Rio Uruguai deve permanecer acima do nível de inundação em municípios do RS

 O nível do Rio Uruguai está em 12,15 metros, e a previsão é de que ele suba para 12,21 metros até amanhã

O nível do rio Uruguai deve continuar acima do nível de inundação nos municípios gaúchos de Uruguaiana, Itaqui e São Borja, segundo boletim do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Em Uruguaiana, a previsão é de aumento no nível das águas, enquanto em Itaqui e São Borja a previsão é de redução.

Em Uruguaiana, o nível do Rio Uruguai está em 12,15 metros, e a previsão é de que ele suba para 12,21 metros até amanhã, permanecendo acima da cota de inundação, de 8,50 metros.

Em Itaqui, o nível das águas deve cair de 12,36 para 12,21 metros, enquanto em São Borja a projeção é de queda de 11,58 para 11,26 metros. Nos dois municípios, a cota de inundação é de 8,30 e de 9,00 metros, respectivamente.

O SGB também previu que o nível do rio Ibicuí, que está acima da cota de alagamento em Manoel Viana e em Itaqui, deve diminuir. Em Manoel Viana, a previsão é que o rio diminua de 11,23 metros para 10,96 metros - ainda acima da cota de inundação, de 9,60 metros. Em Itaqui, as águas estão em 10,64 metros e devem diminuir, mas não há estimativa do SGB para o nível exato. A cota de inundação, neste caso, é de 7,50 metros.


Eestadão Conteúdo e Correio  do Povo

Força-Tarefa da Polícia Civil derruba páginas de “fake news”

 Golpes, fraudes e notícias falsas estão sendo investigados

A Força-Tarefa da Polícia Civil destacada para o combate a fraudes, golpes e difusão de “fake news” já atingiu resultados expressivos desde o início do estado de calamidade pública. Um grupo de delegados e agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) foi designado com o objetivo de reprimir práticas criminosas virtuais que se utilizem da atual situação do Rio Grande do Sul para obter vantagens de qualquer natureza.

Até o momento, 45 casos já foram analisados pelo grupo, dos quais 25 foram concluídos. Outros já contam com inquéritos policiais instaurados e diligências investigativas estão sendo realizadas a fim de responsabilizar os suspeitos.

Dentre os casos analisados, preliminarmente já foi possível a retirada do ar de 15 páginas criminosas, criadas com o fim exclusivo de induzir a erro a população em geral, fazendo crer que estariam doando valores às vítimas da tragédia que atinge o estado quando, em verdade, se tratavam de estelionatos virtuais.

Foi também possível o bloqueio de ao menos cinco contas bancárias, o que impediu um enriquecimento ilícito de cerca de R$3 milhões por parte dos investigados.

Além das fraudes, as “fake news” também são alvo da força-tarefa. Foram identificadas 35 postagens em redes sociais, como “Instagram” e “X”, que disseminavam conteúdo absolutamente falso, fantasioso ou ofensivo, causando desinformação na população e desencorajando que os cidadãos contribuíssem para campanhas de arrecadação de mantimentos e valores.

As postagens, que somavam cerca de 80 milhões de visualizações, foram excluídas das redes por ordem judicial a partir de representação da Autoridade Policial.

Com as ações, a Polícia Civil, através do DEIC, ratifica o compromisso de desenvolver investigações criminais qualificadas, notadamente as que visem tirar proveito, de qualquer espécie, da maior tragédia da história do povo gaúcho, objetivando a máxima responsabilização criminal de todos os envolvidos.


Correio do Povo

Israel bombardeia Gaza e prepara operação terrestre, contra pressão mundial

 Presença militar em Rafah bloqueou ajudar humanitária aos palestinos

População palestina tenta escapar em meio a destruição 

O Exército israelense bombardeou a Faixa de Gaza neste sábado e ordenou à população palestina que se retirasse de mais bairros da cidade de Rafah, em preparação para uma operação militar terrestre que a comunidade internacional está tentando evitar pressionando Israel. A ofensiva em resposta ao ataque islâmico em 7 de outubro deixou até o momento 34.971 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas.

Os bombardeios israelenses atingiram Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, de acordo com testemunhas. O Exército anunciou a morte de "dezenas de terroristas" no leste da cidade.

A ONU alertou que a ajuda humanitária está bloqueada desde que as tropas israelenses entraram no leste de Rafah na segunda-feira e tomaram a passagem da fronteira com o Egito, fechando uma entrada vital a este território ameaçado pela fome.

