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quarta-feira, 14 de outubro de 2020

André do Rap entra na lista dos mais procurados pela polícia de SP

 PF também solicitou a inclusão do traficante na lista de procurados da Interpol


O nome, os dados e a foto do traficante internacional André do Rap, apontado como um dos principais líderes PCC (Primeiro Comando da Capital), foram incluídos no site da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) entre outros 21 criminosos mais procurados pela polícia paulista.

A Polícia Federal também solicitou a inclusão do nome dele na lista de procurados da Interpol, depois que investigaçoes apontaram que André já saiu do país. Ele teve a liberdade concedida neste sábado, após decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal.

Um dia depois, o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo, determinou o retorno a prisão do traficante, mas ele já não foi mais localizado. Na quarta-feira, a decisão será analisada pelo plenário do STF. André do Rap não foi mais encontrado depois de sair de penitenciária no interior de SP

A ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) e a Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público) emitiram uma nota conjunta que critica a decisão do STF em soltar o condenado e defende que o Ministério Público não tenha se omitido no caso

Líder do PCC

André Oliveira Macedo, o André do Rap, é considerado pela polícia de São Paulo um dos maiores narcotraficantes do país e liderança de uma das principais facções criminosas do estado, o PCC (Pimeiro Comando da Capital).

Condenado a 27 anos de prisão, ele foi solto neste sábado (10), da Penitenciária Presidente Venceslau, no interior da capital, depois de uma decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello.

Horas após a soltura dele, o presidente do Supremo, Luiz Fux, revogou o habeas corpus e ele voltou a ser foragido da Justiça. Depois da revogação, a Polícia Civil de São Paulo montou uma força-tarefa para recapturá-lo.

Prisão em 2019

André do Rap havia sido preso pela Polícia Civil em setembro de 2019 em sua mansão em Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro. Ele era procurado desde 2014, sob acusação do Ministério Público Federal de ser responsável por traficar cocaína para diversos países, através do Porto de Santos.

Além da casa de luxo onde foi preso, ele tinha um patrimônio estimado pelos investigadores em R$ 17 milhões. Segundo a Polícia Civil, ele levava uma vida confortável: promovia festas, vivia em mansões e viajava de helicóptero para participar de reuniões de negócio.

Com o traficante foram apreendidos diversos bens, como um helicóptero, no valor de R$ 7 milhões, uma lancha Azimut, de 60 pés, avaliada em aproximadamente em R$ 6 milhões, e um veículo, modelo Tucson. Nenhuma arma foi encontrada na casa.

De acordo com a Polícia Civil, a investigação contou com o apoio de agentes da Itália e dos Estados Unidos.

Lancha revelou paradeiro do traficante

A Polícia Civil descobriu o paradeiro de André do Rap ao investigar o dono da lancha avaliada em R$ 6 milhões. Segundo o delegado responsável, a embarcação estava em nome de uma empresa cuja sede era um casarão abandonado no centro de Santos.

"Ela [lancha] está em nome de um empresário, que tem uma moto CG", afirmou o delegado. "Como um cara que tem uma moto CG tem uma lancha de R$ 6 milhões? A gente acredita que ele [André do Rap] usava esses laranjas para lavar o dinheiro."

Tráfico internacional

André do Rap era apontado como líder do PCC na Baixada Santista, com ligação com traficantes da zona noroeste de Santos e do Morro Nova Cintra. Segundo a polícia, André é o responsável por esquematizar o comércio de drogas entre o PCC e países da Europa. Os envios eram feitos pelo grupo através do Porto de Santos.

Entre suas atribuições, estaria a articulação de negócios entre a organização e criminosos estrangeiros - incluindo a Ndrangheta, grupo mafioso da Calábria, no sul da Itália, que recebia a droga para redistribuir na Europa.

As investigações, na época, apontaram que traficantes tinham uma linha de fornecimento de cocaína entre a Bolívia e São Paulo, e haviam feito uma aliança com o PCC da Baixada Santista para conseguir uma rota para exportação a droga.

A facção, que atua nos presídios paulistas, havia cooptado pessoas que trabalhavam em postos aduaneiros na zona portuária para trabalhar para o esquema, segundo a polícia.

Agência Record e Correio do Povo

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