Deputados federais gaúchos debatem tarifaço dos EUA sobre o Brasil

 Tá na Mesa desta quarta-feira teve como foco as políticas de comércio exterior

| Foto: Sérgio Gonzalez / Divulgação / CP


O Tá na Mesa desta quarta-feira reuniu cinco deputados federais para discutir a situação da política brasileira. No evento, Alexandre Lindenmeyer (PT), Luciano Zucco (PL), Marcel Van Hattem (Novo), Mauricio Marcon (Podemos) e Ronaldo Nogueira (Republicanos) debateram sobre o papel do governo federal ante as taxas impostas pelos Estados Unidos, o limite do Judiciário e a antecipação da disputa eleitoral de 2026.

Único nome alinhado ao governo federal, Lindenmayer disse que a taxa imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de 50% aos produtos brasileiros, é uma medida que interessa somente ao país norte-americano e, não, deve ser uma preocupação com a democracia do Brasil. "O presidente (Trump) fala: 'América em primeiro lugar', e não é a América do Sul, é a deles", afirmou.

Defendendo ainda que o Brasil está seguindo um bom rumo, com menores taxas de desempregocrescimento do PIB e investimentos "há muito tempo não vistos".

Zucco, em compensação, criticou o governo federal por colocar a "ideologia acima do Brasil". O deputado anunciou que deve embarcar junto de outros colegas para conversar com o governo norte-americano. "Outros 20 países foram taxados no mesmo dia que o Brasil, mais 10 no dia seguinte. Qual foi a atitude desses países? Dialogar", afirmou.

Além disso, o deputado federal do PL também vestiu o tom eleitoral. Tanto ao cumprimentar Van Hattem o chamando de "senador" – posto pelo qual o deputado federal do Novo deve se candidatar –, quanto no seu discurso, ao formalmente se apresentar candidato como pré-candidato ao Palácio Piratini.

Para Van Hattem, as medidas impostas por Trump são reflexo das relações do governo brasileiro com outros países, como os Brics (Rússia, Índia e China), além do Irã e Venezuela, e de atitudes "autoritárias" do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). "Vemos as duas instituições da República, o Poder Executivo e o Poder Judiciário, desafiando a soberania de outros países e achando que não teria consequência", criticou.

Já Marcon focou seu discurso em críticas ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, e ao governo federal. Segundo o deputado, o parlamento vem sendo cerceado e a situação fiscal do Brasil, principalmente depois do que ele chamou de 'embargo' dos EUA, em função das taxas, está cada vez mais crítica. "E temos algo pior que se avizinha: a OTAN ameaçando o Brasil por nós, indiretamente, estarmos financiando o desastre na Ucrânia por comprarmos combustível sancionado", alertou.

Enquanto isso, Nogueira afirmou que a disputa entre os países não pode se resumir em um interesse pessoal "de quem quer que seja". "O presidente dos Estados Unidos precisa saber que o Brasil é um país estratégico, importante, parceiro dos EUA por décadas. A Otan precisa saber", disse. Segundo ele, a política externa que o Brasil vem adotando "é um desastre", motivando embates ideológicos que, no final, "quem paga a conta é o povo".

Se distanciando um pouco do discurso nacional e voltando as atenções para a situação do Rio Grande do Sul, o deputado elencou também que o Estado passa por uma crise fiscal, problemas de infraestrutura e estruturantes e, para resolvê-los, era necessário intensificar o diálogo.

Correio do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário