quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Andrei Rodrigues admite que PF não identificou ‘Megafinanciadores’ dos Atos de 8 de Janeiro

 



Diretor-Geral da PF Revela Impasse nas Investigações
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, surpreendeu ao admitir que a instituição não conseguiu identificar grandes financiadores por trás dos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram alvo de ataques.


“Muitas vezes, na expectativa de algumas pessoas, haveria um ou dois, ou um grupo de megafinanciadores com vários milhões para essa atuação orquestrada para o golpe de Estado”, afirmou Rodrigues. “A investigação provou que não, pelo menos nós não conseguimos identificar que isso tenha acontecido”, completou, em um momento que certamente deixou muitos observadores perplexos.

A declaração foi dada na segunda-feira (27), durante sua participação no programa Roda Viva, da TV Cultura. Embora tenha descartado a existência de grandes patrocinadores, Rodrigues destacou que o financiamento dos atos foi pulverizado, ou seja, uma verdadeira colcha de retalhos. “O que havia, sim, era esse financiamento disperso onde uma pessoa fornecia determinado insumo, outra uma questão logística, outra recursos, e isso está lá apontado no inquérito policial”, detalhou o diretor. Ele ainda reforçou que os responsáveis identificados foram devidamente responsabilizados: “Portanto, sim, nós responsabilizamos os financiadores”.

Declaração de Barroso Aponta Urgência no Julgamento



Enquanto isso, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, garantiu que o julgamento dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro será pautado assim que a produção de provas do inquérito for concluída. “Imediatamente”, afirmou Barroso, em um tom que sugere pressa e compromisso com os desdobramentos do caso.


Os atos investigados pela Polícia Federal fizeram parte da Operação Lesa-Pátria, deflagrada em 2024, cujo foco foi desvendar a participação de empresários e outros agentes na organização e no financiamento dos ataques. Entre as medidas adotadas, mandados de busca pessoal foram autorizados pelo STF, a pedido da PF, como parte dos esforços para identificar e responsabilizar os envolvidos.

Apesar das declarações otimistas de responsabilização, o que fica claro é que o mistério sobre os chamados “megafinanciadores” permanece sem solução — pelo menos por enquanto. Essa lacuna segue sendo uma questão sensível que levanta questionamentos sobre a eficácia das investigações e a capacidade do Estado em lidar com crises de tamanha magnitude.

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