O norte de Gaza também foi alcançado pelas bombas israelenses e pelo menos 21 pessoas morreram durante a noite no centro de Gaza. Seus corpos foram levados para o Hospital dos Mártires de Al Aqsa, na cidade de Deir al Balah, informou a unidade.

Neste sábado, o Exército israelense pediu a evacuação de outros bairros de Rafah, que ficam a oeste da região que Israel havia ordenado a retirada na segunda-feira, no leste de Gaza.

O porta-voz militar israelense, Avichay Adraee, publicou uma mensagem em árabe na rede social X, na qual afirmava que "atividades terroristas do Hamas" foram observadas nessas áreas "nos últimos dias e semanas".

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, insiste, por sua vez, na necessidade de lançar uma operação em Rafah, onde estão concentrados 1,4 milhão de pessoas, a maioria deslocadas pela guerra, considerando que a região abriga os últimos redutos do Hamas.

Neste sábado, o Exército israelense afirmou que "cerca de 300.000 palestinos" deixaram os bairros no leste de Rafah desde segunda-feira.

"Estamos perdidos e confusos. O que devemos fazer? Para onde devemos ir? Paramos de cobrir a guerra porque nossas famílias e nossa sobrevivência são o mais importante", lamenta a jornalista Wisam Yasin.

As forças israelenses também emitiram ordens de evacuação para Jabaliya e Beit Lahia, no norte da Faixa, onde afirmam que o Hamas "está tentando se reconstruir", e relataram uma "operação importante no distrito de Zeitun, na cidade de Gaza".

Correio do Povo

CBF questiona clubes sobre possibilidade de suspender torneios nacionais

 Internamente entidade busca manter Brasileirão, por dificuldades de datas se agravar em 2025

Gramado do Beira-Rio totalmente coberto por água 

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enviou, na noite de sexta-feira, uma circular a todos os seus membros filiados pedindo um posicionamento sobre a possibilidade de interrupção da disputa dos torneios nacionais em virtude da catástrofe que afeta o Rio Grande do Sul. A atitude também responde a um ofício protocolado pelo ministério do Esporte sugerindo a paralisação dos campeonatos. Tricolor, Colorado e o Juventude já pediram oficialmente a paralisação.

O documento foi encaminhado para os clubes que disputam todas as divisões do Campeonato Brasileiro masculino e feminino e também as 27 federações estaduais. A CBF pede na circular que o posicionamento seja feito em caráter de urgência, no entanto não aponta uma data limite para as respostas.

Na última semana, a maioria dos clubes já havia se manifestado de forma contrária à interrupção. Internamente, a CBF também debateu o tema e encontrou problemas de calendário que inviabilizariam o adiamento dos torneios, que invadiriam 2025, ano em que haverá enormes dificuldades para a distribuição de jogos, uma vez que será disputada a Copa do Mundo de clubes, nos EUA, reunindo Palmeiras, Flamengo e Fluminense, ao menos.

Por enquanto, apenas os jogos dos times gaúchos foram adiados, tanto nos torneios nacionais, como nos continentais, caso das Copas Libertadores e Sul-Americana, que são disputadas por Grêmio e Inter, respectivamente. Clubes e entidades articulam para que as equipes do Estado sejam realocadas em outras regiões do País para que possam nas próximas semanas retomar suas atividades e participação nos torneios. Os estádios e centros de treinamento da dupla Gre-Nal foram inundados.
De acordo com os números mais recentes divulgados pela Defesa Civil, cerca de 2 milhões de pessoas foram afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, em 444 dos 497 municípios do Estado gaúcho O número de mortes chegou a 136. Há, aproximadamente, 340 mil pessoas desalojadas e outras 71 mil em abrigos.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Durante a pandemia Bolsonaro foi chamado de genocida

 

Temer diz que Lula não tem “vontade política” para pacificar o país: “faltou ação”

 

Diretor geral da ANTT pede desculpas a governador do RS por multas em caminhões

 

Corredor humanitário é liberado para passagem de veículos emergenciais

 Acesso foi providenciado para o atendimento de emergência e abastecimento da cidade


Foi liberado, por volta das 18h desta sexta-feira, o corredor humanitário, para uso exclusivo de caminhões com suprimento, veículos oficiais em serviço e ambulâncias.



O corredor fica na Avenida Castelo Branco e o Túnel da Conceição, na Região Central da cidade, próximo à Estação Rodoviária, que está alagada.

A travessia provisória começou a ser feita pela Prefeitura na quarta-feira, 8, com a colocação de pedras rachão em 300 metros de extensão, criando uma pista única operando um sentido por vez. O acesso também irá desafogar a RS-118.

A passarela que atravessa a Avenida Conceição precisou ser demolida para que os caminhões pudessem passar. O prefeito Sebastião Melo explicou que ela era baixa e não permitia a passagem de caminhões.

Correio do Povo

Final de semana de chuva desanima quem perdeu tudo nas enchentes

 13,2 mil pessoas passarão o Dia das Mães em abrigos temporários na Capital

Alba Abreu, 37 anos, e a filha Alice Abreu, de 2 anos, estão em abrigo temporário no Menino Deus, após perderem tudo na Vila Farrapos. 

Sirley Carvalho, 62 anos, é uma das porto-alegrenses acolhidas em um dos 160 abrigos temporários da Capital. Ela é mãe de cinco filhos e avó de oito netos. Mas neste Dia das Mães, não vai poder receber a visita da maioria dos filhos, nem encontrá-los. Apenas um dos filhos está com ela no mesmo abrigo. A família perdeu tudo na enchente que atingiu as Ilhas do Lago Guaíba na semana passada. Além disso, durante o resgate, foram obrigados pelas circunstâncias a se separarem. Sirley foi para o abrigo do Centro Estadual de Treinamento Esportivo (CETE), no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, e quatro filhos se refugiaram em casas de conhecidos em Viamão.

Apesar das águas seguirem baixando – o Guaíba atingiu 4,66m às 22h15 desta sexta, – a virada no tempo agrava a preocupação. Há previsões de que a sequência chuvosa cause um repique com novos prejuízos e maior demora no retorno ao lar.

“Dos meus filhos eu demorei para ficar sabendo, porque eles ficaram em cima de uma laje. Eu cheguei aqui (no abrigo) e no outro dia me deu uma crise porque eu não sabia nada deles. Eu não tinha como fazer contato. Aí veio uma moça que me socorreu e eu falei para ela ‘estou desesperada porque não sei nada dos meus filhos e meus netos’, contou Sirley.

Dois dias depois, uma voluntária do abrigo conseguiu contatar uma das filhas de Sirley e, assim, ela teve notícias da família, que está segura em Viamão, após muitas dificuldades para obter resgate.

A casa de Sirley, que tinha chão de cimento e paredes de madeira, revestidas com PVC, foi submersa pela água. O olhar carregado é de quem viveu na pele e tem gravadas na memória as imagens de um trauma pessoal e coletivo. Essa é a situação da maioria dos 13.024 refugiados climáticos da Capital, que vão passar o Dia das Mães nos 160 abrigos temporários da cidade.

Da mesma forma, Alba Abreu, 37 anos, perdeu tudo na enchente que atingiu a Vila Farrapos. Ela é mãe de uma menina de 2 anos e de outra de 19, que estão com ela, o marido e a sogra, há uma semana no mesmo abrigo, no Menino Deus. No espaço do Centro Estadual de Treinamento Esportivo (CETE), há muitas roupas e mantimentos doados, banheiros bons e um grande espaço ao ar livre, mas evidentemente o sentimento dos abrigados é de preocupação.

Segundo a abrigada Sirley Carvalho, a prefeitura informou que somente daqui a um mês será possível ter um panorama de qual solução de moradia será oferecida aos desabrigados pelas chuvas. “A experiência no abrigo está mais ou menos. Vou ver até segunda, de repente até segunda não sei se vou aguentar, porque é difícil, eu já tenho uma certa idade. Aqui não tem um espaço que eu saiba que é meu, fica todo mundo junto lá dentro. Sinto falta das minhas coisas e da minha rotina”, disse Carvalho sobre a experiência no abrigo.

“Acolhida eu estou, mas a gente está preocupado. A gente quer ter um lugar, uma casa. E a gente não pretende ficar o tempo todo aqui”, explicou Abreu.

Enquanto isso, mais um final de semana com previsão de chuva, em especial com o domingo de Dia das Mães, fragiliza a esperança dos desabrigados. Conforme relatam voluntários do CETE, os dias de sol fazem a diferença na disposição das pessoas nos abrigos.

Com o Estado e a Capital colapsados, tanto a Prefeitura como o Governo do Estado ainda não anunciaram qual é o plano para garantir novas moradias à população desabrigada. As primeiras iniciativas devem ser anunciadas nas próximas semanas.

