, ao mesmo tempo, exclua os gastos com inativos deste cálculo.

“O acordo com o Ministério Público permite recepcionar de forma excepcional e transitória despesas previdenciárias de inativos e pensionistas no cômputo dos gastos. Ao contrário, estaríamos diante de situação inusitada, porque o Estado ficaria sujeito a restrições ao longo de todo período de vigência do acordo, tal como a impossibilidade de realização de novas operações de crédito”, argumenta o conselheiro-relator Iradir Pietroski.

Relator alerta para entendimento definitivo sobre Saúde

Sobre os mínimos na saúde, foi destacada a necessidade de formação de entendimento definitivo a partir de um pedido de orientação para tal formulado ainda em 2016 e que tramita há nove anos no TCE.

“Para a saúde, que ainda não foi contemplada por um acordo judicial, deve ser aguardada uma solução definitiva no pedido de orientação técnica 5141/16-0. Importa referir que recentes normas de decisões judiciais vêm firmando entendimento bastante restritivos, em especial sobre a possibilidade de inclusão de despesas previdenciárias no cômputo dos gastos. O governo estadual deverá atentar para ocasionar a instituição de regime de transição para atendimento do limite constitucional de 12%, desconsiderando as despesas controversas”, afirmou Pietroski.

Há um certo consenso entre os conselheiros do TCE sobre a necessidade de um período de transição para que o Rio Grande do Sul possa, após anos descumprindo a lei constitucional, passar a cumprir os mínimos exigidos em tais áreas, especialmente na saúde e na educação.

Por fim, ele emitiu relatório votando “pela emissão de parecer favorável com ressalvas à aprovação de contas anuais do exercício 2023”. Determinou ainda que o governo do Estado “adote providências para prevenir situações como as apontadas nos autos, apresente medidas corretivas e acompanhe o trâmite do pedido de orientação técnica e de seu potencial reflexo nos critérios empregados na apuração de valores aplicados nas ações dos serviços de saúde, haja visto que, ao contrário dos gastos com educação, ainda não estão cobertos por acordo judicial”.

O conselheiro Estilac Xavier, apesar de manter seu posicionamento histórico ao votar de forma divergente à aprovação, concordou com Pietroski e defendeu a prerrogativa do TCE de ordenar. “Nosso ilustre relator fez um comando no modo imperativo verbal. O modo imperativo verbal é uma ordem. Adotem providências. Nós devemos e podemos determinar. É uma opção: podemos recomendar, orientar, determinar, assim como o conselheiro mandou imperativamente adotar. Portanto, é uma ordem. E é competência do tribunal ordenar”, declarou.

A recomendação de aprovação das contas com ressalvas foi aprovada por unanimidade dos cinco conselheiros do TCE. O voto de Xavier transformou as recomendações do relator em determinações. Foi, contudo, voto vencido. O conselheiro Cezar Miola aderiu ao posicionamento de Xavier. Os conselheiros Alexandre Postal e Renato Azeredo votaram com o relator Pietroski, totalizando uma maioria de 3 a 2.

EStadão Conteúdo e Correio do Povo

“Não vamos pagar para ver acontecer de novo”, diz moradora de Eldorado ao abandonar casa com medo de mais uma enchente

 Comunidades de três bairros foram orientados pela Defesa Civil a buscarem abrigos do município

Natan Marques dos Santos (foto) e Luiz Ricardo dos Santos, ajudaram Jocelaine a retirar pertences de casa, na Vila da Paz | Foto: Fabiano do Amaral


Desde que nasceu, há 43 anos, a recicladora Jocelaine Fortes vive na avenida Getúlio Vargas, em Eldorado do Sul. Neste período, a moradora viu a Vila da Paz, sua comunidade, surgir e crescer. Conforme revela, perdeu a conta de quantas vezes teve a moradia invadida pela água, contudo, não esquece as ocasiões em que teve medo da enchente. A noite desta quarta-feira, 18 de junho, é uma delas.

“Já vi muita enchente, mas essas últimas estão cada vez pior (SIC). Teve 2015, depois aquilo tudo no ano passado, tinham sido as únicas vezes que senti medo da água, até agora”, explica.

