Um ano depois, Assembleia aprova relatório da Comissão Especial das Concessionárias de Energia

 Colegiado reconhece falhas na atuação da CEEE Equatorial e da RGE, mas não avança em punições

Relatório final do colegiado foi aprovado por unanimidade - 49 votos favoráveis - na tarde desta terça-feira | Foto: Celso Bender / Agência ALRS / CP


Passado um ano e alguns meses do temporal que deixou milhares de gaúchos sem luz, a Assembleia Legislativa aprovou, por unanimidade, o relatório da comissão especial das concessionárias de energia, nesta terça-feira. Apesar de indicar “graves problemas na prestação dos serviços” da CEEE Equatorial e da RGE, a comissão não sugere sanções, culpados ou medidas administrativas a serem tomadas pelas companhias.

Em cinco páginas, o documento, assinado pela relatora deputada Adriana Lara (PL), traz os problemas encontrados pela comissão nos serviços prestados por ambas as empresas, como a “excessiva utilização de postes de madeira” e a “ausência de equipes bem dimensionadas e treinadas para atendimento”. Este último problema agravado no caso da CEEE, em função das demissões de mais de 900 colaboradores.

Reconhece também situações em que a população ficou à mercê da companhia, apontando situações onde os temporais deixaram 440 mil pontos sem abastecimento no Estado, sendo 250 mil clientes da CEEE e 190 mil da RGE.

Apesar disso, as recomendações sugeridas pelos integrantes da comissão às concessionárias não avançam em punições. Alguns exemplos são: aprimorar a atuação preventiva, com a retirada de vegetação sob os fios, como forma de alternativa para evitar acidentes à população e aos próprios funcionários das empresas; melhorar a comunicação, qualificar e contratar pessoal; investir em obras estruturantes para melhorar o atendimento e promover “automatização da rede”.

Como última sugestão está a adoção de “medidas necessárias para evitar prejuízos aos consumidores e, caso esse seja verificado, indenizar de forma rápida, justa e menos burocrática”. Indenização aos consumidores prejudicados por falhas no sistema também aparece nas recomendações ao poder público.

Já as outras propostas para o Executivo e Legislativo incluem a “normatizar regras de desburocratização para manutenção dos sistemas”, sem detalhar quais normas e sistemas. Além de “fortalecimento na fiscalização dos órgãos competentes”, no caso do Rio Grande do Sul, é recai sobre a Agergs.

A proposta estava na pauta de votações desde a última sessão deliberativa, mas foi adiada a pedido do presidente da comissão, o deputado Edivilson Brum (MDB). Agora, Brum conseguiu aprovar sua proposta de criação de uma Frente Parlamentar de Concessionárias de Energia Elétrica.

A criação de uma comissão especial foi a manobra do governo para evitar a realização de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que vinha sendo encabeçada pelo líder da bancada petista, Miguel Rossetto (PT), mas acabou não vingando pela falta de assinaturas necessárias.

Correio do Povo

Avião presidencial com Lula arremete durante pouso em Sorocaba

 Arremetida se deu por conta de ventos fortes no pouso

Arremetida se deu por conta de ventos fortes no pouso | Foto: Marcos Corrêa / PR / CP


O avião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, arremeteu no procedimento de pouso no aeroporto da cidade de Sorocaba, em São Paulo, no começo da tarde desta terça-feira, 18. A informação foi confirmada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom). Os ministros da Fazenda, Fernanda Haddad, e do Trabalho, Luiz Marinho, também estavam na aeronave.

De acordo com a assessoria, a arremetida se deu por conta de ventos fortes no pouso, mas, logo em seguida, conseguiu realizar a aterrissagem com sucesso.

Segundo a Secom, o tempo entre a arremetida e o pouso foi bem rápido. Lula já aterrissou e já chegou na fábrica da Toyota, onde fará visita no período da tarde.

Esse não é o primeiro episódio que Lula tem problemas durante voos. Em outubro do ano passado, o presidente decolou do México rumo ao Brasil, mas foi identificado um problema no avião logo após a partida.

Diante disso, a aeronave presidencial teve que sobrevoar o espaço aéreo mexicano por cerca de cinco horas, como forma de gastar combustível para fazer um pouso em segurança. Após o retorno à capital mexicana, Lula decolou do país no avião reserva da presidência do aeroporto Felipe Angeles.

