Davi Alcolumbre é eleito presidente do Senado

 É a segunda vez que político do Amapá ocupará cargo



O Senado elegeu neste sábado, 1º, Davi Alcolumbre (União-AP) presidente da Casa pelos próximos dois anos. Com 41 votos necessários para ser eleito, o parlamentar do Amapá volta ao cargo que ocupou entre 2019 e 2021. A apuração dos votos continua. Alcolumbre sucede a Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de quem é padrinho político.

Favorito durante todo o processo, o senador do União Brasil derrotou Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos Pontes (PL-SP). Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) também registraram suas candidaturas, mas retiraram seus nomes da disputa durante o discurso em plenário.

No discurso que precedeu a votação, Alcolumbre citou a "controvérsia envolvendo as emendas parlamentares" como um desafio a ser enfrentado pelo Congresso e mandou um recado ao Supremo Tribunal Federal (STF) dizendo que as prerrogativas do Legislativo devem ser respeitadas.

Ele também reiterou um "compromisso inafastável" com a democracia e disse que é preciso "resistir aos atalhos populistas", evitar "os rótulos de discursos fáceis" e as "distorções de debates nas redes sociais" feitas por meio de "simplificações mal intencionadas".

Mesmo longe da presidência nos últimos quatro anos, Alcolumbre manteve sua influência na Casa com o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aglutinou apoio desde o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até o PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, para sua candidatura.

Ao todo, MDB, PSD, PL, União Brasil, PT, PP, PDT, PSB e Republicanos, quase todas as legendas com representação na Casa, apoiaram a eleição de Alcolumbre.

Essa ampla frente formada terá como principal resultado o retorno do PL a cargos de destaque na Casa Alta do Congresso e a redistribuição das principais comissões. O partido de Jair Bolsonaro deve conseguir a primeira vice-presidência, posto estratégico que foi ocupado pelo MDB ao longo dos quatro anos de mandato de Rodrigo Pacheco. Eduardo Gomes (PL-TO) deve ser o escolhido.

O PT, por sua vez, deve ficar com a segunda vice, cargo menos importante que a primeira secretaria que o partido tem até o momento. O ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PE) é o escolhido dos petistas para a vaga.

A próxima etapa da eleição é a votação para os outros cargos da Mesa Diretora. O acordo é para que a distribuição fique assim:

- Primeira Secretaria: Daniella Ribeiro (PSD-PB);

- Segunda Secretaria: Confúcio Moura (MDB-RO);

- Terceira Secretaria: Chico Rodrigues (PSB-RR);

- Quarta Secretaria: Laércio Oliveira (PP-SE).

O cenário de vitória de Alcolumbre retomou uma tradição de eleições tranquilas, com uma ampla margem a favor do vencedor. Em 2023, quando Rodrigo Pacheco foi reeleito, o placar foi de 49 votos a 32 a favor do senador mineiro contra Rogério Marinho (PL-RN). Quando foi eleito pela primeira vez, em 2019, Alcolumbre venceu por 42 votos a 13. Em 2015, Renan Calheiros (PMDB) derrotou Luiz Henrique (PMDB) por 49 votos a 31, e em 2009, José Sarney (PMDB) venceu Tião Viana (PT) por 49 votos a 32.

O próprio Sarney protagonizou uma das vitórias mais amplas - 70 votos a 8 contra Randolfe Rodrigues, então integrante do PSOL. Renan também teve uma goleada na sua conta: venceu por 72 votos a quatro em 2005 - mas naquele ano, ele foi candidato único, e os quatro votos foram computados apenas como contrários.

Trânsito com a esquerda e com a direita

Alcolumbre tem bom trânsito com a direita e com a esquerda e, nos últimos anos, durante a gestão de Pacheco, seu aliado, na presidência do Senado, foi responsável por boa parte das negociações envolvendo emendas parlamentares e cargos.

São atribuídas a ele, por exemplo, indicações nos ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva das Comunicações, com Juscelino Filho, e da Integração Nacional, com Waldez Góes.

Senador de segundo mandato - foi eleito pela primeira vez em 2014 -, Alcolumbre, de 47 anos, está na política em cargos públicos desde 2001, quando tomou posse como vereador de Macapá. À época, tinha 23 anos e era filiado ao PDT. Em 2002, foi eleito deputado federal pelo mesmo partido. Trocou de sigla em 2006, quando migrou para o PFL, que mudou de nome para DEM em 2007 e depois se fundiu com o PSL para formar o União Brasil, legenda à qual está filiado até hoje.

O senador amapaense é muito cordial com seus pares e conquistou nos últimos anos o espaço de protagonista nas negociações da Casa Alta do Congresso com quem quer que esteja no Palácio do Planalto. No governo de Jair Bolsonaro, estabeleceu uma aproximação da Casa com o então presidente.

Desde que deixou a presidência do Senado, em 2021, o senador amapaense manteve-se em uma posição de destaque na Casa. Foi presidente de um dos mais importantes colegiados, a Comissão de Constituição e Justiça por quatro anos. Esta foi uma forma de Alcolumbre cumprir o que ele chamou, em conversas com amigos, de um "ciclo".

Como mostrou a Coluna do Estadão, o parlamentar tem sido classificado por petistas como o "novo Lira", em referência à difícil e volátil relação que o deputado Arthur Lira (PP-AL), na presidência Câmara, teve nos últimos dois anos com o governo.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Estiagem atinge população no entorno do Rio Gravataí e faz setor primário "lutar contra o tempo"

 Estiagem afeta cotidiano de famílias e apressa o ritmo de pescadores que antecipam mortandade de espécies



A estiagem preocupa os moradores da Região Metropolitana de Porto Alegre. Na manhã deste sábado, o Rio Gravataí não está em um patamar considerado crítico, mas segue em nível de alerta. O assoreamento gera reflexos em municípios que compõe a bacia hidrográfica, como a falta de água nos lares e os maus presságios no horizonte do setor primário.

Em Gravataí, por volta das 10h, o rio media aproximadamente 1,3 metros, conforme boletins da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura. A seca permitia o acesso da população em áreas antes tomadas por água. Famílias aproveitavam para tomar chimarrão e instalar cadeiras de praia na parte inferior de uma ponte na BR 118.

O eletricista Izael Moreira, 29 anos, levou o filho pequeno para brincar na localidade. Morador do bairro Dois irmãos, em Viamão, ele conta que a crise hídrica afeta o cotidiano da família. “Sofremos com a falta de água quase todos os dias. Além disso, quando há água em casa, o gosto é ruim”, disse.

Também estava ali João Aires Barbosa Cardoso, que vive da pesca há mais de quatro décadas. O homem de 60 anos, morador de Gravataí, conta que a o menor nível do rio auxilia na captura de peixes. Ele sabe, porém, que o efeito positivo da seca na atividade é limitado e que é uma questão de tempo para as espécies começarem a morrer.

“Com o rio represado, os peixes ficam perto das margens, acumulados em áreas específicas, o que acaba auxiliando a captura. Mas sei que a situação vai piorar, porque logo terá início a mortandade das espécies. Estou em uma corrida contra o tempo”, pontua o veterano.

Ainda conforme o pescador, em breve a estiagem também vai prejudicar a logística da produção “Os focos de pesca vão ficar cada vez mais isolados, e isso pode impedir o acesso dos pescadores”, explica Barbosa.


Desde dezembro de 2022, vigora em Gravataí um decreto que estabelece regras para evitar o desperdício de água. São consideradas infrações, por exemplo, fazer uso de mangueira, lava-jato e similares para lavar veículos, calçadas, paredes, pisos, janelas e telhados de prédios públicos ou privados, bem como manter instalações com vazamentos. Quem não cumpre a medida está sujeito a multa pode chegar a R$ 535.

“Nossa fiscalização tem percorrido a cidade para verificar a situação. Primeiro, advertimos as pessoas que adotam essas práticas. Em caso de reincidência, pode haver penalidades”, destacou o prefeito Luiz Zaffalon.

Correio do Povo

RS terá domingo de sol e calor

 Regiões Oeste e Noroeste devem ter várias cidades com máximas ao redor dos 35ºC



O sol aparece com nuvens no Rio Grande do Sul, mas parte do estado terá até momentos de céu claro. Tempo firme segue predominando, ou seja, sem previsão de chuva em todas ou quase todas as cidades. Chance menor de instabilidade isoladíssima ao Norte gaúcho.

A tarde será de calor. O Oeste e o Noroeste serão as áreas mais quentes com máximas em várias cidades ao redor e acima dos 35ºC.

