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quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Viagem de Lula em jatinho de empresário compromete a moralidade, diz Mourão

 Presidente eleito pegou "carona" na aeronave de José Seripieri, detido em 2020 em um desdobramento da Operação Lava Jato

vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou, nesta terça-feira , o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por ter embarcado para o Egito em um jatinho do empresário José Seripieri Junior, fundador e ex-presidente da administradora de planos de saúde Qualicorp, preso em julho de 2020 em um desdobramento da Operação Lava Jato.

Para Mourão, viagem de Lula em jatinho de Seripieri compromete "os princípios da impessoalidade e da moralidade". Lula foi ao Egito participar da 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP27).  Pelas redes sociais, vários políticos e parlamentares apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) comentaram o caso e criticaram a decisão de Lula de embarcar na aeronave, junto com a comitiva formada pela futura primeira-dama, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). 

Político que declarou apoio a Lula no segundo turno, João Amoedo definiu a viagem como "um absurdo". "Aqueles que admiram o presidente eleito e têm esperanças de que ele faça um bom governo deveriam criticar os seus erros e não ignorá-los", escreveu.

Do mesmo partido de Bolsonaro, o deputado federal Luiz Lima (RJ) escreveu que o episódio demonstra que "nada mudou". Também da legenda, o deputado federal Ubiratan Sanderson (RS) afirmou que o aluguel do jatinho gira em torno de US$ 10 mil a hora. "Tratando-se de um fretamento milionário cujas circunstâncias merecem urgente apuração, notadamente por ambos possuírem passagem criminal justamente pela prática de corrupção ativa e passiva", disse, anunciando que enviou um ofício à Procuradoria-Geral da República (PGR), pedindo a apuração do caso.

Em 2020, Seripieri foi detido após suspeitas de ele ter fraudado contratos para dissimular repasses à campanha de José Serra (PSDB-SP) ao Senado Federal, em 2014. Seripieri ficou apenas três dias preso. Em novembro de 2020, ele fechou um acordo de delação premiada com a PGR.

O empresário foi acusado de ter montado uma estrutura financeira e societária para ocultar da Justiça Eleitoral a transferência de dinheiro. Segundo a Polícia Federal as doações eleitorais não contabilizadas chegaram a R$ 5 milhões. Já nessas eleições de 2022, Seripieri realizou uma doações ao então candidato Lula de pelo menos R$ 1,3 milhão. O empresário foi uma das primeiras figuras públicas a ser recebido por Lula e ouvir as propostas de governo. Eles são amigos há cerca de dez anos. 


R7 e Correio do Povo

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