terça-feira, 13 de maio de 2025

Petrobras lucra R$ 35,2 bilhões no 1° trimestre, alta de 48,6%

 Com o aumento de seu lucro, a Petrobras anunciou ao mercado ter aprovado o pagamento de dividendos no valor de R$ 11,72 bilhões

A Petrobras investiu US$ 4,01 bilhões nos primeiros três meses do ano | Foto: Alexandre Brum / Agência Brasil / CP


Petrobras registrou lucro líquido de R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de R$ 17,04 bilhões do trimestre anterior. O valor também é 48,6% maior do que o ganho no mesmo período de 2024, de acordo com balanço divulgado ontem à noite pela estatal.

Com o aumento de seu lucro, a Petrobras anunciou ao mercado ter aprovado o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) intercalares (antecipações de proventos realizadas ao longo do ano) no valor de R$ 11,72 bilhões.

A quantia equivale a R$ 0,90916619 por ação ordinária e preferencial em circulação, como antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2025, declarada com base no balanço de 31 de março. Esses proventos serão pagos em duas parcelas, nos meses de agosto e setembro.

A primeira, de R$ 0,45458310 por ação ordinária e preferencial em circulação, será paga em 20 de agosto, sob a forma de juros sobre capital próprio.

A segunda, de R$ 0,45458309 por ação, será depositada em 22 de setembro, sendo R$ 0,30844749 sob a forma de dividendos e R$ 0,14613560 sob a forma de juros sobre capital próprio.

Pelo balanço divulgado ontem, o lucro operacional (Ebitda, lucro antes dos juros, tributos, depreciação e amortização), que mede a capacidade de geração de caixa da companhia, somou R$ 61 bilhões, com avanço de 1,7%, em relação ao primeiro trimestre do ano passado, e 49,1% ante o quarto trimestre.

Para o diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, Fernando Melgarejo, o primeiro trimestre foi marcado por resultados positivos.

"Geramos um maior fluxo de caixa, principalmente devido ao aumento de 5% no volume de produção em relação ao trimestre anterior. Esse avanço na produção refletiu-se no Ebitda”, disse o executivo, em documento apresentado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Vendas

A receita de vendas da estatal subiu 4,6% entre janeiro e março, para R$ 123,1 bilhões, frente ao primeiro trimestre de 2024, e 1,5% em relação ao último trimestre de 2024. A receita de vendas de derivados subiu 6,3% de janeiro a março, alcançando R$ 116,8 bilhões.

"Houve menores margens de derivados no mercado interno, principalmente na gasolina, além de o volume de vendas ter sido menor em função da sazonalidade típica do primeiro trimestre, impactando, principalmente, gasolina e GLP”, informou a estatal.

No segmento de Gás e Energia, a Petrobras registrou um prejuízo de R$ 130 milhões, em linha com o primeiro trimestre de 2024, e revertendo lucro de R$ 909 milhões obtido no quarto trimestre do ano passado.

“A redução do volume de vendas de gás natural foi ocasionada pela menor demanda tanto no segmento termoelétrico (que reflete um cenário hidrológico mais equilibrado) quanto no não termoelétrico (combinada com a maior participação de outros agentes neste mercado)”, explicou a estatal no relatório à CVM.

Investimentos

A Petrobras investiu US$ 4,01 bilhões nos primeiros três meses do ano, um aumento de 33,6% ante o mesmo período do ano passado.

“Esses investimentos estão concentrados em projetos do pré-sal, com destaque para os campos de Búzios e Atapu. Estamos realizando mais perfurações e interligações de poços e avançando na construção das novas unidades que sustentarão o crescimento da nossa curva de produção. São projetos que geram valor para os nossos acionistas e se traduzirão em receita nos próximos anos”, explicou Melgarejo, ressaltando que a empresa segue comprometida com a execução do Plano de Negócios - os aportes do primeiro trimestre representam 22% da projeção anual (guidance) de investimentos da empresa.

A dívida líquida da empresa subiu nos três primeiros meses do ano, para US$ 56 bilhões, alta de 7,3%, ante o fim de 2024 (US$ 52,24 bilhões), e 28,4% maior do que no mesmo período do ano passado (US$ 43,64 bilhões).

Assim, a alavancagem financeira - relação entre dívida líquida e Ebtida - chegou a 1,45 vez, ante 1,29 vez em dezembro e 0,86 vez em março de 2024.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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