Em Porto Alegre, sol e nuvens esparsas durante a procissão de Navegantes com 27ºC às 9h da manhã e 31ºC ao meio-dia.

Correio do Povo

Argentina reduz impostos para carros e motos

 



Vídeo de Pablo Spyer

Fonte: https://youtube.com/shorts/MMRLQUet6vI?si=-7FuS8K287VeZt17

Postos de gasolina de Porto Alegre têm filas um dia antes do reajuste no preço dos combustíveis

 Motoristas formaram filas em postos de combustíveis nos bairros Santana e Partenon


A sexta-feira foi marcada pela corrida de consumidores nos postos de combustíveis de Porto Alegre em busca de uma gasolina mais barata, antes do reajuste. Em um posto no bairro Santana, a fila se estendia por toda a quadra, causando congestionamento no trânsito. O relato dos funcionários do local era de que o movimento estava intenso desde quinta-feira.

A professora estadual Maria Alves, que mora no bairro Petrópolis, aguentou uma fila de cerca de 40 minutos para encher o tanque do carro. “Vim exclusivamente por causa do aumento. Estive acompanhando na imprensa que o valor vai subir no sábado, então decidi abastecer o quanto antes. Para nós, cada centavo conta”, afirmou.

Em outro estabelecimento, no bairro Partenon, o movimento também causava transtornos no trânsito da avenida Bento Gonçalves. Por cerca de uma quadra, todos os veículos que trafegavam na pista da direita da via estavam, na verdade, na fila para acessar o posto. Um dos motoristas que estava no local era o comerciário Fernando Braga. “O tanque já estava na reserva, mas como vai aumentar, já aproveitei para passar aqui. Estou na fila fazem mais de 20 minutos”, completou.

A Petrobras informou ontem que reajustará o preço do diesel em mais R$ 0,22 a partir deste sábado, dia 1° de fevereiro, com o litro passando a custar R$ 3,72 nas refinarias, ou seja, sem impostos ou margens que são consideradas nos estabelecimentos para o consumidor final. O combustível estava sem reajuste há 401 dias, com uma defasagem de 17% em relação aos preços praticados no mercado internacional. O aumento do diesel vai se somar à volta da cobrança do ICMS pelos estados, também vigorando a partir deste dia 1° e que deverá elevar o preço do produto nas bombas dos postos de abastecimento em R$ 0,06 o litro.

Considerando-se a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel para composição do diesel B vendido nos postos, a parcela da Petrobras na composição do preço para o consumidor passará a ser de R$ 3,20 por litro, uma variação de R$ 0,19 a cada litro de diesel B.


A estatal informou ainda que este é o primeiro ajuste nos preços de venda de diesel A da Petrobras para as distribuidoras desde 27 de dezembro de 2023, e naquela época houve redução. O último aumento ocorreu em 21 de outubro de 2023, conforme detalhou a companhia.

Considerando-se o reajuste agora anunciado, ainda que com aumento, a Petrobras afirma que há redução de R$ 0,77 no preço do litro se computado o período desde dezembro de 2022. Haveria, portanto, baixa de 17,1%. Considerando-se a inflação do período, segundo a empresa, esta redução é de R$ 1,20 por litro ou 24,5% menos.

O reajuste no diesel para as refinarias da Petrobras era esperado, já que no decorrer da semana duas reuniões tinham sido feitas para debater o assunto. Em uma delas estavam o presidente Lula e a presidente da estatal, Magda Chambriard. A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) já vinha calculando a defasagem do produto frente ao mercado internacional. A entidade chegou a estimar 28% mas esse índice depois diminuiu. Hoje, segundo a Abicom, mesmo com o aumento anunciado para o diesel, ainda há defasagem de 17% nos preços.

Ajustes no preço dos combustíveis

  • A alíquota fixa de ICMS da gasolina passa de R$ 1,37 a R$ 1,47. Para o diesel, passa de R$ 1,06 a R$ 1,12, além da alta de 0,22% anunciada ontem pela Petrobras;
  • Na direção contrária, o gás de cozinha terá alíquota reduzida de R$ 1,41 para R$ 1,39;
  • A metodologia considera preços médios mensais dos combustíveis divulgados pela ANP no período de fevereiro a setembro de 2024.