Depois do episódio, o petista disse que pretende comprar 'alguns aviões' para o transporte de autoridades políticas em viagens oficiais pelo País. Em entrevista à rádio cearense O Povo/CBN ano passado, o chefe do Executivo referiu-se ao episódio de turbulência a bordo da aeronave VC-1 como 'uma lição' para a aquisição de uma nova frota de veículos aéreos.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Mega-Sena/Concurso 2841 (18/03/25)

 



Fonte: https://www.google.com/search?q=mega+sena&rlz=1C1VDKB_enBR1150BR1150&oq=mega+&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUqDAgAECMYJxiABBiKBTIMCAAQIxgnGIAEGIoFMgYIARBFGDwyEAgCEC4YxwEYsQMY0QMYgAQyDggDEEUYJxg7GIAEGIoFMgYIBBBFGDsyBggFEEUYPDIGCAYQRRg8MgYIBxBFGDzSAQg5MzA1ajBqN6gCALACAA&sourceid=chrome&ie=UTF-8

Olivicultura nacional quer isenção para exportação

 Setor reivindica benefício equivalente ao estabelecido pelo governo federal para a importação de azeite de oliva

Segundo o Ibraoliva o preço mundial do azeite de oliva já recuou em relação ao ano passado, quando estava sendo comercializado a 10 mil euros a tonelada | Foto: Larissa Mamouna/Especial/CP


O presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Renato Fernandes, aguarda retorno da solicitação de audiência com o ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, sobre a isenção do imposto de importação do azeite de oliva, medida adotada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex).

“Se tiveram a capacidade de fazer isso para os espanhóis e portugueses, nós cremos que podem fazer isso por nós também”, desabafou.

Segundo o presidente do Ibraoliva, o setor da olivicultura tem a compreensão de que, antes de tudo, a medida do governo federal foi um ato mais político do que econômico. Em 6 de março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou tarifa zero de importação para um grupo de alimentos com a finalidade de garantir uma redução no preço em itens como carne, café, açúcar e milho.

Fernandes destaca que o preço mundial do azeite de oliva já recuou em relação ao ano passado, quando estava sendo comercializado a 10 mil euros a tonelada. “Nesse momento está próximo de 5 mil euros a toneladas”, pontuou, explicando que a isenção do imposto de importação não seria justificável, pois o produto já está sendo reposto nas prateleiras dos supermercados com o valor mais baixo.

“Nós estamos falando num volume de negócios próximo a R$ 4,5 bilhões e essa anistia representa meio bilhão”, acrescentou.

Para o presidente do Ibraoliva, essa é uma forma perniciosa de arrecadar. “Mas faz parte do jogo e nós queremos pelo menos a isonomia. Se temos a isenção para a entrada do azeite de oliva, queremos também para a saída (do país)”, declarou. Segundo o dirigente, a solicitação de audiência foi formalizada pelos deputados Alceu Moreira (MDB), Pedro Westphalen e Afonso Hamm (PP), Marcel van Hattem (Novo) e Paulo Pimenta (PT).

Na segunda-feira, dia 17, o presidente do Ibraoliva participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa. Segundo ele, a pauta abordou a possibilidade de criação de um percentual pequeno em relação a circulação do azeite de oliva no Rio Grande do Sul para arrecadar recursos a serem utilizados no desenvolvimento do setor gaúcho, a instalação de um centro de referência em olivicultura no município de Hulha Negra, e também a realização de um fórum marcado para dia 27 de março em Caçapava do Sul.

“Estamos reunindo os municípios que fazem parte do Geoparque (na região) e também da Quarta Colônia onde terá uma rota turística”, finalizou.

Correio do Povo

Quarta-feira será de sol e tempo firme no Rio Grande do Sul

 Último dia do verão terá uma tarde com calor moderado na maior parte do estado

Porto Alegre terá temperaturas entre 18°C e 30°C | Foto: Mauro Schaefer / CP Memória

Esta quarta-feira será de tempo firme e sol em todo o Rio Grande do Sul. São previstos amplos períodos de céu claro em diversas localidades. Alguns pontos devem ter nuvens esparsas. No final da madrugada e no começo da manhã, haverá pontos do Centro e do Leste do estado com nevoeiro, neblina ou nuvens baixas, que depois dão lugar a tempo muito aberto e ensolarado.

O dia começa ameno na maior parte das cidades, porém um pouco frio nos Campos de Cima da Serra. O último dia do verão terá uma tarde com calor moderado na maioria das cidades com aquecimento maior no Oeste e no Noroeste.

