O Departamento de Justiça dos Estados Unidos começou nesta sexta-feira (19) a divulgar os registros da investigação envolvendo o financista Jeffrey Epstein, condenado por crimes sexuais e morto na prisão em 2019. A expectativa é que os documentos revelem possíveis conexões de Epstein com executivos, celebridades e políticos, incluindo o presidente Donald Trump.
Publicação parcial e censura
Segundo o vice-procurador-geral Todd Blanche, os arquivos serão divulgados de forma parcialmente censurada para proteger as vítimas. Ele destacou que não há novas acusações previstas, embora as investigações sigam em andamento.
“Por enquanto, não há novas acusações, mas estamos investigando”, afirmou em entrevista à Fox.
Histórico de Epstein
Epstein, ligado à elite nova-iorquina, foi condenado em 2008 por aliciar menores para prostituição. Em 2019, foi encontrado enforcado em sua cela, antes de enfrentar novo julgamento. Sua morte alimentou teorias da conspiração sobre possível assassinato para proteger figuras influentes.
Pressão política e lei aprovada
Trump, que foi próximo de Epstein nos anos 1990, tentou evitar a publicação dos documentos, apesar de ter prometido transparência durante a campanha de 2024. Pressionado pelo Congresso e por membros do próprio Partido Republicano, promulgou em 19 de novembro uma lei obrigando a divulgação dos materiais em até 30 dias, prazo que se encerrou nesta sexta-feira.
Blanche afirmou que os documentos incluirão “fotografias e outros materiais associados às investigações” e que novas remessas devem ser publicadas nas próximas semanas.
Acusações de encobrimento
O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, criticou a publicação parcial:
“As pessoas querem a verdade e continuam exigindo a divulgação imediata de todos os arquivos de Epstein. Isso não passa de um encobrimento para proteger Donald Trump de seu passado obscuro.”
Figuras envolvidas
Os documentos e imagens já divulgados podem constranger personalidades dos negócios, da política e do entretenimento. Entre elas:
Donald Trump, que nega qualquer envolvimento com os crimes de Epstein e afirma ter se afastado dele nos anos 2000.
Bill Clinton, ex-presidente democrata.
Empresários como Bill Gates e Richard Branson.
O cineasta Woody Allen.
O intelectual Noam Chomsky, fotografado em conversa com Epstein a bordo de seu jato particular.
A divulgação dos arquivos promete manter o caso em evidência, reacendendo debates sobre as conexões de Epstein e o impacto político das revelações.

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