Correio do Povo

Presidente dos Correios diz que gestão anterior sucateou empresa

 Ela foi colocada na “bacia das almas”, afirma



O resultado fiscal prévio que apontou saldo negativo de R$ 2,2 bilhões nos Correios foi causado pela necessidade de recuperação da estatal que, segundo o presidente da empresa, Fabiano Silva dos Santos, encontrava-se na “bacia das almas” em meio a tentativas de privatização e precatórios.

Ao deixar nesta sexta-feira, 31, o Palácio do Planalto, onde, acompanhado da ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, reuniu-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente dos Correios disse que a empresa estava sucateada pelo governo anterior, mas que isso está sendo revertido para torná-la lucrativa ainda em 2025.

“Quando uma empresa é sucateada como ela foi, a gente tem trabalho grande para recuperá-la. Estamos trabalhando para tornar a empresa lucrativa ainda este ano, em 2025”, disse Fabiano.

Ele explicou que o resultado fiscal prévio apresentado pelo MGI não é o definitivo, e que os números finais, a serem divulgados em março, serão melhores, uma vez que vão considerar algumas mudanças adotadas pela atual gestão.

“Essa prévia se refere a um contexto específico que foi a regulamentação ao compliance dado às compras internacionais. Isso teve um impacto significativo na nossa empresa. Além disso, tivemos também os precatórios que são frutos de gestões anteriores, e que hoje estão contabilizados no nosso resultado”, acrescentou.

Receitas e despesas

A ministra Esther Dweck reiterou que o impacto de R$ 2,2 bilhões no resultado fiscal abrange “apenas receitas e despesas registradas no ano”, e que a situação herdada tornou necessário o uso de dinheiro que estava em caixa para compensar gastos que deixaram de ser feitos em anos anteriores.

Durante a reunião, o presidente Lula cobrou, segundo Fabiano dos Santos, a apresentação de um plano de reestruturação para a estatal. “Esse plano já está em andamento”, disse Fabiano dos Santos.

“Mas estamos trabalhando fortemente para que a gente entregue cada vez mais um Correio saudável e sustentável. Acima de tudo, um Correio que atenda à população, porque a população nos interiores desse país precisa muito dos Correios”, finalizou.

Agência Brasil e Correio do Povo

Vasco da Gama e a Descoberta do Caminho Marítimo para as Índias

 


A viagem de Vasco da Gama foi uma expedição marítima pioneira realizada por Portugal no final do século XV, cujo objetivo era encontrar um caminho marítimo para as Índias, contornando a África. Essa viagem épica, liderada pelo navegador português Vasco da Gama, é considerada um dos marcos da Era dos Descobrimentos e teve um impacto significativo na história mundial.

Antecedentes

No século XV, as potências europeias buscavam rotas comerciais alternativas para o Oriente, ricas em especiarias como pimenta, cravo e canela. Naquela época, o comércio com o Oriente era controlado por mercadores árabes e venezianos, que impunham altos preços sobre os produtos.

Portugal, pioneiro na exploração marítima, buscava um caminho marítimo para as Índias, contornando a África. O Infante D. Henrique, conhecido como o Navegador, desempenhou um papel fundamental nesse processo, incentivando a exploração da costa africana e o desenvolvimento de novas tecnologias de navegação.

A Viagem

Em 8 de julho de 1497, Vasco da Gama partiu de Lisboa com uma frota de quatro navios: São Gabriel, São Rafael, Berrio e um navio de mantimentos. A expedição contornou a costa africana, enfrentando dificuldades como tempestades, doenças e a resistência de alguns povos nativos.

Em novembro de 1497, a frota dobrou o Cabo da Boa Esperança, o extremo sul da África, e entrou no Oceano Índico. A viagem prosseguiu até Calicute, na Índia, onde Vasco da Gama chegou em maio de 1498.

Consequências

A chegada de Vasco da Gama à Índia estabeleceu uma nova rota comercial entre a Europa e o Oriente, contornando o monopólio árabe-veneziano. Portugal passou a dominar o comércio de especiarias, o que lhe trouxe grande riqueza e poder.

A viagem de Vasco da Gama também abriu caminho para a expansão marítima europeia, com a criação de colônias e o estabelecimento de rotas comerciais em todo o mundo. Esse processo teve um impacto profundo na história global, moldando as relações entre os continentes e influenciando a economia, a política e a cultura.

Legado

A viagem de Vasco da Gama é um marco na história da navegação e da exploração marítima. Sua ousadia e determinação abriram caminho para a globalização e para a integração de diferentes culturas e povos.