Confira as mínimas e máximas em cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina




MetSul Meteorologia e Correio do Povo

Supremo derruba oito leis que facilitam o porte de arma

 

Todos os julgamentos na corte tiveram resultado unânime.  Foto: Agência Brasil

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já conseguiu derrubar no Supremo Tribunal Federal (STF) oito leis que flexibilizam o acesso a armas de fogo. A decisão mais recente foi tomada na última sexta-feira (14), com a declaração de inconstitucionalidade de uma norma do Estado de Roraima que beneficia os CACs (caçadores, atiradores e colecionadores).

Todos os julgamentos na corte tiveram resultado unânime. Também foram invalidadas legislações de Mato Grosso do Sul, Paraná, Alagoas, Rio Grande do Sul, duas do Espírito Santo e uma do município de Muriaé (MG).

No total, a Advocacia-Geral da União (AGU), representando a Presidência da República, apresentou 12 ações pedindo a inconstitucionalidade de textos que iam contra o Estatuto do Desarmamento.

Três ainda serão julgadas, e uma perdeu o objeto porque a Justiça de Minas Gerais derrubou a lei antes que o Supremo apreciasse a ação.

Além de conceder porte de arma de fogo aos CACs, as leis também favoreciam vigilantes, seguranças que trabalham em empresas públicas e privadas, agentes de segurança socioeducativa, de Polícia Científica, e integrantes da Defensoria Pública.

As ações foram apresentadas em dezembro de 2023, no fim do primeiro ano do mandato de Lula, e duas em abril de 2025. O presidente Lula revogou, já no dia 1° de janeiro de 2023, os decretos do antecessor, Jair Bolsonaro (PL), sobre o tema. Em julho, Lula assinou decreto sobre controle de armas, freando a flexibilização de normas que havia sido adotada no governo anterior e que resultou em um aumento do número de armas e munições em circulação.

No último dia do ano passado, o presidente publicou um decreto que cria uma nova categoria de atirador e obrigações para clubes de tiro. Uma novidade é a criação da categoria de atiradores de alto rendimento, voltada para competidores com registro ativo e classificação mínima no ranking nacional.

No Supremo, no caso da lei de Roraima, o voto do relator, André Mendonça, cita, inclusive, duas outras ações apresentadas pelo governo no mesmo conjunto, uma sobre norma de Alagoas relatada por Kassio Nunes Marques e outra contra um texto do Mato Grosso do Sul sob a relatoria de Dias Toffoli. Ambas também sobre CACs.

Segundo Mendonça, o Estatuto do Desarmamento fixa competência exclusiva da Polícia Federal para autorizar, excepcionalmente, o porte de arma de fogo para defesa pessoal. Argumenta ainda que os atiradores desportivos não têm, necessária e automaticamente, o direito ao porte de trânsito, concedido pelo Comando do Exército, tampouco o direito ao porte de arma para defesa pessoal.

“Destaco que o tema sobre a inconstitucionalidade de lei estaduais que dispõe sobre o porte de arma de fogo em descompasso com a Constituição e com a legislação federal não é novidade neste Supremo Tribunal Federal”, acrescentou.

O ministro foi acompanhado por Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Dias Toffoli, Edson Fachin, Gilmar Mendes e Nunes Marques.

Em outro julgamento, Zanin disse que o porte de arma de fogo é assunto relacionado à segurança nacional.

“Por óbvio, cuida-se de contingência que aflige a segurança de toda a coletividade, para além das fronteiras particulares de um Estado ou de outro”, afirmou.

O julgamento do caso de Roraima ocorreu em plenário virtual -ambiente virtual por meio do qual os ministros incluem seus votos ao longo de, em geral, uma semana-, em sessão encerrada na noite de sexta. A decisão foi unânime.

O governo apresentou dez ações, assinadas por Lula e pelo AGU, Jorge Messias, em 20 de dezembro de 2023. Em abril de 2024 mais duas ações questionavam leis do Rio Grande do Sul e do Paraná, dando direito a porte de arma a servidores do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico-Legal e aos servidores do Instituto-Geral de Perícias, respectivamente.

As iniciais argumentam que apenas a União tem competência para legislar sobre a matéria e, ao tentar ampliar indevidamente o rol de autorizados a portar armas, as leis estaduais colocam em risco a sociedade, que estará exposta a mais armas.

Desta forma, segundo os pedidos, não há autorização constitucional para os estados fixarem requisitos para a concessão do porte de arma de fogo, bem como sobre as atividades e circunstâncias que, pelo risco que apresentam, admitem o porte de arma.

