Axolote ou “monstro aquático”: conheça o anfíbio que foi apreendido em restaurante de Porto Alegre

 Salamandra aquática originária do México tem comercialização proibida no Brasil

O axolote é um anfíbio exótico originário do México, classificado como criticamente ameaçado de extinção | Foto: Sema / CP


Uma operação da Polícia Civil e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente apreendeu em um restaurante da zona sul de Porto Alegre 74 axolotes (Ambystoma mexicanum) mantidos em quatro aquários. O axolote (Ambystoma mexicanum) é uma salamandra aquática originária do México e que está ameaçado de extinção. Na fase adulta, um axolote tem cerca de 25cm de comprimento.

Também conhecido como “monstro aquático”, o animal é conhecido por sua capacidade de regenerar a medula espinhal, coração e membros, além de produzirem novos neurônios com facilidade. A espécie desperta interesse de pesquisadores em função de sua capacidade de regeneração.

Mesmo vivendo toda sua vida em ambiente aquático, o axolote não é um peixe, mas um anfíbio, ou seja, da mesma classe dos sapos e pererecas. Isso se explica pois a espécie não passa por processo de metamorfose comum em outros anfíbios, que desenvolvem pulmões e pernas para andar pela superfície.

A população de axolotes está em queda nos últimos anos. Uma pesquisa da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) aponta que, em menos de duas décadas, a população reduziu de seis mil habitantes por quilômetro quadrado para 36 por quilômetro quadrado. Em laboratório, pesquisadores da Unam criaram as condições para que os animais possa se reproduzir.

Espécie ameaçada de extinção

O axolote é classificado como criticamente ameaçado de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e incluído no Anexo II da Convenção CITES (Comércio Internacional das Espécies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção).

Os poucos indivíduos que vivem em habitat natural, considerados axolotes “selvagens” podem ser localizados no lago Xochimilco, na Cidade do México. Entre as principais ameaças à espécie estão a poluição dos lagos, introdução de outras espécies e a captura para o comércio ilegal, como animal de estimação ou mesmo para uso na gastronomia.

Comercialização é proibida no Brasil

A comercialização de axolotes é proibida no Brasil. A compra e a venda configuram crime ambiental sujeito a multa que pode chegar a R$ 5 mil por animal apreendido. Nos últimos anos, a venda ilegal preocupa o Ibama.

A preocupação é em relação ao impacto ao ecossistema. É comum que pessoas adquiram espécies de animais para criar em casa e acabem descartando os animais no ambiente quando eles adquirem um tamanho maior.

Se introduzido no ecossistema brasileiro, os animais podem competir com outras espécies nativas locais por recursos. Em caso extremo, podem levar ao desaparecimento de outras espécies nativas

Reprodução

O período de acasalamento em habitat natural vai de dezembro a junho. O macho liberta pequenas bolsas de espermatozóides e atrai a fêmea até ao local. A fêmea recolhe parte das bolsas através da cloaca. Os ovos são fertilizados internamente e ficam grudados à vegetação devido ao seu revestimento gelatinoso.

Correio do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário