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Câmara ainda tem questões pendentes, antes de recesso parlamentar


Com apenas dois dias de trabalho pela frente, a Câmara dos Deputados entra em recesso a partir de quarta-feira (23) e ainda tem questões decisivas a definir. Na segunda-feira (21), líderes partidários se reúnem com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para traçar quais e quando serão tomados os próximos passos para o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Na última semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) invalidou praticamente todo o rito adotado em relação ao caso, ao anular a eleição da chapa avulsa formada por deputados de oposição ao governo para compor a comissão especial do impeachment. A Corte decidiu que esta eleição tem que ser por voto aberto e com nomes indicados pelos líderes de todos os partidos representados na Câmara.
A tendência é que Cunha determine, em acordo com as legendas, o dia para que estas novas listas sejam apresentadas. Os nomes ainda precisam ser submetidos à votação em plenário. A Câmara tem ainda a sessão na terça-feira, mas os parlamentares não acreditam que a apreciação destes nomes ocorra ainda em 2015.
O mesmo impasse vive a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que também marcou reunião para a véspera do recesso. Nas mãos do colegiado está o recurso apresentado pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS), aliado de Eduardo Cunha, que pede a anulação da sessão do Conselho de Ética que aprovou o parecer pela continuidade das investigações sobre o presidente da Casa.
Elmar Nascimento (DEM-BA), escolhido como relator do processo contra Cunha, deve ganhar mais tempo para concluir ou ajustar o parecer sobre o caso. Isto porque, mesmo que consiga apresentar o relatório na terça, os deputados que participam da decisão podem pedir vistas para analisar o texto com mais calma e levar a decisão para 2016.
O argumento de Marun é o mesmo sustentado pelos advogados de Cunha: eles questionam a decisão do Conselho, anunciada há 4 dias, de negar pedido de vista do deputado Genecias Noronha (SD-CE). Se fosse aceito, o pedido poderia adiar, pela oitava vez, a votação do relatório.
Cunha foi notificado, no último dia 17, sobre o prosseguimento das investigações e tem dez dias, contados a partir de ontem (18), para apresentar uma defesa, por escrito, e tentar provar sua inocência. O representado ainda pode indicar oito pessoas para testemunhar a seu favor. Cunha é acusado de receber propina para viabilizar negócios da Petrobras, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e por ter prestado falso testemunho, em depoimento à CPI da Petrobras, ao negar que mantém contas no exterior.











Longe de partidos, ação de estudantes marca novo modo de fazer política


São Paulo - Depois do pronunciamento do governador Alckmin, alunos se reúnem na Escola Estadual Caetano de Campos para discutir se desocupam as escolas (Rovena Rosa/Agência Brasil)
São Paulo - Alunos se reúnem na Escola Estadual Caetano de Campos e discutem desocupação das escolas Rovena Rosa/Arquivo Agência Brasil
O movimento dos estudantes secundaristas do estado de São Paulo e de Goiás, que ocuparam escolas para pressionar o Poder Público a ceder às suas reivindicações, é resultado de uma nova forma de fazer política, iniciada nas grandes manifestações de 2013. Na avaliação do filósofo e professor de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (USP), Pablo Ortellado, essas iniciativas são marcadas pelo distanciamento aos partidos políticos e às entidades representativas de classe.
“Eu acho que faz parte de uma nova maneira de se relacionar com a política, que rompe com aquela maneira da geração anterior, dos movimentos sociais dos anos 70, 80, que se institucionalizaram, juntaram-se com partido político e tentaram conquistar o poder político. Essa nova geração busca se desvincilhar do poder político e reivindicar direitos sociais por meio da pressão externa ao sistema político”, analisa o professor, autor do livro Vinte Centavos: A Luta Contra o Aumento, que analisou as manifestações de 2013.
As ocupações, iniciadas na Escola Estadual Diadema, na região do ABC Paulista, na noite do dia 9 de novembro, tinham o intuito de combater a proposta de reorganização escolar, proposta pelo governo paulista. A ação, no entanto, extrapolou a intenção inicial: alcançou cerca de 200 escolas, levantou a discussão sobre a qualidade do ensino nas escolas públicas, derrubou o então secretário de educação do estado, Herman Jacobus Cornelis Voorwald, e fez com que o governador, Geraldo Alckmin, revogasse o decreto que instituía a reorganização escolar em todo o estado de São Paulo. Em Goiás, chega a 19 o número de escolas ocupadas.
Os estudantes assumiram o controle das escolas ocupadas, organizaram-se em grupos (de segurança, de limpeza, de atendimento à imprensa, de alimentação, de alojamento) e passaram a deliberar as ações do grupo por meio de assembleias. O Comando das Escolas em Luta reúne o conjunto dos alunos que fazem parte do movimento e articula a ação do grupo.
“A geração anterior fundou um partido político, que é o Partido dos Trabalhadores, e atuou por meio das instituições. Essa outra experiência já foi tentada. Estamos sendo governados por um partido que foi fundado dessa maneira e chegou, mais ou menos, ao seu limite de experiência histórica. E agora, a gente tem uma nova geração, que está tentando um novo caminho, de se organizar, de fazer pressão, fora do sistema político”, ressalta Ortellado.
São Paulo - Estudantes bloqueiam, com cadeiras e cartazes, um dos sentidos da Avenida Brigadeiro Faria Lima, em protesto contra a reorganização escolar no estado de São Paulo (Rovena Rosa/Agência Brasil)
São Paulo - Estudantes bloqueiam, com cadeiras e cartazes, um dos sentidos da Avenida Brigadeiro Faria Lima, em protesto contra a reorganização escolar no estado de São Paulo Rovena Rosa/Arquivo Agência Brasil
Nas últimas notas divulgadas pelo comando por meio de redes sociais, é clara a opção pela independência aos sindicatos e às entidades que tradicionalmente representam os alunos.
“Ocupamos mais de 200 escolas, boicotamos o Saresp [Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de SP], e trancamos muitas vias importantes de diferentes pontos do estado de São Paulo em uma semana, mostrando que nós, secundaristas, não só sabemos nos organizar, mas que temos muita força para além das entidades burocráticas que ele [o governo] está acostumado a dialogar. Tendo isso em vista, só conseguiremos avanços para a educação, e para além dela, se nos organizarmos de forma independente”. 
De acordo com o Ortellado, as manifestações dos estudantes podem revigorar o sistema político atual, pouco sensível às reivindicações populares. “Temos agora uma nova geração de políticos que são mais burocráticos, que têm demonstrado muito pouca sensibilidade para as demandas da população. Demandas que terminam por explodir e criar verdadeiras crises nacionais. Foi isso o que a gente viu no caso das escolas, foi o que a gente viu em 2013”, destaca o professor.



