Enchentes no Texas: mortos somam 111 e há mais de 170 desaparecidos

 Somente no condado de Kerr, 161 pessoas são procuradas por socorristas

Roupas de participantes de acampamento ficaram para trás | Foto: Ronaldo Schemidt / AFP


As enchentes que atingiram diversos condados no Texas, nos Estados Unidos, deixaram 111 pessoas mortas, segundo informações desta quarta-feira da rede de notícias norte-americana CNN. As autoridades estimam que ainda há mais de 170 desaparecidos por conta das inundações.

Somente no condado de Kerr, há 161 pessoas que estão sendo procuradas por socorristas. A localidade foi uma das mais atingidas pelas inundações, principalmente em razão do que aconteceu no Camp Mystic, onde havia 750 meninas no acampamento. Dias depois das primeiras notícias da enchente, a administração do local confirmou a morte de 27 pessoas, entre crianças e monitores.

Trabalho difícil

Ben Baker, membro da guarda florestal do Texas, explicou que os trabalhos de busca e resgate com helicópteros, drones e cães foram extremamente difíceis devido à água e à lama: “Quando tentamos resgatar os corpos, essas grandes pilhas (de escombros) podem ser muito obstrutivas, e adentrá-las é muito perigoso.”

Na localidade de Hunt, epicentro do desastre, uma equipe da AFP viu socorristas em helicópteros revistando montanhas de escombros.

Javier Torres, 24 anos, cavava a lama em busca do corpo de sua avó, depois de ter localizado os restos mortais de seu avô. Ele também encontrou os corpos de duas crianças, aparentemente arrastadas pelo rio.Autoridades alertaram para novas tempestades na região, que poderiam afetar as buscas, embora Baker tenha afirmado que elas “não impedirão" os esforços.

O presidente Donald Trump anunciou em reunião de gabinete que viajará ao Texas na próxima sexta-feira. Ele atribuiu sua ajuda nos trabalhos de resgate aos fortes laços com o governador Greg Abbott.

Alertas e respostas

Em meio à tragédia, aumentam os questionamentos envolvendo os cortes de verbas do governo Trump, que podem ter contribuído para o enfraquecimento dos sistemas de alerta e do gerenciamento da operação de resgate.

Em coletiva de imprensa, Baker evitou uma pergunta sobre a velocidade da resposta à emergência: "Neste momento, esta equipe está concentrada em trazer as pessoas para casa.”

Shel Winkley, especialista em meteorologia do grupo de pesquisa Climate Central, atribuiu a dimensão do desastre à geografia, aos resquícios da tempestade tropical Beryl e a uma seca excepcional, motivo pelo qual o solo absorve menos água da chuva.

“Essa parte do Texas, ao menos na enchente no condado de Kerr, experimentava uma seca extrema ou excepcional. Essas são as piores condições de seca que se pode ter”, explicou.

O diretor de comunicação da organização, Tom Di Liberto, afirmou que a falta de funcionários no Serviço Meteorológico Nacional contribuiu para o desastre.

"O que acontece não apenas no Texas, mas também nos escritórios de previsão do tempo em todo o país, é que as pessoas com mais experiência em lidar com esses eventos extremos, e também em comunicá-los, foram embora de vários lugares, de forma que não é possível, necessariamente, substituir essa experiência", ressaltou.

Correio do Povo

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