Correeio do Povo

8 em cada 10 bares e restaurantes gaúchos atingidos pelas enchentes não possuem seguro para os danos causados

 Empresários pedem ajuda do governo para pagar salários, auxiliar funcionários que perderam suas casas e reconstruir o que foi destruído

Mesmo em áreas não alagadas, alguns comerciantes optaram por fechar as portas e ampliar as proteções junto aos prédios 

O Rio Grande do Sul está enfrentando a pior tragédia climática da sua história e aos poucos, busca entender a dimensão dos impactos da enchente nos 435 municípios afetados. Diferentes setores econômicos foram comprometidos e os muitos trabalhadores que representam estes segmentos perderam suas casas. A pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) ouviu 409 pessoas, revelando que 80% não têm seguro para arcar com a destruição e 82% afirmam que precisam de ajuda financeira, seja para arcar com os salários de sua equipe, assim como dar suporte para quem teve problemas no local onde mora e para reconstruir o que restou dos locais. O levantamento aponta que 18% tiveram perda parcial dos estabelecimentos e 7% houve perda total. Entre as necessidades em destaque, 15% pedem apoio psicológico para equipe.

"As grandes dificuldades do setor são com a equipe, estamos tentando ajudar quem perdeu tudo ou quem foi atingido de alguma forma. Por isso quitar salários é muito importante, para que as pessoas tenham mais possibilidade nessa hora", destaca João Melo, presidente da Abrasel no RS. "O setor não tem muitas alternativas para esse momento, a não ser pegar empréstimo. Estamos aguardando uma solução do governo, como auxílio emergencial, alguma medida que possa ajudar".

As medidas solicitadas pelos empresários ouvidos na pesquisa são a suspensão de impostos (86%), linhas de crédito (75%), programas de auxílio do governo (65%) e apoio na reestruturação do local (23%). João Melo sublinha que o principal problema é a falta de capital de giro e aponta caminhos que englobam o segmento como um todo.

"A forma correta é o governo liberar uma linha de crédito com garantia dele mesmo, a fundo perdido e sem chance de recuperação, para as empresas aplicarem no que é fundamental. A desoneração da folha pode auxiliar também, precisamos de ações que contemplem a cadeia em todas as pontas, desde o empresário que precisa de crédito facilitado até auxílio emergencial que atenda os funcionários".

Até o momento, os reflexos das enchentes deixaram 66% das empresas com falta de água e 35% sem energia elétrica. Além da parcela que teve dano patrimonial ou interrupção nos serviços básicos, 74% indicaram dificuldades para conseguir suprimentos como alimentos e bebidas.

Por conta disso, 39% manterão seus estabelecimentos fechados até normalizar a situação - o que ainda não há previsão de ocorrer - e 18% darão férias coletivas. Para quem pretende abrir, 12% vão operar apenas por delivery e 4% pretende trabalhar em local alternativo. No Dia das Mães, uma das datas mais importantes para o setor, 34% não pretendem abrir, outros 28% dizem que ainda não é possível saber e 38% preveem a abertura no domingo (12).

Dados da pesquisa
- 80% dos estabelecimentos afirmam não possuir seguro para cobrir os danos causados por enchentes, apenas 20% apontam que possuem

- 82% dos estabelecimentos afirmam precisar de ajuda financeira nesse momento, 17% demandam a reparação de danos estruturais, 15% o apoio psicológico a equipe e 13% um suporte jurídico ou consultivo

- 74% indicaram dificuldades para conseguir suprimentos, como alimentos e bebidas. 66% das empresas entrevistadas enfrentam a falta de água potável e 35% estão sem energia elétrica. 18% dos empreendedores entrevistados apontaram perda parcial do seu estabelecimento e 7% perda total devido ao alagamento dentro do seu espaço

- 86% dos entrevistados afirmam que a suspensão de impostos nesse momento ajudaria a manter o seu negócio operacional. Em seguida, outros 75% apontam linhas de crédito como ajuda nesse momento, 65% programas de auxílio do governo e 23% o apoio na reestruturação do local

- 38% pretendem se manter fechados até normalizar a situação, 12% vão operar apenas por delivery, 18% vão dar férias coletivas a equipe e 4% pretendem operar em local alternativo. 27% pretendem funcionar normalmente se possível

- 34% não pretendem abrir o estabelecimento no Dia das Mães. Outros 28% dizem que ainda não é possível afirmar e 38% preveem a abertura na data. 

Correio do Povo