Para o governo federal, essas leis estaduais tentam, na realidade, suprimir indevidamente a competência da PF para checar a comprovação, pelo interessado, da necessidade do porte de arma de fogo de uso permitido.

O Sul

Bolsonaro será mesmo preso?

 



Vídeo de Leandro Ruschel

Fonte: https://youtube.com/shorts/aWMPOPg7rYE?si=eMRyJGKyPBC6ZYe3

Chapa Tarcísio-Zema ganha força contra Lula / GAZETA DO POVO

 

Quem são os Houthis, grupo que controla parte do Iêmen e é alvo de ação militar dos EUA

 Parte do "Eixo da Resistência" do Irã, grupo causou problemas ao comércio global com ataques a navios no Mar Vermelho

Grupo rebelde do Iêmem é alvo de uma ação militar "decisiva e poderosa" dos EUA | Foto: Mohammed Huwais / AFP / CP


O presidente Donald Trump lançou, no sábado, uma ação militar "decisiva e poderosa" contra os rebeldes Houthis, no Iêmen. O ministério da Saúde ligado ao grupo confirmou ao menos 31 mortos e 101 feridos em decorrência do ataque norte-americano. Em resposta, os rebeldes efetuaram dois ataques contra um porta-aviões dos Estados Unidos.

Parte do "Eixo da Resistência" do Irã, o grupo causou problemas ao comércio global com ataques no Mar Vermelho em meio ao conflito no Oriente Médio.

"Eles empreenderam uma campanha implacável de pirataria, violência e terrorismo contra navios, aeronaves e drones americanos e de outros países", escreveu Trump na sua rede, a Truth Social. Trump afirmou ainda que o Irã será responsabilizado por “cada tiro disparado” pelos rebeldes.

Entenda mais sobre os Houthis:

Quem são os Houthis?

Os Houthis, militantes xiitas que lutam contra o governo do Iêmen há cerca de duas décadas, tomaram Sanaa em 2014, forçando o governo internacionalmente reconhecido a fugir para a cidade de Áden, no sul do país. Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita lançou uma intervenção militar para expulsar os militantes, mas falhou, deixando os Houthis no poder no norte do Iêmen, onde governam a maior parte da população e desencadearam uma guerra civil que já matou centenas de milhares de pessoas e resultou em uma das piores crises humanitárias do mundo.

Os Houthis construíram sua ideologia com base na oposição a Israel e aos Estados Unidos, vendo-se como parte do "eixo de resistência" liderado pelo Irã, juntamente com o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza e o Hezbollah no Líbano. Sua ideologia é refletida no slogan da bandeira do grupo: "Alá é grande, morte à América, morte a Israel, maldição aos judeus, vitória ao Islã".

Seus líderes frequentemente traçam paralelos entre as bombas de fabricação americana usadas para atacá-los no Iêmen e as armas enviadas a Israel para uso em Gaza. Conversas entre os Houthis e a Arábia Saudita em Riad, capital saudita, em setembro de 2023, geraram esperanças de um acordo de paz que potencialmente reconheceria o direito dos Houthis de governar o norte do Iêmen.

Em dezembro de 2023, as Nações Unidas anunciaram que as partes em conflito haviam concordado com um plano de paz, mas o progresso foi interrompido quando o governo iemenita reconhecido internacionalmente, apoiado pela Arábia Saudita, suspendeu a implementação do acordo, citando uma escalada Houthi no Mar Vermelho.

Antes considerados rebeldes mal organizados, os Houthis, nos últimos anos, reforçaram seu arsenal, que agora inclui mísseis de cruzeiro e balísticos, além de drones de longo alcance. Analistas atribuem essa expansão ao apoio do Irã, que tem fornecido equipamentos a milícias em todo o Oriente Médio.

Os EUA consideram os Houthis um grupo terrorista?

A administração de Donald Trump inicialmente designou os Houthis como uma organização terrorista em 2021, pouco antes de Trump deixar o cargo. A administração Biden suspendeu a designação semanas depois, para facilitar a entrada de ajuda humanitária no Iêmen. No início de 2024, o Departamento de Estado anunciou que estava restabelecendo a designação devido aos ataques dos Houthis a navios.

A designação de terrorista permite que Washington imponha sanções financeiras e processe criminalmente qualquer pessoa que forneça "apoio material" ao grupo designado, e o Departamento do Tesouro tem tentado pressionar os Houthis cortando financiamento e suprimentos. Agora, de volta à Casa Branca, Trump anunciou uma ação militar contra o grupo no Iêmen.

