STF invalida lei de Porto Alegre que proíbe linguagem neutra em escolas

 Legislação foi sancionada em junho de 2022 na Capital gaúcha

STF invalida lei que proíbe linguagem neutra em escolas de Porto Alegre | Foto: Pedro Piegas / CP Memória


O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucionais leis dos municípios de Porto Alegre (RS), Muriaé (MG) e São Gonçalo (RJ) que proibiam o ensino da chamada linguagem neutra em escolas públicas e privadas e previam sanções a estabelecimentos e a profissionais de educação em caso de descumprimento das normas.

A decisão foi tomada no julgamento das Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs) 1158, 1162 e 1164, na sessão virtual encerrada no último dia 24. As ações foram propostas pela Aliança Nacional LGBTI+ e pela Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (Abrafh).

O relator das ações, ministro André Mendonça, destacou que há sucessivos julgados no STF no sentido de que estados e municípios devem observar as normas gerais editadas pela União, em especial a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/1996) e as disposições da Base Nacional Comum Curricular.

Quando lei foi aprovada e sancionada em Porto Alegre

Câmara de Porto Alegre aprovou em maio de 2022 o projeto de lei que garantia aos estudantes do município “o direito ao aprendizado da língua portuguesa de acordo com as normas e orientações legais de ensino”. O texto vetava, com isso, o emprego da chamada linguagem neutra, sem uma definição de gênero. Foram 20 votos a favor e 11 contra.

De acordo com a justificativa dos vereadores na época, “a dita linguagem neutra” propõe que troquemos a vogal marcada, substituindo, por exemplo, os alunos e as alunas por “artimanhas linguísticas” como xs alunxs ou @s alun@s”.

Os parlamentares disseram ser equivocado pensar que a utilização do masculino genérico – por exemplo, os alunos, para descrever uma sala com meninos e meninas – seja uma característica sexista da sociedade.

Um mês depois, em junho de 2022, o projeto foi sancionado pelo prefeito Sebastião Melo (MDB).

Correio do Povo

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