A figura de Vasco da Gama é celebrada como um herói nacional em Portugal e sua viagem é considerada um dos maiores feitos da história portuguesa. Sua expedição é um testemunho da capacidade humana de superar desafios e explorar o desconhecido.

Dólar cai pelo décimo pregão consecutivo e encerra janeiro com baixa de 5,56%

 Foi a maior queda mensal da moeda americana desde junho de 2023 (-5,59%)



Apesar dos solavancos no mercado global de moedas ao longo da tarde com a confirmação pela Casa Branca de imposição de tarifas de importação a México, Canadá e China a partir de amanhã, o dólar à vista emendou o décimo pregão consecutivo de baixa por aqui e encerrou janeiro com desvalorização de 5,56%, após ter subido 2,98% em dezembro e 27,34% em 2024. Foi a maior queda mensal da moeda americana desde junho de 2023 (-5,59%).

Depois de amargar o pior desempenho entre divisas emergentes no fim do ano passado, em meio a remessas recordes ao exterior e a uma crise de confiança na política fiscal, o real exibiu no primeiro mês de 2025 o segundo melhor desempenho entre as principais moedas, entre desenvolvidas e emergentes, atrás apenas do rublo russo.

O economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, atribui a apreciação do real, em primeiro lugar, a uma correção do "exagero completo" da alta do dólar no fim de 2024. Em segundo lugar, Gala cita a "resposta muito enérgica" do BC, que mostrou firmeza no combate à inflação e deixou claro que vai fornecer a liquidez de que o mercado precisa.

"E o resultado fiscal do governo central em 2024 veio melhor do que o esperado. Praticamente se zerou o déficit primário, se for descontado o socorro ao Rio Grade do Sul", afirma Gala, em referência a dados divulgados ontem à tarde. "Se não fosse a desoneração do Perse (programa de apoio ao setor de eventos), haveria superávit primário. Inacreditável a histeria fiscal perto do resultado de fato."

Para o sócio e diretor de investimentos da Azimut Brasil Wealth Management, Leonardo Monoli, a queda do dólar em janeiro tem como componente relevante a expressiva redução das apostas contra o real no mercado de derivativos pelos investidores estrangeiros - estimulada pelo aumento de atratividade das operações de carry trade, com a estratégia do Banco Central de seguir atuando com a oferta de leilões de linha com compromisso de recompra.

Ao analisar o chamado carrego ajustado pela volatilidade, nota-se que, em uma janela móvel de três meses, essa relação para o real tornou-se mais atrativa do que para o peso mexicano. "É algo que não acontecia desde o final de 2021", observa Monoli.

Hoje, o dólar até abriu em alta, com máxima a R$ 5,8732, mas perdeu força pela manhã e chegou a ensaiar uma aproximação do piso de R$ 5,80, tocando mínima a R$ 5,8121, em meio à disputa técnica entre "comprados" e "vendidos" pela formação da última taxa Ptax do mês. Depois de rodar entre R$ 5,83 e R$ 5,85 à tarde, o dólar fechou a R$ 5,8366, em queda de 0,28%.

Termômetro do comportamento da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY subiu mais de 0,50%, acima dos 108,300 pontos, com aceleração dos ganhos à tarde, após a Casa Branca confirmar tarifas de importação de 25% para México e Canadá, além de 10% para a China, a partir de amanhã. Apesar do aumento da aversão ao risco, o peso mexicano teve leve apreciação, enquanto o dólar canadense apresentou um pequeno recuo.

Entre indicadores, o Departamento do Comércio dos EUA informou que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) - medida de inflação preferida pelo Federal Reserve - subiu 0,3% em dezembro e 2,06% em 2024, em linha com as estimativas dos analistas. Os núcleos do PCE - que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia - também vieram em linha com as expectativas.

Na última quarta-feira, 29, o Fed optou por uma pausa no processo de redução de juros, ao manter a taxa básica inalterada, na faixa entre 4,25% e 4,50. Mas o presidente do BC americano, Jerome Powell, deixou a porta aberta para a retomada dos cortes.

"O Fed adotou uma postura mais cautelosa para avaliar os impactos dessas medidas (tarifas anunciadas por Trump) nos dados econômicos. Além disso, o chairman do Fed destacou que acredita que a política monetária ainda está longe do nível neutro, o que considera uma posição favorável para avaliar os próximos passos do banco central", afirma a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico.