Por que os Houthis atacaram navios?

Por mais de um ano, os Houthis, um grupo militante apoiado pelo Irã que controla o norte do Iêmen, têm atacado navios no mar Vermelho, causando graves interrupções em uma importante rota comercial, e têm alvejado Israel com drones e mísseis. Semanas após o ataque do grupo terrorista Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que levou Israel a desencadear uma campanha militar devastadora em Gaza, os Houthis, em solidariedade ao grupo terrorista Hamas, disseram que atacariam qualquer navio viajando para ou saindo de Israel.

Declararam também ter lançado drones e mísseis contra Israel. No entanto, os critérios dos Houthis para atacar navios rapidamente se expandiram para incluir embarcações com ligações diretas ou indiretas a Israel ou com visitas anteriores a portos israelenses, além de navios vinculados aos EUA ou ao Reino Unido, com a categoria sendo ampliada várias vezes desde então.

Os Houthis já lançaram mais de 130 ataques com drones e mísseis contra embarcações no mar Vermelho e no Golfo de Áden, segundo a organização Armed Conflict Location and Event Data, que monitora os ataques. Talvez a operação mais ousada dos Houthis tenha ocorrido em novembro de 2023, quando homens armados sequestraram um navio chamado Galaxy Leader e o levaram a um porto iemenita, onde mantêm os tripulantes como reféns há mais de um ano.

Como os ataques afetaram os países ao redor do mundo?

Para viajar entre a Ásia e a Europa, empresas globais de transporte têm navegado há décadas pelo mar Vermelho e pelo Canal de Suez. Agora, muitas companhias estão desviando sua carga pelo Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África, uma rota que adiciona 6.400 km e 10 dias às rotas de transporte, além de exigir mais combustível.

Assim, os ataques dos Houthis aumentaram significativamente os custos e riscos de transporte de mercadorias, contribuindo para preços mais altos em todo o mundo, de acordo com economistas - aumentos que influenciaram eleições na Europa e nos Estados Unidos. O custo de envio de um contêiner da Ásia para o norte da Europa subiu 270% em 12 meses, segundo a Freightos, um mercado digital de transporte marítimo.

No entanto, continuar usando o Mar Vermelho aumentaria os prêmios de seguro e colocaria em risco os marinheiros, alguns dos quais foram mortos ou sequestrados nos ataques.

O que o governo Biden fez para conter os ataques?

Na nova ordem mundial de Trump, os homens fortes dominam e o poder faz a razão A administração Biden montou uma força-tarefa naval chamada Operação Guardião da Prosperidade, que inclui os Estados Unidos, o Reino Unido e outros aliados, e tem patrulhado o mar Vermelho para, nas palavras do Secretário de Estado Antony Blinken, "preservar a liberdade de navegação" e "a liberdade de transporte marítimo".

Navios de guerra americanos e britânicos interceptaram alguns mísseis e drones Houthis antes que alcançassem seus alvos. Na primeira metade deste ano, os dois países realizaram pelo menos cinco ataques conjuntos contra os Houthis. Neste sábado, Donald Trump, que hoje anunciou uma operação militar contra o grupo, classificou a resposta de Joe Biden aos rebeldes no governo anterior como "pateticamente fraca".

A operação militar de Trump e a ameaça ao Irã

No dia 11 de março, os huthis anunciaram que retomariam seus ataques contra barcos que considerassem vinculados a Israel no mar Vermelho, em uma demonstração de apoio aos palestinos da Faixa de Gaza. O grupo rebelde apoiado pelo Irã alegou que havia tomado a decisão porque Israel não havia permitido a retomada do fornecimento de ajuda à Faixa de Gaza, devastada por uma guerra entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas.

Donald Trump, ao anunciar a operação militar contra o grupo no Iêmen neste sábado, afirmou que os houthis "travaram uma campanha implacável de pirataria, violência e terrorismo contra a América e navios, aeronaves e drones americanos".

