Primeiros aposentados em busca de informações chegaram ao local cerca de uma hora e meia antes da abertura
O movimento na agência central dos Correios em Porto Alegre, na rua Siqueira Campos, no Centro Histórico, foi o dobro do habitual no começo da tarde desta sexta-feira, segundo o superintendente estadual do órgão no Rio Grande do Sul, Christian Eduardo Silva Santos. A partir de hoje, todas as agências dos Correios (a relação delas pode ser consultada neste link) passam a permitir a consulta, contestação e análise para aposentados e pensionistas do INSS que tiveram descontos indevidos em seus benefícios.
O sistema do órgão chegou a apresentar instabilidade devido à sobrecarga no começo da manhã, mas o problema foi resolvido por volta das 11h. “Nos colocamos à disposição para atender estas pessoas que têm uma certa dificuldade em relação aos canais digitais. É importante ter um canal presencial para que elas possam fazer esta verificação”, disse Santos, reforçando que não é necessário o corre-corre às agências, já que não há prazo para termina o convênio entre o INSS e os Correios que disponibiliza estes atendimentos.
“Claro que, nos primeiros dias, é normal uma maior procura, porém nosso pessoal está preparado e recebeu treinamento exclusivo para melhor atender estes beneficiários”. Inclusive, segundo o superintendente, os Correios já realizam alguns serviços específicos do INSS. No Brasil, há mais de 5 mil agências aptas, enquanto no RS, são 503 nos 497 municípios. Para ser atendido em relação às fraudes, é preciso, na agência, retirar uma senha especial, geralmente já disponível habitualmente para idosos.
No caso da agência central, há um local específico para onde são direcionadas as possíveis vítimas das fraudes. Por volta das 7h45min, mais de uma hora antes da abertura do espaço, às 9h, e em um dos dias mais frios do ano em Porto Alegre, três pessoas formavam uma minúscula fila no lado de fora. O aposentado João Manoel dos Santos, morador do Passo d’Areia, chegou primeiro.
Ele contou ter verificado que o desconto em sua aposentadoria, superior a um salário-mínimo, era maior do que R$ 300, e que ocorria desde 2019. Também afirmou ter embarcado no ônibus às 6h para ir à agência e buscar resolver a situação. “Costumo ouvir que a vida vai melhorar, mas será que vai mesmo? Está muito complicado, mas acredito que ainda exista esperança”, salientou Santos, que, no dia anterior, foi ao próprio INSS buscar um extrato de sua aposentadoria, para provar o descontos fraudulentos.
Já Eliane de Jesus, moradora do Partenon, relatou que recebe cerca de um salário-mínimo e meio, e que fez um empréstimo, porém os descontos continuaram acontecendo, mesmo com a quitação da dívida. “Passei a desconfiar de alguma coisa. Cheguei a ligar e vir na agência em outra data para verificar, e agora estou aqui. Soube pelo rádio que os Correios estariam atendendo a partir de hoje”, disse ela.
Correio do Povo
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