sexta-feira, 16 de maio de 2025

Quem é Ednaldo Rodrigues, afastado da presidência da CBF pela Justiça

 Por suspeita de fraude, dirigente é afastado do cargo por decisão judicial pela segunda vez

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, pode ter sido mantido no cargo através de assinatura falsificada | Foto: Staff Images / CBF / CP Memória


O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, foi afastado do cargo por decisão da Justiça. No cargo desde 2021, quando assumiu como interino, Ednaldo coleciona polêmicas, já foi afastado pela Justiça anteriormente e, neste ano, foi reeleito com apoio de todas as federações estaduais.

Quem assume a cadeira de forma provisória até que sejam convocadas novas eleições é o vice-presidente Fernando Sarney, filho do ex-presidente da República, José Sarney.

Ednaldo foi destituído do cargo a partir do momento em que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) tornou nulo o acordo que tinha viabilizado a sua eleição. A decisão determina ainda que sejam realizadas eleições “o mais rápido possível.”

O acordo foi anulado por suspeita de fraude. Um laudo pericial apontou que houve falsificação da assinatura do ex-dirigente Antonio Carlos Nunes de Lima, mais conhecido como Coronel Nunes, em um documento homologado pelo ministro do Superior Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

Ednaldo chegou à presidência da entidade em agosto de 2021, como interino, após o afastamento do presidente anterior, Rogério Caboclo, após denúncias de assédio. Ele foi o sétimo a assumir o cargo em dez anos.

Quem é Ednaldo Rodrigues

Rodrigues foi jogador de futebol amador nas décadas de 1970 e 1980. Em 1991, formou-se em Ciências Contábeis. Sua trajetória como dirigente começou no seu estado, a Bahia. Foi presidente da Liga Conquistense de Desportes Terrestres, depois diretor do Departamento do Interior da Federação Bahiana de Futebol (FBF), entre 1992 e 2000.

Eleito para a presidência da FBF, teve quatro mandatos consecutivos, permanecendo no cargo de 2001 e 2018. Após, foi vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de 2018 até 2021, quando assumiu a presidência de forma interina.

Esta é a segunda vez que Ednaldo Rodrigues é afastado do cargo por uma decisão judicial. A primeira foi em dezembro de 2023, quando foi afastado também pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Na época, o dirigente retornou ao cargo por decisão do ministro GIlmar Mendes, do STF.

Reeleição, “farra” e aumento de salários

Em março deste ano, Ednaldo foi reeleito para a presidência da entidade por aclamação. Sua chapa, "Por um Futebol Mais Inclusivo e Sem Discriminação de Qualquer Natureza", contou com apoio das 27 federações estaduais e de 13 clubes da Série A e outros 13 da Série B.

Recentemente, uma reportagem publicada na revista Piauí revelou os bastidores da gestão de Ednaldo Rodrigues à frente da CBF. A matéria detalha manobras e articulações do presidente para garantir a reeleição na entidade, além de gastos milionários bancados pela CBF com parlamentares, figuras da classe artística e membros do Poder Judiciário.

De acordo com a publicação, a CBF bancou um grupo de 49 pessoas sem relação direta com a entidade durante a Copa do Mundo do Catar, incluindo voos em primeira classe, hotel cinco estrelas e ingressos para jogos da Seleção Brasileira. A “farra” teria custado R$ 3 milhões aos cofres da entidade.

Outro ponto destacado na reportagem são os reajustes salariais a presidentes das federações estaduais ao longo do mandato de Ednaldo. Até 2021, antes do atual mandatário assumir, os chefes das afiliadas recebiam R$ 50 mil. Atualmente, os vencimentos estão na casa de R$ 215 mil, um aumento de quase 200%, com direito a 16º salário.

Correio do Povo

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