Mais de 2,6 mil pessoas estão fora de casa no RS devido às fortes chuvas

Temendo perder tudo, mais uma vez, ela e a família abandonaram a casa no início da noite. Em um dos reboques usados para coletar materiais recicláveis, reuniu roupas em sacos plásticos. Junto de outros pertences possíveis de serem transportados, tudo foi levado para locais livres do risco de alagamento.

“Não vamos pagar para ver acontecer de novo”, disse Jocelaine, enquanto se preparava para passar a noite em um dos abrigos emergenciais montados pela prefeitura de Eldorado. Os dois filhos, um deles com necessidades especiais, foram levados para casas de amigos.

Jocelaine optou por passar a noite em abrigo Jocelaine optou por passar a noite em abrigo | Foto: Fabiano do Amaral

Vagas para 600 pessoas

O município abriu três abrigos nesta quarta-feira para receber os moradores de áreas consideradas de risco. De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social e Trabalho, Tatiana Soares Correa, de forma preventiva, equipes da prefeitura percorreram a Vila da Paz, Cidade Verde, Progresso e Sans Souci, convidando que essas comunidades passem a noite nos espaços públicos. Animais também são bem-vindos. Eles passam por avaliação, chipagem e vão para uma área de acolhimento.

“Nós estamos trabalhando com a prevenção. Ontem, (17 de junho) mobilizamos as equipes de Defesa Civil e Assistência Social e Desenvolvimento Social para a montagem dos abrigos. Temos um no Centro, um no Parque Eldorado e um no Bom Retiro, que podem acolher 600 pessoas”, detalhou Tatiana.

A prefeitura de Eldorado do Sul calcula que aproximadamente 400 famílias vivam em áreas ribeirinhas, suscetíveis, portanto, a alagamentos.



Correio do Povo

Famílias são retiradas de casa e levadas para abrigo em Lajeado

 Rio Taquari está em conta de inundação e pelo menos menos 68 pessoas estão em abrigo montado pela Prefeitura

Famílias retiraram pertences e levaram para o abrigo antes da chegada da água | Foto: Ricardo Giusti


Entre as cidades afetadas pela elevação dos rios no Rio Grande do Sul está Lajeado, no Vale do Taquari. O município retirou preventivamente 24 famílias de áreas de risco, totalizando 68 pessoas, levadas para o abrigo montado no Parque do Imigrante.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil local, Marcelo Maya, o monitoramento indica que o nível do Rio Taquari não deve ultrapassar os 21 metros, mas o órgão permanecerá com monitoramento constante. Até a noite desta quarta-feira (18), o nível marcava 19,66 metros, em cota de inundação.

Segundo a Defesa Civil, a maioria das famílias removidas vive em áreas que historicamente são atingidas nas cheias, conhecidas afetadas até a cota 21. Até o início da noite, apenas duas casas já haviam sido invadidas pela água, mas as demais foram desocupadas por precaução.

Famílias abrigadas no Pque do Imigrante em Lajeado Ricardo Giusti

O servidor Jorge Luis de Freitas, responsável pelo atendimento no abrigo, afirma que a estrutura montada é suficiente para atender a população durante noite, quando não devem ser necessários novas remoções, e que a situação só será reavaliada conforme o comportamento do rio nas próximas horas.

Entre os abrigados está Júlio de Quadro, 62 anos, morador do bairro Praia, uma das regiões mais afetadas nas enchentes passadas. Ele conta que já perdeu tudo em 2023 e 2024, mas encara a nova saída de casa com naturalidade. “A gente aprende que não adianta esperar a água chegar na porta. Hoje tiramos as coisas antes e viemos para o abrigo. Não adianta se revoltar com a natureza. Tem que aceitar e sair enquanto há tempo”, disse.

O casal Lindomar e Maristela da Silva, que mora no Centro, também precisou sair de casa mais uma vez. Em maio, haviam passado 40 dias no mesmo abrigo. “A gente praticamente tinha recuperado tudo e agora de novo. Tiramos as coisas antes da água vir, mas não sei se vamos conseguir voltar para casa. Nossa esperança é conseguir uma casa pelo compra assistida”, contou Maristela.

A Defesa Civil e as equipes de resgate permanecerão de sobreaviso nos próximos dias. O plano é manter as remoções preventivas caso o nível do rio volte a subir.

Alagamento em Lajeado Rua Décio Martins Costa Ricardo Giusti


Correio do Povo