"Usaremos uma força letal avassaladora até atingirmos nosso objetivo", disse o presidente em sua rede social Truth Social. Trump também pediu ao Irã que interrompesse "imediatamente" seu apoio aos "terroristas huthis". "O apoio aos terroristas huthis deve cessar imediatamente! Não ameacem o povo americano, seu presidente (...) nem as rotas marítimas do mundo. E se o fizerem, cuidado, porque os Estados Unidos os farão plenamente responsáveis e não lhes faremos nenhum favor!", escreveu Trump na mesma plataforma.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Huthis denunciam novos bombardeios dos EUA no Iêmen

 Ataques do fim de semana deixaram 53 mortos, de acordo com rebeldes

Líder dos rebeldes pediu aos iemenitas que se reúnam "em milhões" para protestar contra os bombardeios | Foto: Mohammed Huwais / AFP / CP


Vários meios de comunicação huthis relataram, nesta segunda-feira, 17, novos bombardeios americanos no Iêmen, horas depois que dezenas de milhares de pessoas se manifestaram nas áreas controladas pela milícia rebelde para protestar contra ataques semelhantes no fim de semana. Segundo a agência de notícias Saba e a emissora Al Masirah, os novos bombardeios ocorreram nas regiões de Al Salif e Hodeida.

Durante o dia, milhares de manifestantes exibiram cartazes e fuzis de assalto, aos gritos de "morte aos Estados Unidos, morte a Israel", em um protesto multitudinário na capital, Sanaa, segundo imagens transmitidas pela Al Masirah. Também foram registradas manifestações em outras cidades como Saada, Dhamar, Hodeida e Amran.

O líder dos rebeldes apoiado pelo Irã, Abdel Malek al Huti, pediu aos iemenitas que se reúnam "em milhões" para protestar contra os bombardeios americanos. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira que o Irã será "considerado responsável" de qualquer ataque dos huthis.

"Cada disparo dos huthis será considerado, a partir de agora, um disparo lançado por armas iranianas e pelos dirigentes do Irã, e o Irã será considerado responsável e deverá assumir as consequências", escreveu em sua rede Truth Social. Desde o início da guerra em Gaza, os huthis atacam com mísseis Israel e barcos americanos e britânicos. Dizem que atuam em solidariedade com os palestinos.

Os bombardeios americanos do fim de semana atingiram principalmente Sanaa, a capital do Iêmen controlada pelos rebeldes, e outras regiões do país, deixando 53 mortos - entre eles cinco crianças - e 98 feridos, segundo os rebeldes. Em resposta, os huthis reivindicaram no domingo "uma operação militar (...) contra o porta-aviões americano "USS Harry Truman" e os navios de guerra que o acompanham no norte do Mar Vermelho".

Também reivindicaram um "segundo" ataque contra o porta-aviões, "com diversos mísseis balísticos e de cruzeiro, além de drones". Os EUA não confirmaram tais ataques. O Irã condenou os ataques "bárbaros" dos Estados Unidos e advertiu que tomaria represálias contra qualquer ofensiva.

"Causas complexas"

O Comando Central Americano para o Oriente Médio (Centcom) disse na madrugada desta segunda que suas forças "continuam com as operações" contra os huthis. Os rebeldes pararam seus ataques contra barcos em frente ao litoral do Iêmen após a entrada em vigor em 19 de janeiro de uma trégua em Gaza, após 15 meses de guerra.

Mas, há pouco tempo, ameaçaram retomá-los após a decisão de Israel de bloquear a entrada de ajuda humanitária no território palestino. A ONU pediu ao Exército americano e aos huthis que cessem "toda atividade militar". A China pediu "diálogo" e uma desescalada, afirmando que a situação no Mar Vermelho e o tema iemenita têm "causas complexas".

O Ministério alemão das Relações Exteriores estimou que qualquer resposta aos ataques dos huthis deve ser "conforme o direito internacional".Segundo Washington, "vários importantes dirigentes huthis" morreram com os bombardeios americanos.

Rubio e Lavrov divergem

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse no domingo ao seu homólogo russo, Serguei Lavrov, que "não serão tolerados" ataques huthis contra embarcações militares e comerciais americanas no Mar Vermelho. A Rússia é um aliado do Irã.Lavrov lhe respondeu que todas as partes devem se abster de usar a força no Iêmen.

Os ataques dos huthis em frente ao litoral do Iêmen afetaram o tráfego marítimo no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, uma zona vital para o comércio mundial.Os Estados Unidos criaram uma coalizão naval multinacional e lançaram ataques contra os rebeldes no Iêmen, às vezes com a ajuda do Reino Unido.

O Iêmen, um país pobre da península arábica, está submerso desde 2014 em uma guerra civil entre os huthis e o governo apoiado pela Arábia Saudita.O conflito matou milhares de pessoas e afundou o país de 38 milhões de habitantes em uma das piores crises humanitárias da história, segundo a ONU.

AFP e Correio do Povo