Porto Alegre, 10 de novembro de 2025 – Os gaúchos ainda lidam com as sequelas do ciclone extratropical que castigou o Rio Grande do Sul entre sexta-feira (7) e sábado (8), trazendo chuvas torrenciais e rajadas de vento próximas a 100 km/h. De acordo com o balanço mais recente da Defesa Civil estadual, ao menos 39 municípios foram afetados, com relatos de alagamentos, quedas de árvores, interrupções de energia e danos a residências e infraestruturas. O fenômeno, que se formou no Noroeste gaúcho e avançou para a Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPOA) antes de seguir para o oceano, também elevou o risco de tornados isolados no Norte e Nordeste do estado, conforme alertas prévios do Centro de Monitoramento.Recuperação da energia elétrica avança, mas 9 mil clientes seguem no escuroNa noite de domingo (9), a CEEE Equatorial atualizou os números de interrupções: cerca de 9 mil pontos de consumo permaneciam sem luz, uma redução significativa em relação aos 22 mil reportados na manhã do mesmo dia e aos 98 mil do sábado à noite. A distribuidora destacou que já restabeleceu o fornecimento para 96,5% dos clientes impactados, totalizando mais de 264 mil reconexões em sua área de concessão. Equipes trabalharam ininterruptamente, priorizando linhas de alta tensão e regiões críticas.As cidades mais castigadas incluem Porto Alegre, Viamão, Eldorado do Sul, Guaíba e Capão da Canoa, onde ventos fortes derrubaram postes, galhos e estruturas, agravando os transtornos. Em Porto Alegre, por exemplo, bairros como o Centro e a Zona Sul registraram as maiores queixas, com a prefeitura mobilizando guinchos para remoção de detritos.Danos e alertas da Defesa CivilO ciclone, classificado como "especialmente perigoso" pela Climatempo devido à pressão atmosférica abaixo de 1.000 hPa, provocou acumulados de chuva entre 30 e 60 mm em áreas como a Costa Doce e o Litoral Norte. Além dos 39 municípios com danos confirmados, há registros de granizo pontual e cheias em rios menores, especialmente no centro-norte e noroeste. A Defesa Civil emitiu alertas de "condição severa" para rajadas de vento e instabilidades, recomendando que a população evite deslocamentos desnecessários e monitore canais oficiais.O subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Ricardo Mattei Santos, decretou o Código Branco (alerta) para unidades operacionais até esta segunda-feira (10), com foco em resgates e atendimento emergencial. Instituições como a Agência de Operações de Defesa Civil (AODC) e o Setor de Inteligência e Geociências em Resposta a Desastres (SIG-RD) coordenam as ações, integradas às Defesas Civis de Santa Catarina, Paraná e São Paulo — já que o sistema se desloca para o Sudeste.Perspectivas e recomendaçõesCom a dissipação do ciclone sobre o oceano, o tempo no RS melhora a partir desta segunda-feira, com sol e temperaturas em elevação, mas ventos moderados persistem no Litoral. A CEEE estima normalizar o fornecimento total até terça-feira (11), dependendo do clima. A Defesa Civil orienta: evite contato com fios caídos, não transite em áreas alagadas e cadastre-se no sistema de alertas via WhatsApp (51 9 8415-2801).O episódio reforça a vulnerabilidade gaúcha a eventos climáticos extremos, após enchentes devastadoras em anos anteriores. Autoridades apelam por investimentos em infraestrutura resiliente para mitigar futuros impactos.
Correio do Povo

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