A pausa do Fed e o anúncio de tarifas por Trump não conseguiram abalar o real. A perspectiva é de aumento da atratividade das operações de carry trade, com as altas contínuas da Selic. Na quarta, o Copom anunciou, como esperado, elevação da taxa Selic em 1 ponto porcentual, para 13,25%, e reforçou a promessa de nova alta de 1 ponto em março, deixando em aberto as decisões a partir de maio.

Para o economista André Perfeito a queda do dólar em janeiro, além do fato de o real ter "perdido muito" em dezembro, é explicada pelos efeitos cumulativos das altas de juros, que começam a fazer efeito. "Está ficando "caro" ficar vendido em reais", afirma Perfeito, em nota.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Rodoviários aprovam oferta dos donos das empresas de ônibus de Porto Alegre

 Motoristas, que também atuam como cobradores, receberão reajuste diferenciado



Os trabalhadores rodoviários aprovaram a proposta do Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa), em assembleia na frente do sede do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de Passageiros de Porto Alegre (STETPOA).

Entre os pontos acordados entre Seopa e STETPOA, está o aumento dos salários dos motoristas, que também atuam como cobradores, correspondente ao INPC acrescido de mais 3%. á para trabalhadores de todas as áreas que compõem a categoria, o aumento inclui o INPC, o incremento de 14,29% no vale-alimentação e a previsão de pagamento de despesas de alimento nas folgas compensatórias.

"Todas estas conquistas foram de extrema importância para o nosso acordo coletivo, uma vez que estamos vivenciando um momento difícil na economia do país. Conseguimos muitos avanços para a nossa categoria”, destacou o vice-presidente do STETPOA, Sandro Abbáde.

Também foi assegurado o pagamento dos salários até o dia 5 de cada mês e a retirada da expressão “Justa Causa” da cláusula 66 da atual redação aplicada anteriormente na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de 2024.

“A renovação das demais cláusulas que garantem a permanência das conquistas anteriores, também foram contempladas, o que define o fim das negociações e a previsão de aplicação dos reajustes nos prazos previstos pela data-base da categoria rodoviária”, afirmou o porta-voz da Seopa, Alceu Machado.

Correio do Povo

Cinco partidos anunciam acordo para formar governo na Bélgica

 Com essa aliança, o bloco dos cinco partidos possui 81 das 150 cadeiras na Câmara



Cinco partidos políticos chegaram a um acordo nesta sexta-feira (31) que permitirá a formação de um novo governo federal na Bélgica, mais de sete meses após as últimas eleições legislativas no país.

O acordo foi firmado em torno do líder conservador Bart De Wever, do partido nacionalista Nova Aliança Flamenga (N-VA), que deverá se tornar o novo primeiro-ministro nos próximos dias.

Na noite desta sexta-feira, De Wever teve uma reunião com o rei Filipe, a quem comunicou formalmente o acordo que possibilitará a formação do novo governo.

Em um comunicado, o palácio real anunciou que o rei recebeu De Wever em audiência, e que, durante o encontro, o líder informou ao monarca "sobre o acordo governamental entre os parceiros da futura coalizão".

De Wever, de 54 anos, havia antecipado que esta sexta-feira era o prazo final para alcançar um acordo e conseguir formar governo.

Após meses de negociações, a N-VA fechou uma aliança com os democratas-cristãos flamengos (CD&V) e os socialistas dessa região do país, Vooruit, além de dois partidos francófonos liberais, o MR e os Engagés.

Os cinco partidos passaram a última semana praticamente em reuniões contínuas para tentar chegar a um acordo antes do fim de semana.

Com essa aliança, o bloco dos cinco partidos possui 81 das 150 cadeiras na Câmara, que foi eleita nas eleições de 9 de junho passado.

Embora a N-VA tenha feito parte da coalizão governamental entre 2014 e 2018, De Wever se tornará o primeiro nacionalista flamengo a assumir o cargo de primeiro-ministro.

Com esse acordo, o juramento de De Wever como novo primeiro-ministro deverá ocorrer já nos primeiros dias da próxima semana.

Dividida entre uma comunidade francófona e uma de língua flamenga (além de uma pequena região de fala alemã), a Bélgica possui um sistema político de extrema complexidade, a tal ponto que, entre 2010 e 2011, o país passou 541 dias sem um governo federal.

AFP e Correio do Povo