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sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Impedimento semiautomático terá seu grande teste na Copa do Mundo do Catar

 Sistema usa câmeras especiais para indicar com precisão se jogador está adiantado em lances de gol

Quatro anos após a chegada do VAR na Copa do Mundo de 2018 na Rússia, os torcedores descobrirão no Catar-2022 (20 de novembro a 18 de dezembro) uma novidade, o impedimento semiautomático, com o qual se pretende acelerar e tornar mais confiáveis as decisões dos árbitros. A chegada desta nova ferramenta tecnológica é anunciada de forma mais discreta do que a da arbitragem de vídeo, que nos últimos anos tornou familiar o gesto de simular um retângulo para rever as jogadas. As quebras no ritmo das partidas e as polêmicas acompanharam sua implementação ao longo dos anos.

Apesar das vozes críticas, a Fifa segue com a mesma lógica que já empreendeu na Copa do Mundo de 2014 no Brasil, com a verificação tecnológica de que a bola cruzou completamente a linha do gol. Resultado de "três anos de pesquisas e testes" e testada na Copa Árabe no final de 2021 e depois durante o Mundial de Clubes, a "tecnologia semiautomática de impedimento" (SAOT) foi validada pelo órgão mundial no início de julho.

A ideia, adaptada pela Uefa para a Liga dos Campeões, é ir além dos limites do olho humano, demasiado impreciso para estabelecer sempre a posição dos jogadores e da bola. Com isso, se pretende refinar ao máximo a linha que determina se houve ou não impedimento.

"Sabemos que, às vezes, o processo de verificação de um possível impedimento leva muito tempo, principalmente quando é determinado em poucos centímetros" destacou no início de julho o italiano Pierluigi Collina, presidente do Comitê de Arbitragem da Fifa.

Embora a tecnologia semiautomática de impedimento deva "permitir decisões mais rápidas e precisas", promete Collina - árbitro da final da Copa do Mundo de 2002 -, "não é, no entanto, um impedimento robotizado". A decisão final caberá sempre aos árbitros e árbitros assistentes no campo.

Na Copa, esse sistema usará doze câmeras localizadas na cobertura dos estádios e controlará "até 29 pontos de dados" por jogador, "50 vezes por segundo", incluindo "as extremidades e membros pertinentes para a análise de situações de impedimento", conforme detalhado pela instância em julho.

Como tudo depende do momento exato em que a bola está em jogo, um sensor localizado no centro da 'Al Rihla', a bola oficial, enviará dados "500 vezes por segundo" para a sala de visualização, iniciando então um processo de duas etapas.

Primeiramente, com a ajuda da inteligência artificial, um alerta será transmitido "em tempo real" aos árbitros de vídeo "toda vez que a bola for recebida por um atacante que esteja em posição de impedimento" no momento do passe.

Eles devem então "verificar manualmente" esse alerta, que não deverá demorar mais do que alguns segundos, antes de informar ao árbitro principal, a quem cabe a decisão final. Uma vez confirmado o impedimento, os mesmos dados posicionais serão traduzidos em uma animação 3D "detalhando a posição dos membros dos jogadores no momento em que a bola foi lançada". Será transmitido "sob o melhor ângulo possível" nos telões do estádio e disponíveis para as emissoras.

É impossível, no entanto, automatizar completamente a detecção de impedimento e eliminar a controvérsia: uma vez que a posição dos jogadores é levada em consideração, resta avaliar pessoalmente se um adversário conseguiu tocar a bola intencionalmente. A controversa validação do gol de Kylian Mbappé em outubro de 2021 na vitória da França sobre a Espanha (2-1) na final da Liga das Nações da Uefa é um bom exemplo: o atacante dos 'Bleus' estava "habilitado para o jogo" apesar de sua posição na tentativa do zagueiro Eric Garcia de interceptá-lo.

A Uefa considerou então a decisão "correta" mas contrária ao "espírito do jogo", pedindo então que reescrevesse a regra pela International Board (IFAB), órgão responsável pelas leis do futebol, assunto ainda no ar.


AFP e Correio do Povo

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