Jardim Botânico do Rio restaura e expõe obras de Mestre Valentim


Eco e Narciso
Primeiras esculturas fundidas no Brasil, as peças das figuras mitológicas gregas Eco (à frente) e Narciso passaram por um minucioso processo de restauração, promovido pelo Jardim Botânico Vitor Abdala/Agência Brasil
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro inaugurou hoje (19) um espaço permanente de exposição de quatro esculturas do século XVIII do Mestre Valentim. As esculturas das figuras mitológicas gregas Eco e Narciso, além das Aves Pernaltas, passaram por um minucioso processo de restauração, promovido pelo Jardim Botânico.
As quatro peças foram feitas inicialmente para ficarem expostas no Passeio Público, no centro da cidade. Depois de passarem por alguns locais, acabaram sendo doadas ao Jardim Botânico no início do século passado. No entanto, por estarem expostas às ações do tempo e da umidade, ficaram muito deterioradas.
De acordo com o diretor do Museu do Meio Ambiente do Jardim Botânico, José Nascimento Júnior, Narciso e Eco, de 1785, são consideradas as primeiras esculturas fundidas no Brasil. “Como o Brasil era colônia, para se fundir qualquer coisa tinha que pedir para a matriz, que era Portugal. Elas foram fundidas na Casa do Trem, que hoje é o Museu Histórico Nacional. Isso é fundamental para a história da arte no Brasil, até porque lá [na Casa do Trem] só se fundiam armas. Então, esse aspecto simbólico é importante: saímos da guerra para a arte”, disse.
As peças também são uma cápsula do tempo, já que, segundo a presidenta do Jardim Botânico, Samyra Crespo, as esculturas são recheadas com areia das praias cariocas. “As areias que estão ali, são as areias das praias do Rio de Janeiro da época da colônia”, destacou.
Valentim da Fonseca e Silva, o Mestre Valentim, nasceu em Serro (MG), em 1745, filho de fidalgo português com uma escrava. Foi contemporâneo de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, a quem é comparado por suas esculturas barrocas de cunho religioso.
A diferença de Valentim para Aleijadinho é que o primeiro também fez obras civis, como o Passeio Público, primeiro jardim de lazer carioca que existe até hoje, e instalações de saneamento e abastecimento de água.
O espaço do Jardim Botânico, chamado de Ateliê Mestre Valentim, é aberto a visitação pública e tem entrada gratuita. Além das quatro esculturas, o espaço mapeia a localização das principais obras de Valentim que estão expostas no Rio de Janeiro.



Mais de 6 mil pessoas visitaram o Museu do Amanhã, em cerca de quatro horas


Rio de Janeiro - Museu do Amanhã, na Praça Mauá. Dedicado à ciência, o público poderá ter experiências modernas com instalações interativas, imaginando os próximos 50 anos (Cristina Índio do Brasil/Agência Brasil)
Rio de Janeiro - Museu do Amanhã, na Praça Mauá. Dedicado à ciência, o público pode ter experiências modernas com instalações interativas, imaginando os próximos 50 anos Cristina Índio do Brasil/Agência Brasil
Mais de 6 mil pessoas visitaram hoje (19) o Museu do Amanhã, entre as 10h e as 14h30. O museu, que é um dos símbolos da revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro, havia sido inaugurado na última quinta-feira (17), mas só foi aberto ao público na manhã deste sábado.
Apesar do sol forte, desde cedo, filas se formaram para entrar no espaço cultural, localizado no Píer Mauá. De acordo com o presidente do Museu do Amanhã, Ricardo Piquet, o público superou as expectativas da organização. Como o museu ficará aberto até as 20h de domingo, estima-se que 20 mil pessoas devem passar pelo local neste final de semana.
Piquet explica que uma das grandes atrações do museu é o próprio prédio, que lembra um imenso veleiro, "ancorado" em frente à Baía de Guanabara. O edifício foi projeto pelo escritório de Santiago Calatrava, premiado arquiteto suíço-espanhol responsável por obras como o Estádio Olímpico de Atenas, usado nos Jogos de 2004.
Além de exibições temporárias, o museu tem uma exposição permanente, no segundo piso, com instalações multimídia sobre o universo, o planeta Terra e a humanidade. A ideia é levar o público a refletir sobre o passado e o futuro do ser-humano.
“É um museu de ciência que trata da sustentabilidade do planeta e que propõe uma reflexão sobre o futuro da humanidade. Tomara que as pessoas entrem aqui e saiam com algumas respostas. Mas que elas saiam muito mais com perguntas, para entender melhor de onde nós viemos e para onde nós vamos”, disse Piquet.